As Forças de Defesa e Segurança
moçambicanas anunciaram que vão "maximizar as ações de patrulhamento
ostensivo, combate e perseguição dos terroristas" responsáveis por ataques
armados em Cabo Delgado.
A alegada ocupação do Estado
Islâmico do porto de Mocímboa da Praia, na semana passada, não deixou as Forças
de Defesa e Segurança moçambicanas (FDS) sem resposta.
Esta quarta-feira (19.08),
anunciaram que vão maximizar as "ações de patrulhamento ostensivo"
para combater e capturar "terroristas" que têm protagonizado ataques
armados na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
Segundo um comunicado de imprensa
do balanço das atividades do comando-geral da Polícia da República de
Moçambique (PRM) na última semana, as FDS indicam que "mantêm ativos"
os seus "dispositivos operacionais" naquela província do norte de
Moçambique para travar as incursões de grupos armados.
A nota não avança detalhes sobre
as operações, frisando apenas que as FDS procuram "maximizar as ações de
patrulhamento ostensivo, combate e perseguição dos terroristas".
Mocímboa da Praia sem
comunicações
Na última semana, os insurgentes
realizaram ataques sequenciados às aldeias de Anga, Buji, Ausse e à vila sede
de Mocímboa da Praia. Segundo dados do ministério da Defesa, pelo menos 59
"terroristas" morreram em operações de resposta das forças
governamentais.
Na quarta-feira passada (12.08),
os grupos armados invadiram o porto de Mocímboa da Praia e os confrontos
deixaram um número desconhecido de mortos, incluindo elementos das FDS, segundo
informações avançadas à agência Lusa por uma fonte do Exército.
Várias infraestruturas foram
vandalizadas e, neste momento, as linhas de comunicação também estarão
interrompidas em Mocímboa da Praia.
Porto é estratégico
Na quinta-feira (13.08), o
ministro da Defesa de Moçambique, Jaime Neto, disse que os grupos armados estão
infiltrados nas comunidades e a comandar ataques contra a vila a partir das
instalações portuárias.
Mocímboa da Praia é uma das
principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul
da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por
várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.
A vila tinha sido invadida e
ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois
reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico e foi, em 27 e 28 de junho,
palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos
insurgentes.
A violência armada já causou a
morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de
várias infraestruturas.
De acordo com as Nações Unidas, a
violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela
insegurança, mais a norte da província.
Ataques da autoproclamada Junta
Militar
Além de Cabo Delgado, a nota das
Forças de Defesa e Segurança de Moçambique indica que também prosseguem ações
operativas para capturar guerrilheiros da autoproclamada Junta Militar da
Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
O grupo dissidente do principal
partido de oposição em Moçambique é acusado pelas autoridades de protagonizar
ataques armados em estradas e povoações do centro de Moçambique.
Os ataques atribuídos à Junta
Militar da RENAMO já provocaram a morte de, pelo menos, 25 pessoas desde agosto
de 2019.
Deutsche Welle | Lusa
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