Cabo Delgado
Bertolino Capitine disse que relatório da Amnistia Internacional trouxe "inverdades" e negou a contratação de mercenários. Foi a primeira reação oficial sobre as denúncias de abusos divulgadas na semana passada pela ONG.
O vice-chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas de Moçambique, Bertolino Capitine, negou, este
domingo (07.03), as acusações
da Amnistia Internacional (AI) de "crimes de guerra" no
combate aos terroristas
O militar rejeitou de forma veemente as acusações da organização, que responsabiliza as forças armadas e um grupo de segurança privado sul-africano pela morte de centenas de civis. Foi a primeira reação oficial de uma autoridade moçambicana desde que o relatório da Amnistia foi publicado, na passada terça-feira (02.03).
O General negou também as alegações da AI sobre a contratação pelo Governo da empresa militar Dyck Advisory Group (DAG) para reforçar as suas fileiras após perder "uma série de batalhas" no norte do país.
"O relatório traz algumas inverdades", disse Bertolino aos jornalistas durante uma deslocação por Cabo Delgado organizada pelo Governo à profissionais de imprensa.
"A nossa missão é defender a soberania e a integridade territorial e não podemos maltratar a comunidade", acrescentou, observando que o relatório tinha sido escrito por "pessoas que nunca estiveram [na região]".
Empresa de segurança quer investigar
A AI documentou várias alegadas violações dos direitos humanos que teriam sido perpetradas pelas Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique (FADM), incluindo execuções sumárias de aldeões vendados e de uma mulher nua, gravado em vídeo.
A ONG internacional acrescentou que mercenários da DAG usaram helicópteros para disparar e lançar granadas indiscriminadamente sobre multidões. O DAG divulgou que vai investigar as acusações.
Um grupo armado conhecido localmente como "Al-Shabaab" também é acusado de atos de extrema violência, incluindo numerosas decapitações e profanação de cadáveres. Os terroristas lançaram uma série de ataques a cidades e aldeias na província rica em gás de Cabo Delgado desde 2017.
A violência deixou pelo menos 2.600 pessoas mortas, cerca de metade das quais civis, de acordo com a ONG norte-americana "Dados sobre a Localização de Conflitos e Eventos Armados", na tradução livre do inglês.
Deutsche Welle | AFP, mjp
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