Informação foi avançada pela coordenadora das Nações Unidas em Moçambique, que diz esperar que a situação seja ultrapassada nas próximas semanas. Visto para prestadores de assistência humanitária foi criado em dezembro.
Mais de 50 especialistas das
Nações Unidas aguardam por visto humanitário, criado há três meses por
Moçambique, para poderem entrar no país e ajudar a resolver a crise
"Temos mais de 50 pedidos [pendentes] e esperamos poder ter a possibilidade de obter vistos humanitários nas próximas semanas", referiu à Lusa a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Myrta Kaulard, que acrescentou: "Eu espero semanas" e não um prazo maior, "porque é necessário" que esse apoio externo chegue ao terreno, disse.
Um relatório da ONU de final de janeiro sobre o acesso da ajuda humanitária a Cabo Delgado enunciava a existência de "desafios administrativos" com 57 vistos pendentes - acrescentando que a demora na aprovação rondava, em média, três meses e meio.
Segundo o mesmo documento, materiais para saúde, abrigo ou outros itens de apoio estavam a demorar quase três meses para serem libertados pelas alfândegas.
"Como todas as coisas administrativas", os novos vistos de entrada no país "precisam de tempo para começar a ser utilizados" e as férias de final de ano e a covid-19 estão a atrasar o processo - a par de "aspetos administrativos do visto que ainda têm de ser definidos", disse Myrta Kaulard.
"Estamos a trabalhar muito, junto com as instituições moçambicanas, como o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e o Ministério do Interior, para ver como resolver isto", porque "é muito importante ter mais pessoal humanitário no norte do país".
"A zona é bastante grande, as necessidades são muitas e precisamos de estar presentes em todos os distritos", acrescentou.
"Limitação muito grande"
Segundo Myrta Kaulard, a falta de vistos humanitários constitui uma limitação "muito grande" à "eficiência da resposta humanitária e, no final, vai ter implicações também na disponibilidade dos parceiros para contribuir com recursos", caso não haja "capacidade de distribuir ajuda humanitária".
Os vistos são destinados a especialistas que devem deslocar-se a Moçambique para "estabelecer sistemas, mecanismos e treinar as capacidades locais".
"É uma resposta que tem de ser rápida" e uma capacitação que deve ser feita ao mesmo tempo que são montadas as respostas nas áreas da saúde, educação, apoio social ou outras. Formar, trabalhando, porque não se pode "esperar até ter as pessoas treinadas", concluiu.
Contactada pela Lusa, fonte do Serviço Nacional de Migração (Senami) do Ministério do Interior moçambicano remeteu quaisquer esclarecimentos sobre o assunto para momento oportuno.
O Governo moçambicano anunciou a
01 de dezembro de
Deutsche Welle | Lusa
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