Chanceler federal alemã afirma
que pandemia representa desafio para todos os países do bloco e defende
programa europeu de revitalização da economia. Merkel diz que Alemanha está
pronta para fazer sua parte.
A chanceler federal da
Alemanha, Angela
Merkel, afirmou nesta segunda-feira (06/04) que a crise provocada
pelo novo
coronavírus é o "maior teste" enfrentado pela União Europeia
(EU) desde a criação do bloco. A líder alemã comparou ainda a pandemia a uma
catástrofe natural.
Segundo Merkel, todos os países
europeus enfrentam desafios para a saúde de seus cidadãos, mas o maior teste
será "mostrar que nós estamos prontos para defender nossa Europa e
fortalecê-la", por meio de assistência financeira aos Estados-membros,
proporcionada através de linhas de crédito já existentes ou de um fundo que foi
sugerido pela Comissão Europeia, por exemplo.
A chanceler federal destacou que
a UE necessitará de um programa de revitalização da economia. "A Alemanha
está pronta para contribuir neste aspecto", ressaltou, porém, sem se
referir a uma proposta defendida por Itália, França e Espanha.
Fortemente atingidos pela
pandemia, a Itália, França e Espanha têm implorado à Alemanha, Áustria e
Holanda para que aceitem a proposta da criação de linhas de crédito comuns a
todos os países do bloco para enfrentar os impactos económicos da covid-19. Os
governos conservadores do norte do continente temem, no entanto, que os planos
signifiquem uma mutualização das dívidas soberanas e que seus contribuintes
acabem pagando a conta por supostas extravagâncias do sul.
Na coletiva, Merkel afirmou ainda
que não há uma data para um afrouxamento das medidas restritivas impostas na
Alemanha e que elas continuam em vigor a até pelo menos 19 de abril.
Segundo a chanceler, a pior situação que poderia ocorrer durante a pandemia
seria o relaxamento das medidas cedo demais para depois ter que impor
restrições novamente em meio a um aumento das mortes em decorrência do
coronavírus.
Questionada sobre acusações de
que os Estados
Unidos estariam retendo itens médicos destinados a outros países,
Merkel disse que a Alemanha, ou qualquer outro país da Europa, precisa investir
na produção interna de equipamentos de proteção individual.
"É importante, com a
experiência desta pandemia, aprendermos que precisamos de certa soberania, ou
de pelo menos um pilar de produção interna", destacou Merkel.
Autoridades da França e da
Alemanha afirmaram que os EUA estão pagando valores muito acima do preço do
mercado para comprar máscaras médicas da China, maior produtora desses itens no
mundo. Em alguns casos, eles estariam "roubando" contratos ao
oferecer valores mais altos, mesmo depois de compradores europeus acreditarem
que a compra já estava acertada, ou inclusive já terem pago por ela.
Merkel disse também o governo
alemão deseja impor uma quarentena obrigatória de duas semanas a todos os que
chegam do exterior, abrindo, no entanto, uma exceção para quem trabalha em
outros países europeus, mas mora na Alemanha.
Deutsche Welle | CN/afp/rtr/dpa
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