sábado, 19 de novembro de 2022

OS MÍSSEIS DOS NAZIS E A GUERRA MUNDIAL -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O sistema de lançamento de mísseis terra-ar S300 além da plataforma que lança os projecteis tem um radar. O operador detecta uma aeronave inimiga ou um míssil, carrega num botão e aí vai disto. O projectil, que pesa mais de uma tonelada, voa automaticamente ao encontro do perigo e rebentam os dois no ar. Os destroços caem ao chão. Aos militares peritos nestas coisas peço desculpa pela forma simplista como apresento esta arma, fabricada pela União Soviética em 1976. 

O míssil ou mísseis que caíram na Polónia rebentaram no chão! A propaganda nazi dos radicais da OTAN (ou NATO) acusou logo a Federação Russa de ataque a um membro da intocável aliança militar, agressiva e profundamente reacionária. Os nazis dos países bálticos exigiram imediatamente a guerra contra os russos. Os nazis de Kiev gritaram ainda mais por guerra. 

A nazi que comanda a União Europeia, Úrsula von der Leyen,  disse que até lhe tremeu a passarinha. O filho do Cravinho, rapazola que agora é ministro português dos negócios com os estrangeiros, acusou imediatamente Vladimir Putin de irresponsabilidade. António Costa, que trato carinhosamente por Índio Chupista, deu ordens para os combates. O senhorito de Madrid, que se diz socialista (os nazis eram nacional-socialistas…) mas tem saudades do ditador Franco, tocou a corneta para a tropa franquista reunir. 

A TPA mastigou uns disparates mas, até agora, a diplomacia de Kinkuzu ou Morro da Cal ficou em silêncio. Vá lá! Devem estar entretidos a tratar da paz na Leste da República Democrática do Congo onde a guerra está cada vez mais acesa. São os campeões da paz!

Os nazis e seus aliados perceberam que estavam a ser demasiado ridículos ao acusar a Federação Russa. Num segundo momento, disseram que afinal os mísseis tinham sido disparados pela Ucrânia, contra alvos russos mas desviaram-se da rota e rebentaram numa fazenda polaca, situada junto à fronteira. Tudo mentira. Dispararam mesmo de propósito. Uma espécie de incêndio do Reichstag revisitado para culpar os russos.

Vamos a factos. A extrema-direita domina politicamente grande parte dos países do chamado “mundo ocidental”. Mas isto tem de ser visto ao pormenor. Se formos mais finos na análise (nem é necessária uma lupa) concluímos que a maioria é nazi. Usa os métodos nazis na propaganda e nos métodos de intervenção.  

A Europa tem claramente uma extrema-direita revanchista, sedenta de vingança. Os seus dirigentes e apoiantes não se conformam com a queda do III Reich. Sabem que o Exército Vermelho pagou a parte de leão por essa queda. Libertou os prisioneiros dos campos de extermínio e entrou triunfalmente em Berlim. Ditou o fim de Hitler e seus esbirros. A propaganda anti-soviética durante os anos da Guerra Fria e mesmo após o derrube do muro de Berlim, também fez a sua parte na instilação do ódio contra os russos. 

A russofobia hoje campeia nos EUA, nos países da União Europeia e nalgumas antigas repúblicas soviéticas, que hoje são independentes. A primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, é um exemplo perfeito de uma dirigente política de extrema-direita, facção nazi e fascista. O secretário-geral da OTAN (ou NATO) é outro que tal. A cúpula política da Ucrânia, Polónia, Lituânia, Estónia, Letónia, Roménia ou União Europeia seguem a cartilha do nazismo. Não se conformam com a queda do III Reich. Hitler é o seu herói e mártir. Querem fazer da OTAN (ou NATO) uma espécie de Wehrmacht reforçada com uma GESTAPO imoderada.

Todos apostam no prolongamento da guerra contra a Federação Russa por procuração passada aos nazis de Kiev. Porque tirando uns mercenários rafeiros de várias nacionalidades mas sobretudo britânicos e norte-americanos, a carne para canhão é ucraniana. O país que está a ser destruído é a Ucrânia. O objectivo final é destruir a Federação Russa. Missão impossível, se tivermos em conta que estamos a falar da maior potência nuclear do mundo. 

A propaganda dos nazis vende uma falsidade quando proclama aos sete ventos que a Federação Russa começou a guerra em Fevereiro deste ano. Mentira. A guerra começou em 2014 no Leste da Ucrânia, quando um golpe de estado nazi derrubou o presidente eleito. Desde então, começou uma guerra sangrenta contra as repúblicas independentistas, Donetsk e Lugansk. O comissariado da ONU para os Direitos Humanos denunciou num relatório que é público, a existência de uma limpeza étnica na região, por parte das tropas ucranianas e particularmente o Batalhão de Azov, assumidamente nazi. Só num ano, mataram mais de 30.000 civis.

A Ucrânia tem a sua História que não é possível reescrever com propaganda nazi. Uma parte importante da sua população é russa. Uma parte ainda mais numerosa fala a Língua Russa. Muitas cidades ucranianas são russas, como Odessa. Os nazis no poder proibiram a Língua Russa a todos os funcionários das instituições oficiais. Cometeram atentados gravíssimos contra ucranianos russos ante a indiferença dos “democratas” dos EUA, da União Europeia e da OTAN (ou NATO). A “operação militar especial” desencadeada em Fevereiro deste ano, segundo as autoridades de Moscovo, tem como objecticvo desarmar e desnazificar o país. 

EUA, União Europeia e OTAN (ou NATO) responderam armando e nazificando Kiev. E assim estamos. Ao mesmo tempo, mais países são palcos da escalada de extrema-direita rumo ao poder. Como a Suécia, ontem o paraíso da social-democracia. Ninguém se preocupa com a nazificação do “mundo ocidental”. Pelos vistos só Moscovo se opõe ao reerguer do nazismo como política de estado nas democracias representativas!

Os mísseis foram disparados propositadamente pelos nazis de Kiev na Polónia. O objectivo era meter oficialmente a OTAN (ou NATO) na guerra, quando há sinais evidentes de acções dos EUA e da Federação Russa para pôr fim ao conflito, que já destruiu toda a Ucrânia e causa um sofrimento atroz aos ucranianos que não têm possibilidade de fugir. A propaganda nazi diz que Zelenscky tem registado grandes vitórias, vai ganhar a guerra. Mas um dia destes não há mais nada para destruir, desnazificar e desarmar. O regime nazi cai de maduro.

Atenção. Nestas coisas da guerra eu não sou a favor de nenhuma das partes. Sou simplesmente pela paz. Mas não sou neutro. Entre os nacionalistas russos e os nazis do mundo ocidental, escolho os que perderam milhões de nacionais para libertar o mundo do nazismo. E que muito ajudaram Angola a ser um país independente.

*Jornalista

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