domingo, 21 de março de 2021

Covid-19: Autoridades timorenses anunciam 55 novos casos, maior número de sempre

Díli, 21 mar 2021 (Lusa) – As autoridades timorenses anunciaram hoje terem detetado nas últimas 24 horas 43 novos casos da covid-19 em Díli, onze em Baucau e um em Viqueque, elevando para 206 o número total de casos ativos no país, novos máximos.

Rui Araújo, coordenador da equipa para a Prevenção e Mitigação da covid-19 da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), explicou que nas últimas 24 horas três pacientes recuperaram da doença.

O maior número de casos registados, um total de 26, ocorreu na Aldeia 20 de setembro (Bebonuk), em Díli depois de um amplo rastreio de contactos na zona.

Na sequência da deteção dos casos, efetivos da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) realizaram uma operação no bairro de Bebonuk, considerada “zona vermelha”, para apoiar as equipas de vigilância no rastreio de contactos de pacientes positivos.

Euclides Belo, segundo-comandante da PNLT em Díli, confirmou à Lusa que a operação pretendeu garantir, por um lado, o cumprimento do confinamento domiciliar obrigatório e, ao mesmo tempo, permitir a testagem de contactos de casos confirmados.

“Foi uma operação para garantir que as pessoas respeitam as regras do confinamento e ficam em casa e para que as equipas médicas possam trabalhar na recolha de amostras de contactos com casos positivos”, disse.

O porta-voz reiterou apelos à população para que cumpram as regras de confinamento domiciliar obrigatório, explicando que isso não está a ocorrer em bairros como Bebonuk ou outros de grande densidade populacional.

“É necessário um maior cumprimento do confinamento domiciliário. Infelizmente o cumprimento não está a ser respeitado, particularmente dentro dos bairros. O Bairro de Beobonuk é um exemplo concreto, como outros, frisou.

“É importante que as pessoas tenham em conta que qualquer aglomeração sem proteção individual aumenta o risco de transmitir esse vírus a outras pessoas. As autoridades policiais estão a estudar formas de garantir que não há aglomerações dentro dos bairros”, afirmou.

Registaram-se ainda nove casos novos na Aldeia Bidau Tokobaru 2 (Culuhun), sete na Aldeia Grilos (Gricenfor) e um na Aldeia Berbidu (Becora).

“Completamos hoje um ano desde que detetamos o primeiro caso da covid-19, em 21 de março de 2020. A maioria dos casos detetados desde aí foram casos importados ou esporádicos”, explicou.

“Em 22 de fevereiro detetamos casos em Fatumean (Covalima) e Timor-Leste entrou numa fase nova, de transmissão em focos ou transmissão local, segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS). A partir de março o fenómeno de transmissão em focos espalhou-se a Dili, Baucau e Viqueque”, recordou.

Rui Araújo anunciou ainda mais 11 casos em Baucau, elevando para 19 o número de casos detetados na segunda cidade do país, em concreto na aldeia Builai (Buibau), e mais um na aldeia Mamaluk (Beloi), no município de Viqueque.

Os casos ativos incluem 46 assintomáticos e seis com sintomas moderados.

O porta-voz do CIGC deu ainda conta de um primeiro caso considerado “moderado” de uma pessoa que “sofre insuficiência renal crónica e recebe hemodialise” e que está atualmente “estável” no centro de isolamento de Vera Cruz.

Registou-se ainda o caso de uma mulher de 27 anos, que estava em isolamento em Tasi Tolu e foi transferida para isolamento em Vera Cruz, devido a uma hemorragia, resultado de um aborto.

“Está a receber tratamento especializado em Vera Cruz e está estável”, explicou.

Entretanto, Euclides Belo disse ainda à Lusa que as autoridades policiais detiveram na madrugada de hoje 13 pessoas que tentaram sair clandestinamente da cidade de Díli, sem as autorizações necessárias ou sem cumprir o protocolo previsto.

Os 12 homens e uma mulher saíram sem serem detetados da zona da cerca e acabaram por ser detidos por efetivos da polícia do município de Manatuto que os acompanharam depois e entregaram às autoridades em Díli.

“Está a ser feito o processo de identificação dos detidos”, referiu.

Rui Araújo explicou que “a grande maioria dos casos no isolamento são assintomáticos, com menos de 10% com sintomas ligeiros e apenas um caso moderado”, o da doente com tratamento de hemodialise.

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