O presidente da Venezuela deu um
prazo de 72 horas à embaixadora da UE, Isabel Brilhante, para abandonar o país,
tendo em conta aquilo que classificou como «acções intervencionistas» do
organismo europeu.
Durante a entrega, esta
segunda-feira, do Prémio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar, no Palácio de
Miraflores (sede do governo), o chefe de Estado exigiu aos funcionários da União
Europeia (UE) que se livrem da tradição colonial e supremacista com que pretendem
agredir os povos livres e soberanos.
«Nós, na Venezuela, falamos-lhes
de forma clara e dura. Já basta de colonialismo europeu contra o nosso país»,
afirmou Nicolás Maduro, sublinhando que a UE fracassou na tentativa de manter uma
ingerência permanente nos assuntos internos do país sul-americano, informa
a VTV.
Maduro disse que funcionários da
UE se reuniram esta segunda-feira para analisar a situação no país
sul-americano e decretar sanções contra diversos cidadãos venezulanos, de
algumas instituições. «Vamos pôr as nossas coisas com a UE em ordem; se não nos
querem, vão-se embora; se não respeitam a Venezuela, vão-se embora», sublinhou
o chefe de Estado.
Anunciou ainda que irá adoptar
acções diplomáticas contra o embaixador espanhol em Caracas pela sua
participação na incursão terrorista contra o país caribenho. «A Embaixada
de Espanha na Venezuela foi cúmplice do terrorista Leopoldo López na organização
do plano de uma incursão armada para me assassinar», denunciou.
Nicolás Maduro referiu também
que, «se os governos supremacistas pudessem mandar os seus barcos de guerra
para conquistar a Venezuela e evitar as eleições, fá-lo-iam. «Mas não podem
porque este mundo multipolar não os deixaria», frisou.
Diplomacia venezuelana rejeita
política de ingerência
Antes, o ministro dos Negócios
Estrangeiros, Jorge Arreaza, já tinha rejeitado a «política de ingerência» da
UE «contra o diálogo e a paz» na Venezuela, tendo afirmado que «a herança
colonial» leva os países da UE ao «abismo da ilegalidade, da agressão e da
perseguição aos nossos povos».
Num comunicado, a UE anunciou a
imposição de sanções a 11 venezuelanos por «acções contra a oposição ao governo
do presidente Maduro», acusando-os de ser responsáveis pela actuação contra o
funcionamento democrático da Assembleia Nacional (AN; Parlamento), e de ter
retirado o estatuto de imunidade parlamentar a vários dos seus membros,
incluindo Juan Guaidó, reconhecido golpista e há muito visto como uma marioneta
(falhada) de Washington no terreno.
A atitude da União Europeia –
sublinha a agência Prensa Latina – vem juntar-se às medidas coercivas
e unilaterais, impostas pela administração dos EUA em Janeiro deste ano, contra os deputados que votaram contra Guaidó, no processo de
formação de uma nova junta directiva na AN.
AbrilAbril
Na imagem: Juan Guaidó a tentar
passar a vedação do Parlamento venezuelano, em Janeiro último. Os outros
deputados da oposição (alguns do seu partido) entraram pela porta da frente,
mas o mandado de Washington preferiu o «show» para se vitimizar /
Pinterest
Sem comentários:
Enviar um comentário