Artur Queiroz*, Luanda
Os que recebem diamantes de
sangue, escrevem e dizem que os resultados eleitorais são um cartão vermelho ao
MPLA. A UNITA associou-se ao criminoso de guerra Chivukuvuku, ao maoista
apodrecido Filomeno Vieira Lopes. Ao pançudo Chico Viana (chico na minha terra
é macaco. E chica, bicicleta). Aos accionistas da Sociedade Civil que recebem
de todos os carrinhos, desde a CIA à embaixadora da União Europeia
Os que recebem do MPLA desde pequeninos, como Ismael Mateus, também acham que o MPLA foi atropelado nas eleições de 24 de Agosto. Este conselheiro de Estado por conta de João Lourenço, até acha que “agora é hora de olhar para o que poderia ter sido feito para evitar o atropelamento”. E ousou escrever isto: “O MPLA tem de olhar para o resultado eleitoral com realismo e franqueza de terem sido os piores de sempre, mas ainda assim serem uma nova (última) chance”.
Ismael Mateus acha que é preciso fazer uma reforma profunda na comunicação social, sobretudo no sector empresarial do Estado. Portanto, já sabem. Mandem o comentador para presidente do conselho de administração de uma empresa pública ou para ministro. Se o João Melo serviu, ele também há-se servir para receber o dinheiro e desfrutar das mordomias.
As eleições de 24 de Agosto são, de facto, um cartão vermelho, mas para a UNITA e accionistas da Sociedade Civil, já que Bloco Democrático vale zero. Todos unidos, cheios de dinheiro que até hoje ninguém sabia de onde veio, beneficiando do descontentamento de sectores importantes do MPLA, não conseguiram evitar uma derrota humilhante. Nem sequer contrariaram uma maioria absoluta. E nesse quadro perderam tudo. Os vencedores ganharam tudo e mais alguma coisa.
O cartão fica ainda mais vermelho se tivermos em consideração que o “partido” abstenção vale 55 por cento de um eleitorado que nunca mais deixará a UNITA virar as suas armas (ainda tem muitas!) contra o Povo Angolano. Os que votaram no MPLA são mais cordatos e permissivos do que os abstencionistas. Esses estão sempre em prontidão para pôr os sicários do Galo Negro na ordem. Cartão vermelhíssimo. Todos unidos, desde bandidos de colarinho branco a maoistas arrependidos e arruaceiros profissionais, não conseguiram evitar a maioria absoluta do MPLA. Foram expulsos com cartão vermelho mas mesmo muito carregado!
Em 2017, os resultados eleitorais do MPLA têm de ser vistos à luz da mudança do líder. Os votos foram conseguidos quase exclusivamente pelo partido. João Lourenço, apesar de ser um veterano da política e das eleições, ainda não era uma “marca” politicamente de sucesso. Nas eleições de 2022, se quisermos ser honestos intelectualmente, aconteceu o contrário. Uma parte do MPLA foi para a abstenção e a parte que ficou só teve sucesso porque o líder, inesperadamente, é certo, revelou ser uma marca política poderosa e ganhadora.
Eu aprendi que os militantes do MPLA têm de cumprir as suas tarefas e as missões que lhes são confiadas sejam quem forem os dirigentes, gostemos ou não deles. Parece que agora é diferente. Mas é da mais elementar justiça reconhecer que a vitória eleitoral do MPLA se deve em mais de 50 por cento ao cabeça de lista, João Lourenço. Nesta perspectiva, o cartão vermelho mostrado pelos eleitores à UNITA, significa uma derrota perpétua. Nunca mais vão lá das pernas. Esperem para ver em 2027, quando o MPLA se apresentar a votos com um novo líder.
O conselheiro de estado Ismael Mateus (por conta de João Lourenço) fez uma afirmação que tem tanto de ousado como de leviano. Leiam: “As eleições autárquicas (infelizmente o MPLA não foi capaz de perceber todos os avisos que lhe foram feitos) representam uma profunda aspiração dos jovens angolanos” . Quem disse ao comentador conselheiro que essas eleições são uma “profunda aspiração da Juventude? Atira com uma boca, venha daí o dinheiro da crónica e ate à próxima.
Distraidamente o comentador do Jornal de Angola diz que os jovens querem as eleições para o Poder Local porque assim conseguem empregos que não estão disponíveis na administração central. Rapidamente, vou explicar a monstruosidade desta posição. Após a Independência Nacional as Câmaras Municipais, que eram órgãos eminentemente técnicos, acabaram. Porque não tínhamos operários especializados, técnicos médios e superiores para tratarem do abastecimento de água e luz, do saneamento, dos matadouros, dos serviços de urbanização, dos transportes, das redes viárias, dos mercados, dos espaços verdes, enfim, tudo o que as populações precisam para viverem com qualidade.
Como não tínhamos quadros técnicos, fizemos dessas instituições meros espaços políticos. Para ocupar e acomodar clientelas políticas. Tomem nota. Ainda hoje não temos recursos humanos para repor o que nunca devia ter acabado, as Câmaras Municipais enquanto órgãos eminentemente técnicos. Quem defende as eleições autárquicas sabe bem que o resultado dessa opção vai ser acomodar clientelas partidárias aos milhares. Mais décadas de inacção.
O comité permanente do Galo Negro fez esta confissão: “A UNITA não é taxativamente financiada pelos filhos do ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos ou qualquer pessoa ligada à “família Dos Santos”, não compactuando das ideias intrigantes e demarca-se das mesmas, embora tenhamos recebido um suporte monetário sem vínculo político, informamos também que, condenamos qualquer tipo de tentativa de associação ligada às notícias ou discursos com repercussão negativa por parte de Isabel ou Tchizé dos Santos”.
Neste curto parágrafo detectei e corrigi dois erros de ortografia, um de pontuação e outro de sintaxe. Deve ter sido escrito pelo soldado motorista do RI20, académico Jacques dos Santos. Ou o criminoso de guerra Abílio Camalata Numa, que escreve como quem mata as palavras. Mas o importante é que o estado-maior dos derrotados e que viram um cartão vermelho retinto, assumem que receberam dinheiro ainda que lhe chamem “um suporte monetário sem vínculo político”. Grave. A UNITA trouxe para estas eleições agentes secretos israelitas e o pior que existe em Portugal na área dos Media. E colocou-se ao serviço de financiadores privados.
O eleitorado expulsou-os do poder
e se quiserem ser alternância, têm de entrar nas listas da Irmandade Afrikaner
nas próximas eleições da África do Sul, contra o ANC. Ou nas listas do PS, PSD,
Chega e CDS
*Jornalista
Sem comentários:
Enviar um comentário