sábado, 5 de fevereiro de 2022

Angola | MODUS OPERANDI

KumaTribuna de Angola | opinião

Nem Jonas Malheiro Savimbi no auge das suas alucinações, revelou tanta indiferença à homenagem aos heróis nacionalistas do 4 de Fevereiro. Ontem a par das comemorações assistimos a uma hedionda agressão cívica por parte do Galo Negro e seus satélites, e é espantosa a idiossincrasia dos falantes na propaganda subversiva.

A UNITA para disfarce comemorou o Dia Internacional da Luta Contra o Cancro, iniciativa louvável não fora para ostracizar a página histórica anticolonial. ACJ até disseminou com pompa uma mensagem que revela uma grande ignorância em matéria socio económica, é um autêntico nefelibata convencido no qual não se vislumbra o mais leve sentido de Estado. Há na UNITA quem possa fazer muito melhor, talvez até, menos dependente dos saudosistas do saque que vivem em pesadelo com os olhos postos em Angola.

A mim espantou-me mais ainda, a entrevista “on line” do arcebispo emérito do Lubango D. Zacarias Kamwenho. Este sacerdote católico teceu críticas convergentes com o discurso repetido da UNITA, mas foi mais longe, exaltou a cultura dos bailundos, circunscreveu-os ao Huambo, Bié, Benguela e Cuanza Sul, esquecendo-se da convergência secular do catolicismo com a colonização, do respeito do Governo de Angola pelo património da Igreja, e da vinda do Papa a Angola em tempo de vacas gordas, legitimando a corrupção que saqueou o país e cujos montantes significativos foram parar ao Banco do Vaticano, onde se põe seguro o dinheiro sujo da escravidão e toneladas de ouros dos explorados.

Angola | FALSAS NOTÍCIAS NA CANTINA DO ENGENHEIRO À CIVIL

Artur Queiroz*, Luanda

Notícia verdadeira e que interessa a milhões de angolanas e angolanos. O Conselho de Ministros decidiu hoje aumentar o salário mínimo nacional em 50 por cento. Está reposto o poder de compra perdido com a inflação e ainda sobra uma margem para melhorar os rendimentos mensais de quem ganha pouco. A nova tabela fixa o salário mínimo para a Função Pública e o sector da Agricultura, em 32.181 kwanzas. Transportes, serviços e indústria transformadora, o salário mínimo passa a ser de 40.226 kwanzas. Para o comércio e indústria extractiva, o salário mínimo sobe para 48.271 kwanzas.

Os funcionários públicos também têm motivo de satisfação. Os salários da função pública que estavam nos 33.598 kwanzas subiram para 77.507 kwanzas e 59 cêntimos. Os especialistas principais viram o salário ser ajustado de 214.552 kwanzas, para 223.134 kwanzas. Boas notícias. Funcionários em lugares de direccção ou chefia e titulares de cargos políticos ficaram de fora. É mau, mas o kambrikito é curto e não dá para tudo. Melhores dias virão para quem está no topo do funcionalismo público e para os políticos. É fundamental que esses salários sejam reajustados, se queremos ter técnicos de qualidade nos serviços públicos e cidadãos de alto nível ao serviço da democracia. Malembe, malembe.

Uma notícia falsa. Correio da Kianda é uma fisga que a UNITA usa para a guerra das notícias falsas. Mas apresenta-se como “a verdade em notícia”. O responsável pelo pasquim chama-se Ernesto Samaria. Hoje mentiu, invocando como fonte a assessoria do presidente da UNITA, engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior, que o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, teve com ele uma “longa conversa que se centrou na democratização do País (Angola)”. Mentira. Como dizia o outro, com a UNITA, até as verdades cheiram a aldrabice. O Palácio de Belém já desmentiu qualquer contacto.

Mas o Correio da Kianda, a verdade em notícia, arrependeu-se das aldrabices e na mesma notícia escreve que Adalberto da Costa Júnior chegou hoje a Jerusalém. Foi apoiar a ocupação ilegal da cidade e da Palestina mas também tratar da kamanga. Ainda há diamantes de sangue. 

Bissau: Forças de ordem impedem a realização de conferencia na sede do PAIGC

A Guarda Nacional da Guiné-Bissau impediu este sábado (05.02), a realização de uma conferência de militantes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) em cumprimento de uma decisão judicial.

De acordo com fontes citadas pela Agência Lusa, um militante do PAIGC intentou uma providencia cautelar contra o partido, alegando ter sido injustamente excluído das listas de possíveis delegados ao décimo congresso que o partido vai realizar ainda este ano.

Adiantaram ainda que à luz do regulamento do décimo congresso, aquele militante não poderia ser selecionado nas bases por, alegadamente, ter-se afastado do PAIGC, ao filiar-se, entretanto, numa outra formação política, tendo regressado ao partido novamente.

Guiné-Bissau | Covid-19: Estado de alerta pode comprometer congresso do PAIGC

A Guiné-Bissau declarou o estado de alerta por causa da Covid-19, e foram proibidas atividades político-partidárias durante um mês. O PAIGC tem o seu congresso marcado para 17 a 20 de fevereiro.

O estado de alerta decretado pelas autoridades da Guiné-Bissau, no âmbito do combate à Covid-19, deverá impedir a realização do X Congresso ordinário do  Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), marcado para 17 a 20 de fevereiro, em Bissau.

"Obviamente que irá comprometer seriamente a realização do congresso", comenta o jurista guineense Luís Vaz Martins.

O PAIGC remeteu para mais tarde uma declaração sobre o assunto. Mas o artigo 16.o do decreto em que se declara o estado de alerta é claro. Durante 30 dias, "é proibida a realização de atividades político-partidárias, nomeadamente comícios, reuniões de base".

Por que Israel está realmente ameaçado pelo relatório do apartheid da Amnistia

#Publicado em português do Brasil

Robert Inlakesh | Al Mayadeen

Mais uma vez, quando "Israel" é acusado de algo, ele se apressa em acusar outros de "anti-semitismo".

Antes da divulgação do relatório de quase 300 páginas da Anistia Internacional apoiando sua posição de que "Israel" está cometendo o crime de Apartheid, o regime israelense já havia atacado para deslegitimá-lo como "anti-semita". A razão para isso é que a natureza judaica de "Israel" agora é questionada.

O extenso relatório da Anistia Internacional, que de acordo com sua secretária-geral, Agnes Callamard, levou quatro anos para ser elaborado, conclui que “apreensões maciças de terras e propriedades palestinas, assassinatos ilegais, transferências forçadas, restrições drásticas de movimento e a negação de nacionalidade e cidadania aos palestinos são todos componentes de um sistema que equivale ao apartheid sob o direito internacional. Este sistema é mantido por violações que a Anistia Internacional considerou constituir o apartheid como um crime contra a humanidade, conforme definido no Estatuto de Roma e na Convenção do Apartheid.”

Sem abordar nenhuma das conclusões do relatório, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, afirmou que “em vez de buscar fatos, a Anistia cita mentiras espalhadas por organizações terroristas”, rotulando a Anistia como “apenas mais uma organização radical”. de anti-semitismo, assim como organizações pró-"Israel" como ADL, AIPAC e outras, todas alegando que a única razão para o relatório era porque "Israel" é judeu. citando as leis implementadas pelo regime israelense e começa citando seu ex-primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que disse que "Israel não é um estado de todos os seus cidadãos ... [mas sim] o estado-nação do povo judeu e apenas deles".

A REVOLUÇÃO COLORIDA NO CAZAQUISTÃO E A NOVA ORDEM EURASIÁTICA

# Publicado em português do Brasil

Alexandre Dugin | Kateon

O Cazaquistão está colhendo os frutos de uma política multivetorial: Ocidente, Rússia, China. Uma tentativa de qualquer pólo de alcançar uma influência multi-campo no Cazaquistão foi bloqueada por um apelo a outro pólo. Daí a inconsistência do eurasianismo de Nazarbayev, e como tudo começou bem e de forma promissora... Agora outra revolução colorida começou. Estritamente de acordo com Gene Sharp, que, ao que parece, era tão amado em nosso Instituto de Filosofia da Academia Russa de Ciências. Claro, os Estados Unidos e Biden estão por trás disso, tentando abrir outra frente na Eurásia contra a Rússia.

Mas Moscou não tem mais tempo histórico para meias medidas. Todos os partidários do "plano astuto" e do "nevodil" acabaram sendo traidores ou idiotas. Hoje está claro para todos que em 2014 perdemos nossa chance, cujos resultados estamos colhendo. Perdemos muito e estamos colhendo muito.

As apostas aumentaram: ajudar Minsk ou Nur-Sultan muda radicalmente o significado - se você quiser continuar a governar, faça uma escolha inequívoca. Ao nosso lado. E nós iremos salvar e ajudar. Mas não vamos voltar.

Nós russos vencemos apenas em um confronto direto, como resultado de gestos fortes compreensíveis e simples. Assim foi, é e será. Quanto mais atrasamos a integração do espaço pós-soviético, pior se torna a situação. É hora de agir. E no Cazaquistão também. Ao mesmo tempo, o preço é a rejeição da abordagem multi-vetor. Ainda é possível equilibrar de alguma forma entre Moscou e Pequim, mas o terceiro – o Ocidente – é claramente supérfluo aqui. As elites pró-ocidentais do Cazaquistão (assim como a Rússia) devem ser sacrificadas. Como um sacrifício à nova Ordem Eurasiana.

A especulação de falsa bandeira e crise dos EUA-Rússia é autodesacreditável

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

Este exercício na própria definição de duplipensamento é autodesacreditável e intelectualmente insultuoso.

A facção anti-russa subversiva das burocracias militares, de inteligência e diplomáticas permanentes dos EUA (“estado profundo”) está tão desesperada para provocar uma guerra por procuração russo-ucraniana que agora está empurrando especulações sobre a Rússia supostamente conspirando para realizar uma bandeira falsa ataque composto por atores de crise. O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, compartilhou essa alegação sem qualquer evidência durante uma entrevista coletiva na quinta-feira, o que levou Matt Lee, da Associated Press, a desafiá-lo imediatamente. Este último até comparou a especulação de Price ao “território de Alex Jones” durante sua inesquecível troca que pode ser lida na íntegra aqui e que foi resumida aqui .

Os EUA até então negavam a própria existência conceitual de bandeiras falsas e atores de crise, afirmando anteriormente que mesmo discuti-los nada mais é do que uma chamada “teoria da conspiração”, apesar de ambos terem sido objetivamente confirmados para existir ao longo da história . Os esforços anteriores da Rússia para impedir o que descreveu como os próprios ataques de armas químicas de bandeira falsa dos EUA na Síria sempre foram recebidos com desprezo, condenação e até zombaria pelo establishment americano, mas agora esse mesmo establishment quer que o mundo aceite cegamente seus próprios tais alegações sobre a Rússia. Este exercício na própria definição de duplipensamento é autodesacreditável e intelectualmente insultuoso.

Preparativos de guerra | Reforço de militares norte-americanos chega à Polónia

O porta-voz do exército polaco avançou, este sábado, que a transferência de reforços norte-americanos para a Polónia já começou, para tranquilizar os países aliados preocupados com as tensões russo-ucranianas.

Os primeiros soldados da 82.ª Divisão Aerotransportada dos EUA "chegaram ao aeroporto de Jesionka", disse à agência France Presse (AFP) o major Przemyslaw Lipczynski, adiantando que os preparativos logísticos "começaram na semana passada".

Acrescentou ainda que as principais forças de um contingente norte-americano com 1700 soldados devem chegar "em breve".

Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira passada o envio de mais três mil tropas norte-americanas para a Europa de Leste para defender os países da NATO "contra qualquer agressão", no meio de movimentos diplomáticos destinados a convencer Moscovo a retirar as suas tropas nas fronteiras da Ucrânia.

Mais recuperados do que novos casos em dia com 44 mortos por covid-19

PORTUGAL

Em 24 horas, há mais 44 mortos por covid-19 e 41.511 novas infeções pelo coronavírus SARS CoV-2, com o número de recuperados a superar o de casos diários.

Portugal regista um total de 20.171 óbitos associados à covid-19 e 2.884.540 casos confirmados desde o início da pandemia no país, em março de 2020.

Este sábado o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde reporta 44 mortos e 41.511 novas infeções. Há uma semana (dia 29 de janeiro) houve 39 óbitos e 59.194 casos.

As vítimas mortais foram reportadas pelas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (17), Norte (13), Centro (nove), Alentejo (duas), Açores (duas) e Algarve (uma). Dois homens que não resistiram ao SARS CoV-2 tinham entre 40 e 49 anos. Morreram ainda dois homens na faixa etária dos 50-59 anos e outro entre 60 e 69 anos, além de 12 pessoas entre os 70-79 anos (sete homens e cinco mulheres) e 27 com 80 ou mais anos (sete homens e 20 mulheres).

Portugal | DE QUEM SERÁ A MAIORIA ABSOLUTA?

Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Entre as reações ao resultado das eleições, a mais surpreendente será porventura a dos principais dirigentes das confederações patronais e dos banqueiros mediatizáveis. Encontraram uma serena felicidade! Quase afirmam que a maioria absoluta é deles. Em que sentido? Ela liberta o Governo de influências nefastas de Esquerda.

Oferece-lhes a "estabilidade" de que tanto dizem precisar. Cria um quadro favorável à realização de "grandes reformas sempre adiadas" num contexto de "previsível" negociação entre PS e PSD incentivado e mediado, supõe-se, pelo presidente da República (PR).

De quem é, de facto, a maioria absoluta? Certamente do PS. E de uma forma mitigada poderá ser reclamada por algumas centenas de milhares de eleitores à sua esquerda, que "votaram útil" neste partido, como forma de evitar a vitória de uma Direita cheia de sombras dos seus extremos antidemocráticos e fascizantes. Ouvir o PS reclamar a maioria é, pois, absolutamente normal. Surpreendente seria ouvir a Esquerda que supostamente votou útil fazer o mesmo, apesar da dita maioria ainda ser um poucochinho dela.

Então, a quem virá a pertencer a maioria absoluta? Que programa político será executado com ela? O das confederações patronais e dos banqueiros? Ou o que António Costa e o PS disseram assumir para "continuar" o que em 2015 se desenhou como rumo possível?

Mortalidade por Covid-19 sobe 16% e é três vez mais do que o limiar europeu

PORTUGAL

Relatório das "linhas vermelhas", divulgado pelas autoridades de saúde, aponta ainda para a pressão no Sistema Nacional de Saúde.

A mortalidade por Covid-19 aumentou 16% na última semana, atingindo os 60,7 óbitos por um milhão de habitantes, três vezes mais do que o limiar definido a nível europeu, indica a análise de risco da pandemia hoje divulgada.

Na quarta-feira, a "mortalidade específica por Covid-19 registou um valor de 60,7 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que corresponde a um aumento de 16% relativamente ao último relatório (52,2), indicando uma tendência crescente do impacto da pandemia" neste indicador, adiantam as "linhas vermelhas" do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo o documento, o valor de 60,7 é superior ao limiar de 20 óbitos em 14 dias por um milhão de pessoas definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) e ao limite de 50 mortes do referencial "linhas vermelhas", o que se traduz num "impacto muito elevado da epidemia na mortalidade específica por Covid​​​​​​​-19".

A análise da DGS e do INSA avança ainda que, na quarta-feira, os hospitais de Portugal continental atingiram os 61% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas em cuidados intensivos (155 doentes), o que representa uma tendência estável a nível nacional, mas com variações por regiões.

O Norte atingiu os 99% do nível de alerta de 75 camas ocupadas nestas unidades, enquanto o Algarve, com cinco doentes em cuidados intensivos, registou apenas 22% de ocupação das 23 camas deste nível.

De acordo com as "linhas vermelhas", a incidência cumulativa a 14 dias foi de 7.149 infeções por 100 mil habitantes em Portugal, indicando uma intensidade muito elevada, mas agora com "tendência crescente com sinais claros de desaceleração", já que aumentou 10%, enquanto na semana anterior tinha crescido 29%.

Guiné-Bissau | Cartéis de droga estão por detrás da tentativa de golpe?

Depois do ataque ao palácio governamental, soldados foram pelas ruas de Bissau. Difícil identificá-los?

Ainda não está claro quem está por detrás da tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau. O PR afirma que os golpistas queriam acabar com a sua luta contra o tráfico de droga. Mas e quanto ao papel da elite política?

"Foi um ataque a sangue frio. E os perpetradores, certamente, não eram membros das nossas Forças Armadas. Eram antes pessoas do submundo, que queriam impedir a minha luta contra o tráfico internacional de droga".

Estas foram as palavras do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, falando a jornalistas, na terça-feira (01.02) à noite. Poucas horas antes, um sangrento tiroteio teve lugar nos edifícios do Governo, seguido de um cerco de horas no complexo que alberga não só a residência oficial do chefe do Governo, mas também todos os ministérios do país.

Indivíduos desconhecidos também dispararam tiros, alegadamente, com bazucas. 11 agentes de segurança foram mortos - todos eles membros da guarda presidencial.

Embaló - ele próprio um antigo general - pareceu sereno e determinado durante todo o seu discurso.

"Os perpetradores eram certamente assassinos financiados pela máfia da droga", repetiu em várias ocasiões - apesar de insistir que não queria tirar quaisquer conclusões precipitadas na investigação em curso.

Acima de tudo, salientou que o Governo foi capaz de repelir o ataque e que a situação estava sob controlo.

Ana Gomes não será julgada em processo movido por Sissoco Embaló

PR DA GUINÉ-BISSAU NARCOTRAFICANTE

A justiça portuguesa decidiu que Ana Gomes não vai a julgamento, após queixa-crime por difamação interposta por Umaro Sissoco Embaló. Ex-eurodeputada acusou o PR da Guiné-Bissau de envolvimento com o narcotráfico.

A juíza de instrução do processo movido pelo Presidente guineense contra Ana Gomes decidiu, esta quinta-feira (03.02), no Tribunal de Cascais, arredores de Lisboa, não avançar com o processo por entender que a política portuguesa tinha exercido o seu direito de liberdade de expressão. 

"Ela entendeu que não havia motivo para o queixoso se considerar difamado. E por isso entendeu que eu não deveria ir a julgamento. Essa já era também a posição do Ministério Público, que a juíza veio confirmar", avança Ana Gomes.

A ex-eurodeputada considera o processo encerrado, mas este poderá prosseguir se a outra parte apresentar recurso. "Eu espero que estes elementos levem o queixoso a concluir que, de facto, não há espaço para prosseguir. Mas, não posso excluir que ele continue", pondera.

A propósito desta decisão do tribunal, a DW tentou ouvir o advogado João Nabais, que defende Sissoco Embaló neste processo, mas este não reagiu até ao fecho desta matéria. 

Guiné-Bissau: Apreensão e silêncio após anúncio da CEDEAO sobre força militar

Decisão da CEDEAO de enviar força para ajudar a estabilizar a Guiné-Bissau, após suposta tentativa de golpe de Estado, parece ter gerado alguma apreensão. União para Mudança lembra que Parlamento tem uma palavra a dizer.

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), atualmente na oposição, promete reagir em "momento oportuno" à situação. A Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), um dos partidos que governam a Guiné-Bissau, também prefere não dizer nada, para já, sobre a decisão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de enviar uma força ao país

À saída de uma audiência esta sexta-feira (04.02) para apresentar a solidariedade ao Presidente da República, após o ataque ao Palácio do Governo a 1 de fevereiro, Augusto Gomes, dirigente do partido liderado pelo atual primeiro-ministro, limitou-se a lamentar a violência, na terça-feira.

"O que eu sei é que este ato, de facto, constitui mais uma vez uma nódoa na imagem do nosso país", afirmou.

Angola | O DINHEIRO DO GALO VOA PARA LISBOA

Artur Queiroz*, Luanda

O senhor bispo Imbamba tem pinta de líder da Oposição e prosápia não lhe falta. A bem dizer se não fosse careca tinha tudo no seu sítio para ser um líder às direitas. Bem-vindo ao exaltante mundial da política e boa sorte é o que mais lhe desejo. Mas como não há almoços grátis, ouso pedir-lhe que interceda junto de quem sabe tudo e lhe pergunte por que razão Angola tem de carregar a cruz da UNITA, essa fraude política e eleitoral, que agora caiu nas ruas da amargura e nos braços do engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior.

A UNITA já não é um partido nem uma associação cívica. Desde que saiu da asa do regime de apartheid nunca mais se encontrou. Gente com visão política, inteligência quanto baste e amor à democracia não consegue tirar o Galo Negro do pântano. Ninguém consegue cortar com o passado colaboracionista, com as traições a Angola, a África e ao Mundo. É uma fatalidade que pesa sobre todos os angolanos e não apenas sobre os que seguem penosamente o partido, até ao apodrecimento final. Porque é assim que vai acabar: podre e fétido. Inglório e sem afectos. Irrelevante e sem deixar saudades a ninguém.

 A hora é de revelar o que todos sabem mas ninguém ousa dizer. O engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior é o presidente da comissão liquidatária da UNITA. Já leva o tempo suficiente na liderança, ainda que atribulada, para dizer aos angolanos quais são as suas propostas para o sector económico e financeiro. Zero. Onde está gente da dimensão de Fernando Heitor ou Vitorino Hossi? Nada. O engenheiro à civil, comparado com estes dois valiosos quadros angolanos vale menos que zero. Onde está o programa social da UNITA? Zero. Qual a sua política externa? Tudo se resume a isto: Fraude eleitoral. E ataques descabelados ao sector público da comunicação social.

Angola | A eficácia da PGR nos julgamentos criminais complexos

Têm surgido relatos na comunicação social acerca de julgamentos criminais complexos em que os Procuradores encarregues de fazer valer a perspectiva da acusação demonstram algum desconhecimento do processo ou mostram-se pouco à vontade.

Aparentemente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem uma prática, talvez importada de Portugal, de distinguir os Magistrados do Ministério Público (MP) que conduzem a investigação e produzem a acusação num processo-crime daqueles que vão a julgamento sustentar essa acusação. Isto quer dizer que aqueles que reúnem as provas, conhecem o processo, montam a acusação, estabelecem uma narrativa coerente, não surgem em tribunal para defender essa narrativa e apresentar com conhecimento essas provas.

A tarefa é entregue a outro Procurador que não conhece o processo, pode não ter tempo para o estudar e não vivenciou todos os acontecimentos. Em processos complexos e com calibre de especialização elevado, esse facto leva a que se perca uma quantidade de informação e conhecimentos adquiridos. Quem viveu e fez saberá sempre mais do que quem apenas toma conhecimento em segunda mão.

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