quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Ao declarar a vitória, Donald Trump está tentando um avanço autocrático

#Publicado em português do Brasil

Masha Gesse* | The New Yorker

O Presidente dos Estados Unidos chamou a eleição de fraude . Ele declarou vitória sem base, tweetando na quarta-feira, “Nós reivindicamos” Pensilvânia, Geórgia, Carolina do Norte e talvez Michigan - todos estados que ainda estavam contando votos. Donald Trump, que se envolveu em uma tentativa autocrática nos últimos quatro anos, agora está tentando encenar um avanço autocrático.

Peguei emprestado o termo “tentativa autocrática” do trabalho de Bálint Magyar, um sociólogo húngaro que se propôs a desenvolver ferramentas analíticas para compreender o afastamento da democracia em muitos países da Europa Oriental e Central. Achei as ideias de Magyar surpreendentemente iluminadoras quando aplicadas aos Estados Unidos.

Magyar divide a jornada do autocrata em três estágios: tentativa autocrática, descoberta autocrática e consolidação autocrática. A tentativa é um período em que a autocracia ainda é evitável, ou reversível, por meios eleitorais. Quando não é mais possível reverter pacificamente a autocracia, o avanço autocrático ocorreu, porque as próprias estruturas de governo foram transformadas e não podem mais se proteger. Essas mudanças geralmente incluem encher o tribunal constitucional (a Suprema Corte, no caso dos Estados Unidos) de juízes leais ao autocrata; embalar e enfraquecer os tribunais em geral; nomear um procurador-geral (o procurador-geral) que seja leal ao autocrata e fará cumprir a lei seletivamente em seu nome; alterar as regras de nomeação de servidores públicos; enfraquecimento dos governos locais; alterar regras eleitorais unilateralmente (para acomodar gerrymandering, por exemplo); e mudar a Constituição para expandir os poderes do executivo.

Chega a extensão imperial: os americanos não precisam do império americano

Philip Giraldi*

Este artigo está sendo escrito enquanto os eleitores vão às urnas no dia das eleições nos Estados Unidos. Embora tenha sido útil considerar como as coisas podem mudar, possivelmente para pior, é preciso reconhecer também que muito do que acontece nos Estados Unidos e em seu vasto império opera em virtude de suas próprias regras e dinâmicas internas, algo que é frequentemente referido como o “Estado Profundo” ou talvez mais precisamente como Estabelecimento.

Veja, por exemplo, as tentativas ocasionais, possivelmente sinceras, mas malsucedidas, da Casa Branca, nos últimos quatro anos, de retirar ou reduzir o número de soldados americanos envolvidos em vários conflitos armados em todo o mundo. Todas essas iniciativas foram frustradas ou redirecionadas de uma forma ou de outra e não se trata apenas de uma questão de trapaça de Donald Trump politicamente insensível em relação ao resultado que poderia ter sido obtido por um democrata mais experiente e responsável. O que move o motor do império é essencialmente bipartidário, mesmo à sua maneira, apolítico, existindo como uma forma de governo paralelo sem líder que funciona como uma comunidade de interesses em vez de uma burocracia. É inclusivo e reflete os verdadeiros centros de poder no país, ou seja, o estado de segurança nacional e Wall Street.

Em um artigo recente, Pepe Escobar dissipa qualquer expectativa de que uma política externa mais gentil e gentil possa emergir das eleições. Ele descreve com algum alarme como a vitória de Biden significará que a equipe de segurança nacional "Blob" que destruiu a Síria, Iêmen, Ucrânia e Líbia enquanto também assassinava americanos no exterior sob o presidente Barack Obama estará de volta. Ele cita o ex-briefer presidencial da CIA Ray McGovern, que persuasivamente descreve o “Blob” como o MICIMATT (complexo Militar-Industrial-Congresso-Inteligência-Mídia-Academia-Think-Tank). Pode-se muito bem adicionar o Federal Reserve Bank a essa lista.

Erdoğan denuncia «as políticas viciosas, provocadoras e odiosas de Macron»

Intervindo perante os parlamentares do AKP, em Ancara, em 28 de Outubro de 2020, o Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan denunciou uma nova campanha internacional contra o Islão.

Em 2005, ele opusera-se ao projecto norte-americano de «Guerra de Civilizações» e criara com o Primeiro-Ministro espanhol, José Luis Zapatero, a «Aliança de Civilizações» na ONU. Quinze anos mais tarde, ele tornou-se o Protector da Confraria dos Irmãos Muçulmanos com o apoio financeiro do Catar.

«A França e a Europa, em geral, não merecem as políticas viciosas, provocadoras e odiosas de Macron e daqueles que têm a mesma mentalidade», declarou ele nomeadamente.

Voltairenet.org | Tradução Alva

George Soros envia 2 000 mercenários curdos para Arménia (Erdoğan)

O Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan declarou, durante uma reunião de parlamentares do seu partido em Ancara, a 27 de Outubro de 2020, ter informado o Presidente russo, Vladimir Putin, do recursoa mercenários pela Arménia [1].

Citando a Organização Nacional de Inteligência (Millî İstihbarat Teşkilatı – MİT), ele afirmou que cerca de 2.000 combatentes do PKK (Partiya Karkerên Kurdistan) haviam sido encaminhados para a Arménia.

O Primeiro-Ministro arménio, Nikol Pachinian, chegou ao Poder em 2018 num Golpe de Estado financiado pelo especulador George Soros. O PKK era durante a Guerra Fria um partido marxista-leninista apoiado pela União Soviética. Progressivamente ele deslizou para o lado ocidental e tornou-se anarquista. Durante a guerra contra a Síria, enquadrou um Estado fantoche, o Rojava, sob proteção militar da OTAN. O seus serviços parecem agora ter sido alugados por George Soros.

O Presidente Putin teria dado parte do seu espanto face a esta notícia e o Presidente Erdoğan ter-lhe-ia respondido que não duvidava de uma intervenção russa se a linha vermelha de Moscovo fosse cruzada.

Voltairenet.org | Tradução Alva

Nota: [1] “2,000 PKK terrorists fighting in Karabakh alongside Armenia, Erdoğan says”, Daily Sabah, October 28, 2020.

Covid-19 | 46 mortos e 4410 novos casos positivos em 24 horas

Portugal ultrapassa os 160 mil casos e soma mais 46 mortos por covid-19

Portugal registou 4410 mil casos de covid-19 esta quinta-feira e acumulou mais 25 pessoas internadas, 320 das quais em cuidados intensivos. Há mais 46 óbitos

Depois de terem sido acrescentados 7497 casos positivos às estatísticas na quarta-feira, com o Governo a esclarecer que 3570 foram registados com atraso, contabilizando o total diário de ontem em 3927, esta quinta-feira os números voltaram a ultrapassar a fasquia dos quatro mil. Com mais 4410 positivos, o acumulado sobre agora para 161350 desde o início da pandemia.

Morreram mais 46 pessoas, depois do negro recorde de 59 vítimas mortais anotadas quarta-feira, com a contagem mortal a registar já 2740 vidas perdidas para a covid-19, desde que a doença foi detetada em Portugal, há pouco mais de nove meses.

O número de internados continua a subir, e a bater recordes, estando agora 2362 pessoas hospitalizadas, 320 das quais (menos cinco) em unidades de cuidados intensivos.

Mais 2507 pessoas foram consideradas recuperadas, sendo agora 91453 os doentes que superaram a covid-19. Contas feitas, há 67157 casos ativos do SARS-CoV-2 em Portugal, mais 67157 do que na quarta-feira, enquanto o número de pessoas sob vigilância aumentou em 1876, para 67442.

Mulher com menos de 50 anos entre as 46 vítimas mortais

É um facto, a covid-19 é particularmente mortal para os mais idosos, mas o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta quinta-feira regista o óbito de uma mulher com menos de 50 anos - é a 27.ª vítima desta faixa etária (15 homens e 12 mulheres) desde o início da pandemia.

No escalão imediatamente a seguir, registe-se a morte de mais dois homens com menos de 50 anos, uma faixa etária que está a anotar vítimas mortais quase todos os dias. Uma ou duas de cada vez, para um acumulado de 82 vidas perdidas neste intervalo de idades, dos 50-59 anos, sendo 58 homens e 24 mulheres.

A mortalidade é proporcional à idade, com a faixa etária seguinte (60-69 anos) a contabilizar mais quatro mortos (três homens e uma mulher), para um acumulado de 239 (167 homens e 72 mulheres). Acentua-se no escalão etário seguinte (70-79 anos), com o registo de mais oito óbitos (três homens e cinco mulheres), para um total de 542 (336 do sexo masculino e 206 do feminino).

Sem surpresa, a faixa etária dos mais idosos concentra 67% dos óbitos nas últimas 24 horas (31 em 46, sendo que 17 homens e 14 mulheres). Números globais, o escalão etário mais elevado concentra 74,5% dos óbitos totais por covid-19, 1841 em 2470, sendo 821 homens e 1020 mulheres.

Jornal de Notícias | Imagem: Fethi Belaid / AFP

Portugal | Salvar o Natal

Joana Mortágua* | Jornal i | opinião

O problema da política “do pau e da cenoura” é que, responsabilizando-nos a todos indiviualmente, pode acabar por atribuir culpas a quem não as tem se o Natal acabar por não correr como o esperado.

Ainda sem certezas sobre quando chegaremos ao novo pico da pandemia, o Governo multiplicou-se em declarações e anúncios sobre a operação “salvar o Natal”, uma estratégia ainda semi-desconhecida mas que foi entendida como um pedido preventivo de compreensão para medidas futuras, uma espécie de licença para confinar, que terá como recompensa a reunião familiar na noite de 24 de dezembro. 

A intenção é nobre, ninguém questiona isso, mas vale a pena discutir o resto e podemos começar pelas questões menos importantes. Interrogo-me se não se devia ter aprendido alguma coisa quando os profissionais de saúde recusaram a Liga dos Campeões como prémio e ter já arrumado o paternalismo como medida de gestão da pandemia. O problema da política “do pau e da cenoura” é que, responsabilizando-nos a todos individualmente, pode acabar por atribuir culpas a quem não as tem se o Natal acabar por não correr como o esperado.

Nunca devemos esquecer que estamos perante uma pandemia e a forma de lidar com ela é acima de tudo uma matéria de políticas públicas. As pessoas têm o dever de se proteger mas também têm o direito a ser protegidas pelo Estado, tanto na saúde como nos restantes direitos, liberdades e garantias, o que inclui direitos económicos e sociais, o que me leva à segunda questão que é a declaração do Estado de Emergência.

Ministério Público confirma investigação ao negócio do hidrogénio verde

PORTUGAL

O DCIAP está a investigar os contornos do plano nacional do hidrogénio lançado pelo Governo. O ministro Pedro Siza Vieira e o secretário de Estado João Galamba são alguns dos sujeitos sob investigação, avança a revista "Sábado".

O JN confirmou junto da Procuradoria-Geral da República (PGR) que está a decorrer um inquérito no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) sobre esta matéria. A PGR acrescenta que "o mesmo encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça".

Segundo a revista "Sábado", Pedro Siza Veira, ministro da Economia, e João Galamba, secretário de Estado da Energia, são alguns dos nomes sob investigação. A publicação adianta ainda que Costa Pina, ex-secretário de Estado do Tesouro e administrador da Galp, Carlos Martins, chairman da Martifer, e os ex altos responsáveis da EDP António Mexia e Manso Neto estarão também a ser investigados.

Em causa estarão eventuais crimes de tráfico de influência e de corrupção, entre outros crimes económico-financeiros, que teriam como objetivo o favorecimento de grupos empresariais no projeto governamental que visa implementar uma nova indústria de energia limpa e o investimento de centenas de milhões de euros nas próximas décadas.

Jornal de Notícias

IMAGEM DO DIA | MILICIAS DE TRUMP - coveiros da democracia


Nos EUA o rastilho aguarda uma faísca que o incendeie. Mesmo antes do ato eleitoral já as milícias apoiantes de Trump se passeavam por vários estados do país, depois mesmo junto a locais de voto. Eles estão armados com tudo à vista. Não se conhecem milícias de apoiantes de Biden mas é sabido que também há apoiantes que transportam nas vestes pistolas, em vez de metralhadoras. Eleições "livres" com protagonistas cowboys que são coveiros da democracia. Great America?

PG

Eleições nos EUA | Biden tem 253 ou 264 votos? A resposta está no Arizona

Protestos pela contagem de votos levam apoiantes de Trump e Biden às ruas

Um segundo mandato do republicano Donald Trump ou a vitória do democrata Joe Biden? Os Estados Unidos escolhem quem vai ser o novo presidente, além de renovarem um terço do Senado, a totalidade da Câmara dos Representantes e 13 dos 50 governadores. 

Os estados que faltam 

Alasca, 3 votos

O Alasca só ainda contou 50% dos votos mas Trump, como esperado neste estado tradicionalmente republicano, está à frente com quase o dobro dos votos.

Todos os analistas colocam-no na coluna do presidente, não entrando nas contas de Biden.

Os votos por correio só vão ser contados uma semana depois das eleições, pelo que não haverá resultado tão cedo.

Pensilvânia, 20 votos

Trump já teve quase 700 mil votos de vantagem e disse que tinha ganho a eleição neste estado, mas a diferença para Biden tem vindo a cair, sendo agora de apenas 165 mil votos, segundo a AP, com 89% dos votos contados.

Há quatro anos, Trump venceu por menos de 1%. Este ano, faltará contar cerca de 800 mil de votos, muitos deles da região de Filadélfia (só aqui houve 350 mil votos por correio), com tendência democrata. Biden tem ganho no voto por correio.

Os responsáveis do estado acreditam que terão a maioria dos votos contados até sexta-feira. O problema com o atraso da contagem neste estado prende-se com o facto de as autoridades não terem sido autorizadas a processar o voto por correspondência antes do dia das eleições.

Carolina do Norte, 15 votos

O presidente lidera por 77 mil votos neste estado, com 94% dos votos contados, mas ainda haverá cerca de 116 mil por contar e outros milhares de votos possíveis, já que desde que tenham sido colocados no correio até 3 de novembro, então podem ser contados até dia 12.

Daí que as autoridades estaduais tenham apelado à calma, já que dependendo da diferença, pode não haver projeção de vencedor tão cedo.

No voto por correspondência, Biden está a ter um melhor resultado do que Trump, mas resta saber se será suficiente para ultrapassar o presidente.

Nevada, 6 votos

Com 75% dos votos contados, Joe Biden lidera por oito mil votos, mas Trump tem vindo a aproximar-se, num estado que tem votado democrata nos últimos anos mas que perdeu por pouco em 2016.

Neste estado são aceites os votos que tenham sido postos no correio até ao dia das eleições, sendo esperados novos dados apenas esta quinta-feira ao meio-dia (17.00 em Lisboa).

Os votos que falta contar incluem votos por correio recebidos no dia das eleições e outros que ainda estão a chegar.

Geórgia, 16 votos

Donald Trump lidera por 23 mil votos, segundo a AP, quando se estima que estejam contados 98% dos votos. Mas Joe Biden tem vindo a recuperar terreno.

A corrida ainda é considerada demasiado próxima para haver uma declaração de vencedor porque os votos que faltam incluem os votos por correspondência nas áreas com maior número de habitantes, incluindo na região metropolitana de Atlanta, que pende para os democratas.

Biden, segundo a AP, está a ter melhores resultados do que Hillary Clinton em 2016 nessas zonas.

A contagem ainda decorre na Geórgia, mas provavelmente só de manhã (são 05,00 agora nesse estado) se saberá mais dados.

Biden tem 253 ou 264 votos? A resposta está no Arizona

Nas contas para chegar a 270 votos no Colégio Eleitoral e vencer as presidenciais norte-americanas, os media não apresentam todos os mesmos números. Uns dão 253 votos a Joe Biden e outros já lhe dão 264. A diferença são os 11 votos do Arizona.

Os media usam diferentes fórmulas para projetar a vitória de um determinado candidato em cada estado, à medida que os números oficiais de votos contados vão chegando.

A Fox News, conservadora, foi a primeira a entregar o Arizona a Biden, ainda na terça-feira à noite (já madrugada em Portugal), com apenas 73% dos votos contados, irritando a campanha de Donald Trump. Seguiu-se a agência AP cerca de três horas depois.

Outras estações de televisão também já entregaram o Arizona ao candidato democrata, ao contrário da CNN. Os votos que têm chegado têm dado para aproximar Trump de Biden neste estado e, segundo a estação, os votos que se esperam são do condado de Maricopa, que Trump ganhou há quatro anos.

A CNN dá uma margem de 70 mil votos a favor de Biden com uma estimativa de 86% dos votos contados.

A CNN também ainda não entregou o quarto voto no Colégio Eleitoral referente ao Maine (Biden ganhou os outros três) a Trump, ao contrário da AP. Assim, diz que ele tem 213 eleitores, enquanto outros já apontam para os 214.

Protestos pela contagem de votos levam apoiantes de Trump e Biden às ruas

Apoiantes do Presidente norte-americano, Donald Trump, concentraram-se em frente a mesas de voto, exigindo o fim da contagem, enquanto milhares de manifestantes saíram às ruas em várias cidades para reclamar que todos os boletins sejam contados.

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Trump já anunciou avançar com processos judiciais em três estados

A campanha de Donald Trump já anunciou ao longo da noite que decidiu avançar com processos judiciais na Pensilvânia, Michigan e Geórgia, para tentar interromper a contagem de votos naqueles três estados.

Na Geórgia, o Partido Republicano entrou com um processo contra o Conselho Eleitoral do Condado de Chatham, e o presidente do partido estadual já anunciou que planeiam processar uma dúzia de condados.

Neste estado, o processo alega que um observador republicano viu um funcionário da votação pegar em cédulas não processadas que estavam numa "sala dos fundos" e misturá-las com cédulas processadas.

A equipa da campanha de Trump tenta levantar suspeitas também na forma como está a ser feita a contagem de votos na Pensilvânia e no Michigan. No entanto, a AP conta que esteve numa dessas contagens, no Michigan, e que estavam presentes elementos dos democratas e dos republicanos.

A equipa da campanha do ainda presidente norte-americano anunciou também que iria pedir a recontagem dos votos em Wisconsin.

"Há relatos de irregularidades em vários condados do Wisconsin", acusou o responsável pela campanha do partido republicano, Bill Stepien, citado pela AF, sem fornecer mais detalhes.

No entanto, a recontagem de votos tem um custo e a equipa de Donald Trump já começou a pedir dinheiro aos seus seguidores para que ação possa avançar.

Lusa

Helena Tecedeiro, Ricardo Simões Ferreira, César Avó, Susana Salvador | Diário de Notícias

Covid-19 no mundo: EUA com máximo diário de 100 mil infetados

Alemanha com pico de 20 mil novos casos apesar do confinamento parcial

Estados Unidos atingem quase 9,5 milhões de infetados. México teve 635 mortos nas últimas 24 horas. Colômbia teve quase 8700 novos casos e no último dia testou 51 mil pessoas. Indonésia entrou em recessão devido ao impacto da pandemia

Em todo o mundo, a pandemia do novo coronavírus já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e de 47,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa France Presse.

Segue-se um resumo, país a país, dos dados mais relevantes sobre a evolução da pandemia.

ALEMANHA

A Alemanha registou um novo máximo de infeções por novo coronavírus com quase 20.000 casos positivos em 24 horas e 118 mortos. Na quarta-feira, as autoridades de saúde registaram 19.990 novas infeções e 118 mortos.

O total de casos positivos desde o anúncio do primeiro contágio no país, no final de janeiro, é de 597.583, com 10.930 óbitos. Cerca de 391.600 pessoas recuperaram da doença.

Em toda a Alemanha, a incidência na quarta-feira foi de 125,8 casos por 100 mil habitantes em sete dias, de acordo com o relatório diário do RKI.
Na semana passada, dos 1.567.083 exames realizados por 191 laboratórios, 113.822 (7,26%) foram positivos. O número de doentes internados em cuidados intensivos chegou aos 2.546.

A Alemanha iniciou na segunda-feira um confinamento parcial decretado pelo governo para tentar conter o aumento diário de novo casos de covid-19, que quase atingiu, na semana passada, os 20 mil. O governo alemão optou por fechar desde segunda-feira e durante um mês bares, cafés, cinemas, teatros, museus e outros estabelecimentos.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Os Estados Unidos registaram cerca de 100 mil infetados com o novo coronavírus no espaço de 24 horas (dados divulgados quarta-feira à noite), um novo máximo diário, que eleva o total de casos no país a 9.477.239.

De acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins, o número de mortes por covid-19 no país, desde o início da pandemia, subiu para as 233.650.

Embora Nova Iorque não seja o estado com o maior número de infeções, continua a ser aquele onde foram contabilizados mais óbitos (33.556). Só na cidade de Nova Iorque morreram 24.034 pessoas.

O Instituto de Avaliações e Métricas de Saúde da Universidade de Washington estimou que até o final do ano os Estados Unidos vão registar 325 mil mortos e 400 mil a 1 de fevereiro.

INDONÉSIA

A Indonésia reportou 4065 novos casos de covid-19 esta quinta-feira, o que eleva o total de casos no país a 425.796. Nas últimas 24 horas as autoridades de saúde identificaram ainda 89 mortos devido à doença do vírus, o que prefaz um acumulado de óbitos no país de 14,348.

A Indonésia entrou em recessão pela primeira vez desde a crise financeira asiática, há mais de 20 anos, devido ao impacto da pandemia covid-19, segundo dados esta quinta-feira divulgados pela agência de estatísticas do país.

RÚSSIA

A Rússia reportou esta quinta-feira 19.404 novos casos de pessoas que estaram positivo à covid-19, e só em Moscovo foram identificadas5255 infetados nas últimas 24 horas.

No último dia, as autoridades sanitárias russas contabilizaram ainda 292 mortes relacionadas com a covid-19. Desde o início da pandemia, a Rússia soma 1,712,858 pessoas contagiadas com o vírus, das quais 29.509 foram vítimas mortais.

ÍNDIA

A Índia contabilizou 704 mortes provocadas pela covid-19 e 50.210 novos casos nas últimas 24 horas, incluindo 6.842 em Nova Deli, que regista um novo máximo pela segundo dia consecutivo.

Nova Deli tem atualmente mais de 37 mil casos ativos, na que é considerada a pior vaga da doença na cidade desde março, numa altura em que o balanço diário a nível nacional tem vindo a descer. O Ministério da Saúde indiano atribuiu o aumento de casos na capital à temporada de festivais religiosos, alertando que a situação pode agravar-se devido ao aumento da poluição.

Desde o início da pandemia, a Índia registou mais de 8,3 milhões de casos de covid-19 (8.364.086), mantendo-se como o segundo país com mais infeções, atrás dos Estados Unidos, atualmente com quase 9,5 milhões. Com um total de 124.315 mortes, a Índia é o terceiro país do mundo com mais óbitos, a seguir aos Estados Unidos e Brasil.

MÉXICO

O México registou 635 mortos e 5.225 infetados com o novo coronavírus em 24 horas, aumentando o total de óbitos para 93.228 e de casos para 943.630 desde o início da pandemia.

No último dia, foram confirmados aumentos de 0,68% nas mortes e 0,55% nas infeções, em comparação com o anterior. As autoridades mexicanas indicaram ainda que 697.402 pacientes foram dados como recuperados. Só a Cidade do México responde por 16% de todas as mortes em todo o país.

Entre os profissionais de saúde existem 140.196 casos confirmados acumulados de covid-19, além de 31.870 suspeitos. O México é o décimo país com mais infeções e o quarto com o maior número absoluto de mortes, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.

COLÔMBIA

A Colômbia contabilizou mais 8.692 infeções pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, elevando para 1.108.084 o número de contágios desde o início da pandemia. De acordo com as autoridades sanitárias, morreram mais 166 pessoas, aumentando para 32.013 o número de óbitos desde o início da pandemia.

Entre as regiões com maior número de mortes, a capital do país, Bogotá, contabilizou 33 mortes, seguida por Antioquia (24), Santander (13), Tolima (12), Caldas, Hula e Vale da Cauca (dez)e Meta (sete). O Ministério da Saúde também anunciou que há 71.357 casos ativos no país, mas o número de pessoas que recuperaram está agora nos 1.002.202, ou seja, 90,44% das pessoas infetadas recuperaram.

Antioquia foi a região com o maior aumento de casos no último dia (mais 2.008), seguida por Bogotá (1.818), Vale de Cauca (678), Cesar (426) e Santander (412). As autoridades sanitárias realizaram 50.994 testes à presença do novo coronavírus nas últimas 24 horas.

CHINA

A Comissão de Saúde da China anunciou esta quinta-feira ter identificado oito casos de contágio local da infeção covid-19 nas últimas 24 horas, na região de Xinjiang, no extremo noroeste do país, e 20 casos oriundos do exterior.

Kashgar, na região de Xinjiang, detetou no mês passado um surto que infetou dezenas de pessoas. Os 20 casos importados foram diagnosticados nos municípios de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Sichuan (sudoeste), Henan (centro), Mongólia Interior (norte), Fujian (leste) e Shaanxi (centro).

As autoridades chinesas disseram que, no último dia, 20 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 400, incluindo nove doentes em estado grave.

A China não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634. O país somou, no total, 86.115 infetados desde o início da pandemia, dos quais 81.081 recuperaram da doença.

Em atualização, no Expresso

Vergonhosa e Minúscula América...

A América, como tantos dizem ao referirem-se aos EUA (como se aquela parte nortenha do continente fosse dona da parte central e do sul) mostra o que para as elites político-partidárias e financeiras significa a democracia, as eleições, os votos e os interesses pessoais e de grupos afetos ao grande capital e aos lobies. Os EUA democráticos há muito que se extinguiram. A grande democracia exauriu-se perante a máfia que há décadas a governa governando-se. A bandidagem perdeu as estribeiras e proporciona ao mundo inteiro o triste espetáculo da pouca vergonha de uns quantos. O caráter de Al Capone e as suas práticas ressuscitam todos os dias da Casa Branca ao Congresso encarnado nos pseudo altos dignitários da nação, a começar pelo Presidente. Na atualidade um tal Trump, mas há mais daquele quilate, uns armados como no faroeste, outros nem por isso. Todos esses a pavonearem-se sem dignidade, sem o devido respeito pelos eleitores, pelos cidadãos dos EUA, pelo próprio país que querem e dizem ser grande - uma falácia. Assistimos em todo o mundo á maior ausência de vergonha no decorrer do apuramento do resultado das eleições. Todos vimos isso fora daqueles fronteiras, assim como todos os cidadãos dos EUA com dignidade também vêem. Vêem o que não merecem. Povo nenhum merece ver os seus líderes a personalizarem o triste espetáculo a que temos assistido. A refrega eleitoral pode vir a complicar-se muito mais. De um lado e de outro, democratas e republicanos, andam armados. É o dividirem para reinarem um povo alienado, fraccionado, que está a exibir os antagonismos que as duas formações partidárias têm semeado. A Grande América já não o é. Quem não sabe?! Pelo menos que se salve o grande povo naquela América Vergonhosa e Minúscula.

A seguir o Curto do Expresso. Para si. Bom dia.

MM | PG

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Vitória de Biden é quase certa mas Trump ameaça impugnar resultados

Miguel Cadete | Expresso

A vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da América está muito próxima e pode mesmo ser anunciada hoje. Segundo o “New York Times”, o ex-vice de Barack Obama já assegurou 253 grandes eleitores dos 270 que são necessários para chegar a Chefe de Estado contra apenas 214 para Donald Trump. Siga aqui a contagem dos votos em direto.

A conquista por parte de Biden dos estados do Wisconsin e Michigan, anunciada ontem à noite, pode ser decisiva, havendo mesmo quem, como a Associated Press, coloque as contas num 264 contra 214, tornando a disputa no Nevada (que vale seis eleitores) decisiva para Biden chegar a Presidente. Nesse caso, a contagem de votos na Pensilvânia, Carolina do Norte ou Geórgia já seria irrelevante.

A diferença entre as várias contagens acontece ora por ainda não terem sido contabilizados muitos dos votos enviados pelo correio, um processo que ganhou muito destaque nestas eleições devido à pandemia, ora porque Donald Trump está a utilizar processos judiciais para pedir a recontagem de votos ou impedir o regular funcionamento do processo eleitoral.

Depois de se ter declarado vencedor prematuramente, o atual Presidente dos EUA, encontra-se perante um cada vez mais provável cenário de derrota, e então pediu a recontagem de votos no Wisconsin, exigiu a sua paragem no Michigan, suspeitou dos prazos de fecho das urnas na Pensillvânia e quer impedir que sejam válidos os votos mais tardios na Geórgia. Além de uma vitória na secretaria, dependente de regulamentação diversa de estado para estado, Trump pretende prolongar o anúncio do vencedor destas eleições. A ameaça de recorrer ao Supremo Tribunal, onde há uma maioria de conservadores, de forma a parar a contagem dos votos foi outro sinal dado por Trump nesse sentido.

Os menos crentes na democracia americana acreditam que os EUA podem ser, neste momento, um barril de pólvora. Sobretudo se Trump insistir na tese da fraude eleitoral e apelar a milícias e grupos armados, abandonando o recurso às instituições judiciais para contestar a contagem de votos. Na rede social Twitter, alguns dos seus posts foram mesmo censurados.

O populismo – que é anterior à investidura de Trump como Presidente - será contudo a grande marca destas eleições na América, até pelo contágio que o fez alastrar a outros continentes. E esse poderá permanecer bem vivo na sociedade americana. David Dinis, enviado especial do Expresso a estas eleições, encontrou já nove obstáculos para normalizar esta América pós-Trump.

Em Portugal, uma provável mudança de Presidente dos EUA poderá ter repercussões muito relevantes, basta lembrar o recente ultimato do Embaixador de Washington m Lisboa no que respeita à relação com a China. Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, “uma administração Biden será uma mudança”, disse ontem em declarações à RTP.

Joe Biden também falou ontem, 20 horas depois do fecho das urnas, mas não se anunciou vencedor ainda que tenha dito acreditar na vitória final. “Meus amigos americanos, provaram de novo que a democracia é o coração deste país. Mais de 150 milhões votaram e isso é extraordinário. O governo do povo e para o povo está vivo”, disse.

Estas foram as eleições presidenciais mais concorridas nos EUA nos últimos cem anos. Tanto o candidato democrata como o candidato republicano terão somado cinco milhões de votos ao resultado que obtiveram em 2016. Foram esse dez milhões de votantes adicionais que também ajudaram à derrota das sondagens nesta eleição. Joe Biden terá conseguido o desempenho bem acima daquele obtido por Hillary Clinton nas áreas urbanas. Já Donald Trump terá alcançado mais votos nas áreas rurais e menos povoadas. Não foram reportados, até agora, distúrbios nas urnas nem problemas na contagem electrónica dos votos.

A disputa promete, contudo, passar das urnas para os tribunais. E dos tribunais para as ruas. Oiça a edição de hoje do podcast Expresso da Manhã, conduzido por Paulo Baldaia, com participação especial neste episódio dos enviados do Expresso Pedro Cordeiro (em Washington) e David Dinis (em Nova Iorque). Quinze minutos por dia em que fica a saber tudo o que se passa em Portugal e no mundo.

OUTRAS NOTÍCIAS

Em Portugal foi ontem registado um novo máximo de mortos em 24 horas atribuídos à pandemia do novo coronavírus. Além dos 3570 novos casos confirmados, a DGS anunciou a morte de 59 infetados com covid-19. A boa notícia, ainda que surpreendente face a estes dados, é a queda do indicador de transmissão (Rt), de 1,27 a 10 de outubro para 1,14; o que significaria um claro desacelerar da pandemia.

Rui Rio ainda não aceitou exigências do Chega e chumba geringonça açoriana. A recusa da revisão da Constituição, como pretende o partido de André Ventura, não foi aceite o que leva a acreditar que não existirá uma coligação entre PSD, CDS, PPM, IL e Chega. José Manuel Bolieiro, o líder do PSD Açores, tem até sábado para apresentar uma solução governativa.

Parlamento quer votar Estado de emergência esta sexta-feira. A data só ainda não é definitiva porque o decreto ainda não chegou da Presidência da República.

O Presidente da CIP está contra o Estado de Emergência devido ao impacto que tem nas empresas. Segundo António Saraiva, está demonstrado “desde março, que há outras soluções”. Também a Confederação do Comércio tem dúvidas e alerta “para o impacto nas empresas”. O PCP está, neste caso com os patrões, “estado de emergência ou recolher obrigatório nada resolvem”, disse a Direção da Organização Regional do Porto do PCP.

CUF assina acordo com SNS. O Hospital CUF do Porto vai receber doentes oriundos do Serviço Nacional de Saúde, tal como está previsto no acordo ontem assinado com a ARS do Norte. Ficou determinado o pagamento de 1962 euros por cada episódio de internamento sem ventilação ou com ventilação até 96 horas e de 12.861 euros nos casos mais graves e que permanecem além de quatro dias no hospital com recurso a ventilação. Já no Hospital de Penafiel, a Ordem dos Enfermeiros diz que se vive um autêntico clima de guerra.

Na manchete do “Público” lê-se que um milhão e meio de consultas ficaram por fazer devido à pandemia. O Ministério da Saúde também alertou para o facto de 150 mil cirurgias terem sido canceladas.

Na capa da revista “Sábado” noticia-se que o Ministério Público está a investigar o ministro da Economia, Siza Vieira, e o secretário de Estado João Galamba devido aos negócios do hidrogénio em Sines. Ainda segundo aquela publicação, António Mexia e Manso Neto, ex-administradores da EDP e REN, também são alvo, bem como Costa Pina, da Galp.

Prossegue o julgamento do hacker Rui Pinto. Ontem esteve no tribunal Nélio Lucas, fundador da Doyen, que assumiu que a empresa nunca perdia dinheiro. No entanto, foi encontrado um buraco de 31 milhões de euros nas contas da Doyen em Malta.

“Idiot Prayer”, o concerto a solo que Nick Cave deu durante o período de quarentena vai ser exibido em Portugal esta quinta-feira, 5 de novembro. O espectáculo foi transmitido em streaming, a partir da sala londrina Alexandra Palace sem qualquer público a assistir. Saiba em que salas pode ver o filme aqui.

FRASES (Especial Eleições EUA)

“O pobre Biden é um embaraço mantido em bom recato. No fundo é um adereço anacrónico, uma promessa desvitalizada de regresso a um business as usual passado, a uma era pré-Trump, mas também pré-Obama”. Sérgio Sousa Pinto, colunista do Expresso

“Não sei quando se cansará Trump da sua obsessiva narrativa segundo a qual foi roubado e o vencedor foi ele”. Henrique Monteiro, colunista do Expresso

“Se Trump perder, serão, até 20 de janeiro, dois meses e meio de inferno. Não estou otimista, mas esperemos que seja a provação mais rápida. O mundo precisa de se ver livre deste incendiário”. Daniel Oliveira, colunista do Expresso

“Como dizia há dias Fareed Zakaria, há que ter esperança no lado solar da América”. Henrique Raposo, colunista do Expresso

O QUE ANDO A LER

Em tempo de renhidas eleições nos Estados Unidos da América não é descabido recuar a um dos mais lendários debates na televisão portuguesa. Para a história ficou aquele que opôs Mário Soares e Álvaro Cunhal, então líderes do PS e do PCP, capaz de prender o país ao pequeno ecrã, numa época em que apenas existiam dois canais de televisão, ambos da RTP.

A refrega teve lugar a 6 de novembro de 1975, entre as eleições para a Assembleia Constituinte e as eleições legislativas de 1976. Dias antes tinha sido assaltada a Embaixada de Espanha em Lisboa. E semanas depois teria lugar o cerco aos deputados da Constituinte que ficariam sitiados no Parlamento. Era também o tempo em que os moderadores, Joaquim Letria e José Carlos Megre, soltavam fartas baforadas dos seus cigarros, logo a abrir a contenda, como aliás é possível atestar nas várias reproduções do debate que hoje se encontram no YouTube ou noutras plataformas.

Para a história ficou também a tirada de Álvaro Cunha, repetida meia dúzia de vezes, em resposta às provocações de Mário Soares, empenhado em conter o totalitarismo comunista: “Olhe que não, olhe que não!”. Estas visões antagónicas do mundo ou da democracia deram origem a muito mais do que um debate. Dividiram o país até há bem pouco tempo e marcaram decisivamente a sociedade portuguesa desde o 25 de Abril de 1974.

Agora deram também origem a um livro, que leva por título o famoso dito de Cunhal. “Olhe que Não, Olhe que Não” é uma edição da Tinta-da-China que chega amanhã às livrarias, da autoria de José Pedro Castanheira e José Maria Brandão de Brito. Ao todo são 312 páginas que passam a pente fino um país em convulsão, saído do Estado Novo e a aprender a lidar com a democracia. A promoção do livro aponta a data como o “ato fundador da democracia mediática” portuguesa, apesar de meses antes os mesmos oponentes terem ensaiado este histórico debate aos microfones da Antenne 2 francesa.

E se a televisão então foi fundamental para a discussão livre e plural, que dizer hoje, passados 45 anos, da utilização das redes sociais e da sua perversão no que respeita ao debate político. Éramos mais inocentes em 1975?

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