Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião
Temos de nos habituar a viver com a covid. Tal como nos habituámos a viver com a gripe. Sim, a comparação é possível, não se trata de negacionismo. Trata-se de aceitar aquilo que a ciência já nos diz há vários meses. E que repetiu quando já tinha medido o efeito das vacinas.
É isso que ouvimos uma e outra vez aos especialistas: a covid veio para ficar. Tal como a gripe. Sendo que, por enquanto, a primeira é mais perigosa do que a segunda (ainda que a gripe também mate), o que obriga as sociedades a concertar medidas para se defenderem.
Mas isso não pode ser sinónimo de
entrar
Não há atividades, sejam elas económicas, desportivas, culturais, familiares, ou de lazer, sacrificáveis. Tal como não há vidas sacrificáveis. Que se use máscara quando tiver de ser (em espaços fechados e em iniciativas com ajuntamentos); que se peça certificado digital de vacinação e até um teste em casos limite (e desde que seja o Estado a pagá-lo e não o empresário ou o consumidor, porque isso teria o mesmo efeito que mandar confinar e, portanto, destruiria o ganha- -pão de alguém); que se imponha a vacinação obrigatória para os adultos (se os negacionistas pretendem continuar a viver em sociedade têm de respeitar a nossa saúde); que se vacinem as crianças pequenas (tendo em conta o número de aulas que continuam a perder em sucessivas quarentenas).
Que se tomem, portanto, medidas, mesmo que nos causem algum desconforto, desde que nos permitam viver sem limitações. Com solidariedade e até algumas obrigações. Sem proibições.
*Diretor-adjunto
Sem comentários:
Enviar um comentário