A "árvore das direções", um 'Eucalyptus melliodor' com 350 anos de idade, vai ser cortada para construir uma estrada.
O abate de árvores de grande importância espiritual e cultural para um povo aborígene na Austrália, para construir uma estrada, provocou esta terça-feira protestos, durante os quais 25 ativistas foram detidos.
A controvérsia aprofundou-se com
a destruição, a cerca de
Através desta prática cultural, o povo aborígene, muito ligado à natureza, procura criar uma ligação espiritual entre os recém-nascidos e os seus antepassados, proporcionando-lhes um lugar para se orientarem ao longo das suas vidas.
"Não consigo exprimir o quanto me dói o coração. É um pedaço de nós, é a forma como nos relacionamos e sobrevivemos. As minhas matriarcas Djab Wurrung estão devastadas", disse a senadora do Partido Verde Lidia Thorpe, que pertence a esse mesmo povo aborígene, numa mensagem do Facebook, na segunda-feira.
A senadora divulgou também vários vídeos dos protestos e ações de hoje, no meio de receios de que outras árvores sagradas para este povo nativo sejam cortadas, enquanto se procuram formas legais de as proteger.
A Polícia do Estado de Victoria confirmou a detenção de 25 pessoas, bem como a remoção de tendas e manifestantes das áreas onde esta estrada, com um custo de 112 milhões de dólares (98 milhões de euros), está a ser construída, entre as cidades de Buangor e Ararat.
Os incidentes em terras do povo Djab Wurrung ocorrem mais de quatro meses após a empresa mineira Rio Tinto ter feito explodir duas cavernas aborígenes com 46.000 anos para expandir as suas operações de mineração de ferro na região de Pilbara, no noroeste da Austrália.
TSF | Lusa | Imagem: © Mauro Pimentel/AFP
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