Artur Queiroz*, Luanda
O Jornal de Angola faz cem anos no próximo dia 16 de Agosto. A efeméride vai ser devidamente comemorada. Angola entra no exclusivo grupo de países com jornais centenários. Com fundos cedidos pelo Serviço de Recuperação de Activos mandei imprimir camisolas com uma inscrição em duas linhas. Primeira: INFORMAÇÃO É VIDA. Segunda: JORNAL DE ANGOLA CEM ANOS A INFORMAR.
A apresentação do programa do centenário tem lugar na próxima semana, naquele hotel do Eixo Viário, também cedido pelo Serviço de Recuperação de Activos. Vai ser uma festa de jornalistas em honra de um jornal centenário, o único que temos e tão cedo não teremos outro.
Não gosto muito do secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas, Teixeira Cândido. Mas vou convidá-lo e eu próprio lhe visto a camisola com a mensagem da efeméride. Gosto muito da jornalista Luísa Rogério. Vai ser a convidada de honra. Vou vestir-lhe a camisola. Mas não me esquecerei de lhe dizer que MULHER É VIDA!
Na festa só entram jornalistas. O ministro da Comunicação Social tem a entrada cortada. Faço questão que estejam presentes os profissionais que se escandalizaram com a presença de Luísa Rogério e Teixeira Cândido numa festa da DSTv (Digital Satellite Television) um serviço de televisão via satélite da MulriChoice que nasceu em 1995 e tem mais de dez milhões de assinantes o que dá uma audiência superior a 50 milhões. É um órgão de comunicação social.
Na festa do Jornal de Angola todos temos camisolas vestidas publicitando os seus cem anos. Vou falar da Imprensa Angolana (nascida quase simultaneamente em Luanda e no Reino do Congo, no final do século XVI. Essa é a data da chegada das primeiras máquinas impressoras a África, pela mão dos missionários portugueses, que as instalaram nos seus colégios da Ordem dos Jesuítas, em Luanda (por trás da Igreja da Nazaré) e S. Salvador do Congo (Mbanza Congo).
A DSTv está
O próximo passo vai ser construirmos o muro das lágrimas para que os infiltrados no Jornalismo Angolano chorem à vontade. Em 1945 passaram cem anos desde o nascimento do primeiro jornal em Angola (Boletim Oficial). No dia em que foi fundada a DSTv fez 150 anos. Mas a Imprensa Nacional esqueceu-se de comemorar a data. Não mandou imprimir camisolas nem as vestiu aos jornalistas. Mais lágrimas no muro.
O Pai Querido anunciou que a Sonangol já não está em queda livre. Agora a produção de petróleo “está em declínio moderado”. Na adianta irmos chorar para o muro das lágrimas. O PCA da petrolífera nacional é o pior de todos os tempos. O mais incompetente. Mas quem o ouve falar acredita que a empresa está a ser gerida. Como a administração do Caminho-de-Ferro de Benguela. Gastou o dinheiro todo a reparar rodas e agora o chefe chora copiosamente no muro das lágrimas.
O Presidente da República de Cabo
Verde, José Maria Neves, é bom homem. Não consta que ande de tasco em tasco
queimando escudos
Os participantes na cimeira foram todos chorar a ausência de Cabo Verde. Houve tentativas de suicídio. Os 17 Chefes de Estado presentes ponderaram a apresentar a demissão. Ministros africanos decidiram nunca mais regressar a África. O mundo sem Cabo Verde fica à deriva. Até eu estou a chorar. De verdade.
PAIGC e depois o PAICV adoptaram uma política externa assente na construção de boas relações com todos os países do mundo. E ainda existiam os blocos do ocidente e de leste. Conseguiram manter excelentes relações com todos os lados. José Maria Neves resolveu bandear-se com um lado. No momento em que há um movimento global para acabar cm o mundo unipolar em que vivemos. Cabo Verde desatou a correr desabridamente para o abismo. O país ainda acaba espaço insular de Portugal que por sua vez é um protectorado do cartel falido chamado União Europeia. Tanto choro no muro das lágrimas!
Um dia estava a trabalhar com o
comandante César Augusto (Kiluange) no seu livro “Angola-Argélia Solidariedade
Traída”. O autor era o nosso embaixador
Hoje de manhã decorreu a terceira reunião ordinária do Bureau Político do MPLA. A bem informada TPA disse que a direcção do partido tomou uma decisão ousada. Os membros da JMPLA e da OMA não podem mais acumular com os cargos de deputados. Têm de trabalhar com as bases! Tanto choro no muro das lágrimas. Mas está certo.
A juventude tem de prestar
provas. E isso só é possível trabalhando com as massas. As Mamãs Angolanas têm
tantos problemas que a direcção da OMA precisa de mobilizar todos os recursos
humanos para minorar essas situações dramáticas. É a unidade na luta contra os
sicários da UNITA e seus derivados. Adalberto, Chivukuvuku, Filomeno Vieira
Lopes e Justino vão desfazer-se
*Jornalista
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