«A equação aponta agora para uma
confluência de Wall Street em pânico; histeria Covid-19 massiva; persistentes e
inumeráveis abalos secundários resultantes da balbúrdia comercial global do
presidente Donald Trump; o circo eleitoral dos EUA; e instabilidade política na
Europa. Essas crises entrelaçadas significam Tempestade Perfeita.»
Está o planeta sob o feitiço de
uma variedade de «Cisnes Negros» - um colapso de Wall Street causado por uma
suposta guerra do petróleo entre a Rússia e a Casa de Saud, mais a disseminação
descontrolada do Covid-19 - levando a um “pandemónio de cruzamento de activos”,
como o designou Nomura, a holding japonesa?
Ou, como sugere o analista alemão
Peter Spengler, seja o que for que “o evitado clímax no Estreito de Ormuz não
provocou ainda até agora, pode agora suceder pela via das ‘forças de mercado’”?
Comecemos com o que realmente
aconteceu depois de cinco horas de discussões relativamente educadas na última
sexta-feira em Viena. Que se tenha transformado num efectivo colapso na OPEP+
foi uma reviravolta no enredo.
OPEP+ inclui Rússia, Cazaquistão
e Azerbaijão. Essencialmente, depois de anos a suportar a fixação de preços
pela Opep - resultado da implacável pressão dos EUA sobre a Arábia Saudita -
enquanto reconstruía pacientemente as suas reservas em moeda estrangeira,
Moscovo vislumbrou a janela de oportunidade perfeita para atacar, visando a
indústria de xisto dos EUA.
As acções de alguns desses produtores dos EUA caíram até os 50% na “Segunda-feira Negra”. Simplesmente não podem sobreviver com um barril de petróleo nos US $ 30 - e é para aí que se está a encaminhar. No fim de contas, essas empresas estão afogadas em dívidas.