O Conselho de Segurança das
Nações Unidas realiza esta segunda-feira (10.08) consultas sobre a Guiné-Bissau
e analisa o último relatório do secretário-geral da ONU, António Guterres,
sobre o país.
No último relatório sobre a
Guiné-Bissau, divulgado na sexta-feira (07.08), António Guterres pediu aos
atores políticos guineenses para dialogarem genuinamente para que seja
implementada uma governação inclusiva e realizadas reformas essenciais à
estabilidade na Guiné-Bissau.
O secretário-geral da ONU exortou
também as autoridades da Guiné-Bissau a "demonstrarem rapidamente" o
seu compromisso na luta contra o tráfico de droga com a aplicação do plano
aprovado em 2019 pelo anterior Governo.
António Guterres insistiu na
necessidade de as forças de defesa e segurança se "absterem de qualquer
ingerência no processo político, sob pena de comprometerem a paz e a
estabilidade".
"Exorto as autoridades de
Estado a responsabilizarem aqueles que se envolvem em atos de intimidação,
incluindo ameaças de morte, discurso de ódio e incitamento à violência",
afirmou António Guterres, salientando a necessidade de ser estabelecido um
ambiente propício ao respeito pelos direitos humanos e pelo Estado de Direito.
Supremo ainda não
tomou decisão
Depois de a Comissão Nacional de
Eleições (CNE) ter declarado Umaro Sissoco Embaló vencedor da segunda volta das
eleições presidenciais, o candidato dado como derrotado, Domingos Simões
Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC), não reconheceu os resultados eleitorais, alegando que houve fraude e
meteu um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, que
não tomou, até hoje, qualquer decisão.
Umaro Sissoco Embaló assumiu
unilateralmente o cargo de Presidente da Guiné-Bissau em fevereiro e acabou por
ser reconhecido como vencedor das eleições pela CEDEAO, que tem mediado a crise
política no país, e restantes parceiros internacionais.
Após ter tomado posse, o chefe de
Estado demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, saído das eleições
legislativas de 2019 ganhas pelo PAIGC, e nomeou um outro liderado por Nuno
Nabiam, líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau
(APU-PDGB), que assumiu o poder com o apoio das forças armadas do país, que
ocuparam as instituições de Estado.
O programa de Governo de Nuno
Nabiam foi aprovado no parlamento da Guiné-Bissau com o apoio de cinco deputado
do PAIGC.
Deutsche Welle | Lusa
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