quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

É ASSIM QUE OS EUA FAZEM O “DIÁLOGO”

# Publicado em português do Brasil

Pepe Escobar* | Strategic Culture Foundation

Washington não considerará as propostas russas sobre a não expansão da OTAN e não tem intenção de sequer discutir a ideia. Tanto para “diálogo”.

Foi a primeira reunião de alto nível Rússia-OTAN desde 2019 – imediatamente após a não conclusão do diálogo sem diálogo de “garantia de segurança” EUA-Rússia no início da semana em Genebra.

Então, o que aconteceu em Bruxelas? Essencialmente, mais um diálogo sem diálogo – completo com um prefácio kafkiano da OTAN: estamos preparados para o diálogo, mas as propostas do Kremlin são inaceitáveis.

Isso foi um duplo contra o enviado americano à OTAN, Julianne Smith, culpando preventivamente a Rússia pelas ações que “aceleraram esse desastre”.

A essa altura, todos os seres conscientes da Eurásia e de sua península européia devem estar familiarizados com as duas principais demandas racionais da Rússia: nenhuma expansão adicional da OTAN e nenhum sistema de mísseis estacionado perto de suas fronteiras.

Agora vamos mudar para a máquina de rotação. Os chavões do secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg eram previsivelmente fiéis à sua mediocridade espetacular. Sobre o diálogo já antecipado, disse ser “importante iniciar um diálogo”.

A Rússia, disse ele, “exortou a OTAN a se recusar a admitir a Ucrânia; a aliança respondeu recusando-se a comprometer o alargamento”. No entanto, a OTAN “recebeu consultas bilaterais” sobre garantias de segurança.

O JORNALISMO VAI MATAR A DEMOCRACIA

Ao ser subjugado aos interesses de qualquer hierarca com muito dinheiro e pouca moral, o jornalismo deixou de ser útil à democracia e tornou-se seu maior obstáculo

# Publicado em português do Brasil

Antonio Maestre | Carta Maior

Os jornalistas tendemos a nos ter em alta estima. Quando alguém nos ataca saímos em pelotão corporativo proclamando que “sem jornalismo não há democracia”, acreditando que somos os guardiões da luta contra o totalitarismo. Mas não é verdade, se um retrato falado do jornalismo deve ser desenhado, estamos mais perto de ser o maior perigo para as democracias liberais do que seus protetores.

O ataque ao congresso norte-americano só foi possível pelas mentiras de um presidente que um ecossistema midiático favoreceu, promoveu e criou. A opinião pública foi completamente intoxicada por uma maioria da mídia a favor do poder e que, na maioria dos casos, não hesitou em manipular e espalhar boatos. Em muitos outros, mostrou uma postura de tibieza e covardia diante do que significaria enfrentar um presidente sem escrúpulos no exercício despótico de seu poder.

O resultado dessa distribuição midiática é que 68% dos republicanos acreditam que as eleições de Donald Trump foram roubadas, e isso não se consegue alcançar com uma conta do Twitter escrita em letras maiúsculas. É preciso haver uma FOX e um ecossistema de mídia cujo poder ideológico prevalece sobre a verdade, o rigor e a honestidade.

Moçambique | É VIÁVEL UMA FORÇA LUSÓFONA DE MANUTENÇÃO DE PAZ?

O presidente do Movimento Internacional Lusófono diz que "continua a ser pertinente" constituir uma Força Lusófona de Manutenção da Paz face aos desenvolvimentos na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Em entrevista à DW, Renato Epifânio, presidente do Movimento Internacional Lusófono (MIL), apela à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a equacionar a proposta, com o envolvimento das Nações Unidas.

Para Renato Epifânio, é imperiosa a constituição de uma força policial e militarizada de manutenção da paz dos países de língua portuguesa, "a propósito do que se tem passado em Cabo Delgado parece-nos uma razão mais do que suficiente para concretizar essa força".

A força de segurança iria operar hasteando a bandeira da CPLP, com o objetivo de intervir em cenários de conflito e de crise humanitária, como no caso de Moçambique.

Ainda assim, o presidente do MIL reconhece que isso não seria suficiente. "A resposta não pode ser apenas militar e policial", explica e termina apontando para as necessidades da população de Cabo Delgado, como a alimentação, habitação, emprego e saneamento básico.

Moçambique | TRÊS MIL CASAS REVISTADAS EM CABO DELGADO

Três mil casas foram revistadas pela força conjunta de Moçambique e do Ruanda. "Operação de limpeza" foi feita em Mocímboa da Praia, na vila que esteve mais de um ano sob domínio dos insurgentes.

Segundo Alberto Napovo, comandante da Polícia da República de Moçambique em Mocímboa da Praia, durante as operações foram encontradas fardas das Forças de Defesa e Segurança.

Suspeita-se que o equipamento tenha sido usado pelos rebeldes para se infiltrarem nas fileiras das forças governamentais.

Após mais de um ano nas mãos de rebeldes, Mocímboa da Praia foi saqueada e quase todas as infraestruturas públicas e privadas foram destruídas, bem como os sistemas de energia, água, comunicações e hospitais. Cerca de 62 mil pessoas, quase a totalidade da população, abandonaram a vila costeira devido ao conflito nos últimos quatro anos.

PR ANGOLANO DIZ QUE VANDALISMO FOI "ATO DE TERROR"

Presidente João Lourenço considerou que vandalismo registado segunda-feira em Luanda visava tornar país ingovernável.

O Presidente de Angola, João Lourenço, considerou hoje que o vandalismo registado na segunda-feira (10.01) em Luanda, durante a paralisação dos taxistas, visava tornar o país ingovernável e "subverter o poder democraticamente instituído".

"O que aconteceu na segunda-feira foi um verdadeiro ato de terror, cujas impressões digitais deixadas na senda do crime são bem visíveis e facilmente reconhecíveis e apontam para a materialização de um macabro plano de ingovernabilidade através do fomento da vandalização de bens públicos e privados, incitação à desobediência e à rebelião, na tentativa da subversão do poder democraticamente instituído", acusou João Lourenço, que falava esta quarta-feira (12.01) na abertura da 12ª reunião do Conselho de Ministros.

Segundo João Lourenço, que elogiou a "contenção" da Polícia Nacional "naquele fatídico dia", bem como o comportamento "patriota, tolerante e responsável" das entidades diretamente lesadas, o país foi alvo de "um ato de rebelião que alterou a ordem pública, vandalizou bens públicos e privados e pôs em risco a segurança e a vida de pacatos cidadãos", incluindo profissionais de saúde e da comunicação social.

PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE IGNORADO

Artur Queiroz*, Luanda

Onde está a consciência dos compatriotas que não são capazes de trabalhar oito horas por dia, não podem dar, sequer, uma hora de trabalho por dia, para que o nosso país possa ter um número suficiente de produtos? Onde está a sua consciência? São militantes do MPLA, tiram o cartão e dizem: sou membro do MPLA! Esse membro do MPLA não trabalha duas horas por dia. Esses são militantes? São patriotas? São Angolanos? São! São angolanos, mas não defendem a sua Pátria. Não defendem o seu País. São indivíduos que estão a viver como parasitas. São iguais ao piolho que vive do sangue do Homem. São iguais à matacanha que faz a sua casa no dedo. São parasitas. E precisamos de acabar com o parasitismo.

O parágrafo que abre este texto tem autor. É Agostinho Neto, Património Material e Imaterial da Humanidade, segundo o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves. As palavras de Neto foram proferidas no dia 27 de Janeiro de 1977 (quatro meses depois levou com um golpe de estado) à varanda do Palácio do Povo para uma multidão que o foi felicitar por ter lançado o Kwanza, a moeda nacional. Um discurso de improviso, por isso a construção do texto tem aquele jeito coloquial de que tanto gostava o Fundador da Nação. Quando ele perguntou ao Povo se os parasitas tinham consciência, se eram do MPLA, se eram angolanos, a multidão respondeu: Não! Mas Agostinho contrariou: São sim! Mas parasitas.

José Maria Neves disse que Agostinho Neto mais do que um Angolano de excepção, é Património da Humanidade. Ando a escrever isto há décadas mas não sou ouvido. Alguns até me telefonam de madrugada a chamar-me cangundo (branco ordinário) e ameaçam-me com tiros nos cornos ou corte das mãos. Ainda não perceberam que eu escrevo com os pés.

A operação de troca do Escudo colonial pelo Kwanza começou no dia 8 de Janeiro de 1977. Fortunas incalculáveis que estavam em Portugal, Zaire de Mobutu e África do Sul ficaram a valer zero. Parasitas e oportunistas que tinham milhões dentro de Angola, em casa, ficaram com papel que nem servia para a casa de banho. Os grandes protagonistas deste acto de soberania foram Agostinho Neto e Avelino Mingas (Saidy). O acto de afirmação patriótica foi uma das causas do golpe de estado militar de 27 de Maio de 1977.

Angola | UNITA expulsa militantes que se opuseram a congresso

Porta-voz da UNITA confirma autenticidade do documento que circula na Internet, que anuncia a expulsão de oito militantes por alegada violação dos estatutos do partido. Visados dizem que ainda não foram notificados.

Os oito militantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) foram expulsos depois de se oporem à realização do XIII Congresso Ordinário do partido, no início de dezembro.

Segundo um documento que circula nas redes sociais, a decisão de expulsar os militantes foi tomada a 4 de dezembro de 2021, data em que Adalberto Costa Júnior foi eleito presidente da UNITA. Dias antes da sua eleição, o líder da UNITA garantira que os militantes que violaram a disciplina partidária seriam "postos na linha".

Contactado pela DW, o porta-voz do maior partido da oposição, Marchal Dachala, confirma a veracidade do documento a circular na Internet.

Mas Manuela dos Prazeres, do grupo de militantes expulsos, diz que ainda não foi notificada da decisão.

"Não tenho o documento completo comigo. Também tomei conhecimento nas redes sociais. Não estou em condições de falar e, na devida altura, vou pronunciar-me", afirmou a candidata derrotada na corrida à presidência da Liga da Mulher Angolana, o braço feminino do partido.

Portugal | RIO RECUSA AUMENTO EXTRAORDINÁRIO DE PENSÕES

O presidente do PSD diz que não cederia a reivindicações como o aumento das pensões e responsabiliza o PS, com quem votou matérias centrais como a descentralização e o agravamento da legislação laboral. 

«Só dou quando posso dar», argumentou Rui Rio quando confrontado com a ausência de propostas de aumento das pensões mais baixas no seu programa eleitoral às legislativas de 30 de Janeiro. A justificação tem subjacente a velha ideia de que só vamos sair do pântano dos baixos salários «quando a economia o permitir», mas acabou refutada por João Oliveira, que substituiu o secretário-geral do PCP no debate com o presidente do PSD, em virtude de uma intervenção cirúrgica a que Jerónimo de Sousa vai ser submetido esta quinta-feira.

João Oliveira lembrou que não houve nos últimos 20 anos um crescimento económico nacional tão expressivo como o registado entre os anos de 2015 e 2019, mas que essa conjuntura não foi bastante para o PSD votar a favor de propostas como o aumento do salário mínimo, a redução do passe dos transportes, a gratuitidade dos manuais escolares, a redução do IVA da electricidade (apesar do anúncio do PSD de que iria votar a favor) ou até a redução do IRC para as pequenas e médias empresas – medida que, curiosamente, o PSD resolveu incluir no seu programa eleitoral. 

Denuncias de abusos sexuais da igreja tem outras alternativas além do telefone

Linha telefónica para denúncias de abusos sexuais na igreja “quase sempre preenchida”

Segunda-feira foi o primeiro dia de canais abertos para denúncias de abusos sexuais na igreja católica portuguesa. Ao final da tarde já tinham sido validados “cerca de 50 testemunhos”. Os casos poderão ser relatados por email, carta, presencialmente, formulário na internet ou contacto telefónico.

Em resposta à agência Lusa, o coordenador da Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa, o pedopsiquiatra Pedro Strecht, afirmou que “a linha telefónica esteve quase sempre preenchida” no primeiro dia aberto à recolha de denúncias e testemunhos.

“Por inquérito online ou preenchido em telefonema foram já validados cerca de 50 testemunhos”, explicitou Pedro Strecht. O responsável congratulou-se com o facto de a mensagem inicial da comissão que coordena “ter sido bem acolhida por pessoas que foram vítimas deste tipo de abusos”.

A Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa começou esta segunda-feira a receber denúncias de vítimas. Os casos ocorridos desde 1950 podem ser remetidos às autoridades e investigados se os crimes ainda não tiverem prescrito.

Portugal | DEBATE AO CENTRÃO

Paula Ferreira* | Jornal de Notícias | opinião

“… pelos sinais dados, Rui Rio não hesitará em chamar Ventura se disso depender chegar ao poder...”

António Costa e Rui Rio debatem esta noite. Não será decisivo, mas terá de ser, pelo menos, esclarecedor. Tanto o líder do PS como o do PSD têm-se esquivado a responder ao que farão em caso de vitória sem maioria absoluta. A resposta de António Costa ao desafio de Jerónimo de Sousa, na noite de 4 de outubro de 2015, inaugurara uma nova forma de governação. Não ganha quem tem mais votos, ganha quem consegue formar uma maioria parlamentar.

Embora Rui Rio, para justificar que parte em vantagem para o debate, diga ter uma resposta clara para cada situação, a verdade é que não tem. À pergunta se está disposto a dialogar com André Ventura, do Chega, para conseguir uma maioria parlamentar, o líder do PSD ainda não respondeu com clareza. Não quer, ou não lhe interessa responder. Mas, pelos sinais dados, Rui Rio não hesitará em chamar Ventura se disso depender chegar ao poder, ao contrário do candidato derrotado à presidência do partido. Rangel, na corrida à liderança, deixara claro que o diálogo com o Chega era a linha vermelha inultrapassável. O mesmo Rio não diz.

O líder do PSD no ataque diz que o seu opositor não responde a nada com clareza. A atitude de Costa não desmente a acusação. A perseguir o sonho de conseguir, numa primeira fase, metade mais um, e agora, sem qualquer disfarce, a desejar uma maioria absoluta, o líder do PS tem vindo a fechar as portas, uma atrás da outra, aos parceiros que apoiaram o Governo nos últimos seis anos. É verdade, sublinha Costa, que lhe tiraram o tapete na pior altura. Mas se pretende aliar-se a Rui Rio, e em vez de ceder nas leis laborais, ceder na liberalização do Estado, fazendo tudo o que durante a pandemia contestou, é bom que o diga. Terminará o debate com o anúncio do regresso do centrão?

*Editora-executiva-adjunta

Sabe tudo, é omnipresente, dita as regras. "O algoritmo tomou o lugar de Deus"

Entrevista com Dave Eggers, escritor, por Catarina Maldonado Vasconcelos, na TSF

“Já nos alterámos de forma muito dramática enquanto espécie e vamos tornar-nos irreconhecíveis em dez anos”

“Big brother is watching you." O autor Dave Eggers nunca se consegue abstrair da certeza de que a privacidade é um bem do passado. No final de 2021, chegou às livrarias o livro "The Every", a sequela da sátira distópica "The Circle", sobre a ubiquidade e o poder - na sua perspetiva, exacerbado - das grandes empresas de tecnologia ou monopólios. Defensor dos negócios pequenos e acérrimo crítico de modelos de negócio como o do Facebook, o escritor norte-americano recusou vender os seus livros na Amazon, que caracteriza como uma empresa "bully". Em entrevista à TSF, Dave Eggers lamenta que as pessoas se sujeitem ao totalitarismo da internet e dos algoritmos, sem se rebelarem para defender as suas liberdades. Nesta conversa, o autor e ativista reflete sobre a inevitabilidade do que ainda pode alcançar esta força omnipresente.

No livro "The Circle" e no "The Every", escreve sobre um mundo onde as pessoas tentam sentir que detêm o poder através de formas de segurança cada vez mais invasivas, mas o efeito parece ser o contrário, com a humanidade a ficar mais enfraquecida. A internet cria uma ilusão coletiva de detenção de poderes?

Não sei se é força, é mais uma ilusão de segurança. Penso que, especialmente no "The Every", estava interessado na troca que se faz entre certeza/segurança e liberdade, e a maior parte das ferramentas que são mais ameaçadoras para nós, enquanto espécie, tem, pelo menos, o objetivo ilusório de fornecer certeza e segurança, através da vigilância e dos dados.

Por isso, todas as perguntas com que a humanidade se tem debatido desde que saímos das cavernas são agora respondidas com números, câmaras, vigilância e dados. Pelo menos, é esta a promessa: que todos os mistérios e questões serão eliminados com estes instrumentos.

LER COMPLETO EM TSF – não perca

A CHINA E O DESEMPENHO POSITIVO QUE PODE VIR A TER NO CAZAQUISTÃO

China pode desempenhar um papel crucial na estratégia de segurança democrática do Cazaquistão

# Publicado em português do Brasil 

Andrew Korybko* | One World

As credenciais de Sinólogo do presidente Tokayev e as muitas experiências que ele adquiriu enquanto trabalhava na China o tornam o líder perfeito para implementar a nova política de prosperidade comum de seu país e, consequentemente, aumentar sua segurança democrática por meio da formação de um novo contrato social.

O ataque terrorista da Guerra Híbrida da semana passada no Cazaquistão finalmente terminou após a missão limitada de manutenção da paz liderada pela Rússia pela Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO). O apoio da aliança foi solicitado pelo líder universalmente reconhecido daquele país, o presidente Kassym-Jomart Tokayev, e prontamente cumpriu sua missão de estabilizar a situação. Suas tropas guardavam instalações estratégicas e, assim, permitiram que as forças do Cazaquistão se concentrassem totalmente no antiterrorismo e na aplicação da lei.

Sua retirada iminente , que o presidente Tokayev anunciou na terça-feira começará na quinta-feira e deve ser concluída dentro de 10 dias depois, levou os observadores a se perguntarem o que acontecerá a seguir naquele país. Afinal, o que até então era considerado um dos países mais estáveis ​​da região foi abalado por protestos armados pré-planejados (Revolução Colorida) que se transformaram em uma campanha terrorista anti-Estado (Guerra Não Convencional) de acordo com a cúpula dos líderes da CSTO na segunda-feira .

O Cazaquistão deve, portanto, fazer o máximo para impedir preventivamente esses cenários perigosos no futuro, o que requer uma estratégia abrangente. As políticas que são projetadas para combater as táticas e estratégias da Guerra Híbrida podem ser chamadas de “segurança democrática”, uma vez que visam garantir o modelo nacional de democracia em qualquer país em que sejam praticadas. O Cazaquistão, como todos os países, tem sua própria forma de democracia que está sempre melhorando por meio de autocríticas construtivas e reformas proativas.

“A voz dos trabalhadores do Cazaquistão deve ser ouvida, sem provocações”

# Publicado em português do Brasil

Declaração do Secretário Geral do Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa, Guennadi Andreievitch Ziuganov.

O Cazaquistão está passando por dias difíceis. O descontentamento popular, o qual vinha se acumulando já algum tempo, transformou-se em surtos formidáveis ​​de indignação e em protestos massivos. [Assessoria de imprensa do Comitê Central do Partido Comunista da Federação da Rússia

Cada movimento de massas contém diferentes componentes. Os eventos no Cazaquistão absorveram o descontentamento social, as atividades da ‘quinta coluna’ [1] e as ações de grupos terroristas. Ao mesmo tempo, a ‘quinta coluna’ inclui aqui extremistas comprometidos com o islamismo radical, além de inúmeras organizações alimentadas pelo Ocidente, mercenários que buscavam benefícios nas tormentas que atingem o país e grupos oligárquicos, dispostos a protestar em massa na luta pela redistribuição do poder.

Os povos irmãos da Rússia e do Cazaquistão estão intimamente ligados entre si por séculos de história. Juntos, criamos a União Soviética, construímos e vencemos, orgulhamo-nos de realizações econômicas e sociais notáveis. Juntos, revivemos os processos de integração, criando a CEE [2], OCX [3] e CSTO [4].

Hoje nossos camaradas e amigos estão passando por um período de difíceis provações. Protestos massivos varreram o Cazaquistão. Na capital do sul, Almaty, sangrentos tumultos ocorreram, causando um grande número de vítimas e de destruição.

Green pass nuclear: a produção da Bomba para a Itália é iniciada em Maio

Manlio Dinucci*

Os Estados Unidos iniciarão, em Maio, a produção em linha de montagem das suas novas bombas atómicas B61-12. Prevêm instalá-las nas suas bases europeias.

Dentro de quatro meses, em Maio de 2022, inicia-se nos EUA a produção em grande escala da nova bomba nuclear B61-12: anuncia o U.S. Department of Energy’s National Nuclear Security Administration (a Administração Nacional de Segurança Nuclear do Departamento de Energia dos EUA, NNSA, que faz parte do Departamento de Energia dos EUA). Logo após sairem da fábrica, as novas bombas nucleares serão entregues à Força Aérea Americana, que as instalará nas bases em Itália e noutros países europeus, em substituição das B61s.

A B61-12 é uma nova arma nuclear polivalente que substitui três das variantes da actual B61 (3, 4 e 7). Tem uma ogiva nuclear com quatro opções de potência, seleccionáveis em função do alvo a destruir. Não é largada na vertical como a B61, mas a uma distância do alvo a que é dirigida, guiada por um sistema de satélite. Pode penetrar no subsolo, explodindo em profundidade para destruir os bunkers do centro de comando de modo a ’decapitar’ o país inimigo num first strike (primeiro ataque) nuclear. Para esse ataque, a Força Aérea Americana dispõe também da quarta variante da B61, a B 61-11 penetrante, modernizada em 2001. A B61-12, confirma a NNSA, pode ser lançada tanto pelo bombardeiro furtivo B-2A como pelo futuro B-21, bem como pelos caças de dupla capacidade convencional e nuclear.

Entre estes caças destacam-se os F-16C/D norteamericanos instalados em Aviano e os PA-200 Tornado italianos, instalados em Ghedi. São ainda mais adequados para o ataque nuclear com bombas B61-12, os caças F-35A, que também já estão operacionais na Força Aérea Italiana. A NNSA comunica que "toda a produção necessária de bombas B61-12" estará concluída no ano fiscal de 2026. O programa prevê a construção de 500 bombas, a um custo de cerca de 10 biliões de dólares (assim, cada uma custará o dobro do que custaria se fosse construída inteiramente em ouro). No entanto, o seu número efectivo permanece secreto, tal como a sua localização geográfica.

O REINO UNIDO CAMINHA PARA O AUTORITARISMO…

….BASTA OLHAR A ESTE ATAQUE A UMA MINORIA

George Monbiot* | The Guardian | opinião

O projeto de lei de policiamento visa deliberadamente os ciganos, ciganos e viajantes, criminalizando-os se eles se mudarem – e se pararem

Por fim, estamos despertando para as medidas espantosamente opressivas no projeto de lei policial, criminal, condenatória e judiciária, destinadas a criminalizar o protesto efetivo . Finalmente, houve alguma cobertura na mídia, embora ainda muito pouca. O Partido Trabalhista está finalmente sentindo algum calor e pode se ver obrigado a parar de apaziguar o Daily Mail e votar contra as brutais emendas do governo na Câmara dos Lordes na próxima semana.

Mas à medida que nos concentramos nessa ameaça, corremos o risco de esquecer outra coisa enterrada nessa conta monstruosa. É a disposição que transforma a transgressão de um crime civil em um crime, permitindo que a polícia detenha pessoas que são ciganos, ciganos e viajantes (GRT) e confisque suas casas, se parar em locais que não foram designados para eles . De acordo com a lei proposta, qualquer membro adulto do grupo pode ser preso por até três meses. Dado que os locais autorizados e os locais de parada não podem acomodar as pessoas do GRT que precisam deles, este é um ataque deliberado a uma minoria vulnerável.

PALESTINA E A MICROFÍSICA DA MORTE CONTINUADA

Sistema mortal operado por Israel age tanto com constância e deliberação – na forma da genocidade – quanto em irrupções intempestivas, quando o genocídio mostra sua face assombrosa. Resistência e solidariedade impedem conclusão do extermínio

# Publicado em português do Brasil 

Berenice Bento* | Outras Palavras

Nas últimas horas de 2021, eu estava concluindo a leitura do livro Expulsão dos Palestinosi. Com vasta documentação, Nur Masalha prova que todo o processo de expulsão do povo palestino de suas terras e casas foi meticulosamente planejado. A suposta “transferência” (conceito inventando pelos sionistas) do povo palestino para outras regiões refere-se, de fato, a processos de limpeza étnica. Cobrindo outro período histórico, as pesquisas de Ilan Pappéii contribuem para desfazer a narrativa oficial do “Estado de Israel”. É como se os dois livros estivessem em linha de continuidade temporal. Enquanto a análise de Masalha abrange um período de 1882-1948, Pappé concentrará sua pesquisa histórica, principalmente, nos meses que antecedem a fundação do chamado “Estado de Israel”.

Os massacres, roubos, estupros que, antes da fundação do “Estado de Israel”, eram praticados por grupos de judeus terroristas, a exemplo do Irgun (um dos atentados mais famosos cometidos por esse grupo foi realizado em julho de 1946, no hotel David, em Jerusalém, e que resultou na morte de 91 pessoas e dezenas de feridos), tornaram-se o tutano da política do “Estado de Israel”. Para se comprovar a linha de continuidade entre as práticas criminosas antes e depois da criação do “Estado de Israel”, vale lembrar que um dos terroristas que planejaram e executaram o atentado ao Hotel David se tornaria primeiro-ministro por duas vezes: Menachem Begin.

Não há um único ano, um único governo na história do “Estado de Israel” que tenha interrompido a política de expulsão do povo palestino. Talvez o que não tenha acontecido ou se realizado exatamente como os sionistas planejaram foi a dimensão temporal. A expulsão total do povo palestino não aconteceu devido à resistência continuada desse povo, por um lado, e à pressão de internacionalistas espalhados/as em todas as partes do mundo.

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