terça-feira, 28 de abril de 2020

A HORA DO GRANDE RESET -- Castels


Nem a Ciência pode nos salvar da barbárie ultraliberal. Sobreviver como espécie exigirá uma “reencarnação coletiva” no mundo pós-pandemia: novas formas de viver, pensar e organizar a Economia. É isso, ou nostalgia masoquista

Manuel Castells | Outras Palavras | Tradução: Simone Paz | Imagem: Alessandro Gottardo

Nunca imaginamos isso. Ninguém imaginou. E ainda parece um pesadelo do qual vamos acordar ao amanhecer. É claro que, algum dia, vai acabar. Quanto mais nos ajudarmos entre todos, mais cedo vai acabar. E isso inclui todos aqueles que tiram proveito da tragédia em prol de seus interesses. Deixemos de lado nossas diferenças, já já acertaremos as contas.

Nunca tínhamos enfrentado uma ameaça do tipo, nem sequer com a gripe de 1918, porque, hoje em dia, a globalização e a trama de economias, culturas e pessoas têm uma repercussão em tempo real para qualquer barbaridade cometida em qualquer canto do planeta, como aconteceu com os mercados de espécies selvagens. Humanos predadores, se protejam de vocês mesmos. Nem nossos extraordinários avanços científicos e tecnológicos conseguem nos salvar da nossa imensa estupidez. Por isso, se sobrevivermos, não voltaremos ao mesmo. E, se voltarmos, a pandemia vai retornar, a mesma ou outras, até que ocorra um reset daquilo que éramos.

Só existe futuro se pensarmos numa reencarnação coletiva da nossa espécie. Isso não tem nada a ver com o mofado debate ideológico entre capitalismo e socialismo, porque até o socialismo real e palpável também já teve sua vez. Falamos em mudança de paradigmas. E algo do tipo está acontecendo. Por exemplo, essa pandemia deve deixar claro que a saúde, incluindo a higiene pública e a saúde preventiva, é nossa infraestrutura de vida. E que não vamos poder viver apoiados de forma permanente no heroísmo de profissionais da saúde, que adoecem dia após dia por falta de equipamentos de proteção. 

Guerra e Armas Biológicas. Vários Factos e Algumas Questões



Quando os EUA e o seu aparelho de manipulação mediática global têm em marcha uma histérica campanha em torno da atribuição de responsabilidades pelo desencadeamento da actual pandemia, é particularmente esclarecedor o ponto da situação feito neste texto. Haverá provavelmente alguns ladrões a gritar “agarra que é ladrão”.

Uma contribuição para o Grupo de Trabalho 1 – Paz, Desarmamento e Cooperação 90ª Reunião do Conselho Executivo da FMTC, Marraquexe, 8-12 de Março de 2020 Como foi discutido em artigo anterior[1] submetido ao Grupo de Trabalho 1[2] da Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos (FMTC), em várias ocasiões no decurso da História têm sido usados agentes biológicos como meio para subjugar ou derrotar um inimigo numa guerra ou aniquilar a resistência legítima de grupos humanos à submissão por uma força estrangeira.

O vírus da varíola e a bactéria Bacillus anthracis são dois exemplos de agentes biológicos que têm sido usados como arma tanto num contexto de terrorismo de estado como por grupos terroristas[3]. Em tempos recentes, um episódio particularmente trágico foi o uso de armas biológicas pelo Exército Japonês contra os Chineses[4].

A Unidade 371, na imagem, foi uma unidade secreta de pesquisa e desenvolvimento de guerra biológica e química do Exército Imperial Japonês que realizou experimentação humana letal sobre civis e prisioneiros de guerra incluindo soldados russos e americanos capturados em várias frentes, durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937-1945), parte da Segunda Guerra Mundial.

Em 1972, a chamada Convenção sobre Armas Biológicas (BWC do inglês Biological Weapons Convention)[5], abreviatura de “Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção e Armazenamento de Armas Bacteriológicas (Biológicas) ou Tóxicas e a sua Destruição”, foi aberta para assinatura a 10 de Abril. A Convenção entrou em vigor a 26 de Março de 1975. Actualmente, 183 estados são Parte da Convenção, um conjunto que inclui todas as principais potências mundiais[6]. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unida são signatários. Deve notar-se que este foi o primeiro tratado multilateral de desarmamento a proibir a produção de toda uma categoria de armas.

Cinquenta anos antes, em 1925, fora assinado em Genebra um Protocolo que proibia o uso de armas químicas e biológicas[7]. O Protocolo de Genebra não proibiu contudo, a posse, produção, armazenamento, transferência ou desenvolvimento dessas armas. Simplesmente proibia o uso de armas químicas e biológicas em conflitos armados internacionais. Além disso, vários países apresentaram reservas ao tornarem-se Parte do Protocolo de Genebra, declarando que apenas consideravam as obrigações de não-uso de armas como aplicáveis às outras Partes e que essas obrigações deixariam de se aplicar se as armas proibidas fossem usadas contra eles.

A BWC foi um considerável passo em frente, no sentido do desarmamento e da preservação da paz, e permanece em vigor até aos dias de hoje. A Convenção, no entanto, falha gravemente pela falta de um procedimento de verificação que monitorize o cumprimento das disposições do acordo. Essa falha, sendo um motivo de preocupação, levou a um processo de negociação iniciado em 1990. Entretanto, desde 1980, que se vinham realizando conferências quinquenais de revisão da Convenção, mas até hoje não foi alcançado nenhum acordo sobre um mecanismo de monitorização do cumprimento do acordo.

Entre 1995 e 2001 as negociações incidiram sobre um protocolo de verificação internacionalmente vinculativo para a Convenção, num fórum conhecido como Grupo Ad Hoc. Em 25 de Julho de 2001, no entanto, o processo foi efectivamente condenado quando o governo Bush, após uma revisão da política sobre armas biológicas, decidiu que o protocolo proposto não servia os interesses nacionais dos Estados Unidos[8].

A próxima conferência de revisão está marcada para Genebra no final de 2021. Em 1986, acordou-se no princípio da submissão voluntária às Nações Unidas pelos Estados Partes de relatórios anuais sobre as chamadas Medidas de Reforço de Confiança. Na verdade, apenas metade dos signatários da Convenção têm enviado esses relatórios anuais[9].

ELA SABE DO QUE FALA -- Ana Gomes

Paulo Portas, "hombre!"

Paulo Portas é Vice-Presidente da Confederação de Comércio e Indústria de Portugal, para além de Presidente do Conselho Estratégico da Mota Engil para a América Latina. 

Desempenha também cargos de administração no board internacional de Petroleos de Mexico (Pemex) e faz ainda consultoria estratégica internacional de negócios, sendo para efeito founding partner da Vinciamo Consulting. Dá aulas de mestrado Geo Economics and International Relations na Universidade Nova e na Emirates Diplomatic Academy; dirige seminários sobre internacionalização e risco político para quadros de companhias multinacionais e é ainda presença frequente na televisão em comentários de política internacional e speaker da Thinking Heads em conferências. Foi ministro da Defesa, ministro dos Negócios Estrangeiros e Vice-Primeiro Ministro de Portugal.

Apresentação do “experto” Paulo Portas no sítio da Llorente&Cuenca, “a consultora líder na Gestão de Reputação, Comunicação e Assuntos Públicos em Portugal, Espanha e na América Latina”.

O pluralismo é inexistente na opinião em canal aberto, para milhões, onde a direita da facilitação de negócios domina, de Paulo Portas a Marques Mendes. E é tão desavergonhado esse domínio nos canais ditos privados. Algum pluralismo sobrevive envergonhadamente, para milhares, no cabo. E ninguém faz nada.

Enfim, aí vale sempre a pena atentar na opinião de Ana Gomes, aos domingos na SIC-N. Naturalmente, nem sempre estou de acordo com ela, em particular com o seu voluntarismo europeísta paralisante, mas valorizo uma coragem e frontalidade democráticas notáveis e que vêm de longe.

Ontem, questionada pelo jornalista sobre os apoios à comunicação social, escolheu, sobretudo, valorizar o serviço público, dando o exemplo da nossa excelente telescola, e denunciar o que apodou de lavagem de Paulo Portas, feita todos os dias na máquina da TVI.

Ela sabe do que fala.

*João Rodrigues | Ladrões de Bicicletas

A PRIVACIDADE ESTÁ EM RISCO?!


AbrilAbril | editorial

Comprometida a privacidade num dado momento através da geolocalização, ela ficará para sempre devassada, com consequências absolutamente imprevisíveis, quer na sua extensão, quer na gravidade.

Os dados de geolocalização são pessoais, porque permitem a identificação de uma pessoa singular e são tratados numa rede de comunicações electrónicas ou no âmbito de um serviço de comunicações electrónicas que indiquem a posição geográfica do equipamento do utilizador, constituindo uma operação de tratamento de dados pessoais (artigo 4.º, alíneas 1) e 2) do Regulamento Geral de Proteção de Dados).

Actualmente existem vários tipos de infra-estruturas que ofertam serviços de geolocalização, nomeadamente GPS, estações de base GSM, Wi-Fi e bluetooth.

Note-se que até os telemóveis mais antigos permitem a geolocalização, através do sinal captado pelas torres ou postos que comportam as estações de base GSM, ainda que com menor rigor. Por exemplo, qualquer pessoa, desde que tenha o telemóvel ligado, mesmo que não realize qualquer chamada telefónica ou receba ou envie um SMS, é objecto de monitorização através de geolocalização, activando as diversas estações existentes numa cidade, conforme for circulando e, muito embora não permita a identificação métrica rigorosa, é possível saber que o telemóvel passou pelas zonas geográficas onde se encontravam as tais estações.

Importa ter presente que, actualmente, os tratamentos de dados pessoais com recurso a dispositivos de geolocalização têm lugar mais comummente no contexto das relações laborais, mas acoplados a veículos automóveis, com a finalidade de gestão de frotas em serviço externo, protecção de pessoas e bens, nomeadamente no transporte de matérias perigosas ou valiosas. Porém, ainda assim, o artigo 20.º, n.º 1 do Código do Trabalho e também a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas vedam a utilização dos dados pessoais recolhidos para a finalidade do controlo do desempenho da actividade profissional do trabalhador, constituindo a violação uma contra-ordenação muito grave, sem prejuízo de outras sanções aplicadas por violação de outras normas, no contexto contra-ordenacional.

Mais 20 mortes com Covid-19 em Portugal. Total de 24322 infetados


O número de infetados com Covid-19 em Portugal subiu para 24322 nas últimas 24 horas. É um aumento de 295 casos face a segunda-feira. Há 948 vítimas mortais, mais 20 que ontem.

A subida no número de pessoas infetadas com o novo coronavírus é de 1,2%. Segundo o boletim que faz o balanço até à meia-noite de segunda-feira e divulgado esta manhã, há já 1389 casos recuperados de Covid-19, mais 32 casos. 3563 pessoas aguardam o resultado de testes já efetuados.

Desde janeiro, foram registados 239065 casos suspeitos de infeção com o novo coronavírus,. 211180 não foram confirmados. Portugal tem 936 pessoas internadas com Covid-19, 172 delas em unidades de cuidados intensivos.

Olhando para a distribuição geográfica da infeção, o Norte continua a ser a região com mais casos (14702) e óbitos (546). A região Centro regista 3289 casos e 194 mortes e Lisboa e Vale do Tejo tem 5593 infetados e 185 óbitos.

O número de infetados em Lisboa (1423), Porto (1211) e Gaia (1263), concelhos com mais casos em Portugal, mantiveram-se inalterados, apesar da subida de 1,2% no valor total dos casos. Na segunda-feira, devido a uma situação semelhante ocorrida no boletim de ontem, o JN tentou confrontar a DGS com este facto, mas não obteve resposta.

Na conferência de imprensa desta terça-feira, Diogo Cruz, subdiretor-geral de Saúde, foi questionado pelo Jornal de Notícias sobre estes valores, que não têm sofrido alterações. Remeteu o tema para a nota metodológica, onde se indica que estes dados correspondem aos registos no sistema SINAVE, num total de 84% dos casos confirmados.

Jornal de Notícias

Portugal | Os novos sonhos e o elogio da “estupidez absoluta”


Germano Oliveira | Expresso

“Hoje sonhei com a discoteca, estávamos lá todos, pós-pandemia, e havia menos gente que o normal mas tudo tranquilo. Vou ficar deprimida o dia todo”: a discoteca tem nome mas é um detalhe e por isso fica incógnito; a mensagem tem autora, o nome dela já não é um detalhe porque é nome de uma amiga mas a privacidade é um direito; a depressão dela deve-se a saudade, é feita dos nomes dos amigos todos que lhe fazem falta; é no “havia menos gente” que está o pormenor psicológico - até os nossos sonhos do futuro já são feitos de menos pessoas. “O medo e a ansiedade foram úteis para cumprir o isolamento e vão ser bloqueadores na hora de voltar a sair. (...) A ideia de que daqui a uns tempos tudo será igual ao que era é falsa”, está aqui no Expresso.

O país começa a preparar-se para voltar lentamente à rua e “a reabertura da economia é uma experiência nova”, pode ler-se neste artigo de opinião do Expresso que devia ser causa para os decisores políticos chamarem os autores do texto para um debate, mas creio que podemos ser mais ousados na formulação, “a reabertura da vida é uma experiência nova” e trata-se da discussão do momento: “António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa, os líderes partidários e conselheiros de Estado reúnem-se esta terça-feira para mais uma conversa com os especialistas da Direcção-Geral da Saúde e do Instituto Ricardo Jorge”, explica o Expresso. A decisão de deixar o estado de emergência não implica acabar com o nosso estado de prudência porque apesar de “os internamentos estarem a cair desde 16 de abril” ainda “não começámos a diminuir o número de casos” e “a taxa de retransmissão não deu bons indicadores este fim de semana, foi a própria ministra da Saúde, Marta Temido, que avisou para o facto de a taxa (o famoso Ro) ser agora de 1.04, depois de já ter estado nos 0.95, o que significa que cada pessoa infetada passou a infetar mais do que uma em média e isto não é um bom sinal” - mas há mais incertezas, estão todas relatadas ali no site do Expresso, onde se expõe também como “António Costa quer ter uma ‘folga’ confortável que permita ir gerindo a saturação do SNS, sabendo-se à partida que abrir alguns sectores de atividade pode contribuir para o aumento do risco de infeções”.

Portugal | Mortalidade no último mês pode ter sido até cinco vezes superior ao normal


Entre 1 de março e 22 de abril morreram mais 2.400 a 4.000 pessoas do que seria expectável, aponta estudo

Está a ocorrer um aumento anormal da mortalidade em Portugal. Segundo um estudo publicado esta segunda-feira na revista “Acta Médica Portuguesa”, entre 1 de março e 22 de abril morreram mais 2400 a 4000 pessoas do que seria expectável. Esta notícia é avançada pelo jornal “i”.

Tendo em conta que até ao dia 22 de abril estavam confirmadas 785 vítimas mortas de covid-19, a equipa liderada pelo especialista António Vaz Carneiro, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, conclui que o excesso de mortalidade foi de 3,5 a cinco vezes superior ao que pode ser explicado pelo novo coronavírus.

O estudo relata um aumento de óbitos a verificar-se sobretudo acima dos 65 anos e em particular nos distritos de Aveiro, Porto e Lisboa e de forma mais expressiva nos distritos mais envelhecidos.

De acordo com os cientistas, uma parte significativa das mortes poderá ter resultado do adiamento da procura de cuidados de saúde e do cancelamento de consultas e cirurgias não urgentes.

“Não é profissionalmente, cientificamente e eticamente possível ignorar esta indução de mortalidade excessiva por os doentes não terem cuidados”, frisou António Vaz Carneiro ao jornal.

Expresso

Aliança de maioria timorense tinha acordado votar contra estado de emergência


Díli, 27 abr 2020 (Lusa) -- A nova aliança de maioria parlamentar timorense acordou no sábado votar hoje contra a extensão do estado de emergência devido à covid-19, mas um dos partidos, o KHUNTO, recebeu depois instruções contrárias do seu líder, segundo um porta-voz.

"No sábado a aliança esteve reunida e analisámos a questão do estado de emergência e concordámos, todos, em não continuar o estado de emergência. Mas hoje vieram ordens em contrário do KHUNTO", disse à Lusa António da Conceição.

Conceição, deputado do Partido Democrático (PD) -- um dos seis que integram a aliança liderada pelo CNRT de Xanana Gusmão -- e que tem sido porta-voz da aliança, referiu-se ao que diz terem sido instruções dadas por José Naimori, líder do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

"O que sucedeu é que houve instruções do conselheiro máximo do KHUNTO, Naimori, para os seus membros votarem a favor do estado de emergência, o que não veio coincidir com aquilo que acertamos dentro da aliança", disse.

Conceição explicou que o assunto foi discutido pelos líderes dos vários partidos num encontro no fim de semana liderado por Xanana Gusmão, presidente do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT).

"A aliança não considerava que se devia renovar o estado de emergência porque até agora ainda não se verificou nenhum caso local, são casos importados, e o Governo está a controlar esta situação", disse.

"Além disso, por causa do estado de emergência, e em termos da economia, quem não tem emprego está a encarar dificuldades, pelo que defendíamos outras medidas", sublinhou, notando que "tudo isso não convenceu o KHUNTO".

A Lusa tentou, sem sucesso até ao momento, ouvir dirigentes do KHUNTO.

PR timorense diz que estender estado de emergência foi essencial


Díli, 28 abr 2020 (Lusa) -- O Presidente timorense disse hoje que foi essencial ampliar o estado de emergência para continuar a controlar os riscos de contágio da covid-19 e assim permitir ao Governo preparar o seu sistema de resposta.

Numa mensagem ao país, Francisco Guterres Lu-Olo, reconheceu, porém, que o estado de emergência está a ter um grande impacto na economia nacional e que, por isso, é essencial que o Governo dê apoios a trabalhadores, empresas e aos habitantes mais vulneráveis.

"Precisamos ter coragem para declarar o estado de emergência porque queremos salvar as pessoas, que é a maior riqueza que existe. As outras riquezas podemos recuperar, mas a vida humana não se recupera", afirmou Lu-Olo.

A declaração do chefe de estado acontece um dia depois de decretar o prolongamento do estado de emergência durante mais 30 dias, até 27 de maio, medida pedida pelo Governo e autorizada pelo parlamento.

Considerando que "não é fácil" declarar o estado de emergência, porque isso suspende vários direitos, liberdades e garantias, Lu-Olo disse que "o direito à vida é o mais importante" e que o Estado "tem o dever de proteger" a população.

O chefe de Estado recorda que as medidas implementadas, como o fecho de fronteiras a obrigação das pessoas ficarem em quarentena quando entraram no país, ajudou a detetar os casos.

China doa equipamento e material médico adicional a Timor-Leste


Díli, 28 abr 2020 (Lusa) -- Mais de 15 toneladas de equipamento e material doado pela China para apoio a Timor-Leste no combate à covid-19, incluindo 90 ventiladores portáteis, chegam hoje a Díli num voo proveniente da Indonésia.

A Embaixada da China em Díli informou que o equipamento inclui 82 mil máscaras, 4.400 fatos protetores e igual número de viseiras e de coberturas para sapatos.

No avião charter que é esperado em Díli a meio da tarde de hoje estão ainda 5.000 luvas médicas, 80 termómetros e 90 ventiladores portáteis.

A doação chinesa é a segunda desde o inicio do surto em Timor-Leste, tendo o país dado já equipamento de proteção pessoal e câmaras de medição térmica da temperatura.

"A Embaixada vai continuar a seguir em proximidade a situação epidémica em Timor-Leste e continua disponível para disponibilizar mais apoio quando Timor-Leste necessitar", explica uma nota da missão diplomática a que a Lusa teve acesso.

A missão diplomática explica que, nesse sentido, está já a preparar um terceiro lote de apoio médico em coordenação com a Jack Ma Foundation e a Alibaba Foundation.

"A covid-19 atingiu Timor-Leste e constitui uma séria ameaça à vida e à saúde dos timorenses e a China está ao lado de Timor-Leste como bom vizinho, amigo e parceiro e continua ao lado do país", refere a nota.

"A Embaixada tem tentado o seu melhor para ajudar Timor-Leste a lutar contra a covid-19 de várias formas, oferendo material e equipamento médico, informação e conhecimento e encorajando a comunidade e empresas chinesas a fazer doações", considera ainda.

Timor-Leste tem atualmente 22 casos ativos de covid-19 e iniciou hoje o segundo período de 30 dias de estado de emergência para responder á pandemia.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 210 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios. 

Mais de 818 mil doentes foram considerados curados.

ASP//MIM

ESCONDER UM SEGREDO MAIOR


David Chan | Plataforma Macau | opinião

O presidente americano Donald Trump disse no passado domingo que queria enviar inspetores à China para investigar tudo o que aconteceu, afirmando que o país teria de aceitar as consequências. Vários deputados americanos sugeriram até implementar uma legislação que obrigue o Governo chinês a pagar uma compensação monetária pela epidemia. Geng Shuang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, disse na passada segunda-feira que desde o início do surto do novo coronavírus toda a comunidade internacional tem assistido aos esforços e sucessos chineses para controlar o vírus, e por isso, perante uma situação de risco para a saúde mundial, o resto do mundo deveria estar a trabalhar em equipa em vez de lançar culpas e pedir compensações. 

Geng respondeu ainda às acusações americanas: Não me lembro de tal prática na comunidade internacional. Em 2009, quando se deu o surto de H1N1 no México, depois nos EUA, e se espalhou por 214 países, resultando em 200 mil mortes, alguém pediu compensação aos EUA? Na década de 1980, quando a SIDA foi primeiramente descoberta nos EUA e se alastrou para o resto do mundo, causando tanta dor a nível global, alguém se virou contra os EUA? Geng citou ainda um professor universitário de Singapura, Kishore Mahbubani, ao afirmar que ninguém questionou os EUA e exigiu compensação pela crise de 2008 e queda do banco Lehman Brothers, que levou à crise global financeira. O porta-voz salienta: Alguns americanos têm de entender que o inimigo aqui é o vírus, e não a China. 

A origem do vírus ainda não foi determinada, e recentemente um órgão de notícias israelita revelou que as agências de inteligência americanas tinham conhecimento sobre o surto em Wuhan já em novembro, antes de a China saber da sua existência. No entanto, a pneumonia causada por cigarros eletrónicos que teve início o ano passado nos EUA de repente desapareceu com o início do coronavírus. Como é que tal é possível? O MIT testou até 200 pessoas na rua, para descobrir se possuem anticorpos contra o Covid-19, descobrindo que 30 por cento possuía estes anticorpos, sem terem quaisquer sintomas. Ou seja, estes tinham já contraído ou contraído e recuperado da infeção, revelando que esta pneumonia está a circular nos EUA há já algum tempo. 

Parece que a pressa americana de exigir compensação à China é não só uma forma de esconder a incapacidade de lidar com a pandemia, como também de proteger um segredo maior. 

DAVID CHAN 24.04.2020

China rejeita acusações de racismo e xenofobia


A China rejeitou esta semana as acusações de racismo e xenofobia feitas pela União Africana e pelos Estados Unidos da América (EUA), por alegados maus-tratos a cidadãos africanos e afro-americanos em Cantão.

“As autoridades em Cantão atribuem uma grande importância às preocupações recentemente levantadas por alguns dos nossos parceiros africanos”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, citado pela agência France-Presse, acrescentando que as autoridades “estabelecerão um mecanismo de comunicação eficaz com os consulados” situados naquela província. 

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China sublinhou que as autoridades locais “opõem-se firmemente a qualquer racismo e qualquer declaração discriminatória”. 

As autoridades africanas confrontaram publicamente a China por causa das alegações de maus tratos aos cidadãos africanos, na sequência da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). 

Observadores olham para este episódio como “uma crise sem precedentes” entre Pequim e os Estados africanos, num continente onde a China é, nos últimos anos, o maior investidor. 

De acordo com a Associated Press (AP), houve relatos de africanos que dizem ter sido afastados e discriminados num centro comercial devido ao medo da doença covid-19.

KIM JONG-UN, ESTÁ VIVO E RECOMENDA-SE?


Coreia do Norte divulga mensagem de Kim Jong-un em meio a rumores sobre morte do ditador

Dirigente não é visto em público há mais de duas semanas, provocando especulações sobre sua saúde. Texto não é acompanhado de imagem recente. Coreia do Sul reitera não ter observado atividades incomuns no país vizinho.

A imprensa oficial da Coreia da Norte reproduziu nesta segunda-feira (27/04) uma mensagem de agradecimento assinada pelo ditador Kim Jong-un a um grupo de trabalhadores, numa ação que pode ser encarada como uma tentativa de afastar especulações sobre a saúde do dirigente. Ainda assim, não foram divulgadas imagens recentes do ditador, que não é visto em público há duas semanas.

Notícias veiculadas pela imprensa americana na semana passada afirmaram que ele estaria em estado grave após um procedimento cardiovascular. Nos últimos dias, surgiram especulações de que ele pode estar incapacitado ou mesmo morto. Há ainda especulações de que o ditador pode estar se isolando com medo da pandemia de covid-19. Obeso e fumante, Kim está entre os grupos de risco da doença.

Mas adversários do país, como a Coreia do Sul e Estados Unidos, preferiram minimizar as especulações.
       
Nas últimas duas semanas, Kim faltou às comemorações do aniversário de seu avó, Kim Il-sung, o fundador do Coreia comunista. O aniversário é considerado a data mais importante do país, controlado com mão de ferro pela família Kim desde 1948. A última aparição de Kim Jong-un foi no último dia 12, quando ele presidiu a uma reunião do gabinete político do seu partido único.

O ministro da Unificação da Coreia do Sul, Kim Yeon-chul, disse durante um fórum, realizado a portas fechadas em Seul no domingo, que os sul-coreanos têm “inteligência suficiente para dizer com confiança que não há desenvolvimentos incomuns” no país vizinho que possam corroborar as especulações sobre a saúde de Kim Jong-un, de acordo com seu ministério.

O ministro disse que não revelaria que informações específicas levaram à conclusão, mas enfatizou que houve uma complexa análise sobre o assunto.

Por sua vez, Moon Chung-in, consultor especial de segurança do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse, também no domingo, à emissora americana Fox News que Kim "está vivo e bem", enquanto a revista Newsweek afirmou que Washington também não detectou nenhuma atividade militar norte-coreana fora do comum.

Capitalismo na UCI a sobreviver com ventiladores...


Strategic Culture Foundation

A pandemia de Covid-19 está a desencadear salvamentos (bailouts) obscenos de indústrias e companhias ocidentais, bem como bóias de salvação para magnatas bilionários.

É grotesco que milhões de trabalhadores sejam postos em lay off por corporações que estão a receber fundos dos contribuintes. Muitas dessas corporações acumularam triliões de dólares em paraísos fiscais e contribuíram com zero para o tesouro público. Mas estão a ser salvas devido às paralisações na economia decorrentes da crise do Covid-19.

Por que os bancos e as corporações não estão a ser forçados pelos governos a pagar aos seus trabalhadores em licença médica ou em confinamento? É porque governos são comprados e pagos por servidores dos um por cento do topo. Alguns líderes políticos são a personificação dos um por cento, como Donald Trump e membros do Congresso dos EUA.

Assiste-se agora à maior orgia de dinheiro fácil nos EUA, onde o governo Trump e o Congresso aprovaram a emissão de triliões de dólares para escorar corporações e bancos. Enquanto isso, são lançadas migalhas a milhões de trabalhadores e suas famílias.

Em apenas cinco semanas, o desemprego atingiu estarrecedores 26,4 milhões de pessoas nos EUA – e isso é o número oficial. O nível real sem dúvida é muito mais alto. É relatado que as perdas de empregos liquidaram todos os acréscimos que haviam sido obtidos na última década desde a crise financeira de 2008. Na crise actual, o governo dos EUA organizou salvamentos de triliões de dólares para bancos e indústrias como fizera em 2008-2009. Não durariam senão até à farra seguinte.

Na verdade, isto era um padrão familiar no século passado, em que a economia era continuamente salva da ruína pelo governo a expensas de trabalhadores comuns, pequenas empresas e contribuintes. O resgate recorrente é a prova de que o sistema de capital privado e dos supostos mercados livres são um mito.

O sistema tipicamente privatiza o lucro para uma elite e socializa as perdas para a massa do povo. Tem sido sempre uma versão do "socialismo para os ricos".

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