GUERRA NA UCRÂNIA
O "cordão umbilical" de muitos governos africanos com as elites russas, desde a antiga União Soviética, os impedem de condenar os ataques russos contra a Ucrânia, entende politólogo angolano Olívio N'Kilumbu.
O que explica o silêncio de muitos países africanos na condenação da invasão russa à Ucrânia? A DW África falou sobre o tema com o especialista angolano em relações internacionais, Olívio N'Kilumbu.
O analista recorda, primeiro, os laços que ligam a Rússia aos movimentos de libertação em Angola ou Moçambique, desde os tempos da ex-União Soviética, onde os partidos no poder em ambos os paises - MPLA e FRELIMO - receberam apoio militar durante a luta contra o colonialismo português e ajuda económica e financeira depois da independência, em 1975.
N'Kilumbu sublinha que "embora o Governo de Angola, de forma muito tímida, tenha feito um apelo diplomático ao cessar-fogo. Não houve um apelo contundente. África do Sul assumiu uma posição neutra, mas a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) em conjunto condenou o ataque russo". Leia a entrevista:
DW África: O MPLA foi um aliado de Moscovo no tempo da ex-União Soviética. Tendo recebido apoio militar na luta contra o colonialismo português e ajuda económica depois da independência do país em 1975. Foi há 50 anos. As relações ainda vivem dessa ajuda ou houve alguma evolução?
ON: As elites são as mesmas. Em Angola, tivemos alteração políticas. Se o MPLA não governasse, era possível cortar esse cordão umbilical. Mas o MPLA mantém a relação de proximidade com as elites militares, económicas e politicas russas. A nível económico, temos empresas e bancos russos; a nível militar, temos instrutores russos no sistema de defesa (exército, força área e na marinha). De ponto de vista académico, a academia militar é praticamente toda russa. Não é uma relação qualquer."
DW África: Também surgiu outro tema nos últimos anos. A atuação de mercenários russos em cenários de guerra africanos, de grupos como Wagner – atuou no norte de Moçambique - e SewaSecurity. É um fator importante a presença russa na segurança africana?
ON: Penso que sim. Reforço
essa relação de proximidade, até porque esses agentes russos foram instrutores
ou colegas dos angolanos e moçambicanos. Os conflitos constituem um
mercado propício aos mercenários. Ocupam espaços de influência, mais ainda
quando os países têm dificuldades
António Cascais | Deutsche Welle
1 comentário:
LIBERTAR NÃO É FAZER A GUERRA!
SÓ SE MANIFESTA ASSIM QUEM É ZOMBI E DESCONHECE POR COMPLETO QUE NÃO É GUERRA O QUE É LUTA DE LIBERTAÇÃO, NESTE CASO LIBERTAÇÃO DOS POVOS RUSSO E UCRANIANO!
SE FOSSE GUERRA A UCRÂNIA NUM ÁPICE DEIXARIA DE EXISTIR, AS SUAS CIDADES SERIAM COMPLETAMENTE VARRIDAS E O SALDO SERIA DE LARGOS MILHÕES DE MORTOS!
MARTINHO JÚNIOR, LUANDA, 3 DE MARÇO DE 2022.
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