quinta-feira, 9 de março de 2023

Parabéns a quem? Aos portugueses, por tanto penarem devido aos penduras da política

Bom dia. O Expresso Curto no “ar”. Marcelo cumpre sete anos na Presidência da República… Sobre isso quase nada a dizer. Não seguimos a linha de falar por falar ou de escrever por escrever. Não somos como ele. Afinal ele até é um tipo afável de que nem dá para não simpatizar. 

Politicamente é mais uma decoração do que outra coisa e é ponderado, contudo excessivamente conservador e de uma direita envergonhada mas pela socapa muito atrevida. 

É este PR que hoje cumpre sete anos em Belém. Do mal o menos e muito melhor que Cavaco, um  ressabiado salazarista braço dado com a PIDE/DGS que se agarrou com unhas e dentes a um vantajoso “tacho” que lhe garantiu até hoje uma viduxa de bem-bom como nem sequer ele imaginara. Velha carcaça nos dias de hoje a usufruir de vantagens colhidas ao longo da sua vivência com algumas obscuridades que certamente lhe pesam na alma e na secção do ‘mea culpa’ impingidas pela cristandade – talvez por isso Cavaco sente amiúde a necessidade de se auto elogiar dizendo “sou muito honesto”. Pois. Fala prái, pensam e dizem certos e incertos plebeus tramados pelo cavaquismo de muitos e longos anos…

Credo. A conversa e a escrita são piores que as cerejas. Ás tantas vem tudo agarrado, emaranhado em vivências do passado e bestialidades do presente. Com objetividade voltemos ao acontecimento, à efeméride: o sétimo aniversário do exercício de Marcelo no poleiro presidencial – tipo bonzai decorativo. Parabéns. E muitos mais parabéns para os portugueses colhidos e mal pagos ao longo destes sete enormes aninhos que foram muito propícios e bons para as selfies do PR Marcelo… e pouco mais. Do seu par Costa e daquele falso PS nem lhe dizemos nada, presidente… Ou dizemos, bem à portuguesa: De S de socialista a falsidade encandeia-nos. De blás-blás profícuos mas vãos enchemos a barriga de fome, de honestidade e de humanidade que esperámos - que Costa falsamente prometeu. Resumindo, à português da plebe: o homem e seus apaniguados só têm feito merda. Portugal deixou de ser um pântano do Tonecas da ONU para passar a ser uma putrefacta fossa em que mais de dois terços dos portugueses estão atascados, miseráveis e esfomeados. Pelo menos esses portugueses estão de parabéns por aguentarem tanto sofrimento e opróbrio imerecido e infligido pelo governo de Costa do S falso, talvez de Salazar. Uns “penduras” da política por opção e boa vida parasitária. Que azar, para Portugal!

Bom dia. Boa sorte ou ‘muita-merda’ para os milhões de atores deste miserável palco da Lusitânia.

A seguir o Curto (porque para o grosso contribuímos nós no exposto acima). Um elogio e um consolo: os portugueses andam esfomeados de quase tudo.... Mas sempre bonitos e cada vez mais elegantes, derivado á fome que os assola dia sim - dia sim. Pois.

MM | PG

E vão sete

Miguel Prado, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia.

Marcelo Rebelo de Sousa completa sete anos como Presidente da República e, entre os telefonemas que hoje receberá, tem como segura uma mensagem de felicitação de António Costa. O primeiro-ministro asseverou que mantém com o chefe de Estado uma cooperação institucional “muito boa”. Disse, aliás, que a relação “está ótima”. Melhor, portanto, que os índices de popularidade de ambos, que em janeiro registaram uma queda significativa, de acordo com o barómetro então realizado pela Aximage.

Vale a pena recuar sete anos. A 9 de março de 2016, no seu discurso de tomada de posse na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a importância da Constituição, falou na necessidade de “cicatrizar feridas” depois de “longos anos de sacrifícios” e alertou que “finanças sãs desacompanhadas de crescimento e emprego podem significar empobrecimento e agravadas injustiças e conflitos sociais”. Disse querer ser “o Presidente de todos sem excepção”, porque “o que nos une é muito mais importante do que aquilo que nos divide”.

Sete anos volvidos, Marcelo Rebelo de Sousa tem um país com alguns resultados animadores e outros nem tanto. A percentagem da população em risco de pobreza ou exclusão social, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), baixou de 24,9% em 2016 para 19,4% em 2022 (ou de 2,58 para 2 milhões de pessoas). A taxa de desemprego em Portugal caiu dos 11% de 2016 para 6% no ano passado. O salário mínimo nacional subiu de 530 para 760 euros.

O Produto Interno Bruto (PIB), que em 2016 apresentava um crescimento de 2%, fechou o ano passado com um crescimento de 6,7% (depois dos 5,5% de 2021 e da queda histórica de 8,3% no primeiro ano da pandemia). Mas quando nos comparamos com o resto da Europa, o quadro é menos positivo. O poder de compra em Portugal rondava os 77% da média europeia em 2016. E não melhorou. Em 2021 regrediu até para os 75%. Em suma: a economia vai crescendo, o rácio da dívida pública recua, os índices de desigualdade no país registam uma ligeira melhoria, mas o país não consegue, na prática, aproximar-se do nível de vida dos parceiros europeus. E, em especial no último ano, a inflação apertou de forma relevante os orçamentos familiares.

O empobrecimento, um dos receios de Marcelo na sua tomada de posse em 2016, é hoje, sete anos volvidos, um sentimento que alastrou a uma boa parte da população, confrontada com subidas de dois dígitos nos preços de muitos dos produtos das suas habituais listas de compras no supermercado, e com rendas de habitação cada vez mais altas, sem que os salários acompanhem essa evolução.

Esta manhã, aliás, o ministro da Economia, António Costa Silva, dará uma conferência de imprensa para falar do aumento dos preços dos produtos alimentares (com a presença do inspetor-geral da ASAE). Aqui no Expresso deixamos-lhe uma dezena de dicas para poupar no supermercado (que pode juntar ao passo a passo que também publicámos há dias para saber como mudar de fornecedor de energia e baixar fatura mensal).

Será, além da quinta-feira dos sete anos de Presidência de Marcelo, uma quinta-feira de greve dos médicos e funcionários judiciais, e de manifestação de agricultores. Nos Açores instalou-se uma crise política (e aqui explicamos, em 11 perguntas e respostas, o que está em causa). Mais um tema que não deverá passar ao lado da entrevista do chefe de Estado logo à noite à RTP e ao Público, na qual também os abusos sexuais na Igreja deverão estar em foco.

Enquanto isso, lá fora, Ursula von der Leyen visita os Estados Unidos da América, onde na sexta-feira se reunirá com Joe Biden, com a guerra na Ucrânia como pano de fundo e as políticas económicas norte-americana e europeia como tema quente (esta madrugada a Reuters avançava que von der Leyen e Biden deverão iniciar conversações para chegar a um acordo comercial entre os dois blocos).

Por cá, além de ser dia do primeiro Café Expresso (num encontro presencial do diretor do Expresso, João Vieira Pereira, com os nossos assinantes em Castelo Branco), será uma jornada de chuva de Norte a Sul de Portugal Continental e também nos Açores, esperando-se céu pouco nublado na Madeira. Se circular em Lisboa durante a tarde, o trânsito poderá estar especialmente congestionado na Segunda Circular: o Sporting recebe o Arsenal na primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa (partida que pode ver na SIC a partir das 17h45).

OUTRAS NOTÍCIAS

Abusos. O que pode a igreja fazer com padres acusados? Suspender? Retirar de funções que envolvam crianças? Pode ler mais aqui. Pode também ver as declarações à SIC de um padre condenado por abuso sexual de menores, que diz arrepender-se todos os dias pelo que fez. E não perca a entrevista exclusiva ao Expresso do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas.

Justiça. O Conselho Superior de Magistratura aprovou uma proposta que vai dificultar o acesso não só a cargos políticos mas também a altos cargos públicos. Quem for para o Governo terá que meter uma licença sem vencimento.

Desporto. Domingos Soares de Oliveira, acusado de fraude fiscal no processo “saco azul”, juntamente com Luís Filipe Vieira, deverá abandonar a SAD do Benfica, de que é administrador, no final desta temporada.

Cinema. Aproxima-se a cerimónia dos Óscares. Quais são os melhores filmes a concurso este ano? Descubra aqui, com as avaliações dos críticos aos filmes nomeados.

Economia. O principal índice da bolsa portuguesa vai passar de 15 a 16 empresas, com a promoção da Ibersol: ou seja, a Pizza Hut e a KFC vão voltar a mexer com o PSI. E o Novo Banco acaba de apresentar os seus resultados anuais: o lucro em 2022 triplicou e atingiu os 561 milhões de euros.

FRASES

“[A relação] está ótima. […] Viveremos tranquilamente até ao fim dos dois mandatos em conjunto”

António Costa, primeiro-ministro, sobre a relação com o Presidente da República

“O mundo está desenhado para homens, construiu-se em torno desta ideia de patriarcado. Temos de acelerar os resultados na igualdade”

Isabel Rodrigues, secretária de Estado da Igualdade, em entrevista ao Expresso, no Dia Internacional da Mulher

“Vamos garantir a estabilidade”

José Manuel Bolieiro, presidente do governo dos Açores, após a perda da maioria no parlamento regional

PODCASTS A NÃO PERDER

Dispensa apresentações: a sua voz é imediatamente reconhecível. Bárbara Guimarães é a convidada do podcast As Mulheres Não Existem, que esta semana assinala o Dia Internacional da Mulher e, por isso, não evita falar sobre as suas lutas contra a violência doméstica e contra o início de um cancro na mama. Ouça o podcast e fique a saber mais sobre a apresentadora que tem marcado a televisão portuguesa nos últimos anos.

Bakhmut: uma luta sangrenta em que por cada ucraniano que tomba, caem 10 soldados russos. Há quase oito meses que as forças russas atacam Bakhmut, tornando esta localidade, hoje em dia praticamente destruída, o símbolo da violência e capacidade destrutiva desta guerra. Porque é que Bakhmut está na boca do mundo? No episódio de Bloco de Leste desta semana discute-se o que se passa na localidade estratégica onde o conflito está mais aceso, com a professora e comentadora Sandra Fernandes.

Isto bateu no fundo: o que vai acontecer à TAP? O Estado injetou 3,2 mil milhões de euros do dinheiro dos contribuintes num plano de reestruturação que se mantém secreto. Ninguém presta contas sobre estes milhares de milhões, para onde foram, se foram bem aplicados, o que permitiram resolver de estrutural na TAP. Ouça o episódio especial de Money Money Money sobre mais um dos desenvolvimentos da administração desta companhia aérea que ainda enfrenta turbulência.

E para não chegar a longo, o Curto de hoje fica por aqui. Continue connosco na nossa edição digital, e visite também a TribunaBlitz e Boa Cama Boa Mesa. Se ainda não assina o Expresso, saiba aqui que opções temos. Votos de uma boa quinta-feira!

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