Expresso
Curto para abastecimento da cafeína, serve a editora, do dito cujo do tio
Balsemão Impresa Bilderberg, Joana
Pereira Bastos. Dá para ler e ficar a saber algumas coisas. Vá nesta.
Portugal
e Espanha reabrem fronteiras. Mais um motivo para os lideres comemorarem e fazerem o seu espetáculo… Sem mais palavras.
O
vírus covid-19 ataca em Lisboa e arredores. O facilitismo, a ignorância e a estupidez
revelam-se nas populações afetadas. Entretanto até convém sob o ponto de vista
da oferta de passagem para o “outro lado” de mais uns quantos beneficiários
idosos, que são os que “marcham” mais rumo a São Pedro ou ao chifrado Satanás.
A poupança nas reformas e nos cuidados de saúde devidos à velhada está em alta. Abençoado
covid-19, dirão talvez gestores e políticos mais à laia de regozijo. Duvidam? Olhem
que não, olhem que não. No final (se isto tiver um final) é uma questão de
fazerem as contas.
“Futuro
da TAP ainda em aberto”, é referido mais em baixo no Curto. Dizer o quê?
Estamos sempre a pagar. Já demos o couro e o cabelo para estas fantochadas,
para estas negociatas, para estas polémicas em que o “Zé Pagante” é sempre o
mesmo… Saudável mesmo era andarem todos a pé ou de bicicleta e deixarem os
insetos e as aves voarem em
paz. Mais saudável ainda era também espetarem com todos os ‘calambacheiros’
atrás das grades e de altos muros. Pildra é o que muitos desses ditos elitistas
do capital e da política merecem, entre outros malfeitores que assolam o coletivo global.
Adiante,
que é como dizer… Acabamos aqui esta entrada para o Curto. Boa cafeína. Bom
dia, tanto quanto possível. Fujam dos irresponsáveis, dos estúpidos, das bestialidades e dos
mentirosos. Este 'tarantantam' covid-19 não aconteceu por acaso. Ah, pois não (dizem).
Julgue-se pelos resultados dos direitos, liberdades e da democracia ainda mais cerces e etc. O
neoliberalismo, o capitalismo selvagem, é e foi o que nos deu. É o que continuará a
dar se não abrirmos convenientemente a pestana e a boca no jorro de palavras em
que o NÃO deverá prevalecer em quantidade e som.
Bom
verão… em casa.
MM
| PG
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Joana
Pereira Bastos | Expresso
Bom
dia,
Pela primeira vez desde a sua criação, a União Europeia esteve fechada ao resto do mundo nos últimos meses. Desde 17 de março que, salvo motivos excecionais, estava proibida a entrada de cidadãos de países terceiros no espaço europeu devido à pandemia de covid-19, que já provocou cerca de 180 mil mortes no Velho Continente. O isolamento começa hoje a chegar ao fim, com o início de um processo lento e gradual de reabertura das fronteiras. Mas, para já, são muito poucos os “bem-vindos”.
A UE finalizou à última hora a curtíssima lista de 14 países cujos cidadãos são considerados “seguros” para entrar no espaço comunitário. Pode ainda vir a juntar-se a China, mas apenas se Pequim garantir a reciprocidade e aceitar a entrada de europeus em solo chinês.
A esmagadora maioria dos cidadãos não europeus continuará a ficar à porta, incluindo o Brasil e todos os PALOP, assim como EUA, Rússia ou Índia, por exemplo. No total, mais de 150 estados permanecem na “lista negra”.
O processo de escolha dos países “seguros” esteve muito longe de ser pacífico. A média de infeções por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias foi um dos principais critérios, mas em jogo esteve e está muito mais do que a saúde pública. Interesses políticos e económicos e muita diplomacia pesaram na decisão, que não conseguiu aprovação por unanimidade e não é vinculativa.
Portugal vai acatar a recomendação da UE para barrar a entrada de todos os cidadãos que ficaram de fora da lista, ainda que autorize excecionalmente a chegada de voos com origem em países de língua portuguesa e nos EUA, desde que os passageiros tenham um teste negativo à covid-19 e somente no caso de "viagens essenciais".
Nada consensual foi também o processo de reabertura das fronteiras dentro da própria UE. Sem coordenação de Bruxelas, cada país definiu por si que vizinhos europeus deixava ou não entrar no seu território. E Portugal, outrora sinónimo de sucesso no combate ao novo vírus, não está particularmente bem visto lá fora e não conseguiu livre-trânsito. Devido ao aumento de casos nas últimas semanas – só ontem houve 229 novos infetados e mais oito mortes -, há ainda vários países europeus que fecham as portas ou impõem restrições a portugueses.
Potencialmente dramática para Portugal será a decisão do Reino Unido, que adiou para o final desta semana a divulgação da lista sobre os países que considera seguros para os britânicos viajarem neste verão. Se Portugal ficar de fora, as perdas serão avassaladoras.
Também determinantes para o turismo nacional são os espanhóis e, esses, Portugal espera ansiosamente já a partir de hoje. E sem qualquer tipo de controlo sanitário.
A reabertura das fronteiras terrestres terá honras de estado, com o Presidente da República, o rei de Espanha e os primeiros-ministros dos dois países juntos numa cerimónia entre Elvas e Badajoz. Mas o clima entre os vizinhos ibéricos está longe de ser o melhor. Portugal e Espanha, dois dos principais destinos de praia na Europa, são concorrentes diretos na luta pelos escassos turistas que viajarão este ano. E Marcelo e Costa não se têm coibido nos últimos dias de lançar indiretas a Espanha, garantindo que, por cá, ao contrário do que fazem nuestros hermanos, “não há esquecimentos do número de óbitos, nem há dias em que não se mostram os números” para se “ficar bem na fotografia internacional”.
Pela primeira vez desde a sua criação, a União Europeia esteve fechada ao resto do mundo nos últimos meses. Desde 17 de março que, salvo motivos excecionais, estava proibida a entrada de cidadãos de países terceiros no espaço europeu devido à pandemia de covid-19, que já provocou cerca de 180 mil mortes no Velho Continente. O isolamento começa hoje a chegar ao fim, com o início de um processo lento e gradual de reabertura das fronteiras. Mas, para já, são muito poucos os “bem-vindos”.
A UE finalizou à última hora a curtíssima lista de 14 países cujos cidadãos são considerados “seguros” para entrar no espaço comunitário. Pode ainda vir a juntar-se a China, mas apenas se Pequim garantir a reciprocidade e aceitar a entrada de europeus em solo chinês.
A esmagadora maioria dos cidadãos não europeus continuará a ficar à porta, incluindo o Brasil e todos os PALOP, assim como EUA, Rússia ou Índia, por exemplo. No total, mais de 150 estados permanecem na “lista negra”.
O processo de escolha dos países “seguros” esteve muito longe de ser pacífico. A média de infeções por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias foi um dos principais critérios, mas em jogo esteve e está muito mais do que a saúde pública. Interesses políticos e económicos e muita diplomacia pesaram na decisão, que não conseguiu aprovação por unanimidade e não é vinculativa.
Portugal vai acatar a recomendação da UE para barrar a entrada de todos os cidadãos que ficaram de fora da lista, ainda que autorize excecionalmente a chegada de voos com origem em países de língua portuguesa e nos EUA, desde que os passageiros tenham um teste negativo à covid-19 e somente no caso de "viagens essenciais".
Nada consensual foi também o processo de reabertura das fronteiras dentro da própria UE. Sem coordenação de Bruxelas, cada país definiu por si que vizinhos europeus deixava ou não entrar no seu território. E Portugal, outrora sinónimo de sucesso no combate ao novo vírus, não está particularmente bem visto lá fora e não conseguiu livre-trânsito. Devido ao aumento de casos nas últimas semanas – só ontem houve 229 novos infetados e mais oito mortes -, há ainda vários países europeus que fecham as portas ou impõem restrições a portugueses.
Potencialmente dramática para Portugal será a decisão do Reino Unido, que adiou para o final desta semana a divulgação da lista sobre os países que considera seguros para os britânicos viajarem neste verão. Se Portugal ficar de fora, as perdas serão avassaladoras.
Também determinantes para o turismo nacional são os espanhóis e, esses, Portugal espera ansiosamente já a partir de hoje. E sem qualquer tipo de controlo sanitário.
A reabertura das fronteiras terrestres terá honras de estado, com o Presidente da República, o rei de Espanha e os primeiros-ministros dos dois países juntos numa cerimónia entre Elvas e Badajoz. Mas o clima entre os vizinhos ibéricos está longe de ser o melhor. Portugal e Espanha, dois dos principais destinos de praia na Europa, são concorrentes diretos na luta pelos escassos turistas que viajarão este ano. E Marcelo e Costa não se têm coibido nos últimos dias de lançar indiretas a Espanha, garantindo que, por cá, ao contrário do que fazem nuestros hermanos, “não há esquecimentos do número de óbitos, nem há dias em que não se mostram os números” para se “ficar bem na fotografia internacional”.
OUTRAS
NOTÍCIAS
Futuro da TAP ainda em aberto. O suspense mantém-se até ao fim. As negociações entre o Estado e os privados para definir o futuro da empresa extremaram-se e continuaram pela madrugada dentro. O acordo sobre a venda da posição de David Neeleman na TAP é visto como a última oportunidade para evitar uma nacionalização conflituosa da companhia aérea, depois de os acionistas privados terem chumbado as condições impostas para o empréstimo público de 1200 milhões de euros. Ontem terminou o prazo apontado como limite para a injeção de capital na empresa, que está em dificuldades para conseguir pagar salários. Em cima da mesa continua um cenário de nacionalização negociadaem que
Neeleman , que tem estado até agora ao comando da TAP, vende a
posição ao Estado e sai, evitando um conflito que pode ir parar aos tribunais.
Mas os valores da saída do empresário norte-americano e a forma como o Governo
financiará essa compra estão ainda em aberto. Marcelo
diz que "há vários cenários possíveis", mas frisa que "deixar
falir a TAP não é uma hipótese".
Medina em guerra com Temido. O braço de ferro entre a Câmara de Lisboa e o Ministério da Saúde ameaça fazer baixas na estrutura de comando. O presidente da autarquia culpou as "más chefias" pelo descontrolo das novas infeções na região e exigiu mudanças para ontem. Caso contrário, terão de rolar cabeças, defendeu. Na resposta, a ministra apelou a todos (Medina, leia-se) para que contivessem a "má-língua". Mas a verdade é que a falta de meios e de coordenação está a dificultar o controlo da epidemia, que continua a crescer na Área Metropolitana de Lisboa. A cada dia, há 100 infetados que as equipas de saúde não conseguem contactar, noticiou hoje o Público.
País em alerta. Esta quarta-feira Portugal desce um degrau nas medidas anti-covid, passando a estar em situação de alerta. Só a Área Metropolitana de Lisboa permanece em estado de contingência, com ajuntamentos limitados a 10 pessoas e encerramento às 20h de todos os estabelecimentos comerciais, com exceção dos restaurantes, que encerram às 23h, e dos supermercados, que podem estar abertos até às 22h, mas sem venda de álcool. Com ritmo acelerado de crescimento de novos casos, há ainda 19 freguesias de cinco concelhos da região que se mantêm em situação de calamidade e a cujos habitantes é pedido que se mantenham em confinamento em casa, evitando sair à rua, exceto para deslocações em trabalho ou compras. Veja aqui tudo o que muda hoje.
Mais professores nas escolas e tutores no secundário. O ministro da Educação anunciou ontem no Parlamento que serão mobilizados 125 milhões de euros para "um reforço muito significativo de recursos humanos nas escolas" para garantir a recuperação das aprendizagens que ficaram para trás neste ano letivo, que desde março decorreu à distância, agravando as desigualdades entre alunos. Serão contratados professores, funcionários, psicólogos, assistentes sociais e mediadores e o programa de tutorias será triplicado a partir de setembro, passando a abranger também os alunos do secundário.
Saúde reforçada. Ontem foi o primeiro dia de votações do Orçamento Suplementar e o SNS saiu reforçado. A proposta do PCP para a abertura de concursos no prazo de 30 dias para a contratação de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde foi aprovada, assim como o alargamento do número de camas de agudos e de cuidados intensivos até ao final do ano. Os deputados deram ainda luz verde à proposta do Bloco de Esquerda para o pagamento a 100% das baixas por covid-19 e ao subsídio por isolamento profilático. Muitas outras medidas estão ainda à espera de acordo, nomeadamente o apoio extraordinário a desempregados, as ajudas a sócios gerentes de empresas e a diminuição do prazo de garantia para obtenção do subsídio de desemprego. Posta de parte está já a redução das prestações das creches para famílias afetadas pela pandemia, que o PSD votou favoravelmente de manhã, mas chumbou à tarde, deixando a medida cair. Já a descida do IVA da luz vai avançar, mas não para já. Saiba aqui tudo o que já foi aprovado.
A família mata. No ano passado, a violência doméstica motivou quase metade dos homicídios em Portugal. Segundo um relatório da APAV, 46% dos homicídios tentados ou consumados foram praticados por quem tinha uma relação de intimidade (cônjuges, companheiros, ex-companheiros, namorados ou ex-namorados) ou familiar (pais, mães ou filhos) com a vítima.
Nova ameaça vem da China. Um novo vírus da gripe encontrado em porcos na China está a tornar-se mais infeccioso e tem potencial para causar uma nova pandemia entre os seres humanos. Apesar de não constituir um perigo iminente, a nova estirpe, que resulta de uma mutação do vírus H1N1 e para a qual os humanos têm pouca ou nenhuma imunidade, tem "todas as características de potencial candidato a vírus pandémico" , alertam investigadores chineses.
Novo treinador no Benfica. Nélson Veríssimo, de 43 anos, antigo defesa central formado no clube, é o novo técnico dos encarnados. Ou pelo menos é este ex-adjunto de Bruno Lage quem vai dar os próximos treinos até ao jogo de sábado com o Boavista. Lage não resistiu a mais uma derrota e saiu da Madeira com um pedido de demissão que foi aceite. O ex-treinador e o ainda presidente benfiquista estão agora a negociar a rescisão de contrato.
FRASES
"Se os privados não aceitarem as nossas condições nós temos de intervir com uma nacionalização. Ou quer que deixemos a TAP cair?"
Futuro da TAP ainda em aberto. O suspense mantém-se até ao fim. As negociações entre o Estado e os privados para definir o futuro da empresa extremaram-se e continuaram pela madrugada dentro. O acordo sobre a venda da posição de David Neeleman na TAP é visto como a última oportunidade para evitar uma nacionalização conflituosa da companhia aérea, depois de os acionistas privados terem chumbado as condições impostas para o empréstimo público de 1200 milhões de euros. Ontem terminou o prazo apontado como limite para a injeção de capital na empresa, que está em dificuldades para conseguir pagar salários. Em cima da mesa continua um cenário de nacionalização negociada
Medina em guerra com Temido. O braço de ferro entre a Câmara de Lisboa e o Ministério da Saúde ameaça fazer baixas na estrutura de comando. O presidente da autarquia culpou as "más chefias" pelo descontrolo das novas infeções na região e exigiu mudanças para ontem. Caso contrário, terão de rolar cabeças, defendeu. Na resposta, a ministra apelou a todos (Medina, leia-se) para que contivessem a "má-língua". Mas a verdade é que a falta de meios e de coordenação está a dificultar o controlo da epidemia, que continua a crescer na Área Metropolitana de Lisboa. A cada dia, há 100 infetados que as equipas de saúde não conseguem contactar, noticiou hoje o Público.
País em alerta. Esta quarta-feira Portugal desce um degrau nas medidas anti-covid, passando a estar em situação de alerta. Só a Área Metropolitana de Lisboa permanece em estado de contingência, com ajuntamentos limitados a 10 pessoas e encerramento às 20h de todos os estabelecimentos comerciais, com exceção dos restaurantes, que encerram às 23h, e dos supermercados, que podem estar abertos até às 22h, mas sem venda de álcool. Com ritmo acelerado de crescimento de novos casos, há ainda 19 freguesias de cinco concelhos da região que se mantêm em situação de calamidade e a cujos habitantes é pedido que se mantenham em confinamento em casa, evitando sair à rua, exceto para deslocações em trabalho ou compras. Veja aqui tudo o que muda hoje.
Mais professores nas escolas e tutores no secundário. O ministro da Educação anunciou ontem no Parlamento que serão mobilizados 125 milhões de euros para "um reforço muito significativo de recursos humanos nas escolas" para garantir a recuperação das aprendizagens que ficaram para trás neste ano letivo, que desde março decorreu à distância, agravando as desigualdades entre alunos. Serão contratados professores, funcionários, psicólogos, assistentes sociais e mediadores e o programa de tutorias será triplicado a partir de setembro, passando a abranger também os alunos do secundário.
Saúde reforçada. Ontem foi o primeiro dia de votações do Orçamento Suplementar e o SNS saiu reforçado. A proposta do PCP para a abertura de concursos no prazo de 30 dias para a contratação de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde foi aprovada, assim como o alargamento do número de camas de agudos e de cuidados intensivos até ao final do ano. Os deputados deram ainda luz verde à proposta do Bloco de Esquerda para o pagamento a 100% das baixas por covid-19 e ao subsídio por isolamento profilático. Muitas outras medidas estão ainda à espera de acordo, nomeadamente o apoio extraordinário a desempregados, as ajudas a sócios gerentes de empresas e a diminuição do prazo de garantia para obtenção do subsídio de desemprego. Posta de parte está já a redução das prestações das creches para famílias afetadas pela pandemia, que o PSD votou favoravelmente de manhã, mas chumbou à tarde, deixando a medida cair. Já a descida do IVA da luz vai avançar, mas não para já. Saiba aqui tudo o que já foi aprovado.
A família mata. No ano passado, a violência doméstica motivou quase metade dos homicídios em Portugal. Segundo um relatório da APAV, 46% dos homicídios tentados ou consumados foram praticados por quem tinha uma relação de intimidade (cônjuges, companheiros, ex-companheiros, namorados ou ex-namorados) ou familiar (pais, mães ou filhos) com a vítima.
Nova ameaça vem da China. Um novo vírus da gripe encontrado em porcos na China está a tornar-se mais infeccioso e tem potencial para causar uma nova pandemia entre os seres humanos. Apesar de não constituir um perigo iminente, a nova estirpe, que resulta de uma mutação do vírus H1N1 e para a qual os humanos têm pouca ou nenhuma imunidade, tem "todas as características de potencial candidato a vírus pandémico" , alertam investigadores chineses.
Novo treinador no Benfica. Nélson Veríssimo, de 43 anos, antigo defesa central formado no clube, é o novo técnico dos encarnados. Ou pelo menos é este ex-adjunto de Bruno Lage quem vai dar os próximos treinos até ao jogo de sábado com o Boavista. Lage não resistiu a mais uma derrota e saiu da Madeira com um pedido de demissão que foi aceite. O ex-treinador e o ainda presidente benfiquista estão agora a negociar a rescisão de contrato.
FRASES
"Se os privados não aceitarem as nossas condições nós temos de intervir com uma nacionalização. Ou quer que deixemos a TAP cair?"
Pedro
Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, ontem no Parlamento, em resposta a
um deputado do CDS sobre o futuro da empresa
"Recuso-me a ficar de braços cruzados e a assistir à multiplicação descontrolada de potenciais cadeias de transmissão nos nossos transportes",
"Recuso-me a ficar de braços cruzados e a assistir à multiplicação descontrolada de potenciais cadeias de transmissão nos nossos transportes",
Carlos
Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, que pondera não deixar entrar no
município os transportes públicos de Sintra e Oeiras, obrigando os passageiros
a trocarem para autocarros da autarquia, onde só segue viagem quem se sujeitar
à medição da temperatura
O QUE ANDO A LER
Mais de 50 anos depois da sua publicação original, “Apresentação do Rosto”, o “mítico livro ‘renegado’ de Herberto Helder”, como lhe chamou José Mário Silva no Expresso, foi finalmente reeditado em março, cinco anos após a morte daquele que é por muitos considerado o maior poeta português da segunda metade do século XX – autor de “Os Passos em Volta”, uma das obras que mais me marcou (em particular, o conto “Duas Pessoas”, a que volto tantas vezes).
“Apresentação do Rosto” era, até aqui, um livro invisível. A maioria dos 1500 exemplares da edição original foram, à época, destruídos pela PIDE e, em vida, Herberto nunca quis republicá-lo. A relação que manteve com esta autobiografia foi tortuosa desde o início. E percebe-se porquê. Afinal, “o autobiógrafo é a vítima do seu crime”.
Esta era a obra que o “perseguia”, “o livro aterrador” que aspirava escrever para que fosse a sua “purificação”. A escrita, confessa logo nas primeiras páginas, custou-lhe: “Gostaria de escrever o livro de que tenho medo, mas os meus dias, afinal longos, são ameaçados pela esterilidade”. Durante seis meses Herberto fumou e leu, “estendido no tapete”, até que finalmente uma noite começou a escrever.
Resultado desses “terríveis dias de fecundidade”, “Apresentação do Rosto” é um poderoso exorcismo de demónios e uma confissão avassaladoramente bela da “solidão incólume” do autor. Herberto cresceu num universo feminino, na companhia da avó, mãe, irmãs e primas, mulheres que estão sempre “a uma inimaginável distância”. Nunca terão a sua “violência” e “pelo seu espírito não passará a mais ligeira dúvida: saberão tudo o que haverá para fazer”, enquanto ele estará “reduzido” à sua “completa masculinidade”.
Aos oito anos Herberto viu morrer-lhe a mãe, fonte maior do amor e referência primeira da sua obra. “O pai parece ter morrido” também, “sepultado nos terrenos da angústia”. E “então fica o filho, o órfão, com a verdadeira morte instalada no seu coração de homem, para com essa morte poder gritar: Eu sou o crime, levanto-me com o meu crime, e então sou inocente, e atravesso o mundo para instaurar os novos lugares, o silêncio e as palavras sem culpa”.
Não deixa de ser questionável que se volte a publicar um livro que o autor nunca quis reeditar e que excluiu mesmo da sua bibliografia. Mas não podia ser mais afortunada a possibilidade que agora nos foi dada de ler esta “violenta e fulminante viagem através do terror e da alegria”.
Este Expresso Curto fica por aqui. Acompanhe toda a atualidade em expresso.pt e tenha uma boa quarta-feira.
O QUE ANDO A LER
Mais de 50 anos depois da sua publicação original, “Apresentação do Rosto”, o “mítico livro ‘renegado’ de Herberto Helder”, como lhe chamou José Mário Silva no Expresso, foi finalmente reeditado em março, cinco anos após a morte daquele que é por muitos considerado o maior poeta português da segunda metade do século XX – autor de “Os Passos em Volta”, uma das obras que mais me marcou (em particular, o conto “Duas Pessoas”, a que volto tantas vezes).
“Apresentação do Rosto” era, até aqui, um livro invisível. A maioria dos 1500 exemplares da edição original foram, à época, destruídos pela PIDE e, em vida, Herberto nunca quis republicá-lo. A relação que manteve com esta autobiografia foi tortuosa desde o início. E percebe-se porquê. Afinal, “o autobiógrafo é a vítima do seu crime”.
Esta era a obra que o “perseguia”, “o livro aterrador” que aspirava escrever para que fosse a sua “purificação”. A escrita, confessa logo nas primeiras páginas, custou-lhe: “Gostaria de escrever o livro de que tenho medo, mas os meus dias, afinal longos, são ameaçados pela esterilidade”. Durante seis meses Herberto fumou e leu, “estendido no tapete”, até que finalmente uma noite começou a escrever.
Resultado desses “terríveis dias de fecundidade”, “Apresentação do Rosto” é um poderoso exorcismo de demónios e uma confissão avassaladoramente bela da “solidão incólume” do autor. Herberto cresceu num universo feminino, na companhia da avó, mãe, irmãs e primas, mulheres que estão sempre “a uma inimaginável distância”. Nunca terão a sua “violência” e “pelo seu espírito não passará a mais ligeira dúvida: saberão tudo o que haverá para fazer”, enquanto ele estará “reduzido” à sua “completa masculinidade”.
Aos oito anos Herberto viu morrer-lhe a mãe, fonte maior do amor e referência primeira da sua obra. “O pai parece ter morrido” também, “sepultado nos terrenos da angústia”. E “então fica o filho, o órfão, com a verdadeira morte instalada no seu coração de homem, para com essa morte poder gritar: Eu sou o crime, levanto-me com o meu crime, e então sou inocente, e atravesso o mundo para instaurar os novos lugares, o silêncio e as palavras sem culpa”.
Não deixa de ser questionável que se volte a publicar um livro que o autor nunca quis reeditar e que excluiu mesmo da sua bibliografia. Mas não podia ser mais afortunada a possibilidade que agora nos foi dada de ler esta “violenta e fulminante viagem através do terror e da alegria”.
Este Expresso Curto fica por aqui. Acompanhe toda a atualidade em expresso.pt e tenha uma boa quarta-feira.
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