#Publicado em português do Brasil
Esqueça que a China ou a Rússia são uma suposta ameaça. Na verdade, são uma “oportunidade” para o imperialismo da OTAN e dos EUA.
Em um momento de descuido, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, deixou o gato fora da bolsa quando descreveu a ascensão da China como um desafio e “uma oportunidade”. O que ele estava admitindo involuntariamente é que uma política de confronto com a China dá à aliança militar um novo propósito extremamente necessário.
Stoltenberg estava dando uma entrevista exclusiva à Deutsche Welle para marcar
a primeira cúpula ministerial da OTAN com a presença do governo Biden. A
cúpula de dois dias realizada de
A reunião da OTAN ocorre no momento em que os Estados Unidos e seus aliados europeus estão desenvolvendo uma política coordenada de sanções contra a China e a Rússia por alegadas questões de direitos humanos. Esta semana houve uma coordenação sem precedentes por parte dos EUA, Canadá, Grã-Bretanha e União Europeia na implementação de novas sanções contra Pequim e Moscou. Não é por acaso que esse desenvolvimento provocativo ocorre depois de reuniões internacionais de alto nível, tanto presenciais quanto via videoconferência, do governo Biden pedindo aos aliados que adotem uma posição mais adversária e unificada em relação à China e à Rússia.
A administração Biden mudou de rumo da política anterior de Trump, “America First”, para defender vigorosamente uma relação transatlântica “revitalizada”. Washington vê um eixo Estados Unidos-Europa mais unificado como uma forma estratégica mais eficaz de desafiar a China e a Rússia. E a OTAN está fornecendo um veículo de coordenação renovado.
Mas, ao buscar a unidade, o governo Biden está necessariamente tendo que promover uma política muito mais agressiva em relação à China e à Rússia, retratando-as como ameaças maiores. Isso significa que a aliança militar americana assume maior responsabilidade por liderar a política de Washington. Uma declaração conjunta da OTAN esta semana afirmou a unidade da aliança em face da “agressão” russa. Moscou criticou a declaração, dizendo que a Rússia não ameaçava nenhuma nação e que a OTAN estava tentando justificar sua existência.