Artur Queiroz*, Luanda
O Canadá recebeu com gaitinhas e
tambores o presidente Zelensky, da Ucrânia. Os 308 deputados aplaudiram
entusiasmados, de pé, um herói ucraniano, o senhor Hunka. Anthony Rota, o
presidente da instituição apresentou o convidado surpresa como “um símbolo do
nacionalismo ucraniano” ante os aplausos do primeiro-ministro Justin Trudeau e
do actor que os EUA puderam na presidência
Anthony Rota demitiu-se, Trudeau pediu desculpa e fechou-se no palácio. Zelensky diz que as sanções contra a Federação Russa não valem nada, o melhor é atacar os russos em casa até se ajoelharem ante a OTAN (ou NATO) e o ocidente alargado. A União Europeia, o Reino Unido e os EUA têm muitos heróis da estirpe ideológica do senhor Hunka. Em 2014 um golpe de estado inconstitucional derrubou o presidente eleito da Ucrânia e os golpistas que tomaram o poder são assumidamente nazis. Alguns, como Zelensky, usam farda cinzenta. A maioria anda de faca na boca e extermina russos, democratas e quem se atravessar na frente. Úrsula von der Leyen diz que estão a defender a democracia!
A Assembleia Geral da ONU continua. Mas ninguém sabe o que está a acontecer, quem discursa e o que diz. O Presidente Petro da Colômbia lembrou a Guterres e ao estado terrorista mais perigoso do mundo que a Palestina está ocupada. A Síria e o Iraque estão ocupados. O ministério das Relações Exteriores da Nicarágua leu o discurso de Daniel Ortega. Lembrou que o estado terrorista mais perigoso do mundo foi condenado no Tribunal de Haia a indemnizar o seu país em muitos milhares de milhões de dólares pelos danos causados ao país e ao povo quando apoiaram terroristas que destruíram a Nicarágua. Não pagaram!
Os EUA apoiaram os colonialistas portugueses desde 1961 até 1974. O Estado Angolano nunca divulgou internamente, nem nas organizações internacionais, o número de angolanas e angolanos mortos. Percebo porquê. Essa mortandade ia criar barreiras entre o Povo Angolano e o Povo Português. Mas também criava animosidades perigosas contra os aliados internos de Portugal, das potências ocidentais e dos EUA. Em nome da reconciliação nacional foi lançado um véu de esquecimento sobre as vítimas da Guerra Colonial. Ainda bem.
Os EUA apoiaram o regime racista
de Pretória, ente o 25 de Abril de 1974 e pelo menos
Um dos dirigentes militares dos EUA, Lloyd Austin, está em Luanda! Não vou atirar-lhe à cara com os nossos mutilados e mortos. Os triliões de prejuízos causados pelo seu país e os seus lacaios. Mas vou revelar quem é e quantos mortos carrega às costas noutras paragens.
O secretário da Defesa Austin
está ligado à Guerra do Iraque. Participou activamente na invasão de
Em Fevereiro de 2008, Austin assumiu o comando do “Corpo Multinacional”, a coligação que destruiu o país e assassinou o Presidente Saddam Hussein para roubarem o petróleo. Até Dezembro de 2011 dirigiu operações militares dos EUA e da coligação internacional.
A CIA criou o Estado Islâmico (ISIS) e o general Austin lá estava. Além de matador no Iraque espalhou a sua acção para a Síria que, na primeira Guerra do Golfo, apoiou a invasão estrangeira porque o Iraque era um estado laico e socialista. Austin supervisionou a transição da Operação Iraqi Freedom e operações de combate para a Operação New Dawn.
O matador ao serviço do estado terrorista mais perigoso do mundo negociou com o governo iraquiano até à assinatura do Acordo de Parceria Estratégica. Opôs-se à retirada total das tropas dos EUA. Recomendou que ficassem no Iraque pelo menos 10.000 soldados. Mas depois duplicou esse número. Está em Angola para fazer o mesmo à sombra de uma “parceria estratégica” com a turma alucinada de João Lourenço.
O General Austin é um dos responsáveis por 500.000 mortos na guerra de agressão dos EUA à Síria, dos quais 25.000 são crianças. Este número foi divulgado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos. A parte da Síria com petróleo e gás está ocupada militarmente pelos EUA.
Guerra do Afeganistão. Mais de um
milhão de mortos. O General Austin é um dos matadores de civis inocentes. Entre
Setembro de
A 25 de Fevereiro de 2021, o General Austin visitou o porta-aviões nuclear USS Nimitz com uma tripulação de 6.000 militares. Defendeu que os navios de guerra dos EUA devem estar “em todo o mundo” para impedir ameaças à segurança do estado terrorista mais perigoso do mundo e seus lacaios do ocidente alargado. Apontou os alvos favoritos: A China, no Indo-Pacífico, e o Irão no Médio Oriente. Agora vai fazer de Angola uma base naval às ordens com petróleo “dos quebra”.
Depois de matador activo, o General Austin foi para o conselho de administração da empresa Raytheon Technologies, uma empreiteira militar. A 18 de Setembro de 2017 foi nomeado para o conselho de administração da siderurgia Nucor. Todas as produtoras de aço norte-americanas estão falidas. Esta está em grande porque se ligou à indústria bélica via Austin. A 29 de Maio de 2018 foi nomeado administrador da Tenet Healthcare uma empresa multinacional de saúde, que ganha biliões com as guerras do estado terrorista mais perigoso do mundo. Por fim a Pine Island Capital, uma empresa de investimentos, onde é sócio de Antony Blinken e Michèle Flournoy que foi subsecretária de Defesa dos EUA. Tudo boa gente!
*Jornalista
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