Thierry Meyssan*
Os grandes média dividem-se em dois modos quanto a interpretar a queda de Cabul. Para uns os Democratas são covardes e a saída do Afeganistão desmoraliza os aliados. Para os outros, eles manobraram bem e colocaram uma espinha no pé dos Russos e dos Chineses. Estas duas maneiras de ver correspondem ao paradigma tradicional do Império americano. Mas para Thierry Meyssan, Washington está, desde o 11 de Setembro de 2001, nas mãos dos adeptos da Doutrina Rumsfeld/Cebrowski. Agora, os Estados Unidos comportam-se como mafiosos extorsionistas. O caos irá continuar de forma permanente no Afeganistão. As empresas russas, chinesas e europeias que o desejarem poderão explorar minas neste país, mas exclusivamente se confiarem a sua segurança às Forças dos EUA. Os que recusarem esta protecção serão eliminados.
A queda de Cabul dá origem a terríveis cenas de fuga e desespero. Deixemos de lado o facto (fato-br) de que os fugitivos não sejam maioritariamente pacíficos tradutores de embaixadas ocidentais, mas Colaboradores da contra-insurreição norte-americana com mãos a escorrer sangue. O que estamos a ver é uma debacle que deverá fazer-nos perder a fé no poderio da « América ».
- 51 % dos
Norte-americanos desaprovam a política externa do Presidente Joe Biden.
- 60 % desaprovam em especial a sua política vis-à-vis do Afeganistão
- 63 % afirmam que esta guerra não valia sequer a pena [1].
A quase totalidade dos Norte-americanos que combateram no Iraque está muito chocada.
No entanto, na pior das hipóteses, está claro que Washington sabia muito bem que o Exército afegão não aguentaria face aos Talibã, em teoria três vezes menos numerosos e muito menos bem equipados. O CTC de West Point tinha publicado um estudo, em Janeiro, para anunciar esta previsível catástrofe [2]. A questão não era pois saber se os Talibã iam ganhar, mas quando é que o Presidente Biden os deixaria ganhar.