De norte a sul do país, as
autoridades confrontaram-se este sábado com milhares de pessoas que decidiram
vir para a rua aproveitar o bom tempo.
Centenas de carros a fazer fila
na marginal junto à Universidade Nova, em Oeiras. A Ponte 25 de abril cheia de
carros, quase todos a serem parados pela PSP. A norte, houve drones da Proteção
Civil a mandar as pessoas para casa. "É curioso que quem anda na rua
arranja sempre uma justificação", lamentou uma fonte da PSP do Porto, em
declarações ao DN.
PSP e GNR estiveram a fiscalizar
transeuntes, condutores e passageiros para confirmar se saíram de casa pelos
motivos previstos na lei. Há várias exceções à obrigação de permanecer em casa: para a generalidade das pessoas, há 21 motivos previstos
para sair à rua.
Entre eles, a aquisição de bens e
serviços; deslocações por motivos de saúde, designadamente para efeitos de
obtenção de cuidados de saúde; deslocação a estações e a postos de correio, a
agências bancárias e a agências de corretores de seguros ou a seguradoras;
deslocações de curta duração para efeitos de atividade física, sendo proibido o
exercício de atividade física coletiva; deslocações de curta duração para
efeitos de passeio dos animais de companhia; outras atividades de natureza
análoga ou por outros motivos de força maior ou necessidade impreterível, desde
que devidamente justificados.
Drones em Oeiras, Porto e Ovar
Em Oeiras, o presidente da Câmara
Municipal, Isaltino de Morais, esteve a acompanhar os bombeiros, que utilizavam
drones para emitir alertas para a necessidade de estar em casa.
Em Ovar, a GNR também colocou no
ar os seus drones para ajudar a controlar a cerca sanitária daquela cidade.
Mais a norte, drones da Proteção
Civil do Porto estiveram a emitir alertas sonoros na zona litoral daquela
cidade para desmotivar os passeios à beira-mar, no âmbito das ações de combate
à propagação do covid-19.
"Estamos sob uma ameaça
muito grave, regresse a casa, não permaneça no espaço público", avisa a
gravação de áudio dos drones.
Estes drones sobrevoaram zonas
junto ao edifício Transparente, nos limites do concelho de Matosinhos, e junto
ao Forte de São João.
A área litoral do Porto foi
patrulhada por motos 4 da Polícia Municipal, que ordenavam a quem passeava que
recolhesse às respetivas residências.
Polícias da Divisão de Trânsito
do Porto estiveram também no local, no âmbito da estratégia daquela força
policial de intensificar a visibilidade para desmotivar a presença de pessoas
na rua sem necessidade urgente.
A sul mais tranquilo
Já no sul do país, fonte do
Comando de Faro da GNR disse à Lusa não ter notícia de "concentrações
anormais" em zonas que, em condições normais, teriam muito movimento,
nomeadamente o calçadão de Quarteira, Armação de Pera ou a Baixa de Albufeira.
Fonte do Comando-Geral da GNR
completou que aquela força policial tem em curso, ou em planeamento, várias
operações em todo o país, "designadamente em todo o Algarve",
direcionadas para os locais onde por norma se aglomeram pessoas para a prática
de atividades desportivas ou lúdicas.
"Além das nossas patrulhas,
há recurso a meios cinotécnicos e a cavalaria nos locais considerados
adequados. No caso de Albufeira, os bares estão todos fechados na Avenida Sá
Carneiro, pelo que não há nem se prevê que haja qualquer ajuntamento",
acrescentou.
A PSP esteve, por seu lado, a
tentar travar a afluência de pessoas ao Algarve a partir de Lisboa e de outras
zonas a norte.
Nesse âmbito enquadra-se a
operação que aquela força policial montou no acesso ao sul através da
Ponte 25 de Abril, que consistiu em fazer parar todos os automobilistas que
seguiam naquele trajeto e desmotivá-los de andar na via pública.
Valentina Marcelino | Diário Notícias
com Lusa
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