terça-feira, 21 de abril de 2020

Brasil | SAÚDE: O COLAPSO ESTÁ CHEGANDO


No Ceará, UTIs já rejeitam pacientes; mesmo SP, à beira do esgotamento. Enquanto pandemia avança, Bolsonaro insiste na “volta ao trabalho” — e nomeia, no lugar de Mandetta, um ministro-empresário, sem experiência real com SUS

Maíra Mathias e Raquel Torres | Outras Palavras

A CHEGADA DE NELSON TEICH

O oncologista Nelson Teich foi recebido no Palácio do Planalto às 9h de ontem. Lá, uma pequena multidão participou da sua sabatina: estiveram presentes os ministros militares, o advogado-geral da União, o diretor-presidente da Anvisa e até o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) – entidade que fez intenso lobby pela indicação. Teich foi ao encontro com um discurso pronto: o de que era um “equívoco” saúde e economia não trabalharem juntas – pois “a saúde não vive sem a economia” e “a economia não vive sem a saúde”. Foi prontamente convidado para assumir o Ministério da Saúde. Primeiro, pediu tempo pra consultar a família. Depois, avisou que aceitava o convite.

A saída de Luiz Henrique Mandetta do governo se diferenciou das anteriores até na forma. Quando decidiu tirar Ricardo Vélez Rodríguez, Bolsonaro foi ao Twitter anunciar que havia escolhido Abraham Weintraub como substituto. No caso do falecido Gustavo Bebianno, a intensa fritura aconteceu na mesma rede social, mas foi articulada pelo filho 02, Carlos Bolsonaro. Desta vez, o presidente ligou para o gabinete do ex-ministro e o chamou ao Planalto. Uma vez com o pé fora do gabinete presidencial, Mandetta não teve dúvidas: em um gesto político claro, se antecipou e anunciou via Twitter a própria exoneração – frisando de quem era a responsabilidade: “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde.” Em meia hora, a postagem que fala do SUS recebeu 127 mil curtidas.

No Planalto, o ex-ministro foi recebido por Bolsonaro e pelo titular da Secretaria de Governo, general Augusto Heleno. Em entrevista ao SBT, o presidente relatou que foi uma conversa tranquila “de 30 minutos”. Mandetta, que disse que a conversa foi “amistosa” e “agradável”,  saiu de lá diretamente para o Ministério da Saúde, onde concedeu entrevista à imprensa com mensagens aos servidores e equipe. “Não tenham medo. Não façam um milímetro diferente do que vocês sabem fazer”, disse.

Depois, ao pendurar seu retrato na galeria de ex-ministros em uma cerimônia mais íntima que excluiu quase toda a imprensa, ele foi direto. Citando a “grande massa trabalhadora desse país”, questionou: “O que é falar para eles: ‘vão trabalhar, por que temos que passar por isso rápido’? Se passar por isso rápido significa estressar muito além do razoável o sistema de saúde?”. O SUS, segundo Mandetta, “vai pagar a conta de séculos de negligência, de favela, de falta de saneamento básico, de falta de cuidado com o povo mais humilde” – e sofrerá com o afrouxamento ainda maior das recomendações de distanciamento social que provavelmente vem por aí. “A gente tomou decisões baseado no que está acontecendo no sistema de saúde da Europa, da França, da Inglaterra. O sistema de enfermagem da Inglaterra foi atender com saco de lixo na cabeça”, exemplificou.

Mandetta sai do cargo com 76% de aprovação, segundo a última pesquisa Datafolha. Ontem, foram registrados panelaços em protesto à demissão em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Belém, Porto Alegre, Salvador, Vitória e Recife. A primeira onda de protestos aconteceu com o anúncio do ministro via Twitter. A segunda começou às 17h05, quando no Planalto, Jair Bolsonaro apresentava à imprensa o novo ministro.

Liberdade de imprensa piora na Guiné-Bissau e em Moçambique


À revelia do Parlamento bissau-guineense, Sissoco toma posse, numa "cerimónia" convocada nas redes sociais. A repressão aumenta e as liberdades democráticas são reduzidas após a posse do "presidente golpista" que a comunidade internacional tende a não reconhecer a legitimidade para o desempenho do cargo de que se apossou. (PG)

Guiné-Bissau e Moçambique desceram no ranking mundial da liberdade de imprensa dos Repórteres sem Fronteiras. Jornalistas continuam a ser bastante pressionados, segundo a organização.

Foi divulgado esta terça-feira (21.04) o novo ranking mundial da liberdade de imprensa, compilado pelos Repórteres sem Fronteiras (RSF), e a Guiné-Bissau, Moçambique e Brasil registaram piores resultados do que na avaliação anterior.

Entre os países lusófonos, apenas Portugal, Angola e Timor-Leste subiram de posição em relação ao índice de 2019, enquanto Cabo Verde e Guiné Equatorial mantiveram os mesmos lugares.

A Guiné-Bissau sofreu a maior queda e Timor-Leste registou a subida mais acentuada no índice anual da RSF, que desde 2002 classifica a liberdade de imprensa no mundo e avalia 180 países.

Angola | "ESTAMOS A BEBER ÁGUA DO LIXO"


Já é um problema antigo em Luanda, mas agrava-se com a Covid-19: sem água potável, famílias têm de desafiar medidas de restrição para garantir sobrevivência. Água imprópria e especulação de preços estão na ordem do dia.

Famílias vulneráveis em Luanda afirmam que as suas condições de vida estão a piorar a cada dia que passa devido às restrições impostas aos cidadãos como medida de prevenção contra a pandemia do novo coronavírus.

Devido à fraca distribuição de água nalgumas zonas de Luanda, há pessoas que se têm deslocado a outros bairros à procura de água, apesar do estado de emergência, que vigora em Angola desde 27 de março.

Alguns habitantes desafiam o perigo que a Covid-19 apresenta e aventuram-se pelas ruas, alegando que vão à procura de dinheiro para pagar água e comida.

Covid-19: Infetados em Angola sobe para 24. Mais de 210 infetados nos PALOP


A ministra da Saúde Sílvia Lutucuta anunciou, este sábado (18.04), a existência de cinco novos casos de infeção por coronavírus em Angola, elevando para 24 o número total, depois de nove dias sem registar novos doentes.

A informação foi divulgada numa conferência de imprensa em que foi feito o balanço diário relativo à pandemia de Covid-19 em Angola.

Os casos são relativos a cidadãos com idades entre 18 e 35 anos, dos quais quatro do sexo masculino e um de sexo feminino.

Entre os 24 casos identificados contam-se dois óbitos, seis recuperados e 16 ativos, encontrando-se 446 pessoas em quarentena institucional.

A ministra da Saúde indiciou que os novos casos são relativos a cidadãos angolanos que regressaram "num humanitário", proveniente de Portugal.

"Recebemos cidadãos angolanos num voo que chegou no dia 21" de março, tendo saído de Portugal no dia 20, adiantou Sílvia Lutucuta, sublinhando que os passageiros estiveram em quarentena institucional, distribuídos pelos centros Calumbo I e II e pelos hotéis Victoria Garden e Infotur.

Moçambique | Homens armados mataram 52 jovens em Cabo Delgado


52 jovens foram mortos por homens armados no distrito de Muidumbe, província moçambicana de Cabo Delgado, divulgou a polícia. Os jovens estariam a ser recrutados e ofereceram resistência.

Grupos armados que têm protagonizado ataques em Cabo Delgado executaram 52 jovens no distrito de Muidumbe, disse esta terça-feira (21.04) o porta-voz do comando-geral da polícia moçambicana.

As execuções ocorreram a 8 de abril na aldeia de Xitaxi, quando os grupos armados tentavam recrutar jovens no distrito de Muidumbe, segundo Orlando Modumane.

"Os jovens que estavam para ser recrutados e ofereceram resistência, o que provocou a ira dos malfeitores, que indiscriminadamente balearam mortalmente 52 jovens", explicou à agência de notícias Lusa o porta-voz do comando-geral da polícia moçambicana.

Segundo Orlando Modumane, as autoridades moçambicanas deslocaram-se à aldeia após denúncias da população, mas os insurgentes haviam já abandonado o local.

Moçambique | "Uma dimensão superior de corrupção"


A gorda reintegração dos deputados em Moçambique: "Uma dimensão superior de corrupção"

"Os deputados, por um lado, deixam o Governo fazer e desfazer e em troca é-lhes permitido aprovar este tipo de leis (reintegração social do deputado) em seu próprio benefício", entende Adriano Nuvunga da ONG CDD.

A 6 de abril, o Parlamento moçambicano aprovou o orçamento para a reintegração social dos deputados, uma espécie de reforma "jackpot" que lhes garante o usufruto de regalias após término do mandato. Sem ninguém que os trave, se auto atribuem privilégios de fazer arregalar os olhos, se comparados com as condições de vida da maioria da população, maioria essa que, através dos impostos, sustenta as comodidades dos seus representantes.

Para Adriano Nuvunga, diretor do Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), "o problema reside na legitimidade deste pagamento. É um pagamento legal porque foi aprovado pela lei de 2014 e o que os deputados estão a fazer é executar isso, mas é ilegítimo este pagamento, primeiro ponto, o contexto em que nos encontramos da Covid-19, de incerteza, em que muitos trabalhadores estão a perder os seus empregos."

Moçambique | Covid-19 vai continuar a impossibilitar a vida normal no país


“Aqui em Moçambique nós não vamos voltar à vida normal a partir do dia 30 de Abril”, Dr. Ilesh Jani

Embora tenha a expectativa “que todos os nossos 39 casos (de covid-19) serão casos que vão recuperar” o director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS) respondeu a pergunta do @Verdade que é a dúvida de todos os moçambicanos, voltaremos à vida normal no fim deste mês? O Dr. Ilesh Jani não podia ter sido mais claro: “Estou em crer que nós aqui em Moçambique nós não vamos voltar à vida normal a partir do dia 30 de Abril”. Entretanto mais quatro casos positivos do novo coronavírus foram diagnosticados no nosso país neste domingo (19), todos na Província de Cabo Delgado, elevando para 39 o cumulativo de casos. A boa notícia é que outros quatro doentes ficaram curados na Cidade de Maputo.

“Até hoje, 19 de Abril de 2020, em Moçambique, foram testados 1 037 casos suspeitos, dos quais 85 nas últimas 24 horas. Dos novos casos testados 81 revelaram-se negativos e 4 foram positivos para o coronavírus. Portanto, o nosso País tem, actualmente, 39 casos positivos, sendo 31 de transmissão local e 8 importados. Os novos casos positivos estão relacionados com a investigação em curso em Cabo Delgado, sendo 1 em Afungi e os outros 3 na cidade de Pemba”, actualizou a Directora Nacional de Saúde Pública que referiu que para o novo recorde de testes realizados pelo Instituto Nacional de Saúde 41 foram de casos suspeitos em Cabo Delgado, 13 em Inhambane, 28 na Cidade de Maputo, dois na Província de Gaza e um na Província da Zambézia.

Falando em conferencia de imprensa a Dra. Rosa Marlene precisou que: “O primeiro caso positivo é de um indivíduo do sexo masculino, de nacionalidade moçambicana, com mais de 40 anos de idade, residente em Afungi que esteve em contacto com um caso confirmado. O segundo caso é de um indivíduo do sexo masculino, de nacionalidade sul-africana, com mais de 30 anos de idade que esteve em contacto com casos confirmados em Cabo Delgado. Este caso registou-se na cidade de Pemba”.

“O terceiro caso, é de um indivíduo do sexo masculino, com mais de 40 anos de idade, de nacionalidade sul-africana, que esteve em contacto com casos confirmados em Cabo Delgado. Este caso registou-se na cidade de Pemba. O quarto caso positivo é de um indivíduo do sexo masculino, de nacionalidade norte-americana, com mais de 40 anos de idade que manteve contacto com um dos casos confirmados em Cabo Delgado. Este caso registou-se na cidade de Pemba”, detalhou a Dra. Rosa Marlene que esclarceu ainda que “todos os casos novos aqui descritos não apresentam sintomatologia e, por isso, encontram-se em isolamento domiciliar. Neste momento decorre o processo de mapeamento dos contactos destes casos”.

O @Verdade apurou que dos 39 infectados em Moçambique 26 são trabalhadores da petrolífera francesa Total que lidera o projecto Mozambique LNG, de exploração de gás natural na Área 1 da Bacia do Rovuma.

A boa notícia, divulgada pela Directora Nacional de Saúde Pública, é que, “em Moçambique, temos o registo de mais quatro recuperados. Assim, actualmente, temos um total cumulativo de 8 recuperados. Isto significa que, actualmente, o nosso país tem 31 casos activos”.

Diplomatas denunciam: africanos são espancados e discriminados na China


Diplomatas africanos estão indignados e protestaram pela violenta discriminação e espancamentos de africanos a residir na China. A antiga embaixadora da União Africana nos EUA, Arikana Quao, na sua conta do Twitter, mostrou a sua  profunda indignação e apelou ao presidente Xi Jinping para tomar medidas urgentes.


De acordo com os testemunhos a que tive acesso, por causa da pandemia provocada pelo novo coronavírus, os africanos são obrigados a fazer quarentenas, apesar de não terem viajado, e são “orientados” a sujeitarem-se a tomar vacinas, sabendo todos nós que ainda se vive um período experimental.

Africanos espancados com barras de ferro, murros e pontapés

Segundo vídeos e relatos partilhados nas redes sociais, vários cidadãos de origem africana a residir na China, muitos deles estudantes, têm sido sujeitos a discriminações de todo o tipo, são impedidos de entrar em supermercados e em outros locais públicos.

Mas, muito pior, como demonstra o vídeo, há espancamentos violentos contra africanos, uma situação lamentável que também já foi denunciada pela Amnistia Internacional.

No vídeo observa-se um africano a ser espancado na rua por 7 ou 8 chineses, em plena luz do dia.


Estudantes expulsos dos apartamentos dormem nas ruas

Em Guangzhou (China), estudantes negros foram obrigados a sair dos seus apartamentos, apesar de terem pago seis meses de renda, acusados pela população chinesa de terem transportado o novo coronavírus para a China. A revolta é enorme, através do vídeo (Facebook) é visível a indignação dos estudantes ao referirem que “não são animais, não são cães”.


Arikana Chihombori protesta pelo Twitter e apela ao presidente chinês

A antiga embaixadora da União Africana nos EUA, Arikana Chihombori Quao,  médica, conhecida mundialmente por ser uma grande activista em prol dos mais indefesos, no dia 14 de Abril de 2020 publicou na sua conta do Twitter um veemente protesto contra a violação dos direitos humanos na China contra africanos, uma “discriminação inaceitável”, refere Arikana, com contornos xenófobos e racistas.

Para além de demonstrar a sua indignação, Arikana Chihombori apelou ao Presidente Chinês, Xi Jinping (Facebook), para que tome medidas urgentes no sentido de parar a violência e fomentar a irmandade entre os povos de África e da China.

China e África, cooperação comercial ou neocolonialismo?

A ideia do desenvolvimento de uma cooperação entre a China e muitos países africanos ganhou força nos últimos anos com detrimento para os EUA e os países da União Europeia.

Apesar de não haver ocupação geográfica violenta como fizeram os países europeus durante a colonização,  nem derrubes de governos como bem sabem fazer os EUA na América Latina e em alguns outros países, a questão colocada por muitos intelectuais e políticos africanos é que esta nova realidade pode começar a apresentar contornos de um novo neocolonialismo.

A relação da China com África tem-se pautado pelo forte investimento da China neste continente sendo certo que na última década esse investimento é superior a 250 bilhões. Os principais países africanos a serem envolvidos incluem África do Sul, Angola, Burundi, Egipto, Etiópia, Malawi, Nigéria, Quénia, RDC e Zâmbia.

Até 2016, segundo um estudo do «Afrobarometer», uma rede pan-africana que avalia as atitudes públicas em questões económicas, políticas e sociais em África, cerca de 65% da população africana encarava o relacionamento da China em África como uma vantagem porque estava a contribuir para o aumento da qualidade de vida, com a construção de hospitais, edifícios públicos e estradas nos países africanos que referi.

Um dos maiores exemplos da cooperação entre a China e África é o projecto «Standard Gauge Railway», a construção de um sistema ferroviário que liga a Tanzânia aos países vizinhos do Ruanda e Uganda e a partir destes a conexão do Burundi à República Democrática do Congo, num total de 2.9 mil quilómetros de linhas férreas.

No âmbito da aproximação sino-africana  mais de um milhão de chineses vivem em África. Apesar da interrogação «cooperação ou neocolonialismo?» , eu não acredito que vá haver um recuo no relacionamento entre a China e África, contudo, se esta situação de violência não for travada pelas autoridades chinesas poderá despoletar uma reacção contrária e os cidadãos chineses, também eles, serem molestados de forma violenta.

*PhD em Educação / Universidade de Lisboa

Timor-Leste regista mais um caso, elevando para 23 número de infetados


Díli, 21 abr 2020 (Lusa) -- As autoridades de saúde timorenses anunciaram hoje um novo caso da covid-19, o que eleva para 23 o número total de infetados no país desde o início do surto, incluindo um já recuperado.

O porta-voz do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), Sérgio Lobo, disse que o novo caso é um professor português que tinha sido considerado provável, mas que uma nova análise em Darwin, na Austrália, confirmou agora como positivo.

"Temos a registar hoje um total de 23 casos positivos e mais quatro prováveis. Estão todos na Clínica de Vera Cruz. Mais de 80% não têm quaisquer sintomas", adiantou.

Entre os 22 casos ativos estão, neste momento, dois professores portugueses.

O porta-voz notou que a equipa de vigilância epidemiológica continua sem encontrar qualquer caso de transmissão em Liquiçá, onde estavam os dois professores portugueses infetados, há já várias semanas de quarentena em casa.

"O único contacto dos professores foi com o motorista, que está em quarentena e teve resultado negativo aos seus testes".

A guerra no Pacífico, a agressão à China e a capitulação do Japão


Apesar das avassaladoras vitórias iniciais, a capacidade de guerra do Japão era muito inferior à capacidade dos EUA. E a economia norte-americana poderia financiar a guerra por muito mais tempo.

António Abreu* | opinião

O ataque a Pearl Harbour

Às 7h55 da manhã do domingo de 7 de Dezembro de 1941 (hora de Hawai), 3670 bombardeiros e aviões de combate japoneses atacaram os navios de guerra norte-americanos fundeados em Pearl Harbour (Porto das Pérolas) e as respectivas bases, deixando 2330 americanos mortos ou moribundos.

Pouco antes de atacar os Estados Unidos, o Japão já havia garantido o controle sobre a Indochina Francesa numa invasão rápida, que contou com pouca resistência das tropas coloniais da França. Quando o ataque a Pearl Harbour aconteceu, o governo japonês apresentou-o à sua população e aos seus aliados do Eixo como uma grande conquista. Entretanto, alguns membros do exército japonês sabiam que as conquistas obtidas em Pearl Harbour eram mínimas.

No dia seguinte, a 8 de Dezembro, os EUA e o Reino Unido declararam guerra ao Japão. A 11, os EUA declaram guerra à Alemanha e Itália, as quais responderam com igual declaração. A Bulgária, Eslováquia e Croácia procederam da mesma maneira em relação aos EUA e Reino Unido. A Roménia, que estava em guerra com o Reino Unido, declarou-a também aos EUA.

A 11 de Dezembro ampliou-se o anterior pacto militar entre as potências do Eixo, em que a Inglaterra, Itália e Japão se comprometiam em ir juntas até ao fim das hostilidades, em assinarem armistício só com o acordo entre as três, e continuarem depois juntas na construção de uma nova ordem mundial.

PREÇOS NEGATIVOS DO PETRÓLEO!


Em 20 de Abril a crise do capitalismo apresentou novos e espantosos desenvolvimentos. Os preços do petróleo atingiram níveis negativos nos mercados do continente americano. 

No momento em que se escreve esta nota o preço do barril WTI estava a US$36,15 negativos.  A queda na procura e o esgotamento da capacidade de armazenagem foram os factores imediatos que levaram a esta crise.  Os efeitos deste crash dos preços serão profundos em toda a indústria do petróleo.

No imediato irá certamente liquidar a indústria do óleo de xisto (shale) e levará à cessação do investimento em qualquer nova exploração de petróleo.

Portugal | CONCERTO SOLIDÁRIO


Henrique Monteiro, em HenriCartoon

Morreram 27 pessoas vítimas de Covid-19 durante as últimas 24 horas em Portugal


Número de recuperados supera o de mortos, que desce pelo terceiro dia seguido

O número de vítima mortais de Covid-19 em Portugal mantém-se abaixo da fasquia das 30, pelo terceiro dia consecutivo, apesar de uma ligeira subida nas últimas 24 horas.

Morreram 27 pessoas vítima de Covid-19 durante as últimas 24 horas em Portugal, elevando o total para 762 mortos. Segundo o boletim diário da DGS, revelado esta terça-feira, foram registados 516 casos positivos da doença, um aumento de 3,7% para um total de 21379.

Nas últimas 24 horas foram dadas como recuperadas 307 pessoas, um recorde de altas desde que começou a epidemia, que eleva para 917 o total de pessoas curadas da Covid-19. "Pela primeira vez, o número de recuperados é superior ao de mortos", sublinhou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa habitual no Ministério da Saúde.

O número de pacientes internados diminuiu de 1208 para 1171 (menos 36), assim como os doentes em Unidades de Cuidados Intensivos, que são menos dois, 215 no total segundo o boletim desta terça-feira.

A Região Norte continua a ser a mais afetada, concentrando mais de metade dos casos e dos óbitos, com 12806 positivos e 441 mortes, mais 17 do que no domingo. Uma das razões para o Governo reforçar o envio de material para o Norte do país, que vai receber 2,3 milhões de máscaras e equipamentos de saúde. Lisboa e Vale do Tejo vai ficar com 1,1 milhões, disse António Lacerda Sales.

Dos outros 10 óbitos registados nas últimas 24 horas, sete ocorreram na região centro, para um total de 171 em 2992 casos positivos (mais 47).


A Região de Lisboa e Vale do Tejo registou um aumento de 187 casos, para 4896, e mais três vítimas mortais, para 133.

No Algarve, 11 mortos até agora, nos Açores, seis, e na Madeira, vítimas mortais registadas, não houve alterações significativas do número de casos positivos. O Alentejo somou mais 12 casos de Covid-19, passando de 161 para 172, mas continua sem mortos registadosapesar de o "Jornal de Notícias" ter confirmado, na segunda-feira, a morte de um homem com Covid-19 no hospital de Beja.

Por idades, os mais vellhos são os mais afetados, com 507 mortos entre as pessoas com mais de 80 anos (66,5% do total). A faixa etária dos 70 aos 79 anos concentra 21,9% das vítimas mortais (159), enquanto a imediatamente anterior (60-69 anos), se queda pelos 8,8%, Há ainda 20 mortos (2,62%) entre as pessoas com 50 a 59 anos e nove entre os 40-49 anos. Não há qualquer vítima com menos de 39 anos.

Desde o dia 01 de janeiro, registaram-se 202.769 casos suspeitos em Portugal.

A pandemia de covid-19 já matou mais de 170 mil pessoas e há quase 2,5 milhões de infetados em todo o mundo. Pelo menos 558.400 foram consideradas curadas pelas autoridades de saúde.

Jornal de Notícias

Portugal | A MÁSCARA DA AUSTERIDADE


Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião

De entre a profusão de lugares-comuns que têm povoado as nossas meninges desde que um vírus assomou à janela para nos comunicar o medo está aquele que diz que nunca como agora o que hoje é verdade amanhã é mentira.

Na realidade, trata-se de uma definição tão universal que podíamos facilmente estampá-la numa t-shirt e andar com ela colada ao tronco o ano inteiro.

Com a austeridade é a mesma coisa. Ainda que, neste caso, a verdade ainda se apresente travestida de possibilidade. Ou, na definição inatacável do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, "despesas do Estado hoje são impostos amanhã". O que, parecendo uma lapalissada, nunca é demais lembrar, para não termos a tentação de efabular com unicórnios económicos.

Ora, o conceito de austeridade vai variando de Governo para Governo, não apenas em função do alinhamento ideológico dos partidos-âncora, mas sobretudo em resultado da necessidade que esses mesmos partidos tenham em agitar uma bandeira maldita que queima as mãos. António Costa foge dela como o diabo da cruz. Porque foi essa a narrativa que lhe permitiu ostracizar a herança de Passos Coelho (que ostracizou a herança de Sócrates), porque é aí que reside, politicamente, a sua caraterística mais definidora: a do homem que decretou o fim dos dias de fogo, que provou haver uma alternativa ao aumento de impostos e aos cortes nas pensões e salários da Função Pública.

Só que as certezas iniciais do primeiro-ministro evoluíram entretanto para um meio-termo não comprometedor. António Costa continua a preferir o investimento público à austeridade (a propósito, o que está a ser feito no Serviço Nacional de Saúde é investimento público, convém não esquecer), mas anda nisto há tempo suficiente para deixar a porta entreaberta para medidas mais musculadas. O talento natural para gingar no trapézio político dar-lhe-á certamente tempo para gerir as expectativas e moldar o discurso. Ninguém deseja uma austeridade que todos somos capazes de antever e que muitos já sentem, mas o que ninguém suporta mesmo é ser enganado nesta fase. Não agora. Não num contexto em que um mísero fio de luz assume a forma de uma tempestade solar .

*Diretor-adjunto

Leia o editorial do JN, que, entre outros, vai entrar em lay-off

“O Global Media Group, que integra o Jornal de Notícias, a TSF, o DN, o DV e o Jogo, entre outros meios, vai avançar para um lay-off parcial, à semelhança do que já sucedeu noutros media, tentando evitar o colapso económico que estes dias de crise precipitam, mas garantindo assegurar as condições mínimas para o funcionamento das Redações.”

Portugal | Gato escaldado até tem medo de água fria


Já cá faltava. Expresso Curto no final da manhã. Abertura com a pedincha de Portugal (todos nós) a “ir ao mercado” comprar coentros e rabanetes… Perdão, “ir ao mercado” para sacar “até mil milhões de euros”. É o que pode ler no Curto elaborado por Elisabete Miranda, jornalista lá do burgo balseminado. Minado pelos que todos nós bem sabemos, exceto os distraídos ou auto-alienados. Vá, força, saquem esses tais mil milhões que havemos de pagar com língua de palmo e muita fome de quase tudo. A crise covid-19 já está a dar para uns quantos se enricarem ainda mais e transferirem os frutos para os offshores e outros que tais. É assim mesmo, todos nós, plebeus, pagamos e não bufamos, ou se bufarmos já se sabe que para os das castas superiores as bufagens lhes entra a cem e sai a duzentos. Adiante, que até parece que somos masoquistas e estamos para aqui a ralarmo-nos para nada. Uma vez que até sabemos muito bem o resultado futuro que já se delineia no presente.

Bom dia. Consegue ao menos ter um bom dia? Faça tudo por isso. A plebe merece. Muito mais que uns quantos que continuam a ter a faca e o queijo na mão, sempre a cortarem os grandes nacos para eles, para os seus cúmplices na devassa, na corrupção, na exploração e eteceteras correlacionados.

Comemora-se o 25 de Abril na AR ou não? Pois. Há os que discordam. Sempre discordaram. O Cavaco já disse que não ia. Pois. Ele é de 24 de Abril, sempre foi. Democratizou-se em faz-de-conta a fazer a rodagem ao seu novo automóvel para ir ao congresso da Figueira da Foz de onde saiu eleito maioral do PSD, a partir daí Portugal dos pequeninos passou a andar sempre para trás e assim continua. Cavaco não vai. Os do antigamente nem querem comemoração. Claro, está-lhes na massa do sangue: reacionários sempre! Salazaristas sem o defunto fascista Salazar nem o nazi Hitler & Companhia. Cavaco não vai. Faz lá tanta falta como uma viola num enterro. Aliás, ele julga-se vivo? Mas como? Só se for porque ainda nos dá despesa, resultado dos que se alaparam a viverem à conta dos plebeus e pagantes, esbulhados como dantes. Adiante.

Afinal do Curto a seguir provavelmente nada abordamos, exceptuando os tais mil milhões da pedincha aos “mercados”. Eles vão às “compras”. Nós sustentamos os mercantis ilustres da treta do costume. É sempre assim e já há muitas famílias a ver os seus sustentos por um canudo. É a crise, mais uma que inventaram. E dizem que agora isto vai mudar, que o covid-19 será pretexto e ensinamento para fazermos o neoliberalismo fenecer… Que isto vai mudar. Mudar? Só para pior. Afinal até os do PS se regem por imensos princípios neoliberais e acomodam-se aos “mercados”. Deixem-nos rir, porque de chorar estamos fartos.

Pessimismo qb? Pois. Já vimos tanta mixórdia na vida que até parece que somos bruxos.

Fiquem bem. Se conseguirem. Saúde. Sigam para o Curto. Atualizem-se por via do já passado, do sentido presente e negro futuro que lá vem. Para muitos não será novidade… Pois. Gato escaldado até tem medo de água fria.

MM | PG

PARA QUE SERVE A UNIÃO EUROPEIA?


Catarina Martins | opinião

Esta semana serão tomadas decisões vitais sobre a nossa vida. Reúne-se o Conselho Europeu, e os governos dos vários países da União decidem sobre que resposta europeia será dada à recessão aberta pela crise pandémica.

E há três possibilidades em cima da mesa.

A primeira é adiar qualquer decisão. Não nos enganemos, adiar a decisão é tomar a decisão errada. É decidir que não há resposta europeia. É decidir que teremos ditaduras na Hungria e na Polónia e fascistas no Governo em Espanha e Itália.

A segunda é repetir a receita da crise de 2007 - 2008, ainda que com novos nomes. Era, até há pouco tempo, a proposta mais forte em cima da mesa. Os países endividam-se junto do Mecanismo Europeu de Estabilidade para responderem à urgência e daqui a um ano ou dois serão obrigados a medidas de austeridade para cumprir os critérios dos tratados e do próprio mecanismo. Uma receita que, infelizmente, conhecemos bem demais. Afinal, o Mecanismo Europeu de Estabilidade foi um dos pilares da troika.

A terceira possibilidade é a de uma resposta com financiamento solidário. É um cenário que foi sempre recusado pela Alemanha e que hoje está colocado de duas formas.

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