segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Assassinato de jornalistas: Qatar expressa 'profunda preocupação' com impunidade

Al Jazeera

A jornalista da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, foi morta a tiros por um atirador israelense em maio, mas ninguém foi responsabilizado.

#Traduzido em português do Brasil

O Catar exigiu responsabilização pelo assassinato da jornalista veterano da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, durante uma conferência sobre a segurança de jornalistas, dizendo "responsabilizar Israel".

A ministra adjunta das Relações Exteriores, Lolwah al-Khater, dirigiu-se aos participantes em Viena, na Áustria, na sexta-feira, expressando “profunda preocupação com a persistência da impunidade por violações e crimes cometidos contra jornalistas”.

“O assassinato da jornalista palestina Shireen Abu Akleh destaca o fato de que os métodos de proteção e prevenção só são eficazes quando combinados com mecanismos de acusação”, disse al-Khater.

Em 11 de maio, o correspondente de televisão palestino-americano da Al Jazeera Arabic chegou a Jenin, na Cisjordânia ocupada, para relatar um ataque das forças israelenses a um campo de refugiados usando um colete de proteção, claramente marcado com “PRESS”.

Abu Akleh, 51, estava com outros jornalistas quando foi baleada na cabeça por um atirador israelense.

“Shireen dedicou sua vida trabalhando para esclarecer as atrocidades cometidas contra o povo palestino, ela foi uma das mais de 45 jornalistas mortas pelas forças israelenses desde 2000”, disse al-Khater.

Ela ressaltou a necessidade de trabalhar na proteção de jornalistas, especialmente aqueles que reportam de zonas de conflito, e “não há exceções quando responsabilizamos os responsáveis”.

Durante seu discurso, al-Khater também compartilhou palavras da família Abu Akleh.

“Shireen foi alvo enquanto cumpria seu dever profissional como jornalista trabalhando na cobertura de eventos e reportando-os ao mundo. Ela sacrificou sua vida, e esta é outra razão pela qual a comunidade internacional deve confrontar e responsabilizar Israel, não importa o que aconteça”, disse ela, citando um membro da família.

A conferência realizada nos dias 3 e 4 de novembro na capital austríaca marcou o Dia Internacional para Acabar com a Impunidade de Crimes contra Jornalistas e o 10º aniversário do Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade.

Em setembro, Israel disse que havia uma "grande possibilidade" de Abu Akleh ter sido "acidentalmente atingido" pelo fogo do exército israelense, mas acrescentou que não iniciaria uma investigação criminal.

Numerosas investigações detalhadas, inclusive pelas Nações Unidas, descobriram que Abu Akleh foi baleado por um soldado israelense.

Sua família acusou Israel de tentar “obscurecer a verdade e evitar a responsabilidade pela morte de Shireen Abu Akleh”.

Leia em Al Jazeera:

Assassinato de Abu Akleh: 100 dias depois, família ainda luta por justiça

Investigação conjunta considera assassinato de Abu Akleh 'deliberado'

Família de Shireen Abu Akleh apresenta queixa ao TPI

Sem comentários:

Mais lidas da semana