PASSOS COELHO VAI CANDIDATAR-SE A PR ALIADO AO CHEGA? O QUE ESTÃO A TRAMAR?
Bom dia, se conseguirem fazer por isso. Este vai ser o preâmbulo mal amanhado do Expresso Curto, cousa que no Página Global muitas vezes acontece. Hoje trazemos uma revelação que julgamos fiável, por considerarmos a fonte de onde provem e a que aqui chamamos “o amigo laranjinha” – não queremos estragar a vidinha a ninguém e muito menos aos amigos de longa data. Adiante.
Extra Expresso, logo a seguir ao
Curto, depararão com o título de nossa lavra adicionado a uma peça de José
Miguel Pires no Notícias ao Minuto que capturámos para o PG. É aí que Vital Moreira
é referenciado e bota faladura na linha opinativa de Jorge Miranda, que Vital já
expressara tim-tim por tim-tim no blogue Causa Nossa.
Situada a razão de querermos tomar a questão neste Curto avançamos de acordo
com a fonte laranjinha acima referida: a direita, juntamente com a extrema-direita
querem mais poderes para os detentores da Presidência da República porque
depois de Marcelo querem procurar eleger o funesto Passos Coelho – que parece
muito quietinho mas não é como está nos recônditos meandros dos bastidores.
Para o efeito há cordelinhos que estão a ser manipulados no PSD. Sendo assim
porque estão tão empenhados em aumentar os poderes de Presidente de República?
A resposta, segundo a fonte laranjinha, “mais poderes é o que deseja Passos,
que considera que os poderes actualmente em vigor são de figura decorativa”,
consequentemente de muito pouco poder. Não é propriamente novidade o revelado
querer do PSD-Passos, mais preocupante são as suas boas relações com o Chega de
André Ventura, correligionário racista que Passos apoiou publicamente quando
aquele ainda era militante no PSD
A prosa vai longa. Desculpem lá qualquer coisinha. Saltem para o Curto. Já são horas disso. Disso e de acabar com o antigo mas sempre certeiro “a ver vamos”. Uma aliança PSD/Chega já seria perigosa só por si e com Passos na presidência da República, com mais poderes, ainda muito muito mais perigosa seria.
Oxalá que não vejamos o pior dos passistas-venturistas acontecer, porque a dose de quase meio século de fascismo salazarista chegou e sobrou. Que o tempo não volte para trás é o que devemos natural e democraticamente desejar e lutar por isso. Estamos obrigados a obstaculizar a cedência de poderes à extrema-direita, aos extremismos, senão...
MM | PG - Imagem em RR
NA HORA DA MORTE
Raquel Moleiro, jornalista | Expresso (curto)
Bom dia
Esta é uma história que já vai longa. A discussão pública da morte medicamente
assistida leva pelo menos seis anos, a tentativa de legalização atravessou
três legislaturas, um chumbo, uma aprovação, um veto por inconstitucionalidade,
outra aprovação e um veto político. Regressada ao Parlamento, juntou num só
diploma de substituição as contribuições de PS, IL, BE e PAN, sob a coordenação
da deputada socialista Isabel Moreira, despojado das contradições de conceitos
que motivaram Marcelo Rebelo de Sousa a travá-lo há exatamente um ano. Hoje
a lei será novamente votada, na especialidade, na Comissão de Assuntos
Constitucionais, Liberdade e Garantias. Seguir-se-á a votação final global em
plenário e a avaliação por parte de Belém.
O PS está confiante. Diz ser um documento “robusto”, “prudente”, “blindado” para
evitar outro chumbo presidencial. Entre as novidades, o novo texto prevê
a obrigatoriedade de acompanhamento psicológico durante todo o
processo, exceto nos casos em que o próprio doente o recuse expressamente, e
define um prazo mínimo de dois meses entre o pedido e a morte.
São também determinados tempos para os pareceres obrigatórios do médico
orientador, do especialista e da Comissão de Verificação e Avaliação dos
Procedimentos Clínicos de Morte Medicamente Assistida, e é necessário um
“parecer fundamentado” de um psiquiatra, se dúvidas houver sobre a capacidade
do doente tomar a decisão de morrer.
Da lei desapareceu a exigência de “doença fatal” para o recurso à
eutanásia, uma das principais razões que levaram Marcelo a dar um v de volta ao
diploma. Considera-se, agora, morte medicamente assistida a “que ocorre por
decisão da própria pessoa, maior, cuja vontade seja atual e reiterada, séria,
livre e esclarecida, em situação de sofrimento de grande intensidade, com lesão
definitiva de gravidade extrema ou doença grave e incurável, quando praticada
ou ajudada por profissionais de saúde”. No Expresso da Manhã de hoje, o Paulo Baldaia
conversa com Maria do Céu Patrão Neves, presidente do Conselho Nacional de
Ética para as Ciências da Vida, para ouvir as razões que levaram o Conselho a
dar parecer negativo ao diploma hoje votado no Parlamento.
Em 2016, quando 112 personalidades da política, saúde, ciência e cultura
assinaram o manifesto "Direito a Morrer com Dignidade", e lançaram o
tema polémico na sociedade portuguesa, falei com um médico especialista,
de cuidados intensivos de um grande hospital de Lisboa, que perdera a
conta às suplicas de pacientes para lhes por termo ao sofrimento de traumas,
tetraplagias, aneurismas, doenças degenerativas, tumores cerebrais, infeções do
sistema nervoso.
Contou-me então a história de Antónia que durante vinte anos lutou no
hospital pelo direito à eutanásia e perdeu em toda a linha. Tinha 35 anos e uma
doença neurológica que a tornou tetraplégica. Totalmente consciente, pediu para
morrer em todas as instâncias judiciais. Morreu de doença cardiovascular
após 18 anos de internamento numa cama para ventilados de longa-duração.
Lembrei-me deste caso ao ler a reportagem da Joana Ascensão, publicada na
última edição do Expresso, sobre quem pensa na eutanásia como recurso de fim de vida.
Lá se conta o caso de Joana Silva, que começa a sentir os primeiros
sintomas da Huntington, uma doença degenerativa causada por um erro no código
genético para a qual não há tratamento nem cura, e que afeta tanto a parte
motora como a cerebral.
Com o tempo perderá o controlo sobre alguns movimentos, terá mudanças de humor
e a capacidade cognitiva ficará comprometida. Numa fase avançada, deixará de
conseguir falar, andar, comer e respirar sozinha, tal como aconteceu ao pai, de
quem herdou a maleita. Não quer chegar aí e está confiante que a lei que hoje
vai a votos, a ser aprovada, lhe dará uma alternativa, se, quando a altura
chegar, for essa a sua vontade. “Parece-me mais do que lícito poder escolher o
momento em que quero morrer”. Antónia não teve esse poder de escolha.
OUTRAS NOTÍCIAS
Governo renovado. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, irmão da ministra-adjunta Ana
Catarina Mendes, deixa o ministério de Fernando Medina para substituir o polémico Miguel Alves, que se demitiu de adjunto do
primeiro-ministro. A necessária mudança não chegou, porém, sozinha. António
Costa aproveitou para outras trocas: Pedro Licínio substitui João Neves como
secretário de Estado da Economia e Nuno Fazenda é o novo secretário de Estado
do Turismo, Comércio e Serviços, cargo até aqui desempenhado por Rita Marques.
Falta só conhecer o nome para o cargo vago nas Finanças. Marcelo já deu luz verde à reestruturação.
Urgências
Covid-19. DGS estende reforço vacinal a crianças entre 5 e 11 anos com
doença de risco. A decisão tem por base uma indicação da Agência Europeia do
Medicamento, apoiada por um parecer da Comissão Técnica de Vacinação Contra a
covid-19 e pelo Grupo de Peritos Independente da Área da Pediatria e Saúde
Infantil.
E o bastonário é… As urnas fecham às 20h e ao fim da noite já deverá ser
conhecido o nome do novo bastonário da Ordem dos Advogados, que o voto é
eletrónico e a contagem rápida. No total, são sete os candidatos para o triénio
2023-2025: Luís Menezes Leitão (atual bastonário), António Jaime Martins,
Varela de Matos, Rui da Silva Leal, Paulo Pimenta, Paulo Valério e Fernanda de
Almeida Pinheiro. A haver segunda volta, realiza-se entre 13 e 15 de dezembro.
Fuga ao fisco. A PJ deteve ontem 14 pessoas de uma organização transnacional,
numa operação conjunta com outras polícias europeias que investigam um esquema
de fraude de 2,2 mil milhões de euros. Só em Portugal, a
‘Operação Admiral’ realizou 100 buscas no Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia,
Braga, Guimarães, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Coimbra, Figueira da Foz,
Lisboa, Corroios, Vila Franca de Xira, Sintra e Funchal. “Cabeça do polvo está
na Europa, o nó começou a ser desatado em Portugal”, diz o magistrado português que colabora no caso.
Tortura
Comboios
Turbulência nos portos. O IPMA colocou hoje sete distritos sob aviso amarelo
devido à agitação marítima, mas não é só o mau tempo que condiciona o
funcionamento das zonas portuárias. Os pilotos de barra e portos cumprem o
segundo e último dia de greve para que lhes deem a reforma antecipada aos 60
anos.
O Natal chegou. Um pouco por todo o país, abrem hoje as ‘aldeias’ e
‘feiras’ dedicadas ao Natal e as principais cidades acendem a iluminação
alusiva. Entre outros, regressa o Wonderland Lisboa e a Invicta liga as luzes,
mas em modo económico: só até às 23h, de domingo a quinta-feira, e até à
meia-noite às sextas, sábados e vésperas de feriado. Diz o Público que há câmaras a chamar arte às luzes e feiras
de Natal para evitarem concursos públicos.
Lá fora
China
A fria guerra. Com as infraestruturas energéticas a servirem de alvo
preferencial aos bombardeamentos russos, a ajuda que chega agora à Ucrânia por
parte dos aliados internacionais já não é só militar. A Alemanha anunciou ontem
o envio de mais de 350 geradores e assistência financeira para reparações no
valor de €56 milhões de euros. Com o mesmo objetivo, os EUA vão contribuir com
€53 milhões. Não haverá iluminações festivas em Kiev, mas o autarca da capital
garante que haverá árvores engalanadas nas ruas. “Não podemos deixar que Putin
nos roube o Natal”, afirmou Vitali Klitschko. Os últimos desenvolvimentos do
conflito podem ser seguidos aqui.
Corrupção
Homens do leme. Três nigerianos viajaram 11 dias no leme de um cargueiro,
desde o país natal até Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Foram detetados ontem
pela Guarda Costeira de Espanha que os socorreu. Estavam desidratados, exaustos
e com sinais de hipotermia, um deles ainda se encontra hospitalizado, mas deverão regressar na mesma embarcação, porque as
autoridades não os terão informado da possibilidade de pedirem asilo. Só a
viagem já serviria de prova ao desespero da fuga.
Catar, ronda I, parte III. A fase de grupos prolonga-se até sexta-feira.
Hoje há Tunísia-França (15h), Austrália-Dinamarca (15h), Polónia-Argentina
(19h) e Arábia Saudita-México (19h). Portugal, Países Baixos, Senegal, França,
Brasil, Inglaterra e EUA garantiram o apuramento para os oitavos e já estão
definidos os primeiros duelos da próxima fase. Países-Baixos- EUA e
Inglaterra-Senegal. Equador, Canadá, Catar, Irão e País de Gales foram
eliminados. Por cá, esta quarta-feira é dia de Taça da Liga. O Sporting
defronta o Farense às 20h45. Siga todos os jogos na Tribuna.
FRASES
“Lutar pelo clima não é crime”
Manifestantes no Campus da
Justiça, em apoio aos quatro estudantes, ativistas ambientais, que ontem começaram a ser julgados pela invasão da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa
“É factual, temos um aeroporto saturado. Não há espaço para mais aviões no
aeroporto da Portela”
Pedro Nuno Santos, ministro das
Infraestruturas e da Habitação, no encerramento do seminário, “Novo Aeroporto, Tempo de decidir”
“O procurador recebe ordens diretamente do presidente João Lourenço”
Isabel dos Santos, empresária e filha de José Eduardo dos
Santos, em entrevista à TVI/CNN
“Claro que temos que estar preparados para mais refugiados atravessarem o resto
da Europa. Isto é uma guerra, uma guerra brutal e há um ataque deliberado a
serviços críticos: aquecimento, luz, água, gás”
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, sobre a fase atual da invasão da Ucrânia pela Rússia, durante a reunião do Conselho do Atlântico Norte, que ontem e hoje junta ministros dos Negócios Estrangeiros no Palácio do Parlamento, em Bucareste, capital da Roménia.
PODCASTS
Sete
anos de Costa, a ameaça da Roménia e um “Governo de vereadores“. No dia que
fazia sete anos no poder, António Costa leu no Expresso que a Roménia está
prestes a ultrapassar Portugal. Nesse dia, Costa celebrou, mas só com
socialistas. Mas há um socialista que tem coisas a contar-nos sobre tudo isto,
numa Comissão Política moderada por David Dinis.
O
regresso de Júlia Pinheiro e as asneiras de Marcelo. Chora por ver a
maldade no mundo? Os problemas dos outros causam-lhe mal-estar? Festeja golos
que não marcou? A Noite da Má Língua tem a solução: Sadicol, um novo
comprimido revolucionário.
Um
VAR meigo para Portugal e a estratégia de intimidação do Uruguai. No
episódio desta semana de A Culpa é do Árbitro, tudo sobre o Portugal -
Uruguai: o VAR errou na hora de marcar penálti a favor da seleção nacional? E o
que fazer perante a impetuosidade histórica do Uruguai. Para ouvir na conversa
com Duarte Gomes e Lídia Paralta Gomes.
O QUE ANDO A LER
“Terrinhas”, de Catarina Gomes (Gradiva)
É o primeiro romance da ex-jornalista do Público e ganhou o prémio revelação
Agustina Bessa-Luís de 2021. Um dia Catarina Gomes recebeu de herança uns
terrenos numa terra do Norte de Portugal, que nada lhe dizia e nenhuma história
descobriu sobre eles. A procura, porém, serviu de inspiração ficcional e ajudou
a criar a Cláudia M. Mendes, designer de interiores, citadina das novas
gerações, que de um dia para outro se vê herdeira de umas nesgas de terra em
Arrô, a terra da avó Adozinda, uma quase estranha, e do avô que nunca viu.
Dos dias em que era obrigada a ir lá passar férias à aldeia com os pais, só se
lembra das sacas de batatas amarelas e irregulares que transportavam na volta e
que atapetavam para todo o sempre o chão da despensa. Das novas memórias que
fez agora, quando decidiu regressar para conhecer os terrenos, ainda nada sei,
porque ainda vou nas primeiras páginas. Mas se Arrô for como a terra dos meus
avós, quase que aposto que tem cheiro a terra molhada e a brasas de lareira na
cozinha.
Este curto fica por aqui. Tenha uma ótima quarta-feira e siga toda a atualidade
no Expresso.
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