Paulo Baldaia | TSF | opinião
O negócio da comunicação social,
que já estava em crise, vai sofrer de modo particular com a quase paralisação
da economia, provocada pela pandemia do novo coronavírus. Não podemos ficar
indiferentes ao facto desta machadada atingir de forma muito dura um setor que
é crucial neste combate e que mantém os seus custos, mas que está a perder
grande parte das suas receitas. Nunca os jornais, rádios, televisões e os seus online tiveram
tanta audiência e nunca a informação rigorosa foi tão necessária. Quando a
economia para, as receitas publicitárias são as primeiras a desaparecer.
Garantir a viabilidade económica
das empresas de comunicação social, proposta altamente impopular nas redes
sociais, numa situação altamente crítica como a que vivemos, é uma obrigação de
qualquer governo em Democracia, mas salvar o jornalismo continua a ser uma
tarefa exclusiva dos jornalistas. O que vimos, lemos e ouvimos nos últimos
tempos deu sinais altamente contraditórios. Se, por um lado, a utilidade e o
rigor da informação dos órgãos de comunicação social fez contraponto com a
inutilidade e falsidade de muita informação das redes sociais, por outro lado,
fez-nos desperdiçar o tempo numa corrida em que procuravam adivinhar o que o
governo ia decidir. E quando falharam, a culpa foi sempre da realidade. Pior,
em muitos casos, foi notório o ressabiamento dos jornalistas com o governo pelo
facto de o governo não ter decretado proibições que os jornalistas garantiam
que iam acontecer.
No deve e haver, nada supera a
utilidade dos órgãos de comunicação social na capacidade de dar aos portugueses
informação útil e rigorosa. Por agora, é preciso que os jornalistas abdiquem de
correrias sem sentido e que o poder político comece a elaborar um plano para
salvar as empresas de comunicação social que demonstrarem que merecem ser
salvas.
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