sexta-feira, 5 de maio de 2023

ALBANESE “FRUSTRADO” COM OS EUA SOBRE ASSANGE

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse ter declarado inequivocamente sua posição aos Estados Unidos de que uma resolução diplomática do caso de Julian Assange deve ser feita.

Joe Lauria* | Especial para Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Em sua declaração mais clara até agora sobre o destino do editor preso do WikiLeaks, Albanese disse à Australian Broadcasting Corporation em uma entrevista em Londres que disse ao Departamento de Justiça dos EUA que o caso de Assange deve chegar ao fim.

“Continuo a dizer em particular o que disse publicamente como líder trabalhista e o que disse como primeiro-ministro, basta”, disse Albanese à ABC. “Isso precisa ser levado a uma conclusão.”

“Isso precisa ser trabalhado”, continuou Albanese. “Estamos trabalhando por meio dos canais diplomáticos, deixando muito claro qual é a nossa posição no caso do senhor Assange.”

Mas até agora o Departamento de Justiça não cedeu em sua perseguição a Assange por acusações de espionagem que podem levá-lo a uma prisão nos Estados Unidos por até 175 anos se ele for extraditado da Grã-Bretanha e condenado nos Estados Unidos. 

“Eu sei que é frustrante. Compartilho da frustração. Não posso fazer mais do que deixar bem claro qual é a minha posição”, disse ele. “E o governo dos EUA certamente está muito ciente de qual é a posição do governo australiano.” 

Guiné-Bissau | "Minha última declaração foi uma gota d'água", disse Fransual Dias

Após ter a sua residência e viatura vandalizadas nesta madrugada, o jurista guineense Fransual Dias disse à DW não ter dúvida de que "foi um ato intencional" e critica o Governo de Sissoco Embaló.

A residência e a viatura do jurista guineense Fransual Dias foram atacadas por homens armados durante a madrugada. O seu automóvel foi incendiado e no chão do exterior do edifício onde reside o também advogado e membro do Partido da Renovação Social (PRS) foram encontrados vários fragmentos de projétil. Fransual Dias estava em casa no momento do ataque, mas não sofreu ferimentos.

Dias antes, numa entrevista à DW, esta semana, Fransual Dias tinha alertado para sinais que "evidenciam que o Presidente da República [Umaro Sissoco Embaló] está interessado em governar sozinho a República da Guiné-Bissau". Hoje, numa nova entrevista, concedida após os ataques, o jurista voltou a criticar o Governo e disse sentir-se ameaçado. 

Mas ele não é único a ser alvo de ameaças e ataques. Em maio de 2022, o deputado da oposição guineense, Agnelo Regala, foi vítima de um ataque junto à sua residência em Bissau, tendo sofrido ferimentos numa perna na sequência de disparos feitos contra si. 

Também no ano passado, a residência do conhecido comentador político da Rádio Capital FM, Rui Landim, foi atacada. E, em 2021, o advogado Luís Vaz Martins responsabilizou o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pelo atentado contra a sua vida, ocorrido na capital. O ataque à Fransual Dias, na madrugada de ontem, soma-se agora à uma série de outros atentados no país desde que Sissoco assumiu a presidência.

Guiné-Bissau | ELEIÇÕES EM RISCO PARA "SILENCIAR VOZES INCÓMODAS"?

O Presidente guineense já disse que não marcará outra data para as legislativas. Mas analista alerta para perigo de "golpe de Estado palaciano" com vista a um novo adiamento das eleições, para Sissoco "governar sozinho".

Em entrevista à DW África, o jurista guineense Fransual Dias chama a atenção para sinais que "evidenciam que o Presidente da República está interessado em governar sozinho a República da Guiné-Bissau".

O analista alerta também para o perigo de "golpe de Estado palaciano", orquestrado para criar um cenário para, mais uma vez, adiar as eleições e "silenciar as vozes incómodas" na Guiné-Bissau.

Palavras que contrastam com as declarações do Presidente da Guiné-Bissau, que avisou na segunda-feira (01.05) que não vai marcar outra data para a realização das eleições legislativas previstas para 4 de junho.

"Não vou fazer mais nenhum decreto para marcar outra data para as eleições. Já o fiz duas vezes", afirmou Umaro Sissoco Embaló aos jornalistas, após uma cerimónia relativa ao Dia do Trabalhador na Presidência da República. "Dia 4 vai haver eleições e que sejam ordeiras, transparentes", disse o chefe de Estado guineense.

DW África: As eleições poderão estar em risco na Guiné-Bissau?

Fransual Dias (FD): Sim, há alguns indícios que estão levantando algumas suspeições. Vozes têm feito apelos para as autoridades nacionais reforçarem as medidas com vista ao não adiamento das eleições. Vamos entrar no período da chuva e, com isso, provavelmente a nova data das próximas eleições seria no mês de outubro ou novembro.

Angola | JAMBA E MUNHANGO CAPITAIS DE ANGOLA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Poder Legislativo em Angola é um contrapeso ao poder do Presidente da República que, em nome da estabilidade política, é o Titular do Poder Executivo e chefe supremo das Forças Armadas. Exerce esses poderes na condição de cabeça de lista do partido que ganhou as eleições. O Grupo Parlamentar do MPLA compreendeu bem este quadro político e o seu líder, Virgílio de Fontes Pereira, anunciou publicamente a abertura das e dos deputados do MPLA para o diálogo a todos os níveis da sociedade e particularmente no parlamento. 

Só os distraídos não perceberam que o MPLA tinha acabado de contribuir de uma forma nunca vista, para o aprofundamento da democracia e dar voz a todos num órgão de soberania eleito, que é considerado a Casa da Democracia ou a Casa das Leis. A UNITA respondeu ao diálogo abrangente e irrestrito proposto pelo MPLA, com um ultimato. Na política, os ultimatos são armas das ditaduras. E matam o pluralismo. Algo de novo? Nem pensar. O Galo Negro tem um longo historial de crimes contra a democracia, a unidade e a reconciliação nacional.

António Vakulukuta, Jorge Sangumba, Tito Chingunji ou Wilson dos Santos fizeram tudo para que a UNITA aderisse à democracia, à unidade e reconciliação nacional. Pagaram com a vida. Foram assassinados cobardemente por Jonas Savimbi. José Ndele, um campeão do diálogo e da unidade, face aos hediondos crimes abandonou o chefe. Tal como Miguel Nzau Puna e Tony da Costa Fernandes, fundadores da UNITA. Ou o jurista Paulo Tjipilica. Posso incluir na lista Jerónimo Wanga, um angolano de elevadíssimo nível e que foi ministro da Educação e Cultura no Governo de Transição. Savimbi traiu-o duplamente.

Um dia fui ao Bailundo e encontrei Jerónimo Wanga em casa do meu amigo Moura que era gerente de um banco na vila. Nós éramos pela “independência total e completa”. Ele defendia uma federação. Entendia que se Portugal tinha dado o passo de considerar Angola um Estado, devia dar o passo seguinte: Estado Federado, com governo próprio e ampla autonomia. Nem de propósito, Jonas Savimbi na sua primeira entrevista depois do 25 de Abril de 1974 (no mês de Junho), também defendeu o federalismo respondendo à proposta do Presidente Spínola, que foi rapidamente recusada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA).

Angola | LIBERDADE DE ESTABELECER E INTERESSE PÚBLICO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é comemorado amanhã* sob o lema “Jornalismo sob Cerco Digital” que é como quem diz falsas notícias nas redes sociais e redacções povoadas de escribas pagos à linha, letra a letra. O objectivo devia ser alertar os jornalistas para a galopante perda de credibilidade do sector e da profissão por erros próprios. 

A democracia está em risco porque ainda se fala de algo que já não existe (liberdade de imprensa), desde que a notícia passou a ser uma mercadoria e o espaço uma fonte de rendimentos, vital para as empresas jornalísticas, sejam quem forem os donos. Os Media do sector empresarial do Estado não precisam dessas negociatas para viver. Se entrarem no difícil comércio das palavras e do espaço é por vontade própria e não por necessidade. 

No neoliberalismo reinante temos de falar em liberdade de estabelecimento. Quem quiser e puder, abre um jornal, uma rádio ou um canal de televisão, desde que cumpra as leis. E esta “liberdade” já não é pouco! No que diz respeito ao audiovisual, dadas as especificidades do sector, a liberdade de estabelecimento chama-se contrato de concessão. Mas a Lei da Publicidade tem de ser muito clara e intransigente, no que diz respeito às janelas da publicidade, sobretudo quando estão em causa obras de arte como filmes, documentários ou peças de teatro. A finitude do espectro radioeléctico também conta. Há vida para além da Internet.

O “digital” é amigo do Jornalismo. Muito amigo mesmo. O “cerco” das redes sociais só existe porque os poderes (político e económico) precisam dele para destruírem o Jornalismo e rebaixarem ainda mais os jornalistas. De arautos da Liberdade de Imprensa passámos a “rapazes dos jornais” assalariados. Há muito tempo! Depois papagaios com penas coloridas de artistas da rádio. Finalmente vedetas da televisão reduzidas à miserável condição de entreter o pagode. Neste quadro tenebroso, William Tonet é o melhor do mundo e Reginaldo Silva vale ainda mais. 

Os chamados crimes por abuso da liberdade de imprensa são castigadas com bagatelas penais e muitas vezes as penas são suspensas. O Rafael Marques, condecorado do Presidente João Lourenço, rouba a Honra de quem lhe apetece, até do Venerando Conselheiro Presidente do Tribunal Supremo. Excelente. Aplausos ao ladrão!

Admissões da mídia de que a intromissão americana arruinou o Sudão são enganosas

Esses hangouts limitados destinam-se a justificar mais intromissão americana no Sudão, sob o pretexto de corrigir a política anterior que o New York Times e o Washington Post argumentaram ser responsáveis por esta crise, paralelamente à prevenção do conflito “prolongado” que os EUA seu Diretor de Inteligência Nacional apenas previu que provavelmente estourará se a paz não for restaurada o mais rápido possível.

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

As admissões surpresas da Mainstream Media (MSM) na quarta-feira de que a intromissão americana arruinou o Sudão não são o que parecem na superfície. Observadores casuais podem ser tentados a interpretar inicialmente o artigo do New York Times (NYT) sobre “Como os esforços dos EUA para guiar o Sudão à democracia terminaram em guerra” e o artigo complementar do Washington Post (WaPo) sobre como “Uma evacuação caótica é um símbolo da guerra dos EUA”. fracasso no Sudão” como advertências contra qualquer intervenção futura com base em seus títulos.

Ao lê-los, no entanto, descobriu-se que esses artigos suspeitosamente cronometrados estão na verdade argumentando que os Estados Unidos simplesmente adotaram a abordagem errada para a chamada "construção da democracia" ao confiar desproporcionalmente nos dois generais que agora estão em guerra um com o outro. Em vez disso, sugerem seus autores, deveria ter confiado mais na sociedade civil e também imposto sanções punitivas incapacitantes contra os generais Burhan e Hemedti após o último golpe no final de 2021.

Longe de fazer lobby contra mais intromissão no Sudão e tentar aprender as lições da última tentativa fracassada dos EUA nos últimos anos, esses dois principais veículos de MSM estão facilitando a 'missão rastejante' dos EUA lá, que um alto funcionário do Pentágono insinuou fortemente ser já em andamento há mais de duas semanas. No mesmo dia em que esses artigos foram publicados, um diplomata sudanês não identificado disse ao Sudan Tribune que os EUA planejam estabelecer um mecanismo conjunto para negociações entre as partes em conflito.

Portugal | O LADO DESPEITADO DA FORÇA

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

O lado despeitado de Marcelo apareceu. Zangado, desrespeitado, o presidente da República surge a 4 de Maio, dia de "Star Wars" em horário nobre de telejornal, para comentar a afronta de António Costa, sem que deixe de agitar a bomba nuclear da dissolução em todas as entrelinhas.

É difícil encontrar uma declaração de não dissolução de Governo tão evidentemente orientada para a ideia de quero-tanto-mas-não-posso. Se os poderes presidenciais não são matéria da qual Marcelo abdique, resulta também evidente que Belém vive num contexto de mãos atadas. António Costa faz o que faz porque pode. Mesmo quando combina a não exoneração de um ministro com o ministro que apresenta a exoneração.

Costa faz o que faz porque convive, nesta circunstância concreta, com um caso menor. O surto de um funcionário que resolve subtrair um computador ao Estado com violência de "far west" não pode nem deve ser assacado a um ministro. A responsabilidade de João Galamba terá de ser medida pelo seu grau de franqueza, pela medida da sua irascibilidade e pela inquestionável falta de comprometimento institucional que revelou, no momento de ajustar fuso horário, ao demitir a quente um seu funcionário com visíveis sinais de altercação. Considerando o perfil de Pedro Nuno Santos e de João Galamba, o tempo curto de fervura parece ser requisito indispensável para a função de ministro das Infraestruturas no Governo de António Costa.

Tudo o que se passou no Ministério é rocambolesco, embora resida na esfera do que são as pessoas em processos individuais de surto. O que se passou na inenarrável conferência de imprensa de Galamba diz respeito à incapacidade de dezenas de assessores conseguirem assessorar um ministro que não revelou preparação para ouvir e ser, de facto, ministro. Já o que sucedeu na intervenção do SIS é um manual de desproporcionalidade e de histórias por contar. António Costa deu o peito às balas, afrontou Marcelo como nunca ousara e convocou a inversão de humor nas relações até agora distendidas entre São Bento e Belém. A vingança inscreve-se como preceito constitucional. Há um ajuste de contas à ilharga entre PR e PM e nada será como dantes.

Há ilações políticas que a Oposição também terá de tirar, com o PSD na linha da frente das conclusões. É sintomático que Marcelo não sinta Luís Montenegro como uma alternativa e que Montenegro não clame por eleições. Esta pose de Estado é só uma atitude de plástico de quem não encontra soluções nem olhando à direita, nem dentro de si. O bloqueio de Marcelo só se resolve desbloqueando o líder da Oposição.

*Músico e jurista (O autor escreve segundo a antiga ortografia)

Imagem: António Pedro Santos / Lusa

Luís Montenegro, líder do PSD, não declarou ao Constitucional casa com seis pisos

PORTUGAL

De acordo com os documentos da autarquia obtidos pelo Expresso, o líder do PSD tem na zona mais nobre de Espinho uma casa com 829,6 m2 de construção, um elevador e oito casas de banho. Mas não declarou este património nos documentos entregues no Tribunal Constitucional até 2022.

Nas declarações que apresentou ao Tribunal Constitucional até ao ano passado (2022), Luís Montenegro não declarou o valor de uma moradia de luxo em Espinho que começou a ser construída em 2016, segundo o Expresso.

A menos de 100 metros da praia, na zona nobre da cidade, a moradia tem 829,6 m2 de construção e seis pisos, dois salões, oito casas de banho, um escritório, cinco quartos, uma lavandaria, garagem para quatro carros, de acordo com os documentos consultados pelo semanário na autarquia. A casa começou a ser construída em 2016, numa altura em que o m2 rondava os 1000 euros. Em 2021, quando o alvará foi emitido, o preço do m2 era já de cerca de dois mil euros.

Explica o jornal que a lei obriga os políticos a darem conta de alterações patrimoniais superiores a 35 mil euros (50 vezes o salário mínimo do ano passado), devendo indicado o valor patrimonial efetivo e explicar como é que esse acréscimo de património foi conseguido.

O líder do PSD, que apresentou no processo de licenciamento uma estimativa de 336 mil euros (menos de metade do preço de mercado do m2), não esclareceu o valor da moradia. Disse, no entanto, ao jornal que cumpriu com todas as obrigações declarativas.

Jornal de Negócios | Imagem: António Pedro Santos - Lusa

Relacionado:

Montenegro garante que declarou moradia ao Constitucional – Jornal de Noticias

NOVELA DE FACA E ALGUIDAR ENTRE FALSA ESQUERDA E A DIREITA AUTÊNTICA

Os portugueses têm andado a assistir e a pagar com vida dura como cornos a abastança de uns quantos que o povoléu estupidamente elege para exercerem os poderes em conluio com os ricos mais ricos, simultaneamente e por consequência os mais exploradores, os mais gananciosos, os mais detentores de fortunas em offshores, protagonistas de fugas ao fisco e de lavagem de capitais, de práticas do esclavagismo "democrático" assente na doutrina neoliberal da atualidade, senhores do nepotismo, etc., etc., do piorio. Há décadas que assim acontece... Ou séculos?

Prova do estado a que chegou esse mesmo mau Estado está na crise política que agora opôs a governação da falsa esquerda do Partido Socialista ao falso social-democrata e ineludível capataz da direita autêntica que é Presidente dos Afetos, dos Gelados, das Selfies, do Populismo Democrático e Simplório da Dignidade dos que são sempre os tolhidos, mal pagos e impossibilitados de usufruírem de uma vida digna e justa que é prometida mas nunca cumprida, mesmo que muito exigida pelos fracassados e esfomeados eleitores. Os ouvidos mocos e as falsas promessas preponderam. É a isso que em Portugal, como em muitos outros países da União Europeia e resto do mundo "livre" chamam democracia - engano e falsa esperança de tal atingir essa etapa de digna vivência de facto.

Chamando os boys e os cotas pelo nome, sendo mais direto, pode-se dizer que Marcelo Rebelo de Sousa anda às turras com António Costa. O primeiro é PR e o segundo é PM... P de Políticos e de Pantomineiros, e até parece que não são dos piorzinhos, por enquanto. Piores serão quando escancararem todas as portas ao fascismo que está a chegar com o Chega & Associados - PS e PSD incluído. Aquela dupla, de Belém e São Bento, juntamente com correligionários das suas ilhargas partidárias, pé ante pé, estão a abrir as portas da desgraça que hão-de escancarar... O 24 de Abril está quase a chegar. Principalmente PSD e PS, entre outros, tem quase toda a responsabilidade disso, que vai acontecer em pleno - porque em terra de cegos quem é zarolho é rei, primeiro-ministro, presidente ou simplesmente dignatário do colégio de zarolhos e ditadores democráticos à laia do Salazar que conhecemos e de que tantos sentem saudades.

Caríssimos e paupérrimos ceguetas da plebe, afamados zarolhos, o acima constante não interessa nada. Nadinha. O que conta é o futuro cinzento e negro que está a capturar a maioria - os escravos, os plebeus... Esses pobres diabos miseráveis que nunca estão contentes apesar de fartura de exploração, fome e porrada que bafeja suas vidas. Hajam deuses e nossas senhoras de fátimas. Vivam os zarolhos nos poderes!

Abençoados, leiam e partilhem o Curto do Expresso. Os balsemões agradecem.

MM | PG

Portugal | BANDEIRA VERMELHA


Henrique Monteiro | Henricartoon

"APARTHEID AUTOMATIZADO" EM ISRAEL A RASTEAR E CONTROLAR PALESTINOS

“Apartheid automatizado”: ​​como Israel usa o reconhecimento facial para rastrear palestinos e controlar o movimento

VER VÍDEO DO PROGRAMA, em inglês

Um novo relatório da Anistia Internacional documenta como o governo israelense está usando um sistema experimental de reconhecimento facial para rastrear palestinos e controlar seus movimentos. As descobertas fazem parte do “Apartheid Automatizado”, que revela uma rede de câmeras de vigilância cada vez maior na cidade ocupada de Hebron, na Cisjordânia, e em Jerusalém Oriental – dois lugares nos Territórios Ocupados onde os assentamentos israelenses estão se expandindo dentro das áreas palestinas. “A vigilância tem aumentado à medida que a atividade de colonos ilegais também está aumentando”, diz o pesquisador da Anistia Matt Mahmoudi, que acrescenta que a tecnologia de vigilância faz parte de uma estrutura coercitiva geral usada contra os palestinos por Israel. “Efetivamente, o reconhecimento facial está aumentando, reforçando e consolidando aspectos do apartheid.”

Amy Goodman em Democracy Now | convidado: Matt Mahmoudi - pesquisador da Anistia Internacional.|  # Traduzido em português do Brasil | Esta é uma transcrição apressada. A cópia pode não estar em sua forma final. (vídeo em inglês)

AMY GOODMAN : Começamos o programa de hoje observando como o governo israelense está usando um sistema experimental de reconhecimento facial para rastrear palestinos e controlar seus movimentos. As descobertas fazem parte de um novo relatóriopela Anistia Internacional intitulado “Apartheid Automatizado” que revela uma rede de vigilância cada vez maior de câmeras na cidade ocupada de Hebron, na Cisjordânia, e Jerusalém Oriental – duas cidades nos Territórios Ocupados onde os assentamentos israelenses estão se expandindo dentro das áreas palestinas. As câmeras de alta resolução são apontadas para mesquitas, hospitais, escolas e para dentro das casas das pessoas. Em Hebron, um programa chamado Red Wolf é usado em postos de controle militares para escanear os rostos dos palestinos e adicioná-los a vastos bancos de dados de vigilância sem seu consentimento. Este é um trecho de um vídeo que acompanha o novo relatório da Anistia.

Matt Mahoudi :Imagine que você é um palestino de uma pequena aldeia nos Territórios Ocupados. Você não se registrou em um posto de controle ou foi detido. Você não deu seu consentimento ao estado. Agora, digamos que você vá visitar um familiar doente em Hebron, então você passa por um posto de controle. Uma pequena luz amarela pisca na tela do guarda, mas você não pensa nisso. Mas naquele momento, aquela câmera tirou uma pequena foto sua e a comparou com outras imagens e bancos de dados. Ele não reconheceu você, então tirou uma foto e colocou você em um sistema sem o seu consentimento. E isso alimenta um sistema gigante, para que a partir de agora qualquer posto de controle nos Territórios Palestinos Ocupados ou em Israel saiba quem você é. Varre outros biomarcadores, outras câmeras, outros bancos de dados, tudo em grande escala sem o seu consentimento.

Agora, pule para a próxima vez que você passar por um posto de controle. Você passa pela catraca e um guarda de fronteira que você nunca viu antes do outro lado diz: "Ei, Matt, como você está hoje?" E você percebe que agora está no sistema. Você pede a Deus que aquela luzinha atrás da tela não fique vermelha por algum motivo além do seu controle. Esse é o Lobo Vermelho.

AMY GOODMAN : Quando os palestinos são detidos em postos de controle ou em outro lugar, seus chamados biomarcadores são adicionados à rede de vigilância. Este é outro clipe de “Automated Apartheid”, com Alia Malak, pesquisadora e consultora em inteligência artificial da Anistia Internacional.

ALIA MALAK : As forças de segurança israelenses começaram a fazer competições para ver quem tirava mais fotos de um palestino para percorrer o banco de dados e ver se conseguiam encontrar uma correspondência. E tem sido chamado de Facebook para palestinos. É profundamente desumano ser tratado como se você fosse parte de um videogame.

AMY GOODMAN : O novo relatório “Automated Apartheid” segue o relatório principal da Anistia Internacional no ano passado, que expôs como Israel está sujeitando os palestinos ao crime de apartheid sob a lei internacional. Este é o professor da Universidade de Cambridge, Saul Dubow.

SAUL DUBOW : Há, sem dúvida, paralelos convincentes e muito perturbadores entre as situações sob o apartheid na África do Sul e em Israel-Palestina, mas acho que as diferenças também são importantes. O sistema, por mais opressivo que fosse, nunca foi totalmente operacional, e certamente aquele tipo de alegações de alta tecnologia ou esperanças do governo do apartheid de que um escritório centralizado de provas poderia capturar todas as informações úteis sobre os negros, que isso simplesmente não poderia - que isso simplesmente não era sustentável com a tecnologia da época, por mais assustador que fosse se você fosse preso. Eram cópias em papel; não era digital. Ao sobreviver neste período em que a capacidade digital, a inteligência artificial é muito mais avançada, isso dá ao estado de Israel muito mais controle.

A PRÓXIMA GUERRA – HORA DE FALAR

Silêncios repletos de consenso de propaganda contaminam quase tudo o que lemos, vemos e ouvimos. A guerra da mídia é agora uma tarefa fundamental do chamado jornalismo tradicional.

John Pilger* | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Em 1935, o Congresso de Escritores Americanos foi realizado na cidade de Nova York, seguido por outro dois anos depois. Eles convocaram “centenas de poetas, romancistas, dramaturgos, críticos, contistas e jornalistas” para discutir o “rápido desmoronamento do capitalismo” e o início de outra guerra. Foram eventos elétricos que, segundo um relato, contaram com a presença de 3.500 membros do público, com mais de mil recusados. 

Arthur Miller, Myra Page, Lillian Hellman e Dashiell Hammett advertiram que o fascismo estava crescendo, muitas vezes disfarçado, e a responsabilidade de se manifestar era dos escritores e jornalistas. Telegramas de apoio de Thomas Mann, John Steinbeck, Ernest Hemingway, C Day Lewis, Upton Sinclair e Albert Einstein foram lidos. 

A jornalista e romancista Martha Gellhorn defendeu os sem-teto e os desempregados e “todos nós sob a sombra de um grande poder violento”. 

Martha, que se tornou uma amiga íntima, disse-me mais tarde em seu copo habitual de Famous Grouse com refrigerante:

“A responsabilidade que senti como jornalista foi imensa. Eu havia testemunhado as injustiças e o sofrimento causados ​​pela Depressão e sabia, todos nós sabíamos, o que aconteceria se os silêncios não fossem quebrados.”

As suas palavras ecoam nos silêncios de hoje: são silêncios preenchidos por um consenso de propaganda que contamina quase tudo o que lemos, vemos e ouvimos. Deixe-me dar um exemplo: 

Em 7 de março, os dois jornais mais antigos da Austrália, o  Sydney Morning Herald e  o The Age , publicaram várias páginas sobre "a ameaça iminente" da China. Eles coloriram o Oceano Pacífico de vermelho. Os olhos chineses eram marciais, em marcha e ameaçadores. O Perigo Amarelo estava prestes a cair como se pelo peso da gravidade.

Nenhuma razão lógica foi dada para um ataque da China à Austrália. Um “painel de especialistas” não apresentou nenhuma evidência crível: um deles é um ex-diretor do Australian Strategic Policy Institute, uma fachada do Departamento de Defesa em Canberra, do Pentágono em Washington, dos governos da Grã-Bretanha, Japão e Taiwan e do Ocidente indústria de guerra.

“Pequim pode atacar dentro de três anos”, alertaram. “Não estamos preparados.” Bilhões de dólares serão gastos em submarinos nucleares americanos, mas isso, ao que parece, não é suficiente .” 'As férias históricas da Austrália acabaram': o que quer que isso signifique. 

Não há ameaça para a Austrália, nenhuma. O distante país “sortudo” não tem inimigos, muito menos a China, seu maior parceiro comercial. No entanto, criticar a China, que se baseia na longa história de racismo da Austrália em relação à Ásia, tornou-se uma espécie de esporte para os autodenominados “especialistas”. O que os chineses-australianos acham disso? Muitos estão confusos e com medo. 

Os autores desta grotesca peça de assobio e subserviência ao poder americano são Peter Hartcher e Matthew Knott, “repórteres de segurança nacional”, acho que são chamados. Lembro-me de Hartcher de seus passeios pagos pelo governo israelense. O outro, Knott, é um porta-voz dos engravatados em Camberra. Nenhum dos dois jamais viu uma zona de guerra e seus extremos de degradação e sofrimento humano.  

“Como chegou a isso?” Martha Gellhorn diria se ela estivesse aqui. “Onde diabos estão as vozes dizendo não? Onde está a camaradagem?” 

Desmistificando a mentira de Kiev e Blinken, um ataque de bandeira falsa contra Putin

Desmistificando a última mentira de Kiev e Blinken de que a Rússia encenou um ataque de bandeira falsa contra Putin

Essas observações sensíveis sobre o verdadeiro estado dos assuntos sócio-políticos na Rússia hoje em dia estão sendo compartilhadas não com o propósito de chocalhar, mas simplesmente para apontar que não há literalmente nenhuma razão para as autoridades encenar um incidente de bandeira falsa como Kiev e Blinken ridiculamente implícito. Muitas pessoas já queriam que o escopo da operação especial se expandisse por um tempo e algumas chegaram a fazer lobby para que seu país entrasse em estado de guerra formal, a fim de mobilizar totalmente todos os aspectos da sociedade.

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A Rússia culpou a Ucrânia pela tentativa de assassinato do presidente Putin na noite de terça-feira, depois que dois drones atacaram o Kremlin, mas foram desativados pelos serviços de segurança antes de prejudicarem alguém. Kiev rejeitou a acusação e mentiu que o incidente foi uma bandeira falsa de acordo com a insinuação feita pelo porta-voz de Zelensky, Nikiforov, e pelo conselheiro sênior Podolyak. O secretário de Estado dos EUA, Blinken, repetiu suas reivindicações, aconselhando a “pegar qualquer coisa que saia do Kremlin com um grande saleiro”.

O previsivelmente declarado direito do Kremlin de retaliar “em qualquer lugar e a qualquer hora que julgar necessário” garantiu que nenhum dos dois admitiria qualquer conhecimento do ataque, mas não estava previsto que ambos conspirassem para inventar uma teoria da conspiração de bandeira falsa. A credibilidade deles já foi abalada depois que a Rússia falhou em ir à falência e subsequentemente entrou em colapso no ano passado, como eles previram, então é preciso muita ousadia para ainda mentir sobre esse ataque, apesar de seu histórico.

Não está claro quem é o público-alvo de qualquer maneira, já que poucos devem cair nessas notícias falsas, embora haja, é claro, alguns que jogam junto, já que estão reagindo aos assobios dos oficiais e acham que precisam fazer sua parte. na lavagem dessa narrativa de desinformação. Nikiforov disse que "O que aconteceu em Moscou é obviamente sobre a escalada do clima na véspera de 9 de maio. É um truque que se espera de nossos oponentes", mas isso na verdade não faz muito sentido se pensarmos nisso.

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