General com mãos manchadas de
sangue comanda tropas ruandesas
Percurso militar de general
ruandês
De inocente parece ter apenas o nome, o comandante das forças ruandesas no norte de Moçambique, a considerar pelo seu currículo enquanto militar.
Por exemplo, algumas plataformas online do seu país, como o therwandan.com, revelam que o major-general Innocent Kabandana é responsável pelo assassinato de bispos católicos em Gakurazo, em 1994, e por liderar uma caça aos dissidentes ruandeses nos EUA e Canadá quando serviu como adido militar na Embaixada do Ruanda em Washington, uma atividade que também é do conhecimento Cleophas Habiyareme, presidente da Associação dos Ruandeses Refugiados em Moçambique.
"Sobre esse comandante para
combater
Mas o ruandês mostra-se seguro:
"Pra mim isso não pode criar um pânico na comunidade ruandesa
"A segurança dos refugiados é da responsabilidade do Governo. Acho que o Governo não vai e nem pode permitir isso, porque a perseguição ao refugiado é igual ao terrorismo", sublinha Habiyareme.
Em Moçambique, o novo posto de trabalho de Kabandana, os ruandeses, cuja comunidade soma cerca de 4000 pessoas, têm sido igualmente perseguidos e mortos nos últimos anos. O caso mais recente foi o sequestro, sem esclarecimento até ao momento, do jornalista e dissidente Ntamuhanga Cassien, na Ilha de Inhaca.
Comandante ruandês alvo de suspeitas
Irá Kabandana continuar a caçar dissidentes paralelamente à sua tarefa oficial de lutar contra o terrorismo no norte de Moçambique? Cleophas Habiyareme desconfia que "sim, pode ser. Acho que o Governo [de Kigali] pode se esconder nessa missão para perseguir os dissidentes desse Governo. Mas tenho a certeza de que o Governo de Moçambique não vai permitir isso."
Maputo recebe um voto de confiança, embora nunca tenha esclarecido os sucessivos crimes contra ruandeses, mas tal não é estendido a Kigali, cuja governação considerada ditatorial se fossiliza e se estica à vizinhança.
E Kabandana, como comandante das Forças Especiais ruandesas, terá liderado operações no Kivu Sul, na República Democrática do Congo, com a missão de eliminar os refugiados hutus e repatriar mulheres e crianças, criar e lutar em nome do RED Tabara - um movimento de resistência contra o Governo do Burundi - e de desmantelar os grupos de resistência suspeitos de serem aliados de grupos armados ruandeses.
O general é igualmente acusado de ter deixado feridas irreparáveis ao longo de sua carreira no 157º Batalhão do Exército Patriótico de Ruanda - o braço armado da Frente Patriótica do Ruanda (a RPF, na sigla em inglês).
Intimidação instantânea
Que vantagens traz o legado
sangrento de Kabandana para o combate ao terrorismo
Contudo, adverte que
"o seu perfil operativo só lhe dá essa vantagem se os serviços de
inteligência também estiverem fora do teatro operacional norte. Mas se estiver
concentrado
Um perfil intimidatório para os terroristas que terão certamente os dias contados, conclui o académico moçambicano.
Nádia Issufo | Deutsche Welle
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