Hoje vamos poder ver/ler um Expresso-mistério e temente à inteligência… artificial - que sempre tem sido propriedade e dádiva dos deuses a certos e incertos asnos que por aí se esparramam nas suas cadeiras do poder político-financeiro e de canudos universitarios reconhecendo as suas superioridades e impunidades em explorar e roubar as moles de plebeus modernamente escravizados e etc..
Salientamos que o Curto do Expresso em forma de newsletter só é mistério porque não vem assinado pelo autor. Ficamos sem saber quem foi o ou a jornalista ou similar que o gizou e veio até nós com tal nudez escriptografica. Tudo o resto já sabemos. Pelo menos os que não possuem nem usam a inteligência artificial e se estão borrifando para os medos impingidos pela denominada ficção científica que alimenta a prosa e os medos.
O ser humano (talvez a maioria) inovou para o lado da estupidez, da desumanidade que mais parece e é evidência real. Portanto, outra vez, parece e é. A desumanidade, as ambições desmedidas no interesse dos seus próprios umbigos, a sovinez, os roubos, as descaradas mentiras, as crueldades e indiferenças em que se confortam espezinhando com sorrisos, promessas e mentiras malévolas, os tais plebeus – o povinho – são mais que evidentes. Nada tem de ficção científica mas tudo de gula, ganancia e maldade de uns quantos contra o grosso da humanidade.
Podiamos ir por aí adiante nesta retórica. Seria uma prosa muito longa e dificil de terminar… Não. Não vamos por aí. Deixamos que leiam o Curto fazendo de conta que quase nada de mal se passa e que essa coisa das semelhanças da ficção científica com a realidade nada tem a ver com a realidade terrífica que nos mostra o futuro que, afinal, em muito já é o presente…
Terminando esta abertura ao Curto do Expresso pergunte-se: Afinal quando é que deixámos de ser humanos? Pois…
Inté. Boa semana, boa vida ou vida boa… Mas como?
O Curto a seguir. Ler é aprender… Pela positiva ou pela negativa. Aprender, aprender sempre.
Redação PG
Inteligência "implacável"
Expresso (curto)
Antes de mais um convite: hoje,
às 14h00, Junte-se à Conversa com David Dinis, Tomás da Cunha e Diogo Pombo.
Desta vez sobre "Benfica e o resto: o que aprendemos com o futebol esta
época?". Inscreva-se aqui.
Bom dia,
Confesso que nunca fui particularmente fã de ficção científica, mas a verdade é
que os enredos de alguns dos filmes mais famosos estão a tornar-se cada vez
mais assustadoramente verosímeis. Tanto quanto sabemos, ainda não existem
clones humanos como em Blade Runner, mas numa conversa online já é
impossível ter a certeza se do outro lado está um ser humano ou um bot. A
revolta de um exército de exterminadores robóticos contra o Homem, como a
protagonizada por Schwarzenegger nos anos 1980, ainda parece inimaginável, mas
em 2023 sucedem-se, em tom cada vez mais apocalíptico, os alertas sobre a
ameaça que a Inteligência Artificial (IA) pode representar para a nossa
existência.
O mais impressionante é que são os próprios criadores da IA a avisar que esta tecnologia
acarreta um “perigo de extinção para a Humanidade”. Assim mesmo, tal e
qual, ipsis verbis. Ainda ontem, 350 investigadores e peritos, entre os
quais os líderes de algumas das maiores empresas de desenvolvimento de IA, como
a OpenAI e a Google DeepMind, divulgaram uma carta aberta para sublinhar que a
mitigação desse risco tem de ser encarada como “uma prioridade global”.
Entre os subscritores está também Geoffrey Hinton, um dos pioneiros da
inteligência artificial, que no início deste mês se despediu da Google, onde
era vice-presidente, para poder falar abertamente sobre os perigos, convencido de que a IA poderá levar ao fim da nossa civilização
numa questão de anos. “Se há alguma forma de controlar a Inteligência
Artificial, devemos descobri-la, antes que seja tarde demais”, avisou.
Numa entrevista recente ao Expresso, Yuval Noah Harari, um dos mais
proeminentes pensadores da atualidade, também não poupou nas palavras: a IA é “uma bomba atómica para a política”, capaz de acabar com a
democracia e espalhar a tirania pelo mundo, criando uma distopia pior do que a
descrita por George Orwell em “1984”. “É o ataque mais radical” ao pensamento, à inteligência e à
ciência, alertou, por seu lado, o sociólogo Noam Chomsky.
Assustados com os seus efeitos, são cada vez mais os especialistas, mesmo dentro da própria
indústria, que pedem uma moratória no desenvolvimento desta tecnologia e
apelam à sua regulamentação. Representantes do G7, que reúne os sete países
mais industrializados do mundo, reuniram-se ontem, pela primeira vez, para
discutir formas de mitigar os riscos e a União Europeia espera conseguir aprovar ainda este ano a
primeira lei para controlar o seu uso.
O tempo urge, tendo em conta a vertiginosa evolução desta tecnologia.
Sistemas de inteligência artificial já controlam as redes sociais e cada vez
mais aspetos das nossas vidas; captam os nossos dados, sabem o que gostamos, o
que pensamos ou acreditamos; e com os últimos desenvolvimentos na IA
generativa, que tem no ChatGPT o seu produto mais famoso, são agora capazes de
criar textos originais, responder a perguntas ou encetar conversas como se de
um ser humano se tratasse. Nenhuma outra ferramenta foi capaz de operar uma
revolução tão radical. E se é assim agora, como será daqui a 5 ou 10 anos?
OUTRAS NOTÍCIAS
Quinze meses depois do início da guerra, não só não se vislumbra o fim, como há sinais preocupantes que podem desencadear uma escalada do
conflito. Ontem, pela primeira vez, um ataque de drones a Moscovo
atingiu edifícios, provocando ferimentos em duas pessoas e danos em alguns
prédios. Putin disse tratar-se “claramente de uma atividade terrorista”, levada
a cabo pela Ucrânia para intimidar os cidadãos russos. Kiev já negou
qualquer “ligação direta” com os ataques, embora tenha expressado satisfação pelos
mesmos e avisado que outros deverão seguir-se. Apesar de ainda estarem a
analisar o que terá acontecido, os Estados Unidos já fizeram saber que não
apoiam ataques militares à Rússia no seu território. Analistas
norte-americanos acreditam que a operação terá sido desencadeada pelas forças
ucranianas em resposta à violenta vaga de ataques aéreos que nos últimos dias a
Rússia lançou sobre Kiev e temem que se entre num perigoso "ciclo de ação
e reação crescente". Siga todos os desenvolvimentos aqui.
Em Espanha, o Ciudadanos decidiu não apresentar listas às legislativas
antecipadas de 23 de julho, depois do fracasso nas eleições regionais e municipais de domingo,
que pode ditar o seu fim. O grande vencedor foi o PP – partido de direita, que
constitui a maior força da oposição e que conseguiu a primeira vitória desde
2015. É quase certo que o PP ganhará as próximas legislativas; resta saber se precisará da extrema-direita do Vox, em
franco crescimento, para formar Governo.
Por cá (Portugal)
O Governo discute esta tarde com os sindicatos da Administração Pública o
regime especial de aceleração da carreira para os trabalhadores que foram
afetados pelos dois períodos de congelamento (entre 2005 e 2007 e nos anos da
troika). A proposta do Executivo, que deixa de fora os contratos individuais de
trabalho e carreiras especiais como a dos professores, prevê que uma progressão
que habitualmente demora 10 anos seja encurtada para seis. Mas são muitos os requisitos para se poder beneficiar
deste “bónus”.
Um estudo sobre o impacto das redes sociais na saúde mental revelou que 86% dos jovens portugueses admitem estar viciados nestas
plataformas. A esmagadora maioria assume que prefere comunicar através delas do
que pessoalmente e quase metade reconhecem que estas têm um impacto negativo na
sua saúde mental, “muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que assistem”,
nomeadamente incentivos à automutilação ou à restrição alimentar.
As famílias portuguesas estão mais otimistas no que diz
respeito à sua situação financeira e ao estado da economia do país, com a
confiança dos consumidores a atingir o valor mais alto desde fevereiro do ano
passado. Já as empresas estão mais céticas. Da indústria ao comércio, da
construção aos serviços, os indicadores de confiança caíram em maio em todos os
setores.
Portugal tem 658 praias, mas só 54 têm a água verdadeiramente limpinha, sem
qualquer vestígio de poluição, segundo o estudo da associação ambientalista
Zero, com base nas análises oficiais realizadas nos últimos dois anos. Saiba quais são.
Um homem de 35 anos foi espancado na Avenida da República por três funcionários
da EMEL, na sequência de uma discussão sobre o estacionamento irregular da sua
viatura. A EMEL já abriu um inquérito de averiguação interno,
retirando os três fiscais do contacto com o público, até ao apuramento do caso,
que está também a ser investigado pela PSP. A empresa que assegura a gestão do
estacionamento em Lisboa diz que exige “sentido de civismo” aos seus
funcionários, mas aponta que estes recebem várias vezes “intoleráveis agressões
físicas e psicológicas” por parte dos condutores. Entretanto, a EMEL vai rever o sistema de prémios a fiscais pelo número de multas passadas.
FRASES
“Meti-lhe meia dúzia de calmantes na comida e disparei um tiro na cabeça”,
Rosa Grilo, confessando ontem, pela primeira vez, ter assassinado o marido
"Não ter gás russo é mau para o ambiente",
Filipe Silva, presidente executivo da Galp, alegando que a decisão europeia de
cortar nas importações de gás russo levou vários refinadores a recorrer a
formas mais poluentes de produção de combustíveis
O QUE ANDO A LER
Terminei recentemente “O Castelo do Barba Azul”, o último volume da trilogia
Terra Alta, do consagrado escritor espanhol Javier Cercas, que narra a vida
conturbada de Melchor Marín, um marginal que se transforma em polícia famoso
por feitos heroicos e que, depois de uma tragédia pessoal, acaba como um pacato
bibliotecário. Neste derradeiro romance, o antigo agente viciado na leitura de
Os Miseráveis confronta-se com o súbito desaparecimento da filha, partindo numa
busca desesperada que o forçará a debater-se simultaneamente com o mais obscuro
de si mesmo e com o pior da humanidade.
Como escreveu Mário Vargas Llosa numa crónica publicada no Expresso, “a história está tão bem
conduzida que não se pode perder um instante na conspiração até que esta
termina”. Mas esta trilogia é muito mais do que uma saga policial cativante que
não se consegue parar de ler até à última página. É uma obra sobre o sentido de
justiça e a redenção. Nas palavras de Llosa, “ trata-se de uma novela que tem
algo de bálsamo, que nos consola das misérias que vemos ao nosso redor a cada
instante”.
PODCASTS A NÃO PERDER
Nas
eleições antecipadas de Espanha, Portugal vê-se ao espelho? Esta semana, no
podcast Comissão Política discute-se os paralelos entre
António Costa e Pedro Sanchéz, PSD e PP, Vox e Chega. Ouça o episódio para
ficar a par do que se passa na política da nação vizinha, que tanto nos pode
dizer, ou não, sobre a realidade portuguesa.
Esta
semana, festejos futebolísticos encerraram a Feira do Livro de Lisboa mais
cedo. Manuel Serrão protesta contra este cancelamento cultural. Rui Zink esteve
nos festejos? Nega tudo, tal como Júlia Pinheiro. Já Rita Blanco encontrou-se
com Carlos Moedas. Ouça o mais recente episódio da Noite da Má Língua, esta semana recheado de música e haikus.
Por hoje é tudo. Despeço-me com João e Maria, uma das minhas (muitas) músicas preferidas de
Chico Buarque. Estou a contar as horas para ir vê-lo na sexta-feira.
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