quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Portugal | Escancarar portas ao covid-19 é a tal “libertação”?

Governo deve acelerar fase 2. Transportes cheios, festas a 75%, esplanadas com grupos de 15 pessoas

Transportes passam a ter lotação completa, haverá mais gente nos casamentos e batizados, grupos maiores nos restaurantes e nas esplanadas. Estas são algumas das medidas que vão avançar e se calhar até antes do início de setembro. Já as máscaras continuam a ser obrigatórias em ruas cheias.

ortugal atingiu ontem uma taxa de vacinação completa da população de 70%, o que abre imediatamente a porta à nova fase de desconfinamento prometida há duas semanas pelo primeiro-ministro (PM), António Costa. Novas medidas de abertura da economia e da sociedade devem ser tomadas uma semana antes do previsto.

Transportes passam a poder andar com lotação completa, será permitida mais gente nos casamentos e batizados, grupos maiores nos restaurantes e nas esplanadas. Estas são algumas das tais medidas que vão avançar e se calhar até antes do início de setembro. No entanto, as máscaras continuam a ser obrigatórias na rua sempre que há muita gente a circular.

O chefe de governo anunciou no final de julho que o desconfinamento teria 3 fases e seria indexado à taxa de vacinação.

A primeira fase começou a 1 de agosto. A fase 2 estava prevista para o início de setembro (vacinação de 70%). A fase 3, quando a taxa de inoculação completa chegar a 85%, está prevista lá para outubro, disse Costa.

O alcance da taxa de 70% foi avançado pela ministra da Saúde, Marta Temido, em entrevista à SIC, esta quarta-feira.

"A boa notícia que existe -- e que é fruto do esforço dos portugueses -- é que já foi possível atingir ontem [quarta-feira], segundo informação da nossa task-force que coordena o processo de vacinação contra a covid-19, a administração de duas doses de vacina ou de uma vacina no caso das vacinas de uma dose, ou seja, ter 70% de população residente em Portugal com vacinação completa à data de ontem [quarta-feira]", afirmou Marta Temido.

Destacou que o objetivo foi atingido "algumas semanas antes do previsto, como já se indiciava pelo relatório de vacinação semanal da Direção-Geral da Saúde", realçando que estão a ser vacinadas "perto de 100 mil pessoas por dia".

Em princípio, o governo reúne-se amanhã de forma extraordinária para decidir sobre medidas que permitam abrir mais a economia e tolerar mais a congregação de pessoas.

Como recordou a ministra, a meta dos 70% estava prevista para mais tarde, para o início de setembro, mas sendo assim parece que há margem para acelerar o desconfinamento em uma semana ou mais.

As cinco medidas principais da fase 2

Segundo disse o PM a 29 de julho passado, quando "mais de 70% da população tiver a vacinação completa", "restaurantes, cafés e pastelarias passam a ter limite máximo de oito pessoas por grupo no interior e 15 pessoas por grupo em esplanadas".

Os transportes públicos passam a operar sem quaisquer limites de lotação.

As lojas do cidadão e outros serviços públicos começam a atender "sem marcação prévia".

Os espetáculos culturais em recintos de natureza fixa podem aumentar a lotação dos atuais 66% para 75%.

Os eventos familiares (nomeadamente casamentos e batizados) passam a ter limite máximo de 75% da lotação, quando até agora era 50%.

Portanto, segundo admitiu a ministra da Saúde, o conselho de ministros deve reunir-se esta sexta-feira em formato extraordinário para decidir se acelera para a chamada "fase 2", como lhe chamou o primeiro-ministro António Costa, no final de julho, quando apresentou o plano de desconfinamento dividido em três fases.

Para já, sabe-se que o fim do uso de máscara na via pública (quando existe muita gente a circular), que chegou a ser acenado pelo PM nesta fase 2, não vai acontecer.

A máscara na rua continuará a ser obrigatória como até aqui e até 12 de setembro porque a decisão tem de passar pelo Parlamento.

Como os deputados estão de férias e só regressam ao trabalho a 7 de setembro, os portugueses vão ter de esperar mais um pouco nesta parte, segundo explicou o Ministério da Presidência, esta quinta-feira.

Luís Reis Ribeiro | Dinheiro Vivo

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