sábado, 19 de novembro de 2022

Xi conversa com Harris, esperando que os dois lados melhorem o entendimento

Chen Qingqing e Zhang Han | Global Times

Cinco dias após a reunião entre os principais líderes da China e dos EUA no G20, o presidente chinês Xi Jinping teve uma breve conversa com a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, a pedido do lado dos EUA no sábado, durante a Reunião de Líderes Econômicos da APEC , e o presidente chinês espera que Harris possa desempenhar um papel ativo em trazer as relações bilaterais de volta a um caminho saudável e estável.

#Traduzido em português do Brasil

Xi disse que seu encontro com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Bali, Indonésia, foi estratégico e construtivo, servindo como uma importante orientação para as relações China-EUA na próxima etapa, de acordo com a Televisão Central Chinesa (CCTV). 

Espera-se que a China e os EUA aprimorem ainda mais o entendimento mútuo, reduzam os erros de cálculo e julgamento e trabalhem juntos para trazer as relações bilaterais de volta ao caminho do crescimento saudável e estável, disse Xi a Harris. E ele espera que Harris possa desempenhar um papel ativo no assunto, informou a CCTV. 

Durante a breve conversa, Harris disse que a reunião entre os dois principais líderes foi realizada com sucesso. Os EUA não buscam confronto ou conflito com a China, e ambos os lados devem cooperar em questões globais e manter os canais de comunicação abertos, disse Harris.

GUERRA NÃO DECLARADA DA UCRÂNIA CONTRA A NATO

South Front – 17.11.2022

Durante os 9 meses das operações militares russas na Ucrânia, os países membros da OTAN tornaram-se repetidamente vítimas das hostilidades em curso. Assim que Bruxelas estava pronta para aplicar o Artigo 5 sobre a defesa coletiva da OTAN e declarar guerra à Rússia, descobriu-se que a Ucrânia estava causando danos aos membros da Aliança.

#Traduzido em português do Brasil

Na noite de 2 de março, uma aeronave romena MiG-21 Lancer que patrulhava a área sobre Dobrudja desapareceu do radar. 13 minutos após a partida, o caça foi abatido por um sistema de defesa aérea S-300 ucraniano. Infelizmente, o piloto morreu. Imediatamente, um helicóptero de resgate romeno foi enviado para procurar o piloto, mas a segunda aeronave aparentemente também foi abatida pelas Forças de Defesa Aérea da Ucrânia. Todos os 7 especialistas a bordo foram mortos.

Apenas uma semana depois, em 10 de março, um drone ucraniano Tu-141 Strizh de fabricação soviética atingiu a Croácia. Atravessou a Romênia e a Hungria, entrou no espaço aéreo croata e caiu perto de um dormitório estudantil em Zagreb.

Os militares ucranianos também mataram cidadãos de países da OTAN que vieram para a Ucrânia, inclusive para supostos propósitos humanitários.

Em 13 de março, na região de Irpen, perto de Kiev, membros da defesa territorial ucraniana atiraram no carro de um jornalista americano do New York Times, Brent Renaud, que supostamente trabalhava como oficial da CIA no Iraque.

Muitos navios dos países da OTAN também foram vítimas da atividade não profissional da Marinha ucraniana.

Em 3 de março, o graneleiro estoniano Helt foi explodido por uma mina naval ucraniana na costa de Odessa. 4 pessoas ainda estão desaparecidas. Em 9 de setembro, um caça-minas romeno foi explodido por uma mina naval ucraniana perto de Constanta. Em 9 de novembro, um barco turco foi explodido na costa da Turquia.

Além disso, os nazistas ucranianos apóiam organizações extremistas na Europa e preparam ataques terroristas nos territórios dos estados membros da OTAN. Em 16 de novembro, as Forças Especiais italianas prenderam quatro membros da organização extremista “Ordem de Hagal”, incluindo um cidadão ucraniano responsável por contatos com grupos subversivos e paramilitares neonazistas que operam na Ucrânia.

Mais recentemente, o mundo estava à beira de uma guerra global da OTAN contra a Rússia em 15 de novembro, quando um míssil atingiu a vila polonesa de Przevodow, matando 2 cidadãos poloneses e destruindo um reboque de trator. Imediatamente após as fotos da cena serem publicadas online, ficou óbvio que se tratava de um míssil S-300 ucraniano. No entanto, a OTAN demonstrou claramente sua intenção de culpar a Rússia. Como resultado, com óbvia decepção, a Polônia, a OTAN e os Estados Unidos concordaram com as conclusões de que o míssil provavelmente pertencia à Ucrânia. No entanto, um representante do Conselho de Segurança Nacional dos EUA disse que, independentemente dos resultados, Washington considerará que Moscou está envolvida nisso.

Apesar de a Ucrânia continuar a ameaçar regularmente a segurança dos cidadãos dos países da OTAN, a Rússia é sempre a principal culpada.

Ver vídeo relacionado (em inglês)

Ler em South Front:

Mensagem para a Europa: Começam os ataques russos às instalações de infraestrutura de gás ucranianas

Tudo conversa e pouca ação: aguardando negociações de paz na Ucrânia

Locais dos grupos de ataque de porta-aviões dos EUA - 15 de novembro de 2022

A HISTÓRIA NAZI DA UCRÂNIA

Eric Zuesse*  | South Front - 17.11.2022 

A única Constituição nacional do mundo que inclui a pureza genética (ou 'racial') como responsabilidade do governo de proteger e manter é  a Constituição da Ucrânia:

Artigo 16

Garantir a segurança ecológica e manter o equilíbrio ecológico no território da Ucrânia, superar as consequências da catástrofe de Chornobyl – uma catástrofe de escala global, e  preservar o patrimônio genético do povo ucraniano é dever do Estado.

#Traduzido em português do Brasil

(Observe que eles enterram em uma subcláusula a afirmação-chave de que “preservar o patrimônio genético do povo ucraniano é dever do Estado”. Hitler poderia ter dito a mesma coisa; também, a constituição de Israel poderia ter dito se Israel tivesse uma, que - em grande parte por essa mesma razão - não existe. Mencionar "a catástrofe de Chernobyl" é irrelevante nesse contexto, mas serve aos tolos como um lembrete para eles daquele espetacular erro soviético e, portanto, ajuda a evocam em suas mentes pouco inteligentes desprezo contra os russos - como esses propagandistas nazistas constantemente procuram transmitir.)

Esta base racista da nação ucraniana de hoje tem uma história profunda, que será aqui documentada por destaques de (trechos de) e links para duas das melhores (e eu as verifiquei cuidadosamente para precisão) fontes on-line em inglês que surgiram na internet depois  que o golpe do presidente dos EUA, Barack Obama, em 2014, assumiu o controle do governo da Ucrânia  e o tornou 100% racista-fascista anti-russo, para que os EUA possam finalmente posicionar seus mísseis nucleares lá, a 300 milhas de distância de Moscou):

- do historiador investigativo fenomenalmente cuidadoso, Thierry Meyssan, em seu Voltairenet, em 15 de novembro de 2022, um artigo tão sensacionalmente bom que meus cortes aqui são insignificantes, e considero o artigo um clássico instantâneo:  “Quem são os Nacionalistas integrais ucranianos?” Para ver a documentação, clique no link do título do artigo extraído aqui (portanto, não forneço aqui os links que estão neste artigo):

Como a maioria dos analistas e comentaristas políticos ocidentais, eu não sabia da existência de neonazistas ucranianos até 2014. … Eu morava na Síria na época e pensei que eles [os nazistas na Ucrânia] eram grupos violentos que haviam explodido na cena pública. para ajudar os elementos pró-europeus. No entanto, desde a intervenção militar russa, fui descobrindo aos poucos muitos documentos e informações sobre esse movimento político que, em 2021, representava um terço das forças armadas ucranianas. Este artigo apresenta uma síntese dela.

Bem no início desta história, ou seja, antes da Primeira Guerra Mundial, a Ucrânia era uma grande planície que sempre esteve dividida entre as influências alemã e russa. Na época, não era um estado independente, mas uma província do império czarista. Foi habitada por alemães, búlgaros, gregos, poloneses, romenos, russos, tchecos, tártaros e uma grande minoria judaica supostamente descendente do antigo povo Khazar.

TEA PARTY E A DIREITA - Os EUA ESTÃO APOIANDO NEONAZIS NA UCRÂNIA?

Expondo os laços preocupantes nos EUA a manifestantes nazis e fascistas na Ucrânia

Max Blumenthal  | AlterNet - em 24 de fevereiro de 2014

À medida que os protestos Euromaidan na capital ucraniana de Kiev culminaram esta semana, as demonstrações de fascismo aberto e extremismo neonazista tornaram-se evidentes demais para serem ignoradas. Desde que os manifestantes lotaram a praça do centro da cidade para enfrentar a polícia de choque ucraniana e exigir a derrubada do presidente viktor Yanukovich, pró-Rússia, manchado de corrupção, ela se encheu de combatentes de rua de extrema-direita prometendo defender a pureza étnica de seu país.

#Publicado em português do Brasil

Bandeiras da supremacia branca e bandeiras confederadas foram penduradas dentro da prefeitura ocupada de Kiev, e os manifestantes hastearam SS nazistas e símbolos do poder branco sobre um memorial derrubado a VI Lenin. Depois que Yanukovich fugiu de helicóptero de sua propriedade palaciana, os manifestantes da EuroMaidan destruíram um memorial aos ucranianos que morreram lutando contra a ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial. As saudações Sieg heil e o símbolo nazista Wolfsangel tornaram-se um local cada vez mais comum na Praça Maidan, e as forças neonazistas estabeleceram “zonas autônomas” em Kiev e arredores.

Um grupo anarquista chamado União Antifascista da Ucrânia tentou se juntar às manifestações do Euromaidan, mas achou difícil evitar ameaças de violência e imprecações das gangues de neonazistas que vagavam pela praça. “Eles chamavam os anarquistas de coisas como judeus, negros, comunistas”, disse um de seus membros. “Não havia nem comunistas, isso foi apenas um insulto.”

“Há muitos nacionalistas aqui, inclusive nazistas”, continuou o antifascista. “Eles vieram de toda a Ucrânia e representam cerca de 30% dos manifestantes.”

Um dos “Três Grandes” partidos políticos por trás dos protestos é o ultranacionalista Svoboda, cujo líder, Oleh Tyahnybok, pediu a libertação de seu país da “máfia moscovita-judaica”. Após a condenação em 2010 do guarda do campo de extermínio nazista John Demjanjuk por seu papel coadjuvante na morte de quase 30.000 pessoas no campo de Sobibor, Tyahnybok correu para a Alemanha para declará-lo um herói que estava “lutando pela verdade”. No parlamento ucraniano, onde Svoboda detém um número sem precedentes de 37 assentos, o deputado de Tyahnybok, Yuriy Mykhalchyshyn, gosta de citar Joseph Goebbels – ele até fundou um think tank originalmente chamado “o Joseph Goebbels Political Research Center”. De acordo com Per Anders Rudling, um importante especialista acadêmico em neofascismo europeu, o autodenominado “nacionalista socialista” Mykhalchyshyn é o principal elo entre a ala oficial do Svoboda e as milícias neonazistas como o Setor Direita.

Ucrânia já recebeu mais de 22 mil milhões de euros em ajuda internacional

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyal, disse hoje que a Ucrânia já recebeu 23 mil milhões de dólares (22.240 milhões de euros) em ajuda internacional desde o início da guerra com a Rússia, em 24 de fevereiro.

"A Ucrânia sente o apoio do mundo na nossa luta pela liberdade e independência", disse o governante, que recebeu hoje, em Kyiv, o vice-presidente da Comissão Europeia (CE), Valdis Dombrovskis, em declarações citadas pela agência Interfax.

Dos 23 mil milhões, 4.800 milhões de dólares (4.600 milhões de euros) são procedentes da União Europeia, enquanto 8.500 milhões de dólares (8.200 milhões de euros) foram disponibilizados pelos EUA.

Segundo Shmyal, estes fundos têm sido utilizados para financiar, entre outras despesas públicas, o pagamento dos salários dos funcionários públicos, pensões, bolsas de estudo e apoios sociais.

"No próximo ano, o apoio dos países aliados e das instituições financeiras internacionais será de grande importância para nós", frisou o primeiro-ministro.

Em 2023, Kyiv espera receber ajudas da União Europeia no valor de 18.000 milhões de euros, o suficiente para cobrir o défice orçamental em termos de despesas não relacionadas com a defesa do país.

Na capital ucraniana, Dombrovskis apontou que uma primeira parcela poderá ser libertada já em janeiro de 2023 e recordou que o programa de assistência macrofinanceira está vinculado a uma série de condições de boa governança e de luta contra a corrupção.

"Teremos de assinar um memorando de entendimento para o qual aguardamos a aprovação final do programa por parte dos legisladores", sublinhou o vice-presidente da Comissão Europeia.

No próximo ano, o Governo ucraniano espera receber ainda 37,7 milhões de dólares (36,4 milhões de euros) dos EUA, que estão pendentes de aprovação por parte do Congresso, revelou Shmyal.

O primeiro-ministro acrescentou ainda que a terceira componente de ajuda financeira internacional será um novo programa de cooperação com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Notícias ao Minuto | Lusa

OS MÍSSEIS DOS NAZIS E A GUERRA MUNDIAL -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O sistema de lançamento de mísseis terra-ar S300 além da plataforma que lança os projecteis tem um radar. O operador detecta uma aeronave inimiga ou um míssil, carrega num botão e aí vai disto. O projectil, que pesa mais de uma tonelada, voa automaticamente ao encontro do perigo e rebentam os dois no ar. Os destroços caem ao chão. Aos militares peritos nestas coisas peço desculpa pela forma simplista como apresento esta arma, fabricada pela União Soviética em 1976. 

O míssil ou mísseis que caíram na Polónia rebentaram no chão! A propaganda nazi dos radicais da OTAN (ou NATO) acusou logo a Federação Russa de ataque a um membro da intocável aliança militar, agressiva e profundamente reacionária. Os nazis dos países bálticos exigiram imediatamente a guerra contra os russos. Os nazis de Kiev gritaram ainda mais por guerra. 

A nazi que comanda a União Europeia, Úrsula von der Leyen,  disse que até lhe tremeu a passarinha. O filho do Cravinho, rapazola que agora é ministro português dos negócios com os estrangeiros, acusou imediatamente Vladimir Putin de irresponsabilidade. António Costa, que trato carinhosamente por Índio Chupista, deu ordens para os combates. O senhorito de Madrid, que se diz socialista (os nazis eram nacional-socialistas…) mas tem saudades do ditador Franco, tocou a corneta para a tropa franquista reunir. 

A TPA mastigou uns disparates mas, até agora, a diplomacia de Kinkuzu ou Morro da Cal ficou em silêncio. Vá lá! Devem estar entretidos a tratar da paz na Leste da República Democrática do Congo onde a guerra está cada vez mais acesa. São os campeões da paz!

Os nazis e seus aliados perceberam que estavam a ser demasiado ridículos ao acusar a Federação Russa. Num segundo momento, disseram que afinal os mísseis tinham sido disparados pela Ucrânia, contra alvos russos mas desviaram-se da rota e rebentaram numa fazenda polaca, situada junto à fronteira. Tudo mentira. Dispararam mesmo de propósito. Uma espécie de incêndio do Reichstag revisitado para culpar os russos.

Vamos a factos. A extrema-direita domina politicamente grande parte dos países do chamado “mundo ocidental”. Mas isto tem de ser visto ao pormenor. Se formos mais finos na análise (nem é necessária uma lupa) concluímos que a maioria é nazi. Usa os métodos nazis na propaganda e nos métodos de intervenção.  

A Europa tem claramente uma extrema-direita revanchista, sedenta de vingança. Os seus dirigentes e apoiantes não se conformam com a queda do III Reich. Sabem que o Exército Vermelho pagou a parte de leão por essa queda. Libertou os prisioneiros dos campos de extermínio e entrou triunfalmente em Berlim. Ditou o fim de Hitler e seus esbirros. A propaganda anti-soviética durante os anos da Guerra Fria e mesmo após o derrube do muro de Berlim, também fez a sua parte na instilação do ódio contra os russos. 

A russofobia hoje campeia nos EUA, nos países da União Europeia e nalgumas antigas repúblicas soviéticas, que hoje são independentes. A primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, é um exemplo perfeito de uma dirigente política de extrema-direita, facção nazi e fascista. O secretário-geral da OTAN (ou NATO) é outro que tal. A cúpula política da Ucrânia, Polónia, Lituânia, Estónia, Letónia, Roménia ou União Europeia seguem a cartilha do nazismo. Não se conformam com a queda do III Reich. Hitler é o seu herói e mártir. Querem fazer da OTAN (ou NATO) uma espécie de Wehrmacht reforçada com uma GESTAPO imoderada.

Todos apostam no prolongamento da guerra contra a Federação Russa por procuração passada aos nazis de Kiev. Porque tirando uns mercenários rafeiros de várias nacionalidades mas sobretudo britânicos e norte-americanos, a carne para canhão é ucraniana. O país que está a ser destruído é a Ucrânia. O objectivo final é destruir a Federação Russa. Missão impossível, se tivermos em conta que estamos a falar da maior potência nuclear do mundo. 

A propaganda dos nazis vende uma falsidade quando proclama aos sete ventos que a Federação Russa começou a guerra em Fevereiro deste ano. Mentira. A guerra começou em 2014 no Leste da Ucrânia, quando um golpe de estado nazi derrubou o presidente eleito. Desde então, começou uma guerra sangrenta contra as repúblicas independentistas, Donetsk e Lugansk. O comissariado da ONU para os Direitos Humanos denunciou num relatório que é público, a existência de uma limpeza étnica na região, por parte das tropas ucranianas e particularmente o Batalhão de Azov, assumidamente nazi. Só num ano, mataram mais de 30.000 civis.

A Ucrânia tem a sua História que não é possível reescrever com propaganda nazi. Uma parte importante da sua população é russa. Uma parte ainda mais numerosa fala a Língua Russa. Muitas cidades ucranianas são russas, como Odessa. Os nazis no poder proibiram a Língua Russa a todos os funcionários das instituições oficiais. Cometeram atentados gravíssimos contra ucranianos russos ante a indiferença dos “democratas” dos EUA, da União Europeia e da OTAN (ou NATO). A “operação militar especial” desencadeada em Fevereiro deste ano, segundo as autoridades de Moscovo, tem como objecticvo desarmar e desnazificar o país. 

EUA, União Europeia e OTAN (ou NATO) responderam armando e nazificando Kiev. E assim estamos. Ao mesmo tempo, mais países são palcos da escalada de extrema-direita rumo ao poder. Como a Suécia, ontem o paraíso da social-democracia. Ninguém se preocupa com a nazificação do “mundo ocidental”. Pelos vistos só Moscovo se opõe ao reerguer do nazismo como política de estado nas democracias representativas!

Os mísseis foram disparados propositadamente pelos nazis de Kiev na Polónia. O objectivo era meter oficialmente a OTAN (ou NATO) na guerra, quando há sinais evidentes de acções dos EUA e da Federação Russa para pôr fim ao conflito, que já destruiu toda a Ucrânia e causa um sofrimento atroz aos ucranianos que não têm possibilidade de fugir. A propaganda nazi diz que Zelenscky tem registado grandes vitórias, vai ganhar a guerra. Mas um dia destes não há mais nada para destruir, desnazificar e desarmar. O regime nazi cai de maduro.

Atenção. Nestas coisas da guerra eu não sou a favor de nenhuma das partes. Sou simplesmente pela paz. Mas não sou neutro. Entre os nacionalistas russos e os nazis do mundo ocidental, escolho os que perderam milhões de nacionais para libertar o mundo do nazismo. E que muito ajudaram Angola a ser um país independente.

*Jornalista

Angola | PÉROLAS CONTRA PORCOS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A crónica é um a paixão que me arrebata desde o primeiro dia que entrei numa Redacção. Hoje procuro crónicas nas páginas da Imprensa e não encontro nada.  Grave. Mais grave ainda é não encontrar notícias, reportagens e entrevistas que não tenham a marca do frete rasteiro. A queda do Jornalismo levou-me a criar uma pasta no meu computador onde guardo as crónicas que me surpreendem, as reportagens empolgantes, as entrevistas bem conduzidas onde os entrevistados têm alguma coisa para dizer. Chamei a esse cofre de preciosidades jornalísticas “Pérolas Contra os Porcos”. Estou cansado de dar pérolas a porcos. Porque os javardos são cada vez mais e tenho cada vez menos pérolas. 

Entre esse material estão duas crónicas de Jaime Azulay e um texto sobre o Jornalismo de Guerra. Hoje mando-vos uma dessas crónicas. Este introito é fundamental porque acaba de me chegar às mãos um texto do meu amigo e camarada de profissão que me deixou perplexo. O tema é o comandante Kassanjy, que morreu em combate no Morro do Chingo, vítima de um ataque de artilharia dos invasores sul-africanos acobertados por renegados da UNITA.

Jaime Azulay resolveu chamar “mito” ao comandante Kassanjy e especular sobre a sua morte. Publicou no Club K, portal dos karkamanos e da UNITA (além de outros donos avulsos), um texto que oscila entre a especulação e a intriga. Que lástima. Segue o mesmo caminho dos cultores do banditismo jornalístico. Escreve coisas como esta: “Sustentou-se que Kassanji teria sido submetido a um julgamento marcial clandestino no qual se decidiu pelo seu fuzilamento”. Mas teve um rebate de consciência profissional e confessa: “No depoimento que me enviou, o general Mbeto Traça, que era na altura o delegado do MPLA no Kwanza Sul desmente categoricamente tal hipótese e relata como sucederam os eventos”.

O meu amigo e camarada de profissão dá um salto mortal na intriga e escreve: “Kassanjy tinha completado 26 anos quando morreu e transformou-se num verdadeiro mito. Nasceu no Andulo, no centro de Angola e era primo de pessoas que se destacaram no exército criado pela UNITA, as FALA (Forças Armadas de Libertação de Angola), estou a falar do lendário general Arlindo Chenda Pena (Ben-Ben) e por via disso tinha laços familiares com o Dr. Savimbi, então líder da UNITA”.

O “lendário” general Ben Ben foi aquele que na sequência da derrota eleitoral da UNITA soltou os seus “comandos”, escondidos numa fazenda perto de Viana, nas ruas de Luanda. Levavam à frente metralhadoras de fita. Uma disparava para o lado esquerdo, a outra para o direito. Varreram a capital com ferro e fogo. Mataram milhares de luandenses, nas suas casas, nos seus quintais, nas ruas. Quando viu que estava tudo perdido, vestiu-se à civil, desceu as barrocas até ao porto de Luanda e lá apanhou uma viatura civil que o levou aos acantonamentos da UNITA e daí fugiu de Angola. Morreu numa clínica da África do Sul, como general das Forças Armadas Angolanas. Grande lendário. 

Jaime Azulay insinua que a sua morte pode estar ligada às suas origens familiares. Mas depois tem um rebate de consciência profissional e revela que em Benguela, há um Liceu Comandante Kassanjy e uma Avenida Comandante Kassanjy, a mais importante da cidade. Ninguém homenageia um traidor. Lamentavelmente, o meu amigo e camarada de profissão compara-o aos golpistas de 27 de Maio de 1977. E quer as ossadas do comandante Kassanjy. Uma “investigação forense”. Um funeral de Estado. Dinheiro para a família. 

Qual família? Antes da sua morte, falei com ele algumas vezes. Uma delas estava presente o seu amigo Moura, do Andulo, director de um banco em Luanda. O bancário tinha casado com uma menina do Bailundo e já tinham dois filhos. Kassanjy revelou que tinha optado por ser celibatário. Nem mulher nem filhos. Não percebi esta referência à sua família. 

Quanto aos funerais de Estado, nenhum comandante, nenhum combatente teve esse privilégio naquela época. O comandante Valódia morreu junto à sede central das FNLA em Luanda. Foi enterrado sem cortejos fúnebres. O Comandante Nelito Soares foi assassinado por “comandos” portugueses na Vila Alice em Setembro de 1974. A família enterrou-o. O MPLA e as FAPLA não organizaram nenhuma cerimónia fúnebre. O comandante Gika morreu e não houve funerais de Estado. Foi enterrado pelos camaradas. Faltas de respeito? Nem pensar. Na época estávamos empenhados em conduzir Angola à Indpendência Nacional. Única forma de cuidarmos bem dos vivos. Nada de intrigas e especulações.

Jaime Azuilay era director da Delegação Provincial de Benguela da Empresa Edições Novembro quando, em Novembro de 2014, publiquei uma reportagem no Jornal de Angola, sobre a Grande Batalha do Ebo. Falei com muita gente e também com o general António Faceira (Defunto), que na época pertencia ao comando das FAPLA na Frente Centro. Pelos vistos o meu amigo não leu. 

Vou reproduzir aqui uma parte sem antes manifestar o meu espanto por não incluir no seu texto, o benguelense Artur Pestana (Pepetela) entre os dirigentes do MPLA no então distrito e na frente. Aí vai o excerto:

“As tropas invasoras sul-africanas tentavam desesperadamente chegar a Luanda, porque o alto comando de Pretória já sabia que a invasão a Norte tinha sido um fracasso e os mercenários associados às tropas zairenses abandonavam Angola vergados ao peso da derrota. As FAPLA bateram-se heroicamente para impedir o avanço do inimigo. O general Faceira “Defunto” viveu esses dias na linha da frente e partilhou as suas memórias com o Jornal de Angola. 
A coluna invasora sul-africana avançou rapidamente desde a fronteira de Santa Clara, lançando o caos. O comando da Frente Sul ficou desfeito e deu-se a debandada geral. O comandante Monti, responsável da Frente Centro,  agrupou o que restava das forças em Catengue e tentou travar o avanço das tropas inimigas. Mas os ataques de artilharia e os tanques causaram grandes estragos às FAPLA. A partir desse dia, ainda antes da Independência Nacional, as forças angolanas foram recuando. Benguela e Lobito caíram. Depois foi o Sumbe. O comandante Kassanji morre em combate no morro do Chingo.
O general Faceira recorda hoje o que aconteceu: “Depois da queda do Lobito ficámos no Quicombo mas quando o inimigo avançou tivemos de abandonar essa posição. No Sumbe também havia poucas possibilidades de defesa. Montámos postos de controlo para não deixar passar ninguém com mais de 18 anos. Não tínhamos combatentes. Foi neste quadro que o comandante Kassanji juntou pouco mais de uma centena de homens e foi enfrentar os sul-africanos no morro do Chingo. Ele morreu por sentimento. Mas os militares não podem pensar com o coração. Aquela acção estava votada ao fracasso. Infelizmente, foi isso que aconteceu”.

Angola | Morro do Sombreiro - O Camião Dombolo Zangado

Jaime Azulay | Jornal de Angola

(Esta crónica de Jaime Azulay foi publicada no Jornal de Angola. Uma pérola contra os porcos)

Viajávamos em direcção à província do Huambo com uma caravana de mais de 200 camiões, com escolta militar. Naquele tempo, no ano de 2000, por razões de segurança, uma viajem dessas chegava a durar um mês inteiro. Uma verdadeira eternidade. Era tempo suficiente para se procurarem motivos de distracção e de conversa fiada entre o pessoal. Contavam-se episódios ridículos nos quais não faltavam pitadas grosseiras, típicas da conversa dos camionistas quando estão na estrada.

A dado momento, alguém descobriu que existia na coluna um camião que não era igual aos outros. Era uma máquina especial. Numa das inúmeras paragens não aguentámos a curiosidade, lá fomos confirmar a veracidade da notícia que já se tinha espalhado de boca em boca e ouvido em ouvido.

Lá estava ele, o camião especial. Tinha uma placa pendurada no pára-choques da frente que atestava a sua identidade: “Dombolo Zangado”.Todos queriam vê-lo de perto. 

Foi assim que o “Dombolo Zangado” se tornou na mascote da nossa caravana que seguia de Benguela para o Huambo, num dia qualquer do ano 2000. Era um camião, mas parecia uma alface gigante com enormes rodas. O nome, em si, já era curioso, contudo, era o seu vulto estrambólico que despertava a curiosidade. Íamo-nos interrogando dos motivos que levaram o proprietário a tingi-lo com um verde tão berrante, desesperadamente insuportável com o brilho do sol do meio-dia.

Afinal, o “Dombolo Zangado” tinha uma estória interessante para nos contar. Tratava-se de um camião de marca “CRAZZ” do tempo dos soviéticos, um esqueleto monstruoso ressuscitado a martelo e escopro por um reservista do antigo exército, as FAPLA. 

Vê-lo a arrancar era um espectáculo imperdível. Engrenava a caixa de velocidades com o rosnar dos gatos-bravos e o motor arfava ofegante como um destreinado corredor de maratona. Durante a marcha, enquanto os restantes camiões suportavam a dureza das subidas sem queixumes, o “Dombolo”, coitado, rolava aos soluços. Ameaçava desintegrar-se a qualquer momento. 

Quanto ao condutor, era um sujeito curiosíssimo. Parecia ter sido escolhido a dedo para tripular semelhante veículo. A criatura dava ares de sobrevivente de um cataclismo ocorrido noutra galáxia. Tinha dentes desordenadamente escancarados, num semblante estacionado no cruzamento entre a alegria e o sofrimento. 

Não tardou, o “Dombolo Zangado” passou a ser escárnio do pessoal. Os mais maldosos espalhavam boatos do iminente colapso do camião. Era crença generalizada que ele não aguentava a viagem até ao Huambo. Havia apostas feitas por cima das capotas dos carros enquanto se bebericava uma caneca de café. Os mais pessimistas prognosticavam um “KO” técnico logo ao primeiro assalto. 

No declive de oito por cento da pedreira do “Uche” o ajudante de um camião-plataforma de marca "Volvo" que ia no encalço do “Dombolo”, jurou a mãos juntas ter visto uma nuvem agoirenta de vapor branco escapulir-se do inferno do radiador, como se estivesse já a acontecer a anunciada fatalidade. Para espanto de todos, o paquiderme resistiu à subida do “Uche” e às outras mais que se seguiram. Dava até a impressão que festejava cada façanha com um abanão das enormes rodas dianteiras, calcando os pedregulhos espalhados abundantemente pela estrada.

Logo nos demos conta que o “Dombolo Zangado” afinal não era um camião qualquer. Ficou claro que não valia pelo ridículo da sua figura de camaleão trôpego perdido no meio de esbeltas e velozes gazelas. O seu mérito era outro. 

Ao longo dos primeiros 400 quilómetros da nossa viagem para o Huambo pela estrada da Cacula, o velho camião soviético deu provas de insuperável resistência. Era notável o seu apetite para devorar as inúmeras crateras deixadas pelo deflagrar de minas. Isso sem falar da sua extraordinária capacidade de equilibrar-se em pontecos feitos com troncos de eucaliptos, como se fosse um verdadeiro artista de circo. 

Digamos que no fundo, o nosso artista nem precisava de fazer soar a buzina. Em movimento, a sua descomunal massa de ferro ouvia-se tilintar ao longe, como uma velha charanga desafinada.

O “CRAZZ” era na verdade um monumento à estoicidade dos camionistas que ao longo daqueles anos difíceis da vida de Angola arriscavam as suas vidas, circulando pelas estradas martirizadas pelas emboscadas, na luta para que o país jamais ficasse paralisado e a comida chegasse aos locais mais distantes do interior. 

O “Dombolo Zangado” tinha um aspecto atabalhoado, isso não era possível negar. Mas esse pormenor não era suficiente para ofuscar o indelével sopro de dignidade que irradiava de si. Uma firmeza que enchia de orgulho os que integravam a coluna do Huambo. Em sua homenagem, publico esta crónica. Para que conste!

- CRÓNICA DE JAIME AZULAY APRESENTADA POR ARTUR QUEIROZ

ISABEL DOS SANTOS: “AUTORIDADES TÊM CONHECIMENTO DA MINHA MORADA”

Notícias desta noite dão conta da existência de um mandado de captura internacional para a extradição de Isabel dos Santos. Empresária angolana nega que tenha sido proferida qualquer acusação e lembra que sempre esteve disponível para prestar "todos os esclarecimentos solicitados".

Isabel dos Santos "não se encontra em parte incerta, ao contrário do que é falsamente divulgado", escreve a empresária, através de fonte oficial. "Nos processos crime que correm termos em Portugal e em que é visada, Isabel dos Santos disponibilizou-se formalmente para prestar declarações. Não obstante, estranhamente, nunca foi notificada para tal efeito", garante a mesma fonte, em comunicado enviado ao DN.

Na mesma comunicação, Isabel dos Santos afirma, na sequência de notícias que davam conta da emissão de um mandado de captura internacional, que "as Autoridades têm conhecimento" da sua morada que consta nas procurações que foram juntas aos processos. "Tanto mais que foi, inclusive, notificada para essa mesma morada no âmbito de processos crime que correm termos em Portugal." E garante que "em momento algum foi constituída arguida, nem nenhuma das suas empresas".

Os advogados da empresária acrescentam ainda que consultaram "a base de dados da Interpol e não existe, até ao momento, qualquer referência à emissão de um mandado".

"A Eng.ª Isabel dos Santos tem conhecimento, há quase três anos, da existência de processos que correm os seus termos em Portugal por factos relacionados com a investigação que corre também termos em Angola, e que visam não apenas a si própria, mas também empresas com ela relacionadas", escreve fonte oficial na mesma comunicação. E afirma que ao longo de todo esse tempo se disponibilizou "formalmente a prestar declarações" sempre que foi convocada, "o que aconteceu, por exemplo, em processo que correu termos no Banco de Portugal, onde, em duas ocasiões, prestou todos os esclarecimentos solicitados". "Também prestou declarações em processo, por si interposto em Portugal, na qualidade de assistente."

No comunicado enviado ao DN, os representantes da empresária sublinham ainda que "os factos relacionados com o período em que exerceu funções na Sonangol não foram confirmados judicialmente - pelo contrário". E asseguram que contra Isabel dos Santos "não foi proferida qualquer acusação e, por isso, não foi sequer, anos depois, possível exercer o contraditório quanto a tais alegados factos, sendo que os processos continuam em segredo de justiça, o que dificulta ainda mais o exercício dos direitos de defesa e de reposição da verdade material".

Joana Petiz | Diário de Notícias | Imagem: © EPA/BRUNO FONSECA

COMUNIDADE BRASILEIRA DIVIDIDA RECEBEU LULA EM LISBOA

Em modo absolutamente incomunicável, os dois lados da barricada brasileira mediram forças, em Belém e São Bento. PSP obrigada a reforçar contingente para evitar confrontos diretos.

Centenas de brasileiros residentes em Portugal concentraram-se esta sexta-feira em frente ao Palácio de Belém, obrigando ao reforço de medidas policiais de segurança, para "receber" o Presidente eleito do Brasil, Luíz Inácio Lula da Silva. De um lado da barricada muitas dezenas de apoiantes do Presidente eleito e do outro muitas dezenas de apoiantes do Presidente derrotado, Jair Messias Bolsonaro.

A radical polarização da política brasileira chega a todo o lado e Lisboa - a maior cidade brasileira fora do Brasil em número de eleitores registados, cerca de 45 mil - não é exceção, manifestando-se isso em frente ao Palácio de Belém, onde Lula foi recebido pelo Presidente português. A PSP conseguiu evitar confrontos diretos.

A comunidade brasileira - a maior comunidade estrangeira em Portugal, com cerca de 250 mil pessoas e em continuo crescimento nos últimos anos - tradicionalmente votava à direita mas nas últimas eleições a situação inverteu-se: Lula venceu claramente Bolsonaro, tanto na primeira volta como na segunda.

Vindo do Egito, onde participou COP 27, Luíz Inácio Lula da Silva - que se faz acompanhar de Fernando Haddad, o candidato do PT que Bolsonaro derrotou em 2018 e que agora foi novamente derrotado (pelo bolsonarista Tarcísio Meira) na candidatura a governador de São Paulo - aterrou em Lisboa depois do meio-dia e foi logo encaminhado para Campo de Ourique.

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