quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Austin o Matador, Hunka Herói Nazi -- Artur Queiroz

Yaroslav Hunka da organização nazi Waffen SS ovacionado no Parlamento do Canadá com saudação cúmplice e vibrante de Zelensky

Artur Queiroz*, Luanda

O Canadá recebeu com gaitinhas e tambores o presidente Zelensky, da Ucrânia. Os 308 deputados aplaudiram entusiasmados, de pé, um herói ucraniano, o senhor Hunka. Anthony Rota, o presidente da instituição apresentou o convidado surpresa como “um símbolo do nacionalismo ucraniano” ante os aplausos do primeiro-ministro Justin Trudeau e do actor que os EUA puderam na presidência em Kiev. Foram ver e o herói é um “Bandera”. Participou no extermínio de judeus, russos, polacos e ucranianos. Um nazi puro e duro. 

Anthony Rota demitiu-se, Trudeau pediu desculpa e fechou-se no palácio. Zelensky diz que as sanções contra a Federação Russa não valem nada, o melhor é atacar os russos em casa até se ajoelharem ante a OTAN (ou NATO) e o ocidente alargado. A União Europeia, o Reino Unido e os EUA têm muitos heróis da estirpe ideológica do senhor Hunka. Em 2014 um golpe de estado inconstitucional derrubou o presidente eleito da Ucrânia e os golpistas que tomaram o poder são assumidamente nazis. Alguns, como Zelensky, usam farda cinzenta. A maioria anda de faca na boca e extermina russos, democratas e quem se atravessar na frente. Úrsula von der Leyen diz que estão a defender a democracia!

A Assembleia Geral da ONU continua. Mas ninguém sabe o que está a acontecer, quem discursa e o que diz. O Presidente Petro da Colômbia lembrou a Guterres e ao estado terrorista mais perigoso do mundo que a Palestina está ocupada. A Síria e o Iraque estão ocupados. O ministério das Relações Exteriores da Nicarágua leu o discurso de Daniel Ortega. Lembrou que o estado terrorista mais perigoso do mundo foi condenado no Tribunal de Haia a indemnizar o seu país em muitos milhares de milhões de dólares pelos danos causados ao país e ao povo quando apoiaram terroristas que destruíram a Nicarágua. Não pagaram!

Os EUA apoiaram os colonialistas portugueses desde 1961 até 1974. O Estado Angolano nunca divulgou internamente, nem nas organizações internacionais, o número de angolanas e angolanos mortos. Percebo porquê. Essa mortandade ia criar barreiras entre o Povo Angolano e o Povo Português. Mas também criava animosidades perigosas contra os aliados internos de Portugal, das potências ocidentais e dos EUA. Em nome da reconciliação nacional foi lançado um véu de esquecimento sobre as vítimas da Guerra Colonial. Ainda bem.

Os EUA apoiaram o regime racista de Pretória, ente o 25 de Abril de 1974 e pelo menos 1998. A Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial foi terrível. Milhões de deslocados e refugiados. Um sem número de feridos, mutilados e mortos. Depois da Paz do Luena o Governo Angolano não divulgou o número oficial de mutilados e mortos. Não apresentou a factura dos prejuízos causados. As invasões e ocupações sul-africanas apoiadas pelo estado terrorista mais perigoso do mundo e as grandes potências ocidentais ficaram de borla aos agressores. Em nome da paz e reconciliação nacional.

Um dos dirigentes militares dos EUA, Lloyd Austin, está em Luanda! Não vou atirar-lhe à cara com os nossos mutilados e mortos. Os triliões de prejuízos causados pelo seu país e os seus lacaios. Mas vou revelar quem é e quantos mortos carrega às costas noutras paragens.

Austin, o carniceiro estrelado e condecorado

O secretário da Defesa Austin está ligado à Guerra do Iraque. Participou activamente na invasão de 2003. A sua eficácia na morte de iraquianos foi premiada com a “Estrela de Prata”. Mais de um milhão de refugiados e deslocados. De 800.000 a um milhão de mortos. O General Austin está ligado às prisões e torturas em Abu Ghraib. A 1 de Setembro de 2010, foi nomeado “General Comandante”   das Forças dos Estados Unidos-Iraque (USF). Também mandava nas “agências de segurança” do Ministério do Interior iraquiano. Milhares de prisões arbitrárias e execuções. Para matar mais propôs que as tropas invasoras passassem de 14.000 para 18.000 soldados. Ainda lá estão.

Em Fevereiro de 2008, Austin assumiu o comando do “Corpo Multinacional”, a coligação que destruiu o país e assassinou o Presidente Saddam Hussein para roubarem o petróleo. Até Dezembro de 2011 dirigiu operações militares dos EUA e da coligação internacional.

A CIA criou o Estado Islâmico (ISIS) e o general Austin lá estava. Além de matador no Iraque espalhou a sua acção para a Síria que, na primeira Guerra do Golfo, apoiou a invasão estrangeira porque o Iraque era um estado laico e socialista. Austin supervisionou a transição da Operação Iraqi Freedom e operações de combate para a Operação New Dawn. 

O matador ao serviço do estado terrorista mais perigoso do mundo negociou com o governo iraquiano até à assinatura do Acordo de Parceria Estratégica. Opôs-se à retirada total das tropas dos EUA. Recomendou que ficassem no Iraque pelo menos 10.000 soldados. Mas depois duplicou esse número. Está em Angola para fazer o mesmo à sombra de uma “parceria estratégica” com a turma alucinada de João Lourenço. 

O General Austin é um dos responsáveis por 500.000 mortos na guerra de agressão dos EUA à Síria, dos quais 25.000 são crianças. Este número foi divulgado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos. A parte da Síria com petróleo e gás está ocupada militarmente pelos EUA. 

Guerra do Afeganistão. Mais de um milhão de mortos. O General Austin é um dos matadores de civis inocentes. Entre Setembro de 2003 a Agosto de 2005 foi comandante da 10ª Divisão de Montanha e da Força Combinada 180. 

A 25 de Fevereiro de 2021, o General Austin visitou o porta-aviões nuclear USS Nimitz com uma tripulação de 6.000 militares. Defendeu que os navios de guerra dos EUA devem estar “em todo o mundo” para impedir ameaças à segurança do estado terrorista mais perigoso do mundo e seus lacaios do ocidente alargado. Apontou os alvos favoritos: A China, no Indo-Pacífico, e o Irão no Médio Oriente. Agora vai fazer de Angola uma base naval às ordens com petróleo “dos quebra”.

Depois de matador activo, o General Austin foi para o conselho de administração da empresa Raytheon Technologies, uma empreiteira militar. A 18 de Setembro de 2017 foi nomeado para o conselho de administração da siderurgia Nucor. Todas as produtoras de aço norte-americanas estão falidas. Esta está em grande porque se ligou à indústria bélica via Austin. A 29 de Maio de 2018 foi nomeado administrador da Tenet Healthcare uma empresa multinacional de saúde, que ganha biliões com as guerras do estado terrorista mais perigoso do mundo.  Por fim a Pine Island Capital, uma empresa de investimentos, onde é sócio de Antony Blinken e Michèle Flournoy que foi subsecretária de Defesa dos EUA. Tudo boa gente! 

*Jornalista

Sem comentários:

Mais lidas da semana