Díli, 25 mar 2020 (Lusa) - Lojas
e restaurantes fechados, postos de lavagem de mãos nas entradas nos
supermercados e um menor movimento do que o normal são os primeiros sinais do
impacto na vida de Díli que a pandemia de Covid-19 está a ter em Timor-Leste.
Jardins e ruas outrora com grande
movimento estão hoje ou desertas ou com muito menos trânsito, consequência de
várias medidas já implementadas pelo Governo e de decisões de muitos,
estrangeiros e timorenses, ficarem em maior isolamento.
Desde o fim de semana que as
saídas da cidade para os vários municípios registam maior movimento, o mesmo
que ocorre nos grandes armazéns onde se vende arroz, o bem alimentar que domina
a dieta das famílias timorenses.
Jardins, estradas e ruas estão
hoje com muitos menos movimento do que o normal, com se nota na zona de Lahane,
na parte oeste da cidade, onde outrora se concentravam grupos de jovens e
muitos vendedores ambulantes.
Várias zonas comerciais, como
Audian e Colmera, no centro da cidade, mostram hoje muitas lojas fechadas, em
particular comércios e retalho da comunidade chinesa.
Ainda que a afluência aos
principais supermercados da cidade tenha sido ligeiramente maior no passado fim
de semana -- depois da confirmação do primeiro caso no país -- a situação
normalizou-se.
Não há falta de produtos, ainda
que residentes da capital apontem o aumento do preço do arroz e de outros
produtos, mas os supermercados estão cheios e ainda que com menor movimento --
cerca de metade do normal para esta época -- continuam a chegar contentores ao
Porto de Díli.
Aqui e ali algumas prateleiras
vazias, especialmente de produção local como carne e produtos frescos.
Em todo o lado se reforçaram as
medidas de segurança, com postos de lavagem à entradas de espaços comerciais,
funcionários com máscaras que, aliás, se tornaram comuns um pouco por toda a
cidade.
Tanto os membros do Governo como
do Parlamento Nacional, por exemplo, fazem as suas reuniões com máscaras,
chegando mesmo a fazer declarações aos jornalistas sem as remover.
O fecho de lojas e de espaços de
restauração cresceu igualmente dentro do maior centro comercial da cidade,
Timor Plaza, onde são cada vez menos os clientes e que pode mesmo vir a fechar,
totalmente, durante algumas semanas.
Até lá, às entradas estão pontos
de lavagem de mãos, avisos sobre os riscos do coronavírus e recomendações para
manter distanciamento social, o que não se vê a ser praticado pelos vendedores
de telemóveis cuja medida de segurança são as máscaras que usam.
Nos supermercados, como em
carrinhas que passam em algumas zonas de Díli, transmitem-se mensagens com
alertas e recomendações sobre o contágio da covid-19 e sobre higiene de mãos e
outras medidas preventivas.
Uma das zonas mais calmas é a
Caicoli, próximo da sede das Nações Unidas e do Ministério da Saúde, onde fitas
e barreiras de plástico vermelhas e brancas impedem os acessos ao Centro de
Saúde de Vera Cruz, que está a ser preparado para eventuais casos de
isolamento.
A redução do movimento deve
acentuar-se ainda mais nos próximos dias, com escolas e universidades fechadas,
sem missas e depois dos vários Ministérios começarem a implementar de forma
alargada instruções para mandar para casa funcionários não essenciais.
Timor-Leste tem até agora um caso
registado de Covid-19.
ASP // PJA
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