A seis meses do fim do mandato do
atual Presidente da República, são já oito os pré-candidatos ao lugar de
Marcelo Rebelo de Sousa, apesar de o nome de um deles ainda ser uma incógnita.
As candidaturas a Presidente da
República só são válidas depois de formalmente aceites pelo Tribunal
Constitucional, e após a apresentação e verificação de um mínimo de 7.500 e um
máximo de 15.000 assinaturas de cidadãos eleitores, até trinta dias antes da
data da eleição, que deverá realizar-se no final de janeiro do
próximo ano.
Cronologicamente, foi o líder e
deputado único do partido Chega, André Ventura, o primeiro a apresentar
publicamente a sua intenção de concorrer ao mais alto cargo da nação, em 29 de fevereiro,
em Portalegre.
Seguiram-se, no final de julho,
as manifestações de vontade de concorrerem a Belém do advogado e fundador da
Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves e do presidente do Partido Democrático
Republicano (PDR), Bruno Fialho.
Mas foi na semana em que o atual chefe
do Estado entra no último semestre do seu mandato de cinco anos (hoje, 9 de setembro)
e que, nos termos da Constituição, perde o poder de dissolução da Assembleia da
República que o tema das presidenciais entrou em força na agenda política.
No sábado, a eurodeputada e
dirigente do BE Marisa Matias anunciou que voltaria a concorrer às
presidenciais do próximo ano, com apresentação marcada para hoje no Largo do
Carmo, em Lisboa.
Marisa Matias é uma das
'repetentes' na corrida a Belém entre os nomes já conhecidos, depois de em 2016
ter conseguido o melhor resultado de sempre de um candidato da área política bloquista,
ficando em terceiro lugar, com 10,12% dos votos.
Na terça-feira, um outro
candidato a Belém de há cinco anos, Vitorino Silva (mais conhecido por Tino de Rans),
avançou à rádio Observador e depois à Lusa que irá novamente a votos, mas
pretende que a disputa se realize apenas na primavera, para proteger os idosos,
o grupo mais afetado pela pandemia de covid-19.
Em 2016, o agora líder do partido
RIR (Reagir Incluir Reciclar) obteve 3% dos votos e ficou em sexto lugar
entre dez candidatos.
Na quinta-feira, será a vez de a
ex-eurodeputada socialista Ana Gomes apresentar a sua candidatura a
Presidente da República na Casa da Imprensa, em Lisboa, depois de ter confirmado
na terça-feira que avançaria.
Apesar de contar já com apoios
dentro do PS - do antigo líder parlamentar e ex-eurodeputado socialista
Francisco Assis, e do líder da tendência minoritária dentro da Comissão
Política do PS, Daniel Adrião -, a diplomata não tem garantido o
apoio formal dos socialistas, depois de António Costa ter dito recentemente que
irá ter uma atitude de "recato" nas presidenciais e de remeter a
decisão para os órgãos do partido.
No mesmo dia, no Porto, será
apresentada uma outra pré-candidatura a Belém: a do ex-militante do CDS Orlando
Cruz, que já por três vezes no passado fez este anúncio, mas que nunca chegou a
formalizar o processo junto do Tribunal Constitucional.
Finalmente, para sábado está
prevista a reunião do Comité Central do PCP para decidir o candidato
às presidenciais apoiado pelo partido, cujo nome ainda não foi revelado, mas
com o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, a excluir-se da disputa a
Belém que já travou em 1996 e 2006.
Só "lá para novembro",
nas palavras do próprio, é que Marcelo Rebelo de Sousa anunciará a sua decisão
quanto a uma eventual recandidatura nas presidenciais de 2021, que
manteve em aberto ao longo do seu mandato, e sempre depois de ter convocado as
eleições (o que tem de fazer com uma antecedência mínima de 60 dias, segundo a
lei).
Do lado do centro-direita, os
líderes do PSD e do CDS-PP, Rui Rio e Francisco Rodrigues dos
Santos, têm remetido para depois deste anúncio a realização de reuniões
partidárias para decidirem se voltam a apoiar Marcelo Rebelo de Sousa (há cinco
anos, os dois partidos fizeram recomendações de voto no antigo presidente
social-democrata).
O presidente do Governo Regional
da Madeira, o social-democrata Miguel Albuquerque, chegou a admitir em maio uma
candidatura própria, e ainda não deu esta hipótese como totalmente encerrada,
dizendo que "dependerá das posições e programas que os candidatos,
incluindo o professor Marcelo Rebelo de Sousa, tomarem em relação à Madeira e à
defesa das suas principais propostas".
Há cinco anos, o Tribunal
Constitucional admitiu as dez candidaturas formalizadas às eleições
presidenciais, o que constituiu um número recorde.
Os dez candidatos às eleições
presidenciais de 24 de janeiro de 2016 foram: Henrique Neto, António
Sampaio da Nóvoa, Cândido Ferreira, Edgar Silva, Jorge Sequeira,
Vitorino Silva (Tino de Rans), Marisa Matias, Maria de Belém Roseira,
Marcelo Rebelo de Sousa (que venceu à primeira volta com 52% dos votos) e Paulo
de Morais.
Antes, tinha havido, no máximo,
seis candidaturas a eleições presidenciais, em 1980, em 2006 e 2011.
Notícias ao Minuto | Lusa
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