Portugal somou 1278 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, ultrapassando a fasquia das mil infeções pela terceira vez, num dia em que registou 10 mortes.
Dia 8 de outubro fica marcado como o terceiro com mais casos de covid-19 registados desde que a pandemia chegou a Portugal. Nas últimas 24 horas, foram contabilizadas mais 1278 pessoas com a doença provocada pelo vírus da SARS-CoV-2, confirmando-se a revelação que havia sido feita, esta manhã, pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, durante uma visita ao hospital de Braga.
Este é assim o segundo dia com mais casos em Portugal, só superado pelas 1516 infeções de 10 de abril e à frente das 1035 de 31 de março.
O boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) trouxe outros números que Sales não adiantou: mais 10 mortes, para um total de 2050, e um aumento de doentes hospitalizados, de 764 para 801 (mais 37) enquanto os internados em unidades de cuidados intensivos são agora 115 (mais 11).
As vítimas são seis homens e três mulheres com mais de 80 anos e um homem no escalão etário entre os 70 e os 79 anos. Cinco das vítimas residiam na Região Norte, a que não serão alheias as mortes num lar da Santa Casa em Bragança, três na Região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT) e duas na Região Centro.
A Região Norte, com 642 novos casos, concentrou 50% das infeções reportadas nas últimas 24 horas, ultrapassando a barreira dos 30 mil, com um acumulado de 30111. Com mais cinco óbitos, soma, agora, 905 mortes associadas à covid-19, sendo a região com mais mortalidade associada à doença.
A RLVT acrescentou mais 482 casos positivos às estatísticas, 37,8% do total diário, para um acumulado de 41707. Com mais três vítimas mortais acrescentadas, são agora 814 os óbitos registados na região mais povoada do país.
A Região Centro, a terceira mais afetada pela pandemia, voltou a registar mais de 100 casos num só dia. Com mais 101 infeções contabilizadas, o acumulado é agora 6662 e 271 mortos, mais dois do que na quarta-feira.
A Sul, os números são mais gravosos no Algarve, que acumulou mais 30 registos de infeção, para um acumulado de 1892, com 20 óbitos no total. No Alentejo, as mortes totais são superiores às registadas no extremo austral de Portugal (25 desde o início da pandemia), mas os casos são inferiores: 1604 até à meia-noite de quarta-feira, quando fecham os registos, já contando com nove nas últimas 24 horas.
Insularidade ajuda a travar progressão do vírus
Nas ilhas, a mortalidade por covid-19 mantém-se inalterada há meses. Nos Açores são 15 as vítimas mortais desde o início da pandemia, enquanto a Madeira não teve qualquer óbito a lamentar.
Rodeados por água, os dois arquipélagos têm na insularidade uma barreira natural contra a covid-19: os Açores somaram quatro casos nas últimas 24 horas, para um total de 291, enquanto a Madeira, com mais 10, está agora com um acumulado de 267 infeções.
Em dia de números a "bold", os casos recuperados ascenderam a 480, para um total de 51517. Contas feitas, descontando os óbitos, há 28967 casos ativos de covid-19 em Portugal, um aumento de 788 relativamente a quarta-feira.
A doença afeta mais as mulheres (45020 desde o início da pandemia) do que os homens (37514), mas mata de forma igualitária: 1030 vítimas do sexo masculino e 1020 do feminino.
Não é surpresa, mas os números deste dia, o segundo pior desde 2 de março, mostram como a covid-19 penaliza essencialmente os mais velhos: com mais nove vítimas anotadas, a faixa etária acima dos 80 anos totaliza 1375 óbitos, 67% das vidas perdidas para a doença causada pelo vírus da SARS-CoV-2 em Portugal - 605 homens e 770 mulheres.
O escalão anterior, dos 70 aos 79 anos, comporta 19,6% das vítimas mortais, 247 homens e 156 mulheres, para um total de 403 mortes, enquanto o escalão imediatamente anterior, dos 60 aos 69 anos, representa 8,7% dos óbitos, com 178 vidas perdidas - 118 do sexo masculino e 60 do feminino.
O escalão dos 50-59 anos, com 63 óbitos, representa 3% do total da óbitos, embora acumule 11780 casos positivos, 14,3% do total de infeções registadas no país.
Doença é particularmente grave entre os mais velhos
Números que comprovam uma maior incidência da doença entre as faixas etárias mais ativas profissionalmente e nos mais jovens.
Com cerca de 40 mil casos, as faixas etárias entre os 20 e os 49 anos, somam 47% do total de infeções registadas no país. No entanto, juntas, representam cerca de 1,5% do total de óbitos.
Em sentido oposto, a faixa etária acima dos 80 anos, que contabiliza 9,8% do total de infeções, regista 67% do total de óbitos, enquanto entre os 70 e os 79 anos há 19,7% de óbitos em apenas 6,6% das infeções totais a nível nacional.
Augusto Correia | Jornal de Notícias
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