Pequim, 31 ago 2020 (Lusa) - O
ministro dos Negócios Estrangeiros da China avisou hoje a República Checa que
pagará "caro" por "desafiar o princípio de 'uma China'",
com a visita a Taiwan de uma delegação checa chefiada pelo presidente do
senado.
"Desafiar o princípio de
'uma China' é equivalente a tornar-se no inimigo de 1,4 mil milhões de
chineses", advertiu Wang Yi, durante a atual viagem pela Europa, em declarações
publicadas hoje pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
O reconhecimento daquele
princípio é visto por Pequim como uma garantia de que Taiwan é parte do seu
território. A ilha funciona como uma entidade política soberana, apesar do
regime chinês considerar que está sob a sua soberania.
O corte de laços diplomáticos com
Taiwan é tido como a base para manter relações e contactos oficiais com Pequim.
Wang frisou que Taiwan é
"parte inalienável" da China.
Para o ministro chinês, a visita
da delegação checa liderada por Milos Vystrcil, "e das forças contra a
China por trás dela", é "um ato de traição internacional".
"O Governo e o povo chinês
não vão ignorar ou esperar por isso e devem fazer com que paguem caro pela sua
falta de visão e especulação política", advertiu Wang.
A delegação checa, composta por
89 pessoas, desembarcou no Aeroporto Internacional de Taoyuan, em Taipé, onde
foram recebidos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu.
A visita oficial de Vystrcil e de
outros líderes políticos e empresariais checos está programada durar até à
próxima sexta-feira, 04 de setembro, quando os representantes checos se vão
reunir com as autoridades taiwanesas e participar em feiras comerciais.
Vystrcil tem hoje programado um
discurso "sobre liberdade, democracia e cooperação económica" entre
os dois países, para estudantes os da Universidade Nacional de Chengchi,
segundo a agência de notícias taiwanesa CNA.
Entre a delegação checa está o
presidente da câmara de Praga, Zdenek Hrib, que já teve um desentendimento com as
autoridades chinesas, no final do ano passado, devido a um incidente que levou
à rutura da geminação entre as duas capitais, já que Pequim queria que o acordo
cultural incluísse o compromisso de Praga com o princípio "uma China".
"Está claro que a chantagem
é uma ferramenta padrão da República Popular da China", disse então Hrib,
em entrevista à agência Efe.
JPI // JAP
Sem comentários:
Enviar um comentário