Kuma | Tribuna de Angola | opinião
Nem Jonas Malheiro Savimbi no auge das suas alucinações, revelou tanta indiferença à homenagem aos heróis nacionalistas do 4 de Fevereiro. Ontem a par das comemorações assistimos a uma hedionda agressão cívica por parte do Galo Negro e seus satélites, e é espantosa a idiossincrasia dos falantes na propaganda subversiva.
A UNITA para disfarce comemorou o Dia Internacional da Luta Contra o Cancro, iniciativa louvável não fora para ostracizar a página histórica anticolonial. ACJ até disseminou com pompa uma mensagem que revela uma grande ignorância em matéria socio económica, é um autêntico nefelibata convencido no qual não se vislumbra o mais leve sentido de Estado. Há na UNITA quem possa fazer muito melhor, talvez até, menos dependente dos saudosistas do saque que vivem em pesadelo com os olhos postos em Angola.
A mim espantou-me mais ainda, a entrevista “on line” do arcebispo emérito do Lubango D. Zacarias Kamwenho. Este sacerdote católico teceu críticas convergentes com o discurso repetido da UNITA, mas foi mais longe, exaltou a cultura dos bailundos, circunscreveu-os ao Huambo, Bié, Benguela e Cuanza Sul, esquecendo-se da convergência secular do catolicismo com a colonização, do respeito do Governo de Angola pelo património da Igreja, e da vinda do Papa a Angola em tempo de vacas gordas, legitimando a corrupção que saqueou o país e cujos montantes significativos foram parar ao Banco do Vaticano, onde se põe seguro o dinheiro sujo da escravidão e toneladas de ouros dos explorados.