Vítor Viegas (Martinho Júnior) é
um pensador angolano, grande analista da política doméstica e internacional.
Como quase todos os jovens da sua geração lutou na II Guerra de Libertação
Nacional (25 de Abril 1974 até 11 de Novembro 1975) e depois nas FAPLA quando
começou a Guerra pela Soberania e a Integridade Territorial. Também foi oficial
da DISA. Mas naquele tempo, antes de tudo, os jovens eram do MPLA. Hoje Viegas
é activista do “Círculo
Miguel de Carvalho (Wadijimbi) é jornalista. Foi vice-ministro da comunicação social. Em 1992, quando a UNITA tentou tomar o poder pela força após ser derrotada nas eleições, defendeu de armas na mão a sede da ANGOP, um alvo dos golpistas, tal como a RNA e a TPA.
Nas instalações da Rádio Nacional de Angola estavam Rui de Carvalho (ministro da comunicação social) César Barbosa (director-geral da RNA), José Guerreiro (direcção da TPA) e Arlindo Macedo que anunciou ante as câmaras da televisão pública a vitória do povo de Luanda sobre os golpistas. Imaginem o seu aspecto depois de três dias e três noites sem dormir, sem tomar banho, sem fazer a barba. És o maior, Macedo! Eu era o ajudante de campo. O meu camarada Wadijimbi (não te ofendas…) também foi primeiro secretário do Comité de Especialidade dos Jornalistas do MPLA.
Wadijimbi, licenciado em direito,
escreveu uma sentença: “O camarada Viegas não é militante do MPLA. Por ser
Brigadeiro, depende do Comandante em Chefe e um código de disciplina militar
lhe impede de faltar respeito ao Comandante
Esta sentença resulta de uma
opinião de Vítor Viegas no seu “Círculo
Isto das duas nacionalidades é racismo. Porque Agostinho Mendes de Carvalho (Wanhenga Xitu) também tinha as duas do Viegas e ninguém o mandou calar quando disse alto e bom som “ponto de ordem camarada presidente José Eduardo”.
Criticar não é insultar, Wadijimbi! O MPLA não é apenas dos acomodados, dos barriguistas, dos carreiristas. Alguns deram o litro pelo partido, pelo Povo Angolano e pela República Popular de Angola. Pagam as suas contas, vivem nas suas casas, andam a pé ou nos carros que compraram com o seu dinheiro, viajam à sua custa e sem ajudas de custo do Estado. O MPLA não é só dos que se submeteram ao “movimento de rectificação” jurando amor e fidelidade ao marxismo-leninismo. Ao MPLA-Partido do Trabalho. De um dia para o outro mostravam-se nas missas da Sagrada Família, casavam pela Igreja, e juravam a pés juntos que nunca foram comunistas.
O MPLA também é do Viegas e de outros camaradas que nunca viveram à custa do Orçamento-Geral do Estado. Também é dos que sabem ler e escrever. E dos que se bateram em todas as guerras e todas as frentes de combate. E todos, todos mesmo, têm o direito de criticar o Presidente João Lourenço. Simplesmente porque ele está a hipotecar o futuro de Angola e do Povo Angolano.
Em que ponto do programa eleitoral do MPLA (eleições de 2022) está escrito que a política externa de Angola fica submetida aos interesses do estado terrorista mas perigoso do mundo? Em que ponto está escrito que se o MPLA ganhar as eleições (como ganhou) vai promover umas parceria estratégica com os EUA nas áreas da Defesa e Segurança? Todos, mesmo todos, militantes ou não do MPLA têm o direito de criticar aquilo a que eu chamo uma vigarice política.
O estado terrorista mais perigoso
do mundo já mandou o Fundo Monetário Internacional (FMI) exigir aos países
africanos desalinhados, políticas de austeridade orçamental e reestruturações
da dívida. Isto quer dizer mais miséria e mais fome nos países que estão sob a
patorra do ocidente alargado. Angola vai na onda à força toda, pela mão do
Presidente João Lourenço. Aproveito para recomendar que não devem aceitar
“gasosa”
Os “peritos” do FMI, chicote dos EUA, fizeram uma análise sobre a crise da dívida pública na África subsaariana e concluíram: "Nem todos os países enfrentam o mesmo desafio, mas há alguns países que têm necessidades muito grandes de ajustamento, e para esses, é pouco provável que a consolidação orçamental por si só seja suficiente para garantir a sustentabilidade orçamental, sendo talvez necessário complementar essa política com um reperfilamento ou reestruturação da dívida”. Vejam quais são: Níger, República Centro Africana, Mali, Burkina Faso e República Democrática do Congo.
O Venerando Juiz Jubilado do Tribunal Constitucional, Onofre Martins dos Santos, foi o grande organizador das eleições gerais em 1992. Um feito extraordinário desde o registo eleitoral ao escrutínio dos votos. A UNITA foi derrotada e regressou à guerra.
Sobre isto, Onofre Martins dos Santos diz: “Os acontecimentos que se seguiram às eleições gerais de 1992 foram uma infelicidade para o povo angolano”. Há pessoas assim. Não são capazes de cobrar dos erros alheios, nem que eles causem uma catástrofe humanitária. Ninguém consegue ser inimigo de cidadãos como Onofre Martins dos Santos, por mais que se esforce. Ele está entre os melhores do Povo Angolano.
Sei que é um tanto abusivo mas imploro ao Dr. Onofre Martins dos Santos que dê uma ajuda ao Presidente João Lourenço na área da diplomacia. Se também pudesse ensiná-lo a respeitar a separação de poderes, era ouro sobre azul.
*Jornalista
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