quarta-feira, 31 de maio de 2023

AFINAL QUANDO É QUE DEIXÁMOS DE SER HUMANOS? POIS…

Hoje vamos poder ver/ler um Expresso-mistério e temente à inteligência… artificial - que sempre tem sido propriedade e dádiva dos deuses a certos e incertos asnos que por aí se esparramam nas suas cadeiras do poder político-financeiro e de canudos universitarios reconhecendo as suas superioridades e impunidades em explorar e roubar as moles de plebeus modernamente escravizados e etc..

Salientamos que o Curto do Expresso em forma de newsletter só é mistério porque não vem assinado pelo autor. Ficamos sem saber quem foi o ou a jornalista ou similar que o gizou e veio até nós com tal nudez escriptografica. Tudo o resto já sabemos. Pelo menos os que não possuem nem usam a inteligência artificial e se estão borrifando para os medos impingidos pela denominada ficção científica que alimenta a prosa e os medos.

O ser humano (talvez a maioria) inovou para o lado da estupidez, da desumanidade que mais parece e é evidência real. Portanto, outra vez, parece e é. A desumanidade, as ambições desmedidas no interesse dos seus próprios umbigos, a sovinez, os roubos, as descaradas mentiras, as crueldades e indiferenças em que se confortam espezinhando com sorrisos, promessas e mentiras malévolas, os tais plebeus – o povinho – são mais que evidentes. Nada tem de ficção científica mas tudo de gula, ganancia e maldade de uns quantos contra o grosso da humanidade.

Podiamos ir por aí adiante nesta retórica. Seria uma prosa muito longa e dificil de terminar… Não. Não vamos por aí. Deixamos que leiam o Curto fazendo de conta que quase nada de mal se passa e que essa coisa das semelhanças da ficção científica com a realidade nada tem a ver com a realidade terrífica que nos mostra o futuro que, afinal, em muito já é o presente…

Terminando esta abertura ao Curto do Expresso pergunte-se: Afinal quando é que deixámos de ser humanos? Pois…

Inté. Boa semana, boa vida ou vida boa… Mas como?

O Curto a seguir. Ler é aprender… Pela positiva ou pela negativa. Aprender, aprender sempre.

Redação PG


Inteligência "implacável"

Expresso (curto)

Antes de mais um convite: hoje, às 14h00, Junte-se à Conversa com David Dinis, Tomás da Cunha e Diogo Pombo. Desta vez sobre "Benfica e o resto: o que aprendemos com o futebol esta época?". Inscreva-se aqui.

Bom dia,

Confesso que nunca fui particularmente fã de ficção científica, mas a verdade é que os enredos de alguns dos filmes mais famosos estão a tornar-se cada vez mais assustadoramente verosímeis. Tanto quanto sabemos, ainda não existem clones humanos como em Blade Runner, mas numa conversa online já é impossível ter a certeza se do outro lado está um ser humano ou um bot. A revolta de um exército de exterminadores robóticos contra o Homem, como a protagonizada por Schwarzenegger nos anos 1980, ainda parece inimaginável, mas em 2023 sucedem-se, em tom cada vez mais apocalíptico, os alertas sobre a ameaça que a Inteligência Artificial (IA) pode representar para a nossa existência.

O mais impressionante é que são os próprios criadores da IA a avisar que esta tecnologia acarreta um “perigo de extinção para a Humanidade”. Assim mesmo, tal e qual, ipsis verbis. Ainda ontem, 350 investigadores e peritos, entre os quais os líderes de algumas das maiores empresas de desenvolvimento de IA, como a OpenAI e a Google DeepMind, divulgaram uma carta aberta para sublinhar que a mitigação desse risco tem de ser encarada como “uma prioridade global”.

Entre os subscritores está também Geoffrey Hinton, um dos pioneiros da inteligência artificial, que no início deste mês se despediu da Google, onde era vice-presidente, para poder falar abertamente sobre os perigos, convencido de que a IA poderá levar ao fim da nossa civilização numa questão de anos. “Se há alguma forma de controlar a Inteligência Artificial, devemos descobri-la, antes que seja tarde demais”, avisou.

Numa entrevista recente ao Expresso, Yuval Noah Harari, um dos mais proeminentes pensadores da atualidade, também não poupou nas palavras: a IA é “uma bomba atómica para a política”, capaz de acabar com a democracia e espalhar a tirania pelo mundo, criando uma distopia pior do que a descrita por George Orwell em “1984”. “É o ataque mais radical” ao pensamento, à inteligência e à ciência, alertou, por seu lado, o sociólogo Noam Chomsky.

Assustados com os seus efeitos, são cada vez mais os especialistas, mesmo dentro da própria indústria, que pedem uma moratória no desenvolvimento desta tecnologia e apelam à sua regulamentação. Representantes do G7, que reúne os sete países mais industrializados do mundo, reuniram-se ontem, pela primeira vez, para discutir formas de mitigar os riscos e a União Europeia espera conseguir aprovar ainda este ano a primeira lei para controlar o seu uso.

O tempo urge, tendo em conta a vertiginosa evolução desta tecnologia. Sistemas de inteligência artificial já controlam as redes sociais e cada vez mais aspetos das nossas vidas; captam os nossos dados, sabem o que gostamos, o que pensamos ou acreditamos; e com os últimos desenvolvimentos na IA generativa, que tem no ChatGPT o seu produto mais famoso, são agora capazes de criar textos originais, responder a perguntas ou encetar conversas como se de um ser humano se tratasse. Nenhuma outra ferramenta foi capaz de operar uma revolução tão radical. E se é assim agora, como será daqui a 5 ou 10 anos?

OUTRAS NOTÍCIAS

Quinze meses depois do início da guerra, não só não se vislumbra o fim, como há sinais preocupantes que podem desencadear uma escalada do conflito. Ontem, pela primeira vez, um ataque de drones a Moscovo atingiu edifícios, provocando ferimentos em duas pessoas e danos em alguns prédios. Putin disse tratar-se “claramente de uma atividade terrorista”, levada a cabo pela Ucrânia para intimidar os cidadãos russos. Kiev já negou qualquer “ligação direta” com os ataques, embora tenha expressado satisfação pelos mesmos e avisado que outros deverão seguir-se. Apesar de ainda estarem a analisar o que terá acontecido, os Estados Unidos já fizeram saber que não apoiam ataques militares à Rússia no seu território. Analistas norte-americanos acreditam que a operação terá sido desencadeada pelas forças ucranianas em resposta à violenta vaga de ataques aéreos que nos últimos dias a Rússia lançou sobre Kiev e temem que se entre num perigoso "ciclo de ação e reação crescente". Siga todos os desenvolvimentos aqui.

Em Espanha, o Ciudadanos decidiu não apresentar listas às legislativas antecipadas de 23 de julho, depois do fracasso nas eleições regionais e municipais de domingo, que pode ditar o seu fim. O grande vencedor foi o PP – partido de direita, que constitui a maior força da oposição e que conseguiu a primeira vitória desde 2015. É quase certo que o PP ganhará as próximas legislativas; resta saber se precisará da extrema-direita do Vox, em franco crescimento, para formar Governo.

Por cá (Portugal)

O Governo discute esta tarde com os sindicatos da Administração Pública o regime especial de aceleração da carreira para os trabalhadores que foram afetados pelos dois períodos de congelamento (entre 2005 e 2007 e nos anos da troika). A proposta do Executivo, que deixa de fora os contratos individuais de trabalho e carreiras especiais como a dos professores, prevê que uma progressão que habitualmente demora 10 anos seja encurtada para seis. Mas são muitos os requisitos para se poder beneficiar deste “bónus”.

Um estudo sobre o impacto das redes sociais na saúde mental revelou que 86% dos jovens portugueses admitem estar viciados nestas plataformas. A esmagadora maioria assume que prefere comunicar através delas do que pessoalmente e quase metade reconhecem que estas têm um impacto negativo na sua saúde mental, “muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que assistem”, nomeadamente incentivos à automutilação ou à restrição alimentar.

As famílias portuguesas estão mais otimistas no que diz respeito à sua situação financeira e ao estado da economia do país, com a confiança dos consumidores a atingir o valor mais alto desde fevereiro do ano passado. Já as empresas estão mais céticas. Da indústria ao comércio, da construção aos serviços, os indicadores de confiança caíram em maio em todos os setores.

Portugal tem 658 praias, mas só 54 têm a água verdadeiramente limpinha, sem qualquer vestígio de poluição, segundo o estudo da associação ambientalista Zero, com base nas análises oficiais realizadas nos últimos dois anos. Saiba quais são.

Um homem de 35 anos foi espancado na Avenida da República por três funcionários da EMEL, na sequência de uma discussão sobre o estacionamento irregular da sua viatura. A EMEL já abriu um inquérito de averiguação interno, retirando os três fiscais do contacto com o público, até ao apuramento do caso, que está também a ser investigado pela PSP. A empresa que assegura a gestão do estacionamento em Lisboa diz que exige “sentido de civismo” aos seus funcionários, mas aponta que estes recebem várias vezes “intoleráveis agressões físicas e psicológicas” por parte dos condutores. Entretanto, a EMEL vai rever o sistema de prémios a fiscais pelo número de multas passadas.

FRASES

“Meti-lhe meia dúzia de calmantes na comida e disparei um tiro na cabeça”,
Rosa Grilo, confessando ontem, pela primeira vez, ter assassinado o marido

"Não ter gás russo é mau para o ambiente",
Filipe Silva, presidente executivo da Galp, alegando que a decisão europeia de cortar nas importações de gás russo levou vários refinadores a recorrer a formas mais poluentes de produção de combustíveis

O QUE ANDO A LER

Terminei recentemente “O Castelo do Barba Azul”, o último volume da trilogia Terra Alta, do consagrado escritor espanhol Javier Cercas, que narra a vida conturbada de Melchor Marín, um marginal que se transforma em polícia famoso por feitos heroicos e que, depois de uma tragédia pessoal, acaba como um pacato bibliotecário. Neste derradeiro romance, o antigo agente viciado na leitura de Os Miseráveis confronta-se com o súbito desaparecimento da filha, partindo numa busca desesperada que o forçará a debater-se simultaneamente com o mais obscuro de si mesmo e com o pior da humanidade.

Como escreveu Mário Vargas Llosa numa crónica publicada no Expresso, “a história está tão bem conduzida que não se pode perder um instante na conspiração até que esta termina”. Mas esta trilogia é muito mais do que uma saga policial cativante que não se consegue parar de ler até à última página. É uma obra sobre o sentido de justiça e a redenção. Nas palavras de Llosa, “ trata-se de uma novela que tem algo de bálsamo, que nos consola das misérias que vemos ao nosso redor a cada instante”.

PODCASTS A NÃO PERDER

Nas eleições antecipadas de Espanha, Portugal vê-se ao espelho? Esta semana, no podcast Comissão Política discute-se os paralelos entre António Costa e Pedro Sanchéz, PSD e PP, Vox e Chega. Ouça o episódio para ficar a par do que se passa na política da nação vizinha, que tanto nos pode dizer, ou não, sobre a realidade portuguesa.

Esta semana, festejos futebolísticos encerraram a Feira do Livro de Lisboa mais cedo. Manuel Serrão protesta contra este cancelamento cultural. Rui Zink esteve nos festejos? Nega tudo, tal como Júlia Pinheiro. Já Rita Blanco encontrou-se com Carlos Moedas. Ouça o mais recente episódio da Noite da Má Língua, esta semana recheado de música e haikus.

Por hoje é tudo. Despeço-me com João e Maria, uma das minhas (muitas) músicas preferidas de Chico Buarque. Estou a contar as horas para ir vê-lo na sexta-feira.

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