segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Relatório dos EUA sobre campos de concentração russos na Ucrânia é fake news

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

Não há absolutamente nenhuma maneira de o líder mais antigo e mais filo-semita da história moderna aceitar pisar os passos genocidas de Hitler ao realizar um segundo Holocausto. É indiscutivelmente anti-semita insinuar tanto, já que isso sugere que o povo judeu e seus representantes israelenses não podem reconhecer o 'novo Hitler' quando o vêem, sendo inexplicavelmente enganados pelo presidente Putin a ir tão longe para elogiá-lo. como seu 'amigo muito próximo e verdadeiro', enquanto os não-judeus foram supostamente capazes de ver seus supostos truques imediatamente.

O Washington Post noticiou pela primeira vezque o representante dos EUA no Escritório das Nações Unidas e Outras Organizações Internacionais em Genebra, Bathsheba Nell Crocker, enviou uma carta à Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, alegando que “informações confiáveis” sugerem que a Rússia está planejando reunir muitas categorias de ucranianos em o que equivale a campos de concentração. A carta supostamente afirma que a Rússia “provavelmente teria como alvo aqueles que se opõem às ações russas, incluindo dissidentes russos e bielorrussos no exílio na Ucrânia, jornalistas e ativistas anticorrupção e populações vulneráveis, como minorias religiosas e étnicas e pessoas LGBTQI+”. Os EUA também prevêem que “as forças russas provavelmente usarão medidas letais para dispersar protestos pacíficos ou contrariar exercícios pacíficos de resistência percebida por populações civis”.

Em outras palavras, as agências de inteligência dos EUA estão dizendo que o presidente russo Vladimir Putin é um Adolf Hitler moderno, cujo país está prestes a seguir os passos genocidas da Alemanha nazista. A referência ao seu plano especulativo para deter e potencialmente matar inúmeros membros de “populações vulneráveis, como minorias religiosas e étnicas e pessoas LGBTQI+” alude fortemente a um Holocausto moderno em formação, considerando a histórica população judaica da Ucrânia. Tudo isso implica que o líder russo é um supremacista eslavo que deve ser detido custe o que custar. O problema com esse retrato é que é completamente falso, desacreditando assim a base sobre a qual os EUA teriam feito suas previsões dramáticas.

A primeira coisa a lembrar é que o presidente Putin não é quem ele é descrito erroneamente como sendo. Longe de ser um supremacista eslavo, ele apoiou consistentemente a crescente minoria muçulmana de seu país, conforme documentado pelo autor em um tópico detalhado no Twitter no início deste mês, citando vários exemplos do site oficial do Kremlin nos 22 anos do líder russo no cargo. Enquanto ele se sente muito fortemente sobre “ a unidade histórica de russos e ucranianos” como ele elaborou em um extenso artigo no verão passado, ele, no entanto, insiste que a Ucrânia é uma nação soberana e não tem nenhum desejo de incorporar o Donbass à Federação Russa. A política de segunda menção foi recentemente reafirmada pelo embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, em sua última entrevista à CBS News, onde ele lembrou a todos que “gostaria de confirmar que Donbas e Lugansk fazem parte da Ucrânia”.

A maioria dos ucranianos não acredita nos avisos de Biden e desconfia do Ocidente

# Publicado em português do Brasil

Uma pesquisa recente sugere que apenas 20% acham que uma invasão acontecerá em breve, de acordo com alguns líderes ucranianos.

Kiev, Ucrânia – As advertências cada vez mais preocupantes da Casa Branca sobre uma iminente invasão russa na Ucrânia nada mais são do que um jogo político destinado a ajudar os democratas a conquistar assentos no Senado no outono.

Esta não é uma opinião de um especialista político do Capitólio, mas o que uma mulher ucraniana que fugiu da região de Donetsk controlada pelos rebeldes pensa sobre as declarações que o presidente dos EUA, Joe Biden, fez nas últimas semanas – apenas para supostamente ganhar pontos políticos por diminuir a crise na eleição do tempo.

“No outono, Biden parecerá um super-herói, um super-homem. Porque ele – pense bem – evitou a Terceira Guerra Mundial”, disse Oksana Afenkina, que mora na capital ucraniana Kiev depois de deixar Donetsk em 2020, à Al Jazeera.

Embora os especialistas do Capitólio possam discordar dela, Afenkina está entre a maioria dos ucranianos que simplesmente não acreditam que a Rússia vá invadir.

Mesmo com as tensões fervendo com mais de 150.000 soldados russos ao longo da fronteira na Crimeia anexada e na vizinha Bielorrússia, apenas um em cada cinco ucranianos acredita que o conflito em grande escala é inevitável.

Apenas 20,4 por cento dos ucranianos acreditam que uma “invasão em grande escala” acontecerá em breve, e apenas 4,4 por cento estão convencidos de que está “definitivamente” ocorrendo, de acordo com uma pesquisa do Instituto Gorshenin, um instituto de pesquisa independente, realizado entre 2 de fevereiro e 14.

Surpreendentes 62,5% acham que a invasão não vai acontecer “no futuro próximo”.

Dívidas ocultas: RENAMO insiste que Nyusi deve ser ouvido em tribunal

MOÇAMBIQUE

O líder da RENAMO defendeu que o atual PR moçambicano deve ser ouvido pelo tribunal no caso das dívidas ocultas. Na semana passada, o juiz do caso negou, pela terceira vez, pedido para que Filipe Nyusi seja interrogado.

"O Presidente da República deve ser ouvido no âmbito do processo que está a correr, porque nos termos do artigo 35 da Constituição todos os cidadãos são iguais perante a lei", declarou  Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), esta segunda-feira (21.02), em conferência de imprensa em Maputo.

Em causa está o facto de o antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza ter insistido, na semana passada, que Filipe Nyusi podia esclarecer detalhes da execução do Sistema Integrado de Monitoria e Proteção (SIMP), uma vez que era coordenador do comando operativo, na qualidade de ministro da Defesa, na época em que os projetos que culminaram com as dívidas ocultas foram concebidos.

Na sequência das declarações de Armando Guebuza, que falava em tribunal como declarante, a Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), que atua no processo como auxiliar do Ministério Público, submeteu um novo requerimento para que Filipe Nyusi seja interrogado no caso, mas o pedido foi rejeitado pela terceira vez pelo juiz do processo principal das dívidas ocultas, Efigénio Baptista.

Niassa: Ajuda não chega para reconstruir casas destruídas por terroristas

MOÇAMBIQUE

Maioria das famílias acomodadas em Mecula depois dos ataques terroristas regressa agora a casa. Apesar de 550 casas se encontrarem "totalmente destruídas", os proprietários têm de fazer obras sem materiais suficientes.

A maioria das famílias alojadas no centro de acomodação em Mecula, devido aos ataques terroristas, está a regressar aos seus lares.

Trezentas famílias ainda se encontram no acampamento e outras mil já regressaram às zonas de origem, após terem recebido garantias de segurança das forças de defesa e segurança.

O delegado do Instituto de Nacional de Gestão de Redução de Riscos e Desastre (INGD), Friday Taibo, afirma que o regresso dos deslocados está a ser feito de forma gradual. E também estão a ser preparados materiais de construção para reabilitar as casas destruídas nos ataques.

"Um total de 550 casas foram avaliadas como totalmente destruídas, estamos a fazer a reconstrução com as famílias de forma gradual", explicou Taibo.

O delegado afirmou que a reconstrução iria começar com a aldeia mais próxima em Matequesse e depois Macalange e Naulala.

"Estamos a permitir com que o material de construção chegue as famílias, ergam as casas e, em conjunto, serão beneficiados com produtos alimentares", termina.

MEMÓRIA DE EL PADRE, O CARDENAL

Artur Queiroz*, Luanda

Nas minhas andanças de repórter estive na Nicarágua e fiz uma reportagem com os combatentes da Frente Sandinista de Libertação Nacional. Foi nessa ocasião que conheci El Padre, o poeta, filósofo e guerrilheiro Ernesto Cardenal. Esmagada a ditadura do general Somoza, os sandinista fizeram um governo e o ministro da Cultura era precisamente o padre Cardenal. Entrevistei-o. Nesta altura já existia entre nós uma relação fraterna e de amizade. Quando o Papa João Paulo II visitou oficialmente a Nicarágua, xingou o meu amigo em público por ter aceitado fazer parte do gabinete ministerial. 

Jean Bertrand Aristide, padre salesiano do Haiti. Em 1986 liderou um movimento político e social contra o ditador Duvalier. Na capital, Porto Príncipe, fundou comissões populares de bairro. Liderou o Movimento Avalanche (Lavalas) que esteve na base do derrube da ditadura. Em 1987, entrevistei-o e percebi pelas respostas que era muito mais radical do que eu. Extrema-esquerda pura e dura. Em 1988, foi expulso da Ordem dos Salesianos devido às suas actividades políticas. Em 1980, protagonizou uma candidatura à Presidência da República do Haiti. Ganhou as eleições com quase 70 por cento dos votos. Depois aderiu ao neoliberalismo mas nem assim o reintegraram na Igreja.

Padre Apolónio Graciano, angolano. Era pároco de bairros pobres de Luanda e nessa altura tomei conhecimento da sua actividade. Quando foi inaugurada a Centralidade de Cacuaco dirigiu um movimento activíssimo para dotar a nova cidade com os equipamentos sociais indispensáveis. Fui lá entrevistá-lo com os meus colegas José Ribeiro e o talentoso repórter fotográfico Dombele Bernardo. Ficámos amigos ainda que lhe tenha perdido o rasto quando saí do Jornal de Angola. 

Este introito serve para responder a dois idiotas que me chamaram anti clerical e anti Igreja. Não sou nada disso. Venho de uma família de ateus e agnósticos. Meu avô materno emigrou para os EUA quando tinha 14 anos e andou a abrir estradas de macadame munido de pá e picareta. Aderiu ao movimento anarco-sindicalista e cantava-me assim: Trabalhador/ Tu não entres na Igreja/ Os santos são de pau/Não têm valor/Valor dá somente a quem trabalha.

CONTOS POPULARES ANGOLANOS – A Menina que Encantou a Chuva

Seke La Bindo*

O céu sem uma nuvem, a terra sem gota de água, as lavras nuas e a terra retalhada pela secura. Estava assim a aldeia de Mwondo, nos confins dos areais do Cuchi. O riacho Milele deixou há muito de correr. A ventania levanta nuvens de poeira que ferem os olhos de Intumba, a menina que cantava ao Sol uma súplica: manda-nos chuva, que a fome afugentou os pássaros e matou as crias da cabra. 

As crianças deixaram de brincar, as mães choraram a última gota de água e os homens partiram à procura da abundância perdida. O soba mandou juntar os velhos dos quatro cantos da aldeia e incumbiu-lhes uma missão especial:

- Partam hoje mesmo até aos domínios do adivinho Mukuve, e implorem-lhe que chame a chuva. Pagamos-lhe tudo o que pedir.

Os velhos partiram em direcção às colinas donde se avista o Cuchi, terra de Mukuve, o homem que conhecia a casa da chuva e com ela falava, quando a secura castigava a terra e fazia desaparecer os rios no seu leito arenoso. Quando chegaram a casa do adivinhador, no céu existiam pequenos farrapos de nuvens. Mas tão depressa a vista os alcançou, eles desapareceram varridos pela brisa.

O mais velho dos velhos disse a Mukuve:

- A aldeia Mwondo está seca, morrem as crias e a massambala. As crianças não comem e as mulheres não cantam. Faz chover na nossa terra, poderoso Mukuve!

Angola | A SEITA FRAUDULENTA E OS MISSEIS DE CUBA

Artur Queiroz*, Luanda

Angola é o único país do mundo onde um partido e “associações cívicas” põem em causa a contratação da empresa que assegura a logística eleitoral. Mas também é o único país do mundo que tem uma seita satânica a liderar a Oposição, que dá pelo nome de UNITA. A Igreja promove a Caridade. Assim imploro que uma alma caridosa explique aos sicários do Galo Negro que os votos são introduzidos numa urna inviolável. Quando encerram as urnas, esses votos são contados pelos delegados de todos os partidos. Apurada a votação é elaborada uma acta assinada por todos. É impossível fazer batota. Porque cada partido fica com os resultados apurados em cada assembleia de voto. 

Isto é fácil de compreender para quem quer mesmo ir a eleições, para quem aceita a democracia e aceita fazer o jogo democrático. No processo eleitoral, o mais importante é preparar os membros de cada partido que vão fiscalizar as mesas e assembleias de voto. São milhares em todo o país. Já deviam estar formados e a fazer simulações. Mas nada. Como não fazem o que devem, enganam a opinião pública com suspeitas de fraude muitos meses antes das eleições. Plantam “notícias” nos Media que não têm a mínima adesão à realidade. 

A empresa espanhola que ganhou o concurso para fornecer a logística eleitoral é apresentada como perita em fraudes. Mas ninguém explica como é possível meter votos nas urnas, sem ser por meio dos votantes, á vista dos delegados dos partidos. Como é possível alterar actas assinadas por todos. Como é possível alterar os resultados apurados. Como é possível ganhar eleições sem a maioria dos votos. É impossível. E eles sabem disso. Lançam a confusão para subir a abstenção. Se o partido que ganhar as eleições tiver menos votos  que a soma dos que não foram votar, coloca-se um problema de legitimidade democrática.  É isso que eles querem.

A UNITA pode fazer estes jogos antidemocráticos, porque em rigor só mesmo os membros da seita satânica (incluídos os padres e bispos da Igreja) acreditam nas aldrabices. Mas nove organizações cívicas tocarem o mesmo disco já admira. Mas não muito. Porque todas elas recebem dinheiro da CIA e do Pentágono. Leiam os seus nomes: Friends of Angola (estes recebem quilos de dinheiro), Observatório de Imprensa, SOS Habitat, Associação Construindo Comunidades, Organização Humanitária Internacional, Observatório para Coesão Social e Justiça, Jango Cultural, Handeka e a MC-MUDEI.

Angola | Frente Patriótica Unida questiona registo eleitoral na diáspora

Frente Patriótica Unida critica o trabalho de comunicação junto da comunidade angolana na diáspora para o registo eleitoral, que vai até final de março. Em Lisboa, oposição pede o prolongamento do processo. 

O registo eleitoral oficioso em Portugal, com vista às eleições gerais deste ano em Angola, começou mal. É a primeira constatação de Edgar Kapapelo, representante em Portugal da Juventude da UNITA (JURA), que critica o facto de não se ter realizado antes do início do processo um trabalho de sensibilização dos cidadãos angolanos.

Será a primeira vez, depois de 47 anos após a independência, que os angolanos na diáspora vão votar nas eleições gerais (legislativas e presidenciais) previstas para agosto deste ano, mas ainda sem data marcada. 

"Existem vários constrangimentos. Temos muitas perguntas que não são respondidas", afirmou Kapapelo, que falou à DW no âmbito de um encontro ocorrido este sábado (19.02), num hotel de Lisboa, com a presença de representantes da Frente Patriótica Unida Patriótica (FPU), a qual congrega a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o Bloco Democrático e o Partido do Renascimento Angola - Juntos por Angola - Servir Angola (PRA-JA). 

Pedido para levantar imunidade do líder do PAIGC é manobra política, diz jurista

GUINÉ-BISSAU

O Ministério Público pediu, pela terceira vez, o levantamento da imunidade parlamentar do líder do PAIGC. Para o jurista Fodé Mané, é uma clara tentativa de impedir a recandidatura de Domingos Simões Pereira ao cargo.

O Ministério Público da Guiné-Bissau voltou a pedir o levantamento da imunidade parlamentar do deputado e líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira

 "O Ministério Público pediu o levantamento da imunidade parlamentar no âmbito de um processo já arquivado", disse uma fonte do coletivo de advogados do partido à agência de notícias Lusa.

Em causa, segundo o jurista guineense Fodé Mané, estará um processo que remonta a 2015, em que Simões Pereira, então primeiro-ministro, foi acusado de fraude, após o resgate de alguns bancos comerciais.

Portugal | NÃO APRENDEMOS NADA

Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

À primeira qualquer um cai, à segunda cai quem quer. Este é (mais) um sábio provérbio popular, mas que perdeu algum do seu efeito, porque hoje é hábito cairmos, com naturalidade, de forma sucessiva no mesmo erro. Senão vejamos:

Em 2007, assistimos ao rebentamento da bolha imobiliária nos Estados Unidos da América. O gigantesco crédito dado pela Banca para a compra de imóveis hiperinflacionados, sem correspondência com o seu valor real, fez com que, no momento em que se entendeu essa loucura, a Banca "rebentasse" com as pessoas a não conseguirem pagar os empréstimos e a devolverem imóveis cujo valor, afinal, era muito mais baixo do que o que especulativamente lhes estava atribuído. Essa crise mundial que tanto nos afetou levou-nos, coletivamente, a criticar a especulação, o mercado "selvagem" e "desregulado". Hoje constatamos que, em Portugal, o preço da habitação subiu 50% nos últimos cinco anos! Com a previsível subida das taxas de juro, vamos ver se a história não se repete......

A divulgação dos "Panama papers" tornou públicos os gigantescos desvios de verbas para offshores financeiros. Todos nos insurgimos contra esta pouca vergonha que permitia salvaguardar dinheiro ilícito, fomentando o crime e subtraindo aos estados milhões de euros de impostos. Hoje, passados seis anos desse sobressalto cívico, tudo continua na mesma, com a cumplicidade desses estados......

Já todos sabemos que as sondagens, mais do que estudar opções de voto, destinam-se a influenciar essas opções. Mas, como se provou nas últimas eleições, sondagens erradas, repetidas até à náusea, influenciaram centenas de milhares de eleitores, que caíram, mais uma vez, no logro do que as mesmas são......

*Engenheiro

Ler mais opinião em Jornal de Notícias:

Justiça com preço fixo

Violência doméstica

Tudo ligado com tudo?

Portugal | Mariana Silva: Se o lítio tem tanto valor, porque não o explora o Estado?

O AbrilAbril esteve à conversa com Mariana Silva, dirigente do Partido Ecologista «Os Verdes», sobre o futuro da exploração de lítio em Portugal, que o Governo quer pôr a concurso público já no início deste ano.

A notícia chegou em Fevereiro, poucos dias depois das eleições legislativas: das oito áreas propostas para a exploração de lítio, o metal mais leve e menos denso de todos os elementos sólidos, duas foram definitivamente excluídas pela Avaliação Ambiental Estratégica, dando provimento às reivindicações dos movimentos populares contra as minas: Serra d'Arga, no Alto Minho, e Segura, no distrito de Castelo Branco.

O concurso público para a exploração das seis novas minas de lítio deve agora arrancar nos próximos 60 dias. Seixoso-Vieiros, Massueime, Guarda-Mangualde C, E, W e NW, continuam, no entanto, em cima da mesa, com uma redução de cerca de 50% da área originalmente pensada.

Em entrevista à rádio TSF, Matos Fernandes, ministro do Ambiente ainda em funções, assumiu a validade de muitas das críticas dirigidas ao processo, que se arrasta desde o Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho: «Há uma coisa que podem dizer e dizem bem: mostre-me alguma exploração exemplar mineira em Portugal ou na Europa. Tenho muito poucos exemplos para dar. Tenho de ter essa humildade».

Reconhecendo o ministro do Ambiente todas as dúvidas que recaem sobre a mineração, envolto num procedimento nebuloso, com arranques e travagens bruscas, altamente contestado e com um projecto, no mínimo, e passando o pleonasmo, cheio de buracos, porque é que os sucessivos Governos PS/PSD/CDS-PP não desistem de abrir minas um pouco por todo o País?

Ao AbrilAbril, Mariana Silva, dirigente do Partido Ecologista «Os Verdes» e deputada à Assembleia da República no mandato 2019-2021, clarificou as verdadeiras intenções escondidas por detrás da máscara da transição energética.

Portugal | Novo regulamento da ASAE reforça controlo a compras de bens de luxo

O novo regulamento para prevenção e combate ao branqueamento de capitais prevê a identificação e comunicação pelos comerciantes, não só, de clientes suspeitos, como de todas as vendas acima de 3 mil euros em dinheiro.

As vendas acima de três mil euros pagos em dinheiro ou 10 mil euros noutra forma de pagamento deverão passar a ser reportadas com a identificação de clientes ou de casos suspeitos pelos comerciantes de bens de luxo, como vestuário e acessórios, cosmética, mobiliário, equipamentos eletrónicos ou bebidas alcoólicas, avança o Jornal de Negócios na edição desta segunda-feira.

Esta é uma das medidas da proposta de novo Regulamento dos Deveres Gerais e Específicos de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo formulada pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), disponível em consulta pública.

A lei 83/2017, que determina que estão obrigadas às suas regras os "comerciantes que transacionem bens de elevado valor unitário, nomeadamente ouro e outros metais preciosos, pedras preciosas, antiguidades, aeronaves, embarcações e veículos automóveis", é a base legal para este regulamento, esclarece a publicação. Em declarações ao jornal, a ASAE explica que "se pretende agora clarificar o conceito de 'bem de elevado valor unitário', alargando assim as obrigações a outros comerciantes para além dos já atualmente previstos".

Transações relacionadas com petróleo, armas, produtos do tabaco, artefactos culturais e outros artigos de relevância arqueológica, histórica, cultural e religiosa ou de valor científico raro, bem como, marfim e espécies protegidas, serão também alvo deste novo regulamento. A juntar-se à lista, somam-se as vendas de autocaravanas e de motociclos.

SE MUDAREM OS ELEITORES, O PSD PODE GANHAR

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Saímos de um fim de semana, em que a Direita procurou dar um passo em frente no sentido de se reconstruir, confirmando que PSD e CDS têm mais pressa em mudar de líder que em perceber porque falharam tão clamorosamente no dia 30 de Janeiro. Os que se convenceram que o problema esteve unicamente nas lideranças podem não ter aprendido nada do que os eleitores disseram nas urnas e as lideranças que julgam que o problema esteve sobretudo nos eleitores seguramente arriscariam perder eleições até para a administração do condomínio.

Sim, estão a ver bem quando dizem que houve "muito voto útil à esquerda" mas, quando apontam o medo do eleitorado de esquerda com um possível entendimento com o Chega como razão principal para esse voto, estão a esquecer (será apenas falta de discernimento?) que essa é também a razão para o PSD não ter captado os votos do centro que teriam retirado a maioria absoluta ao PS e aproximado os sociais-democratas da vitória.

Rui Rio acabou a queixar-se dos que não o conhecem e, só por isso, poderiam ter pensado que o PSD estaria capaz de fazer um acordo com o partido de Ventura. Eu que, por força das minhas obrigações profissionais, acompanho a política há mais de trinta anos, não estive em momento nenhum da campanha absolutamente convicto de que estava excluído um acordo com o Chega, se dele dependesse a formação de uma maioria parlamentar. E não estive porque, para além desse acordo ter sido possível nos Açores, o discurso que o líder do PSD fez no último Conselho Nacional (CN) parece confirmar os meus piores receios.

Em campanha, o favor prestado a Ventura ao entrar no debate sobre a proposta de prisão perpétua (mais ou menos mitigada) serviu para desviar atenções de uma proximidade mais perigosa, porque mais real. O estigma que se coloca nos portugueses que necessitam da ajuda do Estado para sobreviver com o mínimo de dignidade ou nos que recebem o salário mínimo, melhorado também por imposição do Estado, aparece confirmado neste CN com um discurso em que se fala desta população como não aderindo à mensagem do PSD. Eleitores que não se deixam convencer são sempre um atraso de vida.

Os bancos são honestos e cumpridores das leis? E os legisladores e reguladores?

Suisse Secrets: fuga de informação revela como o Credit Suisse aceitou muitos milhões de euros em dinheiro sujo

Uma investigação feita por mais de 160 jornalistas em 39 países com base numa fuga de informação partilhada pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung mostra como, ao longo de anos, o Credit Suisse abriu e manteve contas secretas controladas por políticos corruptos, ditadores, traficantes de droga e outros criminosos

Foi por pouco que António Horta-Osório, o banqueiro português que foi obrigado a demitir-se há um mês do cargo de chairman do Credit Suisse, depois de assumir que violou a quarentena obrigatória imposta pelas restrições anti-Covid em viagens que fez ao Reino Unido, não teve de lidar com uma nova dor de cabeça para aquele que é o segundo maior banco da Suíça. Uma fuga de informação massiva do Credit Suisse com detalhes sobre quase 100 mil milhões de euros depositados em 18 mil contas bancárias de 30 mil clientes, entre indivíduos e empresas, mostra como o banco escondeu as fortunas de dezenas de clientes pouco recomendáveis espalhados pelo mundo inteiro, envolvidos em casos de tortura, tráfico de droga, corrupção, esquemas de lavagem de dinheiro e outros crimes.

Entre os clientes mais duvidosos do Credit Suisse estão alguns indivíduos condenados em tribunal que, ainda assim, já depois disso, conseguiram abrir ou manter contas no banco.

A fuga de informação foi entregue há quase um ano ao Süddeutsche Zeitung, um dos maiores jornais alemães, o mesmo que obteve os ficheiros dos Panama Papers, e foi partilhada com um consórcio de jornalismo de investigação, o OCCRP (Organized Crime and Corruption Reporting Project), e mais 46 media em 39 países, incluindo o Expresso em Portugal, o Guardian no Reino Unido, o Le Monde em França e o New York Times nos Estados Unidos.

Mais de 160 jornalistas juntaram-se para investigar, ao longo de meses, os dados partilhados pelo Süddeutsche Zeitung, concentrando-se nos casos dos clientes mais problemáticos, em que pode estar em causa a forma como o Credit Suisse tem lidado com a verificação sobre quem são os seus clientes e os critérios que tem aplicado para aceitar e manter as suas contas, incluindo a falta de escrutínio sobre a origem das fortunas que ali são depositadas e o perfil dos detentores dessas fortunas.

Entre os clientes duvidosos estão, por exemplo, o conselheiro financeiro do antigo ditador egípcio Hosni Mubarak e o seu chefe dos serviços secretos, Omar Suleiman, responsável por muitas violações de direitos humanos; o general Khaled Nezzar, ex-ministro da Defesa e líder de um junta militar na Argélia que está a ser julgado na Suíça por crimes de guerra e crimes contra a humanidade; ou uma rede de tráfico de cocaína na Bulgária que se encontra também em julgamento, em que o banco é acusado de ter ajudado no esquema de lavagem de dinheiro, ao ter permitido que essa organização criminosa operasse dezenas de contas bancárias e oito cofres entre 2004 e 2007.

A lista abrange ainda funcionários e políticos venezuelanos envolvidos em pagamentos corruptos relacionados com a companhia petrolífera estatal PDVSA — e cujos nomes são conhecidos em Portugal, como é o caso de Nervis Villalobos, ex-vice-ministro da Energia de Hugo Chávez, que tem estado a ser investigado em Espanha, nos Estados Unidos e também num processo-crime que o DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) tem em curso sobre alegados subornos pagos pelo Grupo Espírito Santo na Venezuela.

Em relação a Portugal, o Credit Suisse manteve dezenas de contas para o luso-angolano Álvaro Sobrinho, ex-presidente do Banco Espírito Santo Angola (BESA), e para Hélder Bataglia, presidente da Escom e ex-administrador do BESA, parte delas já depois de terem sido tornadas públicas as investigações criminais que decorrem em Lisboa desde 2011 relacionadas com estes clientes.

Vários angolanos foram também identificados como problemáticos. José Filomeno dos Santos, o filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos que chegou a estar à frente do Fundo Soberano de Angola. Filomeno abriu em 2008 uma conta no Credit Suisse que chegou a ter 18 milhões de francos suíços no ano seguinte, apesar de naquela época estar ainda a dar os primeiros passos como empresário. A conta foi fechada em 2013. O filho do antigo chefe de Estado acabou condenado a cinco anos de prisão em 2020, por crimes de burla, peculato e tráfico de influência, a propósito de uma transferência de 500 milhões de dólares de fundos públicos com origem no Banco Nacional de Angola.

Além de Zenu, foi possível identificar nos Suisse Secrets o atual presidente da Bolsa de Valores de Angola, António Gomes Furtado, que teve duas contas no banco entre 1998 e 2013, uma delas com quase cinco milhões de euros, quando era funcionário do Banco Nacional de Angola, onde chegou a fazer parte do conselho de auditoria. Nem José Filomeno dos Santos nem António Gomes Furtado responderam aos pedidos de comentário enviados pelo Expresso, o OCCRP e o Süddeutsche Zeitung.

EXTREMA-DIREITA CRESCE EM ESPANHA

Há mais espanhóis a votar no Vox do que no PP

De acordo com uma sondagem do jornal El Español, se as eleições fossem hoje, o Vox, partido de extrema-direita, garantiria quase 21% das intenções de voto, contra os 20,1% do Partido Popular. No entanto, os socialistas voltariam a vencer com quase 26% dos votos.

Pela primeira vez, o Vox, partido da extrema-direita, ultrapassa o Partido Popular (PP), em EspanhaDe acordo com uma sondagem do jornal El Español, se as eleições fossem hoje, o Vox garantiria 20,9% das intenções de voto, contra 20,1% do PP.

Trata-se de uma diferença de quase um ponto que, ainda que não se traduza em maior número de deputados, é preocupante para os populares. O Vox conseguiria 78 deputados contra os 82 do PP, mas os populares perderiam 20 lugares no congresso, se compararmos os números com anteriores sondagens, onde o PP tinha vindo a crescer de forma sistemática.

Por trás desta queda acentuada, está a recente crise interna no partido. A luta entre o líder do PP, Pablo Casado, e a presidente da comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, ameaça dividir o PP. Em causa está um contrato do governo regional com uma empresa de um amigo de Isabel Díaz Ayuso para comprar máscaras no pior momento da pandemia. A empresa recebeu um contrato sem concurso público no valor 1,5 milhões de euros.

Postura da China em relação à Ucrânia e à segurança europeia é louvável

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko*| One World

Tudo considerado, observadores objetivos devem aceitar que a postura da China em relação à Ucrânia e a não declarada crise de mísseis provocada pelos EUA na Europa se alinha totalmente com seu apoio consistente ao direito internacional.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, articulou a postura de princípios de seu país em relação à Ucrânia e à segurança europeia durante seu discurso virtual na Conferência de Segurança de Munique neste fim de semana. Ele reafirmou que “a soberania, independência e integridade territorial de todos os países devem ser respeitadas e salvaguardadas… e isso se aplica igualmente à Ucrânia”. O principal diplomata da China também disse com muita força que “se alguém questiona a atitude da China sobre esse assunto, é uma sensacionalização mal-intencionada e uma distorção da posição da China”.

Isso também é verdade, porque muitas pessoas da Mainstream Media e da Alt-Media Community (AMC) curiosamente começaram a perverter a posição de seu país em relação a essa questão muito sensível, bem como não declarada crise de mísseis provocada pelos EUA na Europa , na qual A Guerra Civil da Ucrânia está acontecendo hoje em dia. A declaração conjunta russo-chinesa divulgada no início deste mês durante a visita do presidente Putin a Pequim é uma declaração notável de grandes interesses estratégicos compartilhados, mas não implica que a República Popular apoie totalmente Moscou em todos os sentidos.

Por exemplo, a China ainda não reconhece formalmente a reunificação democrática da Crimeia com a Rússia, embora também não a critique. A Rússia, por sua vez, não reconhece as reivindicações da China ao Mar da China Meridional e até evocou a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) um total de três vezes em sua declaração de parceria estratégica reafirmada com o Vietnã no início de dezembro, apesar da órgão que decide contra Pequim em sua disputa com Manilla. Eles também discordam fortemente sobre a Caxemira , mas essas diferenças não tiveram nenhum impacto adverso em suas respectivas parcerias estratégicas.

"Em princípio." Putin e Biden aceitam cimeira sobre segurança na Europa

A cimeira foi proposta pelo presidente francês, Emmanuel Macron. Segundo as autoridades francesas, o encontro "só pode ser realizado se a Rússia não invadir a Ucrânia".

Os líderes da RússiaVladimir Putin, e dos Estados Unidos, Joe Biden, concordaram "em princípio", no domingo, com a realização de uma cimeira sobre a segurança, proposta pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

A Presidência francesa indicou num breve comunicado que, em sucessivas conversas telefónica com os dois líderes, Macron propôs que uma cimeira sobre segurança e estabilidade estratégica na Europa seja realizada, primeiro entre Putin e Biden, "e depois com todas as partes envolvidas".

Eliseu observou que tanto Biden quanto Putin aceitaram o encontro, que segundo as autoridades francesas "só pode ser realizado se a Rússia não invadir a Ucrânia".

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