quinta-feira, 2 de junho de 2022

CEGOS E PANÇUDOS SEM LUZ NEM ESPELHO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

“Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: Olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz.” Padre António Vieira (Sermão da Sexagésima, 1655).

Mário Mesquita entrou no jornal Diário de Notícias, após o golpe de estado militar de 25 de Novembro de 1975, como comissário político dos vencedores, fazendo companhia a Vítor da Cunha Rego, o comissário político-chefe. Luís de Barros (director) e José Saramago (director-adjunto) foram demitidos e despedidos, pelos comissários políticos da dupla PS/PSDP. Com os directores foram despedidos quase todos os jornalistas, por razões políticas. Em pouco tempo, o mais importante jornal português, em tiragens, circulação e expansão, ficou transformado num boletim de trazer por casa, até acabar na folha de couve que é hoje.

A verdade exige que recorde um “saneamento” anterior, que levou à saída não só dos saneados mas também de grandes jornalistas com os quais eu trabalhava directamente: Silva Costa, Manuel Beça Múrias e Cáceres Monteiro, que foram fundar o semanário O Jornal. Estes saíram em sinal de protesto. Vítor da Cunha Rego e Mário Mesquita despediram colegas de profissão, sem justa causa. Ilegalmente. Por isso, o Tribunal do Trabalho de Lisboa condenou a Empresa Pública Notícias Capital (EPNC) à reintegração de todos e a indemnizá-los. 

Eu fui um dos despedidos e nada recebi. Porque me recusei a recorrer ao Tribunal na acção colectiva entreposta pelos meus camaradas de infortúnio. Despediram-me por não ser “pluralista”. Mas eu fui contratado como jornalista. Os dois comissários políticos, Vítor da Cunha Rego e Mário Mesquita, tinham de explicar-me muito bem por que razão, cometeram tão gritante ilegalidade e atentaram contra o pão dos meus filhos, que na época já eram quatro e comiam desalmadamente. Nem fui receber o salário do mês de Novembro e os “acertos legais”. Porque se entrasse no edifício para receber, obrigatoriamente tinha de ir falar com os comissários políticos. Perdi a massa toda.

A verdade exige que refira o papel positivo do defunto Mário Mesquita na carreira literária de José Saramago. Até ao seu despedimento do Diário de Notícias, o prémio Nobel da Literatura tinha publicado dois livros de poemas e um de crónicas. Como poeta era mais menos do que mais e como cronista nem por isso. Quando perdeu o emprego no Diário de Notícias, teve que ir a todas para dar ao dente. E trabalhou para a Círculo de Leitores.  Escreveu a obra Viagem a Portugal, um misto de crónicas e narrativas de lugares de interesse. Quando recebeu uma pipa de dinheiro por ter sido despedido ilegalmente, com esse pecúlio virou escritor profissional.

Claro que também ajudou muito a Editorial Caminho, fundada em plena liberdade, no ano de 1975. No tempo da ditadura colonialista e fascista, o Partido Comunista Português içou bem alto a bandeira da Cultura Portuguesa. Militantes e simpatizantes do partido fizeram coisas extraordinárias na área cultural. Depois do triunfo da Revolução dos Cravos, a Caminho é um marco indelével no panorama editorial. Dá voz a quem não tem voz numa sociedade putrefacta e em desagregação, sempre pronta a esmagar o mínimo sinal de cultura. 

James Joyce também ajudou e muito ao triunfo de José Saramago. No livro “Ulisses”, o génio da literatura contemporânea inclui um capítulo inteiro, Monólogo de Molly Bloom, sem qualquer pontuação. Louis-Ferdinand Céline chamava-lhe “o irlandês bêbado”. Quando descobri a verdade de Ulisses, cortei relações com o livro Viagem ao Fim da Noite, que lia todas as noites em que pernoitava nas casas que tinham luz. Mudei para a obra literária mais importante, desde Virgílio e Homero.

Conclusão. Mário Mesquita despediu jornalistas ilegalmente. Só um canalha procede assim. Porque os jornalistas são técnicos insubstituíveis na democracia. Quando uma empresa os admite, é porque os seus responsáveis confirmaram antes que são competentes e estão aptos a desempenhar um papel fulcral na sociedade. Portanto, despedimentos, só muito excepcionalmente. Despedimentos ilegais nem pensar. 

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa considerou alguém que despede jornalistas, como “o papa do jornalismo português e da liberdade de imprensa”. Esta opinião não vale nada porque na matéria ele tem credibilidade abaixo de zero, como a temperatura na Sibéria em Dezembro. Como jornalista vale o que ele próprio quis ser, quando defendeu que jornalismo é “criar factos”. Problema diferente foi o presidente Marcelo ter condecorado alguém que despede colegas ilegalmente, com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. Um insulto gratuito a todas e todos os que já foram condecorados e seguramente não roubaram o pão de colegas, despedindo-os sem justa causa, ilegalmente, apenas porque como comissário político recebeu ordens dos donos.

O que mais me admira é o silêncio de jornalistas que sabem de tudo isto e têm acesso aos Media. Uma conivência que confirma o triunfo dos porcos e dos leprosos morais. No que me toca, quero dizer que para mim, um bandido é um bandido, esteja vivo ou morto. Um canalha é um canalha, esteja vivo ou morto. Um pulha é um pulha, esteja vivo ou morto.

Vítor da Cunha Rego despediu-me sem justa causa. Roubou o pão dos meus filhos. Morreu rezando a Nossa Senhora de Fátima. Nem eu imaginava uma vingança tão cruel. Deste “democrata” recordo que foi secretário de Mário Soares. E sobre a descolonização disse isto: “Eu considerava — e não apenas eu, muita gente como o Manuel de Lucena, por exemplo, e outros que o escreveram na altura — que as Forças Armadas deveriam permanecer em África mesmo para além da independência e que eram o único garante dos bens portugueses e da presença portuguesa naquela altura.” Está tudo dito.

Agora morreu Mário Mesquita, o outro comissário político do Diário de Notícias que me despediu ilegalmente, sem justa causa. Eu cá estou, navegando com sérios riscos de ir ao fundo, a cair da tripeça, mas vivo. 

Luís Castro Mendes, antigo ministro da Cultura de um governo de António Costa escreveu um texto sobre o 27 de Maio e a grande heroína dos golpistas, Sita Vales. Vomita menos barbaridades que outros, mas não esconde o ódio que tem ao MPLA, por ter demolido o império colonial português. Na cabeça destes pobres diabos só existe ódio e vingança, Diz ele que o lado dos que rechaçaram o golpe de estado militar tem vergonha do que aconteceu. Um insulto gratuito e inaceitável.

Os dirigentes e militantes do MPLA nunca falaram do tema até 1992, porque lhes dói muito. Morreram muitas e muitos camaradas na luta contra o colonialismo. Doeu muitíssimo mas foi contra um inimigo que era preciso derrotar a todo o custo. Na Guerra da Transição morreram muitas e muitos camaradas. Doeu muitíssimo. Mas morreram porque lutaram contra o banditismo político protagonizado pelos independentistas brancos. Quando morreram camaradas porque um grupo de irresponsáveis, racistas e traidores sedentos de poder os matou, a dor ficou insuportável. Não se vergonham, seu pançudo descabeçado! É dor. Todas e todos os que enfrentaram os golpistas e os derrotaram nada têm de que se envergonhar. Pelo contrário, só têm motivos para se sentirem orgulhosos por terem prestado mais um serviço relevante a Angola.

Este kiombo rubicundo diz que o golpe de estado era para assustar Agostinho Neto, já que estava virado para o Movimento dos Não Alinhados e os soviéticos não queriam. Esta gente fica cega pelo ódio e com os miolos feitos em papa quando se trata de Angola. Tanto ódio, tanto ressentimento, tanto espírito de vingança. Agostinho Neto sempre defendeu que Angola independente ia ter relações com todos os países do mundo. Nunca escondeu que não alinhava em blocos. Antes de morrer estava a negociar com o presidente Jimmy Carter. Se não tivesse morrido, ia encontrar-se com Jonas Savimbi para o retirar da influência do regime racista de Pretória. Vem este pançudo odiento descobrir a pólvora.

Por favor, não sejam tão mesquinhos, tão insignificantes. Os portugueses ficaram desempregados quando perderam as rotas do oriente e ficaram sem o comércio das especiarias. Ficaram na indigência quando perderam o Brasil. Só não abriram falência porque continuaram a vender escravos de Angola para as plantações e engenhos brasileiros. Qualquer analfabeto sabe que a salvação de Portugal era preparar a independência de Angola e Moçambique de uma forma pacífica. Preferiram a guerra. Desde então, as elites que governam Portugal são cegas, não têm espelho ou estão às escuras. Não conseguem ver-se.

Um dia Arménio Ferreira deu-me a missão de acompanhar Melo Antunes a Luanda, para um encontro com o Presidente Agostinho Neto. Nessa altura ainda não existia embaixada de Angola em Portugal e tudo passava pelo Órgão Coordenador do MPLA para a Europa. No avião perguntei ao Capitão de Abril por que motivo Portugal demorou tanto tempo a reconhecer a independência de Angola e o governo português mantinha tudo tão embrulhado. E ele respondeu:

“No 25 de Abril tivemos o general Spínola a servir de travão. O programa do MFA defendia claramente a independência imediata das colónias. O general Spínola baralhou tudo até ser afastado. Depois do 25 de Novembro de 1975 o travão foi Mário Soares. Não tem sido possível destravar”. E assim estamos. Otelo Saraiva de Carvalho, em 1992, ajudou a desmontar os travões. Mas desde então, todos vão travando, como quem não quer a coisa.

*Jornalista

Portugal | Covid. 47 óbitos na quarta-feira, o valor mais elevado desde fevereiro

Portugal registou na quarta-feira 47 mortes por covid-19, o maior número de óbitos em mais de 100 dias, indicam os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) hoje divulgados.

De acordo com a autoridade de saúde, na quarta-feira, dia em que foram confirmados 26.848 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, foram notificados 47 óbitos, mais cinco do que no dia anterior.

Portugal não registava tantos óbitos diários por covid-19 desde 17 de fevereiro, dia em que foram notificadas 51 mortes devido à doença.

Os números da DGS indicam também que, nos últimos dois meses, altura em que o país entrou na sexta vaga da pandemia, morreram por covid-19 1.455 pessoas, 592 em abril e 863 em maio.

De acordo com o último relatório da DGS e do Instituto Ricardo Jorge, divulgado na sexta-feira, a mortalidade por covid-19 em Portugal atingiu os 41 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, valor que é cerca do dobro do dobro do limiar de 20 mortes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), e com tendência crescente.

"A mortalidade por todas as causas encontra-se acima dos valores esperados para a época do ano", avançou o documento, que associou essa situação ao "aumento da mortalidade específica por covid-19".

Henrique Oliveira, matemático do Instituto Superior Técnico e que integra o grupo de trabalho de acompanhamento da pandemia dessa instituição, estimou que os "internamentos em enfermaria e cuidados intensivos e os óbitos vão manter-se elevados até 25 de junho", uma vez que o país deve ter cerca de 200 mil pessoas infetadas atualmente.

*Jornalista

TERRORISMO INTERNO CONTINUA NO PAÍS DOS COWBOYS MAIS TERRORISTAS

EUA. Pelo menos quatro mortos em tiroteio em centro hospitalar em Tulsa

Pelo menos quatro pessoas morreram na quarta-feira num tiroteio num centro hospitalar de Tulsa, no estado norte-americano do Oklahoma, adiantou a polícia local.

O capitão da polícia Richard Meulenberg confirmou o número de mortos, adiantando que o atirador também estava morto.

"Os agentes estão neste momento a passar por todos os quartos do edifício à procura de outras ameaças", disse a polícia numa publicação na rede social Facebook.

"Sabemos que há vários feridos e, potencialmente, várias vítimas [mortais], acrescentou.

Meulenberg também indicou que várias pessoas ficaram feridas e que o ambiente do complexo hospitalar era uma "cena catastrófica".

O Hospital St. Francis Health System encerrou o 'campus' devido à situação no centro hospitalar Natalie Medical Building, que abriga um centro de cirurgia de ambulatório e um centro de saúde da mama.

Dezenas de carros da polícia podiam ser vistos do lado de fora do complexo, e as autoridades fecharam a circulação ao trânsito enquanto prossegue a investigação.

Um centro de reunificação e apoio às famílias foi montado numa escola próxima.

Agentes do Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos norte-americano também estiveram no local, disse um porta-voz.

Este tiroteio ocorreu uma semana depois de um jovem de 18 anos ter matado 19 estudantes e duas professoras numa escola primária em Uvalde, no Texas.

Notícias ao Minuto | Lusa

DHS 'preocupado' com o retorno de nazis aos EUA depois de lutar na Ucrânia...

#Traduzido em português do Brasil

Alexandre Rubinstein* | The Grayzone

A mídia corporativa dos EUA forneceu uma cobertura brilhante a Paul Gray, um notório nacionalista branco americano lutando na Ucrânia. Um documento do DHS adverte que ele não é o único fascista dos EUA atraído por Kiev.

Enquanto os Estados Unidos passam por um processo de luto nacional por uma série de tiroteios em massa, nacionalistas brancos americanos com histórias documentadas de violência estão adquirindo experiência de combate com armas avançadas fabricadas nos EUA em uma guerra por procuração estrangeira.

Isso é de acordo com o Departamento de Segurança Interna (DHS), que vem coletando informações sobre os americanos que se juntaram às fileiras dos mais de 20.000 voluntários estrangeiros na Ucrânia.

FBI indiciou vários nacionalistas brancos americanos associados ao Movimento Rise Above depois que eles treinaram com o neonazista Azov Battaliion e sua ala civil, o National Corps, em Kiev. Mas isso foi há quase quatro anos. Hoje, a polícia federal não tem ideia de quantos neonazistas dos EUA estão participando da guerra na Ucrânia, ou o que estão fazendo lá. 

Mas uma coisa é certa: o governo Biden está permitindo que o governo ucraniano recrute americanos – incluindo extremistas violentos – em sua embaixada em Washington DC e em consulados em todo o país. Como este relatório mostrará, pelo menos um notório combate extremista na Ucrânia recebeu ampla promoção da grande mídia, enquanto outro que atualmente é procurado por crimes violentos cometidos nos EUA foi misteriosamente capaz de escapar dos investigadores do FBI que investigavam crimes de guerra que ele cometeu anteriormente em Leste da Ucrânia.

De acordo com um documento da Alfândega e Patrulha de Fronteira divulgado graças a uma solicitação da Lei de Liberdade de Informação de maio de 2022 por uma organização sem fins lucrativos chamada Propriedade do Povo, as autoridades federais estão preocupadas com os RMVE-WS, ou “extremistas violentos com motivação racial – supremacia branca” retornando ao os EUA armados com novas táticas aprendidas no campo de batalha ucraniano.

“Grupos nacionalistas ucranianos, incluindo o Movimento Azov, estão recrutando ativamente supremacistas brancos extremistas violentos de motivação racial ou étnica para se juntarem a vários batalhões voluntários neonazistas na guerra contra a Rússia”, afirma o documento . “Indivíduos do RMVE-WS nos Estados Unidos e na Europa anunciaram intenções de ingressar no conflito e estão organizando a entrada na Ucrânia através da fronteira polonesa.”

O documento, que foi elaborado pela Alfândega e Proteção de Fronteiras, o Escritório de Inteligência e outras sub-agências de Segurança Interna, contém relatos de entrevistas conduzidas pela polícia com americanos a caminho da Ucrânia para combater a Rússia.

 Um desses voluntários entrevistado no início de março “admitiu ter contatado a Legião Nacional da Geórgia, mas decidiu não se juntar ao grupo por ser acusado de crimes de guerra”, segundo o documento. Em vez disso, o voluntário “esperava obter um contrato de trabalho com o Batalhão Azov”.

Essa entrevista foi realizada quase um mês antes de crimes de guerra adicionais cometidos pela Legião Georgiana serem relatados pelo The Grayzone. No entanto, a alegação do voluntário também pode se referir à execução ilegal de dois homens que tentaram romper um posto de controle ucraniano, ou um crime adicional não relatado conhecido por pessoas de dentro das redes de voluntários.

Uma “lacuna de inteligência” chave listada no documento fala da completa falta de supervisão do governo dos EUA na guerra por procuração que está patrocinando na Ucrânia. Campanha de armamento da OTAN que não ofereceu garantias de que as armas ocidentais não cairão nas mãos dos nazistas. “Que tipo de treinamento os combatentes estrangeiros estão recebendo na Ucrânia para que possam proliferar em milícias baseadas nos EUA e grupos nacionalistas brancos?” o documento pede.

A Property of the People compartilhou o documento com o Politico, que procurou minimizar e até desacreditar seu conteúdo explosivo, inserindo a ressalva de que “os críticos dizem” que o documento do Departamento de Segurança Interna “ecoa um dos principais pontos de propaganda do Kremlin”.

Mas, como este relatório irá ilustrar, a presença de neonazistas norte-americanos radicais nas fileiras das forças armadas ucranianas está longe de ser um engano criado pelos moinhos de propaganda do Kremlin.

AFU MANTÊM POSIÇÕES NO DONBASS, FORÇAS RUSSAS VOLTAM A KHARKIV

#Traduzido em português do Brasil

Após as prolongadas batalhas posicionais na região de Kharkiv, as Forças Armadas da Federação Russa lançaram uma contra-ofensiva. Unidades russas estão repelindo as Forças Armadas da Ucrânia (AFU) das aldeias que os russos deixaram semanas atrás. As aldeias de Tokarevka e Tsupovka estão novamente sob controle russo. A AFU foi forçada a recuar em direção à linha Dergachi-Tsirkuny.

As linhas de frente permanecem inalteradas na região de Izyum. Os confrontos continuam perto das aldeias de Velikaya Kamishevakha, Kurulki e Dolgenkoe.

As tropas russas se aproximaram dos arredores da cidade de Svyatogorsk. As forças conjuntas romperam as defesas da AFU na cidade de Yarovaya, assumindo o controle da estrada que leva a Svyatogorsk. Ao mesmo tempo, o bombardeio das posições russas em Paseka aumentou, enquanto ataques maciços de artilharia foram realizados nas posições da AFU em Bogorodichy.

As AFU estão equipando suas posições de artilharia na cidade, inclusive no mosteiro de Svyatogorsk, local sagrado localizado na margem oposta do rio.

Depois que a cidade de Krasny Liman ficou sob o controle da República Popular de Donetsk (DPR), a ofensiva russa continuou na direção leste. Unidades russas se aproximaram da cidade de Rayhorodok e estão bombardeando as posições militares ucranianas do outro lado do rio Seversky Donets.

Na República Popular de Luhansk, violentos confrontos continuam nas ruas da cidade de Severodonetsk. Unidades russas e LPR estão avançando na direção norte, nordeste e sudeste. Eles já repeliram a AFU de quase todas as áreas residenciais, inclusive no centro da cidade. Os confrontos continuam na área industrial.

Unidades ucranianas estão se retirando para a cidade de Lisichansk e reforçam suas posições em uma nova fortaleza da resistência ucraniana, na planta química de Azot. Em 31 de maio, as unidades AFU em retirada explodiram um contêiner presumivelmente com nitrogênio na fábrica de produtos químicos Azot, culpando o ataque aéreo da força russa.

As forças lideradas pela Rússia ainda não cercaram as unidades AFU implantadas em Zolotoe. As forças ucranianas ainda lutam pelo controle da vila de Vrubovka e da estrada de Zolotoe a Lisichansk. Confrontos violentos continuam em Ustinovka e perto de Toshkovka.

Perto da cidade de Donetsk, os confrontos continuam na área de Avdeevka sem mudanças significativas no campo de batalha. As tropas russas e da RPD ainda não cercaram a cidade, avançando lentamente da vila de Novoselovka Vtoraya. As unidades AFU recebem suprimentos militares da direção oeste.

Os militares ucranianos destacados em Avdeevka continuam bombardeios maciços contra civis na cidade de Donetsk. Em 31 de maio, os ataques resultaram na morte de uma menina de 5 anos em Makeevka.

South Front | VER VÍDEO

LINHAS DE FALHAS E FACÇÕES AUMENTAM NO GOVERNO UCRANIANO

#Traduzido em português do Brasil

Drago Bosnic* | South Front

A mentalidade de grupo é parte integrante da humanidade. Está tão arraigado em nossas mentes que tem sido a força motriz por trás de quase todas as mudanças que já fizemos, desde os homens das cavernas até os atuais estágios iniciais de uma civilização espacial. Essa mentalidade de grupo vem reunindo nações e civilizações inteiras há milênios. Também os tem derrubado. Um exemplo desta última, mentalidade de grupo extremamente negativa, está ocorrendo agora mesmo, na Ucrânia, ou em breve, na ex-Ucrânia, se as cabeças mais frias não prevalecerem.

A Ucrânia tem vários grupos com interesses estabelecidos para empurrar o país em uma determinada direção. Um desses grupos foi diretamente apoiado e levado ao poder pelo Ocidente político para transformar a Ucrânia em mais uma neocolônia na periferia imperial, que também serviria como um grande espinho no lado de um rival geopolítico, neste caso em particular , Rússia. Muitos grupos menores se juntaram a este, mas muitos subgrupos cada vez mais poderosos estão surgindo dentro da atual estrutura de poder, revelando sérias falhas no atual sistema ucraniano.

O faccionalismo tornou-se tão prevalente, com o presidente Zelensky (ab) usando seu poder sob a lei marcial para proibir qualquer partido político não compatível, incluindo grandes partidos de oposição que há muito são vistos como “pró-russos”, embora sejam mais neutros na realidade. Em uma atmosfera tão tóxica, “traidores” estão surgindo em todos os lugares. Se você critica o governo, se você fala russo, se você é um soldado reclamando de armas ocidentais defeituosas que estão matando outros soldados, se você postou opiniões “controversas” (como que prisioneiros de guerra russos não devem ser sumariamente executados) , você é um “traidor”.

Existem muitas outras maneiras pelas quais você pode se tornar um “traidor”. Alguns podem levá-lo à prisão, outros podem ser muito mais conseqüentes, até custando sua vida, como foi o caso de muitos jornalistas de alto nível ou até membros do governo ucraniano que foram acusados ​​​​de trabalhar para a inteligência russa e depois executados extrajudicialmente . Tudo isso contribui para a atmosfera de medo e desconfiança na Ucrânia, um país que efetivamente se transformou em um estado falido. Isso é especialmente verdade agora, quando vários grupos de interesse, poderosos oligarcas e criminosos estão tentando pegar “sua parte do bolo” antes que o país desmorone.

Essas várias facções agora estão pegando o máximo de saque possível. Ao mesmo tempo, muitos estão dispostos a correr o risco e esperar por dezenas de bilhões prometidos pelo Ocidente político, enquanto continuam enviando dezenas de milhares de homens ucranianos para a morte certa. Naturalmente, isso não é um problema para essas “elites ucranianas”. Afinal, eles não são nem ucranianos nem elites, pois veem a Ucrânia como um lugar para saquear e depois voar para um dos paraísos offshore em que colocaram tudo o que foi roubado do povo ucraniano. Neste ponto, eles estão lutando por sucatas, pois há muito pouco para roubar. Por tudo isso, cabeças frias, ou deveríamos dizer “traidores”, parecem estar fartas, principalmente no meio militar, já que são eles que têm a tarefa de morrer para que tudo aconteça.

Vladimir Kornilov, diretor do Centro de Estudos Eurasianos, acredita que o confronto entre vários clãs do regime de Kiev aumentou. “Agora na Ucrânia, a luta intraespecífica aumentou, o que parece ter diminuído com o início da operação especial. Clãs políticos entraram em confronto entre si, quando uma nova rodada de brigas começou. Zelensky sentiu que a unidade visível que foi forçada a se formar após o início da operação especial está revelando suas rachaduras”, enfatiza o cientista político, informa o “Vzglyad”.

Um golpe militar está se formando na Ucrânia, pois as opiniões do presidente em exercício e do comandante-chefe diferem drasticamente, e não pela primeira vez. O “Moskovsky Komsomolets” relata que a popularidade do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas da Ucrânia, General Valery Zaluzhny, está crescendo a cada dia. Afinal, é Zaluzhny quem pede a retirada dos soldados ucranianos e o salvamento de suas vidas em um momento em que o presidente acredita que “devemos permanecer até o fim, aconteça o que acontecer”.

Especialistas falam sobre a possibilidade de um conflito direto entre Zelensky e Zaluzhny. E a essência do conflito é que Zaluzhny pede a retirada dos soldados ucranianos que estão quase cercados em Severodonetsk e Lysychansk, enquanto Zelensky rejeita isso. O cientista político Sergei Markov observa que o primeiro quer preservar a viabilidade do exército, enquanto o segundo é guiado por motivos políticos.

“Zelensky se beneficia do exército russo agora matando o maior número possível de soldados do exército ucraniano. Para a população da Ucrânia odiar os russos e a Rússia tanto quanto possível. E isso dará a Zelensky aquela energia de ódio que lhe permitirá cumprir a principal tarefa de seus senhores americanos e britânicos – tornar a Ucrânia anti-Rússia”, cita o Free Press Markov.

O cientista político e especialista em conflitos interétnicos Yevgeny Mikhailov concorda com isso. No ar do canal 360, ele disse que os erros de Zelensky podem levar a um golpe militar na Ucrânia: a recusa em recuar para salvar vidas, assim como a lei sobre a execução extrajudicial de desertores.

“A tarefa de um verdadeiro comandante não é matar soldados no campo de batalha, mas completar a tarefa minimizando as perdas. A recusa do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas da Ucrânia pode resultar em uma espécie de rebelião, um confronto entre os militares e a administração política. Isso pode levar a um golpe militar”, disse Mikhailov.

Ao mesmo tempo, a posição de Zelensky é apoiada apenas por aqueles que acompanham as operações militares pela Internet, enquanto pessoas sãs, incluindo muitos ucranianos comuns, ficarão do lado de Zaluzhny, porque todos entendem que o exército não é um recurso infinito. Agora, a relação entre Zaluzhny e Zelensky está piorando. O líder militar não tem medo de criticar o presidente. Por exemplo, ele era abertamente contra o plano fracassado de capturar a Ilha das Cobras no início de maio. Além disso, foi precisamente Zaluzhny quem chegou à lista deste ano das 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time.

Zaluzhny tem 48 anos e fez uma carreira e tanto. Ele entrou na Escola Superior de Comando Unido de Odessa, após o que passou por todas as etapas do serviço militar. Em 2005 ele entrou na Academia de Defesa Nacional da Ucrânia e se formou com uma medalha de ouro. Zaluzhny também se formou na Universidade de Defesa Nacional “Ivan Chernyakhovsky” da Ucrânia. Em 2017, Zaluzhny recebeu o posto de major-general. A partir do verão de 2021, ele foi nomeado Comandante-em-Chefe das Forças Armadas da Ucrânia.

* Drago Bosnic -- analista geopolítico e militar independente

Ler em Sout Front:

Depois que Azov retirou a insígnia nazista do uniforme a mídia divulga o novo patch 'Unicorn LGBTQ'

Combatentes neonazistas de Azovstal serão processados ​​como criminosos

China exorta EUA a praticar respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação

#Publicado em português do Brasil

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, pediu na quarta-feira aos Estados Unidos que pratiquem verdadeiramente os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha.

Em um discurso recente, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, caracterizou a estratégia da administração Biden na China como "investir, alinhar e competir".

Em resposta, Zhao disse em uma coletiva de imprensa diária que a China sempre acreditou que construir um mundo de conectividade, diversidade, inclusão, segurança e benefícios compartilhados é uma responsabilidade e obrigação que tanto a China quanto os Estados Unidos devem empreender.

Ele disse que a China está feliz em ver os Estados Unidos alcançando o desenvolvimento através de investimentos legítimos, mas os Estados Unidos não devem fazer da China um "inimigo imaginário".

Como os Estados Unidos melhoram sua própria inovação e competitividade cabe aos Estados Unidos, mas não devem suprimir e conter a China, interferir nos assuntos internos da China e prejudicar os interesses da China, disse Zhao.

"Se isso ocorrer, a China se oporá firmemente a ela", acrescentou.

Ele enfatizou que a China não interfere na coordenação e cooperação normais entre os Estados Unidos e seus aliados, mas tais relações não devem visar ou prejudicar os interesses de terceiros, nem devem violar as normas básicas das relações internacionais.

Zhao disse que a China não nega que há concorrência entre a China e os Estados Unidos no campo da economia e do comércio. "Entretanto, nossas relações não podem ser definidas pela concorrência, nem devemos perseguir uma concorrência viciosa de soma zero ou nos envolvermos em grandes confrontos de poder sob o pretexto da concorrência".

Se o lado americano insiste em definir as relações entre a China e os EUA pela competição de grandes potências e perseguir os objetivos políticos de "Eu ganho, você perde", isso só empurrará os dois países para o confronto e o conflito e levará o mundo à divisão e ao tumulto, disse ele.

Ele ressaltou que o recente discurso político do lado americano na China é "apenas vinho velho em uma nova garrafa". A "abordagem de três pontos" trata-se de usar todos os recursos internos e externos dos Estados Unidos para cercar, suprimir e conter a China.

"Como as relações China-EUA se encontram em uma importante encruzilhada, os Estados Unidos devem fazer a escolha certa". Em vez de discutir a redação, devem concentrar seus esforços nos três princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha", disse Zhao.

Xinhua

CHINA | Wang Yi -- Chefe da diplomacia chinesa visita Timor-Leste

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China visita Timor-Leste, no final desta semana, para encontros com as autoridades do país e assinar cinco acordos de cooperação.

A ministra dos Negócios Estrangeiros timorense, Adaljiza Magno, disse à Lusa que durante a visita Wang Yi deverá assinar um acordo de serviços aéreos com Timor-Leste e um acordo de cooperação em áreas como agricultura, água e saneamento.

"Está igualmente previsto um acordo para o envio de equipas médicas chinesas, uma troca de cartas sobre a segunda fase do estudo de viabilidade para a construção do hospital da amizade e um acordo para o apoio ao setor da rádio e televisão", explicou.

Durante a visita a Timor-Leste, sexta-feira e sábado, Wang Yi tem previstos encontros com a homóloga timorense e ainda com o presidente timorense, José Ramos-Horta, e com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak.

Estão igualmente previstas reuniões com o antigo presidente e atual líder do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Xanana Gusmão, e com o antigo primeiro-ministro e atual secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri.

Visita mais abrangente

A visita de Wang Yi a Timor-Leste insere-se numa deslocação por outros países da região, iniciada, na semana passada, nas Ilhas Salomão.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), Wang Yi vai tentar obter o apoio de dez pequenas nações do Pacífico para um acordo abrangente, em vários aspetos, de política de segurança a direitos de pesca, no que pode constituir uma mudança no jogo de influências na região.

Um esboço daquele acordo, obtido pela AP, mostrou que a China quer expandir a cooperação na área da justiça e no âmbito da segurança "tradicional e não tradicional".

A China quer também desenvolver um plano conjunto para a pesca, a incluir a lucrativa captura de atum do Pacífico, aumentar a cooperação na administração do ciberespaço da região e criar delegações do Instituto Confúcio, organismo estatal que promove o ensino da língua chinesa.

Pequim também referiu a possibilidade de estabelecer uma área de livre comércio com as nações do Pacífico.

A China assinou, no mês passado, um pacto de segurança com as Ilhas Salomão, o que suscitou receios de que Pequim possa enviar tropas para a nação insular ou até estabelecer ali uma base militar, a cerca de dois mil quilómetros de distância da Austrália.

As Ilhas Salomão e a China disseram não existirem planos para uma base.

Durante a deslocação de 10 dias, Wang tem previsto visitar Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu e Papua Nova Guiné.

RTP | Lusa

Ler em Página Global:

Os EUA apoiaram o massacre de mais de um milhão de indonésios... Há dúvidas?

Nota PG:

Os EUA, o Ocidente, esses auto-alegados paladinos da “democracia e da liberdade” sempre se revelaram imbuídos da “peste” do colonialismo e agora do neocolonialismo. As chacinas  desses ditos “democratas e humanistas” faz ricochete nas verdades e factos históricos. Mais de um milhão de vítimas na Indonésia, cerca disso ao longo de quase 25 anos em Timor-Leste - de que os principais responsáveis são os EUA e a Austrália. E são estes países verdadeiros democratas quando apoiam tanto massacre e tantas vítimas? A humanidade deve olhar a história, documentar-se e tratar a hipocrisia dos países ocidentais e neocolonialistas pelo seu verdadeiro nome: assassinos, exploradores sem escrúpulos, ladrões. De notar que a Austrália não é em nada melhor, nem diferente, desta mentalidade criminosa e doentia atrás mencionada. Aliás, a Austrália é um país suspenso no cordão umbilical do reino de Inglaterra e colaboracionistas mentecaptos dominados no presente e no auge histórico devido a pirataria descomunal e desumana que praticou… E que ainda pratica com mascaras de modernidade civilizacional hipócrita. EUA e Reino Unido, os continuados neocolonialistas de sempre a arder na fleuma de dominar o mundo e os povos que objetivamente exploram e chacinam.

Relação Moçambique-Rússia está a incomodar parceiros ocidentais, diz analista

A relação entre Maputo e Moscovo está a incomodar os ocidentais, no contexto da guerra na Ucrânia, diz Calton Cadeado. Mas de que lado está Moçambique? Para o analista, o país "confia em todos que lhe deem vantagens".

Esta semana, em visita a Maputo, a presidente do Conselho da Federação Russa (Senado), Valentina Matviyenko, classificou Moçambique como um "parceiro confiável". E lembrou o apoio da Rússia em todas as etapas históricas que o país africano atravessou.

Embora Moçambique mantenha a neutralidade sobre a guerra na Ucrânia, a boa relação entre Maputo e Moscovo incomoda os parceiros ocidentais, segundo o analista político moçambicano Calton Cadeado.

No entanto, em entrevista à DW, o analista considera que o interesse nacional de Moçambique enquanto Estado é fazer amigos com todos e projetar o desenvolvimento do país.

"A Rússia e a União Europeia têm um diferendo, mas Moçambique não tem diferendo com eles", defende Cadeado, acrescentando que "Moçambique confia em todos que lhe deem vantagens na defesa dos seus interesses nacionais".

DW África: Acha que a boa relação entre Maputo e Moscovo poderia incomodar parceiros ocidentais?

Calton Cadeado (CC): Esta relação incomoda sem dúvida os parceiros ocidentais, neste momento preciso, por causa da guerra na Ucrânia. Os parceiros ocidentais estão a pressionar Moçambique para posicionar-se a favor da causa ucraniana, que está a ser apoiada pelos mesmos.

GUINÉ-BISSAU ESPERA E DESESPERA PELO NOVO GOVERNO

Especialistas alertam que a demora na formação do novo Governo na Guiné-Bissau traz prejuízos económicos e políticos. "A nossa democracia está a tornar-se cada vez mais em uma democracia mercantil", diz sociólogo.

Os guineenses continuam em expetativa para conhecer os novos membros do Governo que vão conduzir o país às eleições legislativas, marcadas para 18 de dezembro próximo. Quem serão as novas caras e quais serão as figuras que vão deixar de fazer parte do Executivo, são, para já, as questões que se colocam, mas sem qualquer tipo de resposta. 

Passaram 16 dias, esta quarta-feira (01.06), desde que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu a Assembleia Nacional Popular, demitiu o Governo e convocou novas eleições legislativas, deixando o país nas mãos de um Executivo de gestão.

Ouvido pela DW África, o sociólogo Infali Donque não espera nenhuma mudança com o novo Governo a ser anunciado.

"Digo, francamente, a nossa democracia está a tornar-se cada vez mais em uma democracia mercantil. As pessoas vão lá para 'safar' as suas vidas e não para se preocuparem com a vida deste povo. Não vejo seriedade na governação deste país."

Contactados pela DW África, os partidos guineenses convidados a integrar o Executivo recusam-se a falar da formação do Governo, preferindo esperar pela decisão do chefe de Estado.

Angola | UMA MULHER NA CORRIDA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

'Bela' Malaquias é a líder do Partido Humanista Angolano, uma nova força política no país. Pretende candidatar-se à Presidência da República e pede ensino gratuito de qualidade para todos: "É uma questão de querer".

O foco do Partido Humanista Angolano (PHA) são os setores da saúde e educação. A líder do partido, Florbela Malaquias ('Bela' Malaquias), disse esta segunda-feira (30.05) que o país tem condições de garantir ensino gratuito de qualidade a todos.

"Não é impossível, nem é difícil. É uma questão de querer. Se o Governo quiser, não nos faltam recursos", afirmou a advogada e ex-militante da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que almeja ser eleita como Presidente da República.

O PHA foi legalizado no sábado passado, 28 de maio, dias depois de o Tribunal Constitucional reconhecer o Partido Nacionalista para Justiça em Angola (P-NJANGO) de 'Dinho' Chingunji, outro antigo membro do "Galo Negro". 

Com o lema "humanizar Angola", o PHA diz que já está pronto para as eleições gerais de agosto e descarta a possibilidade de uma coligação com outros partidos. 

"A alternância política não é sinónimo de coligação", diz 'Bela' Malaquias.

A PRATA DA RAINHA E A LATA DE PAULOURO

Artur Queiroz*, Luanda

A rainha está coberta de prata e vai à varanda do palácio pior da perna mas toda prateada. Os britânicos compram milhões de canecas com a sua fronha, para se embebedarem em boa companhia. Eu pensei deslocar-me a Londres para beber um copo com a eterna soberana mas desisti, porque mandaram para lá a Judite de Sousa e ela pode comer-me os erres e fico só Atu. Não quero. Prefiro a Karin que me chama Arrrturrr. Os estados da Commonwealth vão representar-me. Também representam a duquesa Meghan, com entrada cortada na realeza por ser mulata. Não sabem o que perdem. Abaixo a monarquia, viva a República!

A Proclamação das FAPLA (1 de Agosto, 1974), é um marco na História Contemporânea de Angola. Deixo aqui um desafio aos historiadores. Os comandantes que assinam o documento, foram ordenados pela sua importância e o seu papel na luta armada de libertação nacional. Começa com os nomes dos “veteranos” comandantes de coluna Henrique Teles Carreira (Iko), Rodrigo João Lopes (Kudy) e António Ramos (Dimuka). Assinam depois os chefes militares em funções: Comandantes de coluna João Luís Neto (Xiyetu),chefe do Estado-Maior da Frente Leste, David Moisés (Ndozi), chefe do Estado-Maior da Frente Norte (I e II Região Político-Militar do MPLA), César Augusto (Kiluanji), comandante da I Região, Gilberto Teixeira da Silva (Gika), Comissário Político da Frente Leste, Eurico Gonçalves, Comissário Político da Frente Norte.

Logo a seguir assinam os comandantes de coluna das duas Frentes. O primeiro é Alves Bernardo Baptista (Nito) e o segundo Jacob Caetano João (Monstro Imortal). Pergunta que exige uma resposta: Como foi possível Nito Alves ficar à frente do seu mentor (jacob Caetano) e sobretudo dos grandes comandantes operacionais da luta armada de libertação Nacional? Quando responderem a esta interrogação têm a resposta para o golpe de estado militar do 27 de Maio de 1977.

Tomem nota deste nome: Coronel Armando Maçanita, do Exército Português. Foi o comandante da primeira grande operação nos Dembos (I Região) com o fim de destruir as bases da guerrilha, nessa época ainda da UPA/FNLA e do MPLA. Nambuangongo (Mata do Inda) Zala, Úcua, Pedra Verde, Bessa Monteiro, Santa Eulália e outros locais da região foram fustigados durante meses pelas tropas de ocupação.

Tomem nota deste nome: Coronel Totobola, do Exército Português. Em 1965/1966 comandou a segunda grande operação militar (Operação Kissonde) para acabar com a guerrilha do MPLA (a UPA/FNLA já tinha desaparecido). Esta operação incluiu bombardeamentos de napalm e tropas especiais, Comandos e Paraquedistas. Os heroicos guerrilheiros do MPLA resistiram. Mas ficaram muito depauperados.

Podem tomar nota da “Operação Viriato”, ainda em 1962, e que decorreu entre os Dembos e a fronteira de Maquela do Zombo. Fustigou sobretudo as forças da UPA. Foi durante esta grande operação que as tropas portuguesas ocuparam a vila de Nambuangongo, em 9 de Agosto de 1961. Lofo a seguir foi desencadeada a “Operação Esmeralda” para ocupar a zona da Pedra Verde, os grandes morros graníticos a sul de Nambuangongo, refúgios dos  guerrilheiros da UPA.

Em  1967, começaram os preparativos para a maior de todas as acções militares contra a II Região Político-Militar do MPLA, a Operação Nova Luz, desencadeada no início de 1968.  Avançou para a região uma unidade de engenharia para repor, reparar ou fazer novas pontes nos rios e linhas de água mais pequenas, a fim de avançarem as forças terrestres. Esses militares portugueses ficaram instalados naBela Vista. As forças guerrilheiras do MPLA tornaram a vida dessas tropas num inferno. Ninguém podia circular entre Bela Vista e o Zala (apenas 50 quilómetros) porque as minas e as emboscadas eram constantes. Honra e glória ao comandante Kiluanje!

A Operação Nova Luz incluiu milhares de homens e nela participaram tropas de todos os ramos das forças armadas portuguesas. A Força Aérea, com os seus F-84 (aviões de guerra a jacto fornecidos pelos EUA) despejaram dezenas de bombas químicas (desfolhantes) sobre todo o território da I Região. A sexta companhia de Comandos ficou instalada na Fazenda Margarida. Era comandada pelo tenente Chung Su Sing. Fizeram estragos terríveis entre as forças guerrilheiras. Para perceberem a grandeza dessa operação militar revelo este pormenor: O apoio logístico era garantido por 570 camiões fretados a civis. A actividade de camionagem em Angola quase parou, enquanto durou a Operação Nova Luz.

No final, as forças ocupantes concentraram as populações civis nas “sanzalas da paz”. Os guerrilheiros do MPLA ficaram sem lavras, sem apoio dos camponeses e foram remetidos para os recônditos das matas. Mal vestidos, mal calçados, mal cuidados, sem armas, sem munições sem medicamentos, com as lavras envenenadas, os guerrilheiros remeteram-se à sobrevivência. O que foi imenso. Porque todos os dias a emissora Voz de Angola os assediava para que se entregassem. Antigos combatentes feitos prisioneiros, faziam apelos à rendição dos seus camaradas. Não conseguiram. Mas antes da Operação Nova Luz, a I Região garasnrtia às tropas portufuesas um caixão e uma certidão de óbito. Depois passou a ser um lugar de férias na selva tropical.

Nito Alves revela na sua biografia que se juntou à guerrilha da I Região em 1968. Quando já não existia actividade guerrilheira. Comandou colunas? Onde? Quem? Nada. Ninguém. É um falso comandante. E um verdadeiro oportunista igual a tantos outros que se uniram na frente golpista. Durou pouco o seu reinado. Apenas entre finais de 1974 e Outubro de 1976, data em que, para emendar o erro colossal de o nomearem ministro, o se ministério foi extinto. Ministro 11 meses mas apresentam-no como se tivesse nascido ministro.

Sita Vales é igual. Foi funcionária do Departamento de Organização de Massas (DOR) do MPLA entre Agosto de 1975 e finais de 1976. Um tal Fernando Paulouro Neves diz hoje no Novo Jornal que ela era alta dirigente do MPLA! Mais porco menos porco, tanto faz. No chiqueiro onde se alimentam de porcaria e mentiras, cabe sempre mais um. Já nos atiraram com os excrementos das Cabritas (Felícia e Dalila), de um velho rábula chamado Américo Cardoso Botelho e que ao fim de poucos meses de presença na Lunda, foi preso. Ele mesmo diz que nunca antes tinha estado em Angola.  Na cadeia viu um holocausto e escreveu u livro sobre isso. Leproso moral mais leproso, só o Paulouro.

Fernando Paulouro Neves também decidiu fuçar no chiqueiro do 27 de Maio. Este é quase igual ao Américo Cardoso Botelho. Sem estar em Angola viu horror, viu perseguições, viu prisões, viu mortes. Pela lente da porcina Margarida Cardoso e pela voz dos porcos que partilhavam a kibanga com Sita Vales. Este tem idade para porco mas como é a primeira vez que entra no chiqueiro, fica só leitão à moda da Bairrada. 

No seu currículo tem registado a atribuição do Prémio Gazeta de Jornalismo, instituído pelo Clube de Jornalistas, ao qual, desgraçadamente estive ligado. Agora é palco do Tio Célito que ontem a propósito da morte de Mário Mesquita, disse que o defunto é “o papa do jornalismo português e da liberdade de imprensa”. Esse mesmo que despediu colegas de profissão quando o Partido Socialista lhe deu um tacho na direcção do Diário de Notícias, depois do triunfo no golpe militar de 25 de Novembro de 1975.

Mário Mesquita despediu-me por eu não ser pluralista. Mas também despediu Jorge Feio, Mário Rosendo e para não fazer a lista toda dos despedidos sem justa causa (foram todos reintegrados e indemnizados), acabo com o José Saramago. Apontem aí. O papa do jornalismo português despediu o prémio Nobel José Saramago. Está visto que o Clube de Jornalistas vai agraciá-lo com o Prémio Gazeta, a título póstumo. Desde que vi uma bicicleta andar às costas de um porco golpista, já nada me admira.

O porcino Paulouro diz que é jornalista. Muito bem. Viu um documentário sobre a Sita Vales onde apenas é dada a versão dos kiombos da sua kibanga. Amigos, colegas e familiares. Do outro lado, absolutamente nada. E o bicharoco (a vergonha dos vermes) acha que está ali a verdade toda. Mais um assassino0 do Jornalismo. Mas e sei porque razão mata a profissão dele. Como a fossa de longa-metragem da Margarida Cardoso é um insulto soez à República Popular de Angola, ao MPLA e a Agostinho Neto, o animal aplaude freneticamente e ainda mistura na porcaria, um poema de Jorge de Sena. 

O problema de nos metermos com porcos é que eles arrastam tudo e todos para a porcaria. Com eles, nada fica limpo. O porcino Paulouro diz que tem um blogue chamado Notícias do Bloqueio. Mais lixo atirado para cima de gente honrada. Euu conheci e convivi com Luís Veiga Leitão, Egipto Gonçalves e Papiniano Caros, os autores de Notícias do Bloqueio. Vem agora um porco que emprenha pelos olhos e ouvidos sujar a memória destes amigos e camaradas. Avida é muito dura quando estamos cercados de porcos desvairados.

Sobre a ligação das células clandestinas do MPLA  em Luanda aos guerrilheiros da I Região há muito para dizer. Quanto ao “comandante” Nito Alves, que começou a sua carreira de guerrilheiro quando a guerrilha estava paralisada, ainda há mais que contar e revelar. Mas isso fica para depois de Agosto. Até lá estou de férias.

*Jornalista

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