terça-feira, 23 de maio de 2023

REARMAMENTO E BEM-ESTAR DA EUROPA -- Patrick Lawrence

Vamos ver como os europeus reagem quando lhes dizem que o seu dividendo da paz passa a ser gasto na máquina da guerra – quando agora são "obuses em vez de hospitais", como diz um artigo do New York Times.

Patrick Lawrence* | original em  Scheer Post | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Você se lembra de toda a conversa pós-Guerra Fria de um "dividendo da paz" e talvez não: depende de quando você se instalou nessa serpentina mortal.

O termo surgiu quando a União Soviética se desintegrou e foi comumente mencionado durante a presidência de George H.W. Bush, 1989-1993. Uma redução drástica nos gastos com defesa, e um aumento correspondente nos gastos com educação, saúde e assim por diante, foi considerada uma das realizações notáveis de Bush I. Esse foi o dividendo da paz.

O que você precisa saber sobre toda a conversa de um dividendo de paz naquela época é que tudo era conversa. E o que você precisa saber agora, com a Segunda Guerra Fria em andamento mais ou menos a todo vapor e a guerra por procuração contra a Rússia em curso na Ucrânia, é que não há mais necessidade de saber nada sobre o dividendo da paz.

Enquanto falamos, ele toma seu lugar como um artefato de outro tempo, uma curiosidade no caminho de ... que? ... talvez a promessa de Eisenhower de eletricidade gratuita em seu discurso "Átomos pela Paz", proferido nas Nações Unidas em 1953.

O New York Times publicou um artigo notável sobre este tema na semana passada sob o título: "O 'dividendo da paz' acabou na Europa. Agora vêm as trocas difíceis." Há duas maneiras de ler este longo relatório, texto e subtexto.

Por um lado, diz-nos exactamente o que a manchete promete: os líderes europeus, em resposta à crise da Ucrânia, planeiam agora despejar muito mais dinheiro nas armas de guerra e muito menos no aparelho social-democrata – programas de bem-estar, programas sociais, programas culturais – de que os cidadãos europeus há muito se orgulham.

Por outro lado, esta peça tem uma mensagem especial para os americanos: não haverá mais devaneio sobre o quão bom os dinamarqueses ou os franceses têm. O complexo industrial-militar atravessou o Atlântico. O neoliberalismo venceu. É, de fato, o fim da história.

É tempo de "TINA": "Não há alternativa", como dizia Margaret Thatcher. O futuro não será diferente do presente.

A equação parecia limpa no início dos anos 1990, pronta para as manchetes dos jornais: o fim da Guerra Fria significava que não haveria mais necessidade de todos aqueles mísseis, ogivas letais, caças e embarcações navais. Seria menos armas e mais manteiga, para simplificar.

Lembro-me bem de algumas dessas manchetes, assim como das expectativas elevadas dos muitos, muitos, muitos americanos que entenderam o preço pago pelo desperdício selvagem dos orçamentos de defesa da Guerra Fria do Pentágono.

EUA: OS DESENHOS QUE DESNUDAM A TORTURA

Preso há 20 anos em Guantánamo, sem acusação, Abu Zubaydah fez chegar ao advogado detalhes das técnicas brutais usadas pela CIA. Revela-se o cinismo de Washington: defender direitos humanos e perpetrar a barbárie em seus calabouços

Ed Pilkington* | no The Guardian | em Outras Palavras | Desenhos de Abu Zubaydah | Tradução: Maurício Ayer  | # Publicado em português do Brasil

Detento no campo de prisioneiros dos EUA na Baía de Guantánamo e usado como cobaia humana no programa de tortura pós-11 de Setembro da CIA, ele produziu o relato mais completo e detalhado já visto sobre as técnicas brutais às quais foi submetido.

Abu Zubaydah fez uma série de 40 desenhos que descrevem a tortura que ele sofreu em várias prisões obscuras da CIA, entre 2002 e 2006, e na Baía de Guantánamo. Na ausência de um relatório oficial completo do programa de tortura, que a CIA e o FBI trabalharam durante anos para manter em segredo, as imagens fornecem uma visão única e marcante de um período macabro da história dos Estados Unidos.

Os desenhos, que Zubaydah legendou com suas próprias palavras, retratam atos horríveis de violência, humilhação sexual e religiosa e terror psicológico prolongado cometido contra ele e outros detentos. Eles foram esboçados de memória em sua cela em Guantánamo e enviados a um de seus advogados, o professor Mark Denbeaux

Juntamente com seus alunos do Centro de Política e Pesquisa da faculdade de direito da Seton Hall University, Denbeaux compilou as imagens e palavras de Zubaydah em um novo relatório. The Guardian publica o relatório Torturadores americanos: Abusos do FBI e da CIA em prisões obscuras (dark sites) e Guantánamo, pela primeira vez, juntamente com um conjunto de esboços nunca antes vistos.

“Abu Zubaydah é o garoto-propaganda do programa de tortura dos EUA”, disse Denbeaux. “Ele foi a primeira pessoa a ser torturada, prática que foi aprovada pelo Departamento de Justiça com base em fatos que a CIA sabia serem falsos. Seus desenhos são o repúdio definitivo à tortura e a prova de seu fracasso.”

TURKIYE MANIFESTA-SE EM APOIO A ERDOGAN

Não surpreende que os Estados Unidos e a União Europeia não tenham tido a cara para elogiar o desempenho de Recep Erdogan e seu partido nas eleições presidenciais e parlamentares em Turkiye no domingo. Os resultados eleitorais não servem os interesses geopolíticos dos EUA e dos seus aliados europeus. É evidente que as súplicas e a gestão dos meios de comunicação na preparação caíram em saco roto.

M. K. Bhadrakumar | Global Research | Indian Punchline | # Traduzido em português do Brasil

As potências ocidentais esperavam um governo fraco e instável e, em vez disso, temem que um Erdogan turbinado com uma maioria dominante no Parlamento esteja presidindo a um governo forte e não seja um empurrão.

Assim, a alfinetada começou. Um ponto de interrogação é colocado sobre a legitimidade da vitória de Erdogan sobre seu rival opositor Kemal Kilicdaroglu, que é apoiado pelo Ocidente. Um relatório em tempo real das conclusões preliminares da missão de observação eleitoral da OSCE veio a calhar, que alegava tentativas de distorcer os resultados eleitorais.

O relatório acusa Erdogan de gozar de "vantagem injustificada" e de recorrer a "uso indevido de recursos administrativos"; e a comissão eleitoral de "falta de transparência e comunicação" e independência.

DA REALIDADE VIRTUAL À HISTÓRIA DO PINÓQUIO

Daniel Vaz de Carvalho [*]

... já perdeu as penas
Já não consegue voar
Vendeu a alma aos mecenas
Vive de asa a arrastar

Ó papagaio toma lá bolachas
Que a malta aqui já não te pode ouvir
Vens para aí com as tuas larachas
Com ideias gastas, sempre a repetir
Fado das bicadas [1]

1 – Na bolha da desinformação

Os contos antigos para crianças têm evidentes leituras sociais, políticas. A violência sobre as crianças, a solidão, a angústia, até as tragédias da vida estão presentes e retratavam para as crianças a atmosfera opressiva e hipócrita das democracias burguesas. O chamado ocidente está cada vez mais perto do que aqueles contos mostravam e só não totalmente, como desejado através das “novas relações laborais” dos papagaios liberais de várias cores e siglas, porque o sindicalismo resistente não foi nem será totalmente abafado – pelas suas “larachas”.

A história de Pinóquio também retrata a seu modo a sociedade em que vivemos. O seu tópico fundamental não é o crescimento dos narizes dos mentirosos, mas a contradição entre a sedução de uma vida de divertimentos e ausência de compromissos que era proposta aos jovens, como se isso fosse liberdade, e o fim desta ilusão que bem cedo deu lugar à luta pela sobrevivência e ao trabalho sem direitos. Na história os meninos acabaram transformados em animais de trabalho, por não escutarem o pequeno grilo falante que os aconselha e procurava adverti-los do que iria acontecer.

E o pequeno grilo é bem a imagem dos sites que procuram – como este – esclarecer e advertir, reais e potenciais vítimas, contra os perigos, as ilusões e as mentiras do liberalismo e da extrema-direita – o “liberalismo popular” de linguagem boçal e arruaceira.

Ilusões geradas numa realidade virtual e na ausência de memória para que nada se aprenda do passado, para que a mente seja uma tábua rasa, um vazio, onde não se reconheçam direitos para não serem defendidos, que se ignore como foram obtidos e quem lutou por eles. Para que sejam apoiados os que lhos querem retirar, em nome de uma “liberdade” fora do social contra o coletivo, da competitividade neoliberal, ou ainda do endividamento publico, nunca questionando porque tem de ser assim nem os lucros da camada oligárquica. O papel reservado ao proletariado é: trabalharem o mais e melhor que for possível, para que os oligarcas sejam cada vez mais ricos.

E para que disto não tenham consciência, diríamos, de classe, cria-se uma realidade virtual ou na imagem de Platão a caverna donde da realidade só se tinha a perceção de sombras.

Podem chamar “totalitarismo” a tudo o que não se conforme com as suas regras neocoloniais de exploração exacerbada, sempre foi assim, no reino da exploração da força de trabalho. Podem ter êxito em colocar as pessoas na situação de luta pela sobrevivência voltando-as umas contra as outras – como é nítido em “antenas abertas” de certas rádios – podem convencê-las que a condição de serem livres é com contratos individuais de trabalho, deitando fora dois séculos de árduas lutas pelo progresso.

Podem fazer isto tudo, até levarem-nos para a estupidez de guerras perdidas, o que não podem é anular as contradições antagónicas do sistema, e transforma-lo em algo digno de ser vivido, sem crime organizado, sem prostituição de jovens para pagarem universidades privadas. Podem esconder tudo isto, mas não evitar o declínio económico, financeiro, geopolítico e militar, para onde nos arrastaram. O que nos coloca perante a tomada de consciência do que pode resultar da crescente insanidade e cobardia moral das pseudo elites que nos dirigem.

“NO PAÍS DOS BRANCOS COSTUMES*”, O OBSERVATÓRIO DO RACISMO NÃO ENGANA

PORTUGAL

As escolhas, recém-publicadas em Diário da República, escancaram o descompromisso público com a luta antirracista. Afinal, até agora contam-se três pessoas no Observatório, todas brancas, cuja trajectória profissional não permite compreender como aí foram parar. Não é a realidade racista que falta conhecer neste país, são as pessoas que essa realidade continua a excluir e a matar.

Paula Cardoso | Setenta e Quatro

Recentemente ouvi uns zunzuns sobre a nomeação de uma pessoa negra para o Observatório do Racismo e da Xenofobia. Entre a desconfiança, o cepticismo e um laivo resistente de esperança andei às voltas com a possibilidade, procurando saber quem será essa pessoa, e que papel vai assumir. Como ao meu redor ninguém sabe, ouviu falar, ou sequer arrisca um palpite, fui-me distraindo da resposta até que, no início da semana, choquei de frente com ela.

A “colisão” deu-se num evento promovido pela Embaixada do Canadá em Lisboa, a propósito da visita do académico e poeta George Elliott Clarke.

Sentado do meu lado, estava alguém em representação do Observatório, que, não sendo a coordenadora Teresa Pizarro Beleza, em tudo se lhe assemelha. Mulher, branca, e sem percurso que se veja na área que lhe compete liderar, Helena Pereira de Melo, reconhecida como especialista em Direito da Saúde e da Bioética, foi nomeada para integrar a equipa. E, se isso por si só não fosse suficientemente acintoso, na linha da frente do Observatório encontra-se ainda uma terceira pessoa do mesmo “clube”: o sociólogo Manuel Lisboa.

As escolhas, recém-publicadas em Diário da República, escancaram, uma vez mais, o descompromisso público com a luta anti-racista. Afinal, até agora contam-se três pessoas no Observatório, todas brancas, e cuja trajectória profissional não permite compreender como aí foram parar. Querem mais brancos costumes do que estes. Talvez seja a isto que se referem quando falam em meritocracia.

Voltemos à mulher negra. Será a pessoa que, ao contrário das outras, nominalmente consideradas, vai estar despida da sua individualidade, em representação da CICDR - Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial?

Portugal | SIS. ALGUÉM ANDA A FUGIR ÀS SUAS RESPONSABILIDADES

Continuam por esclarecer as circunstâncias em que o SIS actuou na recuperação do computador do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, considerando que não tem competência legal para o fazer.

AbrilAbril | editorial

A lei-quadro dos Serviços de Informação da República Portuguesa (SIRP) impede os agentes dos Serviços de Informações de efectuarem missões de carácter policial, delimitando, de forma clara, o âmbito da sua actuação.

A recuperação do computador, ou de qualquer outro objecto, é uma missão de carácter policial e, nesse sentido, os Serviços de Informações não têm base legal para o fazer. Antes pelo contrário, os fundamentos legais que existem não permitem tal actuação.

Entretanto, a questão é saber o que levou o Serviço de Informações de Segurança (SIS) a intervir não tendo competência legal para o efeito. Aliás, até ao momento, ninguém conseguiu demonstrar o fundamento legal para esta acção do SIS.

Na página do SIS na internet pode também confirmar-se que, por um lado, «os Serviços de Informações não dispõem de competências policiais, estando os seus funcionários, civis ou militares, proibidos de exercer poderes, praticar actos ou desenvolver atividades do âmbito ou competência específica dos tribunais ou das entidades com funções policiais, sendo-lhes expressamente proibido proceder à detenção de qualquer indivíduo ou instruir processos penais». Por outro, que o SIS se subordina «hierarquicamente ao secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa que, integrado na Presidência do Conselho de Ministros, depende directamente do primeiro-ministro».

Assim sendo, independentemente de quem ordenou ao SIS que actuasse, o que se esperaria, porventura, era que a secretária-geral do SIRP e o director do SIS assumissem as suas responsabilidades e, naturalmente, as consequências das mesmas.

O tempo de má memória, em que as secretas eram «pau para toda a obra», já lá vai, felizmente.

Portugal | A BOA PIADA


Henrique Monteiro | Henricartoon

CNRT, de Xanana Gusmão, vence legislativas em Timor-Leste com 41,62%

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 EM TIMOR-LESTE

O Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, venceu as eleições de domingo em Timor-Leste, ficando aquém da maioria absoluta, foi esta terça-feira anunciado.

O CNRT garante uma ampla representação parlamentar, com 31 dos 65 lugares do Parlamento, mais dez dos que detém atualmente, de acordo com os resultados gerais provisórios do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) timorense.

A contagem final provisória do STAE, que terá de ser verificada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e pelo Tribunal de Recurso —  dá ao partido de Xanana Gusmão 288.101 votos (41,62%), um resultado superior ao obtido pelas três forças políticas que compõem o atual Governo.

O cenário mais provável é o de uma aliança entre o CNRT e o Partido Democrático (PD), o que daria às duas forças políticas uma maioria clara de 37 deputados.

O PD passou de quarta a terceira força política em número de votos, invertendo uma tendência de queda no apoio ao partido que se mantinha desde as eleições de 2007, conseguindo mais um lugar, para um total de seis. Obteve 64.493 votos ou 9,32%.

Moçambique | STAE e CNE FAVORECEM A FRELIMO?

O CIP garante que os órgãos eleitorais estão a favorecer o partido no poder, a FRELIMO. Um mês depois de ter começado o recenseamento para as autárquicas de 11 de outubro, ONG diz haver esquemas de manipulação.

Segundo o pesquisador e editor do Centro de Integridade Pública (CIP), Lázaro Mabunda, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) estão ao serviço do partido FRELIMO neste recenseamento eleitoral.

"A forma como são selecionados os brigadistas favorece muito esta coordenação entre os diretores distritais do STAE e os supervisores e isso para favorecer um determinado partido em detrimento dos outros partidos da oposição", revelou.

Ainda na semana passada, um dirigente eleitoral foi suspenso, na cidade da Beira, por suspeita de viciar o processo, dificultando o recenseamento a presumíveis apoiantes da oposição.

FRELIMO nega acusações

FRELIMO nega as acusações de que esteja de mãos dadas com os órgãos eleitorais.

Gulamo Tajú, diretor da escola da FRELIMO, defende que há necessidade de dominar a legislação eleitoral.

"E precisamos de ter um pouco mais de abertura com os próprios órgãos. Não é responsabilidade do meu partido dirigir os órgãos. São órgãos do Estado e obedecem a um comando que é a CNE e depois o próprio STAE", esclareceu. 

Angola | UNITA Comprou Turistas da Jamba – Artur Queiroz

Traficantes de droga e diamantes criaram um esquema mafioso 

Artur Queiroz*, Luanda

 No dia 21 de Maio de 2014 (já lá vão nove anos) publiquei no Jornal de Angola uma reportagem que, para memória futura, repito agora. Na época nada aconteceu. Pode ser que agora tenha mais audiência. Leiam com atenção.

Políticos, militares sul-africanos de alta patente, comerciantes e industriais, agentes de serviços secretos beneficiaram da guerra suja da UNITA. Joaquim Augusto, piloto e dono do avião que caiu no quartel da UNITA, com João Soares a bordo, recebeu da UNITA três mil toneladas de marfim em pagamento por serviços prestados. 

O coronel Ian Breytenbach denunciou os mafiosos que actuavam na Jamba e foi saneado. Um jovem tenente foi afastado dos campos de batalha por “fadiga de guerra” quando descobriu num armazém da Inteligência Militar sul-africana, em Caprivi, caixas com dentes de elefante e chifres de rinoceronte.

A imagem de Savimbi foi vendida aos governos ocidentais como um democrata que combatia russos e cubanos em Angola. Mas a realidade era outra. Eis a versão do coronel sul-africano Ian Breytenbach Ian Breytenbach, criador das tropas do Galo Negro:

“Informei um oficial de inteligência de alto nível, que trabalhava com a UNITA,  de tudo o que sabia. Exigi que acabasse imediatamente com o tráfico de marfim e de droga entre a Zâmbia, Jamba e Joanesburgo”. Mas o fundador do famoso Batalhão Búfalo exigiu mais: “Vejam-se livres da máfia portuguesa e tomem imediatamente medidas porque estão a dizimar as manadas de elefantes e rinocerontes”. 

A resposta foi o saneamento do denunbciante. O coronel Breytenbach pediu para passar à reserva porque queria gerir o parque natural de Caprivi, na Namíbia ainda ocupada. Iniciou funções mas por pouco tempo. A máfia de traficantes de droga, marfim e diamantes mexeu os cordelinhos em Pretória e ele foi despedido sem qualquer justificação. 

“Alistair Macdonald mandou-me uma mensagem onde me informava que tinha sido demitido  a pedido das Forças de Defesa e Segurança da África do Sul”, escreveu o coronel.

Ian Breytenbach reagiu e escreveu uma carta pessoal ao chefe das SADF. Este tomou a decisão de manter o coronel no cargo. Mas alguns dias depois um brigadeiro da Inteligência Militar foi à Namíbia e pôs mesmo Breytenbach fora de combate. O contrabando e o tráfico davam milhões e ele estava a deitar tudo a perder, com os seus princípios de ambientalista.

Angola | O GRUPO CARRINHO É UMA "EMPRESA DO REGIME"?

O Grupo Carrinho é uma das empresas que mais terão crescido desde que o Presidente João Lourenço chegou ao poder. Porque será?

A história do Grupo Carrinho é curiosa: trata-se de uma empresa de raiz familiar, sedeada na província de Benguela, pertencente a Leonor Lusitano Candundo Carrinho e aos seus filhos Nelson Fidel, Rui Alves e Elsa Violeta. Tudo terá começado com um barzinho, na cidade do Lobito, onde a Dona Leonor - uma angolana com bom faro para o negócio - vendia refrescos e refeições. 

Mas de repente, e sobretudo nestes últimos anos, o barzinho transformou-se num verdadeiro império na área agroalimentar, com 17 fábricas de processamento de arroz, trigo, milho e várias unidades de refinação de óleos alimentares.

Em pouco tempo, o Grupo Carrinho construiu a maior estrutura de armazenamento de Angola com uma capacidade de 100 mil toneladas de cereais e 55 mil metros cúbicos de tanques de armazenamento de produtos oleaginosos. 

Qual o segredo do êxito do Grupo Carrinho?

O administrador da Carrinho Indústria, o português Dércio Catarro, que tem também assento no Conselho de Administração da holding, frisa que o grupo cresceu por mérito próprio.

"O segredo é, acima de tudo, muita paixão", disse Dércio Catarro em entrevista exclusiva à DW. "Este projeto é liderado por dois irmãos - Nelson e Rui Carrinho, o presidente e o vice-presidente da empresa - e depois todos esses CEOs, no qual estou incluído, com muita paixão pelo desenvolvimento e por pôr Angola no mapa, como país que consegue fazer a verticalização completa e ser autossuficiente na sua produção alimentar".

Mas muitos observadores duvidam da história. A narrativa, de que tudo começou com uma barraquinha de refrescos e petiscos, no Lobito, é apenas meia-verdade, afirma o jurista Rui Verde, que é também professor no Centro de Estudos Africanos na Universidade de Oxford e editor legal do portal Maka Angola, fundado pelo jornalista Rafael Marques.

Segundo Rui Verde, no passado, o Grupo Carrinho foi uma "espécie de aposta dos oligarcas angolanos".

"Não há novidade quanto a isso. Obviamente que foi uma criação das pessoas do costume. Não é uma criação da iniciativa privada. Neste momento, é uma empresa de bandeira de Angola, quanto a isso não há dúvidas", comenta.

Ministra sul-africana Khumbudzo Ntshavheni na Rússia para discutir missão de paz

A ministra da Presidência da África do Sul, Khumbudzo Ntshavheni, visita a Rússia de 23 e 25 de maio. Grupo Wagner anunciou retirada de Bakhmut.

A ministra da Presidência da África do Sul, Khumbudzo Ntshavheni, viajará para a Rússia esta terça-feira (23.05) para discutir, entre outros assuntos, a missão dos líderes africanos que procuram um acordo de paz entre Moscovo e Kiev.

Ntshavheni participará na Reunião Internacional de Altos Funcionários Responsáveis pelas Questões de Segurança. "Esta reunião anual discutirá as tendências gerais da situação de segurança internacional, incluindo a segurança alimentar global", lê-se num comunicado oficial.

A ministra vai ainda discutir as "iniciativas relevantes" anunciadas pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, "sobre a Missão de Paz dos Líderes Africanos à Rússia e à Ucrânia". Ntshavheni, acrescenta o comunicado, "enviou uma equipa de funcionários de alto nível para a Ucrânia para preparar a missão de iniciativa de paz".

Ramaphosa e cinco outros chefes de Estado africanos - da Zâmbia, Senegal, República do Congo (Congo-Brazaville), Uganda e Egito - vão deslocar-se à Rússia e à Ucrânia em junho para tentar iniciar conversações de paz entre as duas nações em conflito.

ALVO: ÁFRICA DO SUL

João Melo* | Diário de Notícias | opinião

O embaixador americano em Pretória, Reuben Briget, que está em fim de missão, acusou no dia 11 deste mês a África do Sul de fornecer armas à Rússia, apesar da sua declarada posição de neutralidade na atual guerra da Ucrânia. Segundo o diplomata, armas e munições teriam sido carregadas num cargueiro russo que, em dezembro de 2022, atracou perto da cidade do Cabo, na maior base naval do país, Simon"s Town.

Bridget fez essas declarações num encontro com jornalistas sul-africanos. Questionado na altura sobre a fiabilidade das suas afirmações, garantiu que eram "sólidas". Acrescentou ele: "Gostaríamos que a África do Sul começasse a praticar a sua política de não-alinhamento". Esta última declaração é um verdadeiro exercício de hipocrisia explícita, conhecidas que são as pressões do Ocidente Alargado para que os países do Sul que ousam manter uma posição independente relativamente à guerra da Ucrânia abdiquem da mesma, passando a alinhar com a perspetiva da grande aliança EUA/OTAN/UE. O presidente da Assembleia da República Portuguesa, Santos Silva, por exemplo, prometeu ao líder ucraniano trabalhar no sentido de mudar as posições dos países africanos sobre esse tema. Saudades dos tempos do diktat colonial?

A reação das autoridades sul-africanas às declarações do embaixador americano fez-se sentir imediatamente. Um dia depois das mesmas, o Departamento de Relações Internacionais e Cooperação (DIRCO, em inglês) chamou Reuben Briget e comunicou-lhe o desagrado do país pelas suas declarações proferidas na véspera. Na avaliação do referido departamento, tais declarações divergem do espírito das relações "cordiais e mutuamente vantajosas" existentes entre a África do Sul e os EUA. De acordo com o comunicado, o embaixador terá reconhecido que ultrapassou as linhas vermelhas impostas pelo cargo que ocupa, tendo-se desculpado por isso "perante o governo e o povo sul-africanos".

Espanha | RACISMO CONTRA VINICIUS JR JÁ É CASO DE ESTADO

Brasil repudia e admite agir contra Espanha

Jogador foi alvo de insultos racistas pela 10.ª vez e deu origem a um caso sem precedente. Brasileiro aconselhado a sair do clube merengue.

O caso dos insultos racistas a Vinícius Jr. já é um caso de Estado. O governo brasileiro emitiu um comunicado onde "repudia, nos mais fortes termos, os ataques racistas" que o jogador do Real Madrid "tem sofrido de forma reiterada em Espanha", admitindo tomar medidas ao mais alto nível.

O próprio presidente Lula da Silva, já tinha comentado o caso, no domingo, à margem da cimeira do G7 e, ontem mesmo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, admitiu acionar uma medida jurídica excecional - "extraterritorialidade", revista no Código Penal - caso haja omissão das autoridades espanholas.

Num comunicado conjunto dos ministérios das Relações Exteriores, da Igualdade Racial, da Justiça e Segurança Pública, do Desporto e dos Direitos Humanos, o Brasil "insta as autoridades governamentais e desportivas da Espanha a tomarem as providências necessárias, a fim de punir os perpetradores e evitar a recorrência desses atos" e apela à FIFA, à Real Federação de Futebol de Espanha (RFEF,) e à LaLiga que aplique medidas cabíveis".

E "tendo em conta a gravidade dos factos e a ocorrência de mais um inadmissível episódio" e porque, até ontem, não tinham sido tomadas "providências efetivas para prevenir e evitar a repetição desses atos de racismo", o Ministério das Relações Exteriores deverá convocar a embaixadora da Espanha no Brasil, María del Mar Fernández Palacios, para dar explicações. Ela que logo no domingo, no Twitter, condenou "com veemência as manifestações e atitudes racistas", garantindo que não refletiam as posições antirracistas da maioria dos espanhóis.

Vinicius Jr X racismo em La Liga

Custodio, Brasil | Cartoon Movement

Vinicius Jr enfrenta abuso racial na La Liga pela 9ª vez. Ele declara: "O racismo é normal em La Liga".

La Liga e Real Federation não parecem trabalhar para mudar esse status.

A UE ESTÁ A INVESTIR DEMASIADO NO PROJETO DE GUERRA UCRANIANO

A Ucrânia não é uma questão de política externa isolada, mas sim o pivô em torno do qual as perspectivas econômicas da Europa girarão. 

Alastair Crooke* | StrategicCulture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

A União Europeia, para todos os padrões, está excessivamente investida no projeto de guerra ucraniano – e em seu romance com Zelensky também. No início deste ano, a narrativa ocidental (e da UE) era de que a próxima ofensiva pós-inverno da Ucrânia iria "quebrar" a Rússia e dar um "golpe de misericórdia" à guerra. As manchetes dos HSH contavam uma história regular da Rússia em suas últimas pernas. Agora, no entanto, a mensagem do establishment fez um 180°. A Rússia não está "nas últimas pernas"...

Dois meios de comunicação anglo-americanos muito estabelecidos no Reino Unido (nos quais as mensagens do establishment americano costumam vir à tona) finalmente – e amargamente – admitiram: "As sanções contra a Rússia falharam". O Telegraph lamenta: "são uma piada"; "A Rússia já era para ter colapsado".

Também tardiamente, a percepção também está surgindo em toda a Europa de que as ofensivas da Ucrânia não serão decisivas, como era esperado semanas antes.

A Foreign Affairs, em um artigo de Kofman e Lee, argumenta que, dada uma ofensiva ucraniana inconclusiva, a única maneira de avançar – sem sustentar uma perda historicamente humilhante – é "chutar a lata para o futuro" e se concentrar na construção de uma coalizão pró-guerra para o futuro, que possa esperar corresponder ao potencial de sustentação militar-econômica de longo prazo da Rússia.

"Kofman-Lee lentamente constrói o argumento de por que qualquer tipo de sucesso dramático ou decisivo não deve ser esperado, e por que, em vez disso, a narrativa precisa mudar para a construção de infraestrutura de sustentação de longo prazo para que a Ucrânia seja capaz de combater o que agora provavelmente será um conflito muito longo e prolongado", observa o comentarista independente Simplicus.

Estudo suprimido pela OTAN conclui que EUA têm baixa classificação na democracia

A OTAN e seus apoiadores e países-membros estão escondendo o fato de que a crença predominante em muitas dessas nações é, na verdade, que elas são ditaduras que apenas pontificam a "democracia" para outras nações como desculpa para derrotar suas nações visadas pela conquista, que eles chamam de "autocracias" ou etc. para enganar o público para "justificar" o complexo militar-industrial e seus jogos de guerra e invasões e suas enormes vendas de armas.

Eric Zuesse* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

A Otan, que é a aliança militar propagandisticamente "pró-democracia" dos EUA contra a Rússia e contra a China, entrevistou as pessoas em 53 países - alguns dos quais estão na Otan e outros não - e perguntou se eles acreditam que "Meu país é democrático", e descobriu que o próprio país central da Otan, os EUA, era, em si, #35 abaixo do topo. e a China foi #6, e a Rússia (principal alvo da OTAN ou nação "inimiga") foi #43, e que dois dos países mais anti-russos da lista estavam perto do fundo do poço: a Polônia, membro raivosamente anti-Rússia da OTAN, era #50, e a Ucrânia, aspirante à OTAN, era supostamente #17 (desempenho enormemente melhor para a OTAN, já que a Ucrânia havia sido #47 das 53 nações na pesquisa da OTAN de 2020). De qualquer forma, desde que a OTAN escondeu seus resultados, em vez de divulgá-los, a lista completa, com os rankings indicados, está finalmente sendo publicada aqui (onde quer que isso seja efetivamente permitido), pela primeira vez em qualquer lugar.

Os rankings foram descobertos apenas por uma análise cuidadosa dos visuais que a organização de pesquisa afiliada à OTAN publicou. A organização afiliada à Otan que pagou as pesquisas desses 53 países foi o grupo fundado por bilionários que se autodenomina "Aliança pela Democracia", e eles emitiram um relatório sobre os resultados da pesquisa, mas excluíram de seu relatório os rankings e tornaram muito difícil para um leitor descobrir quais eram os rankings . Ninguém até agora se deu ao trabalho de descobrir quais eram os rankings de lá. (Mesmo agora, no Wayback Machine, que é o arquivo padrão da Web para documentos pdf como este, ele está dizendo "Salvo 4 vezes entre 11 de maio de 2023 e 17 de maio de 2023", e isso é notavelmente poucas vezes para um documento tão importante, que foi carregado na Web em 9 de maio, quase três semanas atrás.) A organização de consultoria internacional de negócios afiliada à OTAN, o Rasmussen Group, selecionou a empresa alemã de relações públicas corporativas Latana (em 2020 a pesquisa foi feita pela empresa de relações públicas alemã Dalia Research) para fazer a pesquisa, e os dados são apresentados por eles como sendo "baseados em entrevistas nacionalmente representativas com 53.970 entrevistados de 53 países realizadas entre 7 de fevereiro e 27 de março". 2023 (em 2020 foram "124 mil inquiridos de 000 países entre 53 de abril e 20 de junho de 3" — e por isso a NATO está agora a cortar barreiras na sua propaganda para intensificar as suas guerras físicas contra a Rússia e a China). Então: este é um grande esforço de pesquisa para afiliados da OTAN (agências de bilionários americanos e aliados); e, uma vez que as pontuações e classificações foram ocultadas por eles, em vez de terem sido publicadas por eles, as informações que estão sendo publicadas aqui podem razoavelmente ser consideradas samizdat americanas, ou proibidas de publicar nos Estados Unidos e em suas nações vassalas da OTAN. Em outras palavras, a publicação dessas informações é efetivamente bloqueada em todos os países da OTAN, embora as informações venham basicamente da OTAN. A publicação dessas informações é efetivamente proibida em todo o império dos EUA, mas talvez essas informações sejam publicadas em qualquer mídia que não seja controlada pelos bilionários que controlam o governo dos EUA. Presumivelmente, meios de comunicação como CNN, New York Times, Fox News e The Atlantic, rejeitarão este artigo, que está sendo submetido simultaneamente a praticamente todos os meios de comunicação em língua inglesa nos EUA e seus países aliados.

PERDAS CRESCEM ENQUANTO KIEV TENTA AO MÁXIMO ESCONDÊ-LAS

Após pesadas batalhas prolongadas, a cidade de Bakhmut ficou sob total controle russo. A operação de limpeza destinada a destruir os últimos militares ucranianos que podem estar escondidos nas ruínas está em andamento. A desminagem da cidade já começou.

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Em 25 de maio, o PMC Wagner entregará a defesa de Bakhmut às unidades da Operação do Ministério da Rússia.

A cidade de Artyomovsk, originalmente nomeada em homenagem a um estadista soviético, mas renomeada pelos nacionalistas ucranianos para Bakhmut, foi libertada em 20 de maio; exatamente um ano depois que a notória guarnição ucraniana em Azovstal se rendeu e os militares russos reivindicaram o controle total de outra "fortaleza" ucraniana, Mariupol.

Como em 2022, Kiev não se apressa em admitir sua derrota. Na mídia ucraniana e no MSM, a guarnição ucraniana em Azovstal estava lutando muito depois de realmente se render na realidade. Este também foi o caso de todas as grandes derrotas ucranianas no Donbass e em outras regiões. Assim, não é surpresa que Kiev tente ao máximo esconder a verdade sobre Bakhmut por cerca de uma semana.

Enquanto as bandeiras russa e Wagner eram hasteadas sobre a cidade e os militares ucranianos que sobreviveram no moedor de carne filmavam animadamente sua retirada, Zelensky orgulhosamente declarou a seus parceiros em Hiroshima: "Os militares ucranianos ainda estão em Bakhmut. Eles estão realizando uma tarefa muito importante." "Não vou dizer exatamente onde eles estão", acrescentou Zelensky.

UCRÂNIA PRESSIONADA A CHEGAR A ACORDO DE PAZ PELA POLÓNIA E VIZINHOS

 
Em uma onda de amplo vazamento de documentos secretos dos EUA, cuja autenticidade não foi contestada pelo Pentágono, veio à tona que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vem planejando ações ousadas, como bombardear o oleoduto Druzhba, que fornece petróleo russo para a Hungria (membro da Otan), e até mesmo ocupar aldeias russas e atacar a Federação Russa com mísseis de longo alcance. O Washington Post noticiou sobre isso em 13 de maio.

Uriel Araújo* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Como escreveu na semana passada o jornalista investigativo americano Seymour Hersh, vencedor do Prêmio Pulitzer, este é um grande problema para os EUA e seus aliados. O acordo de Zelensky com o Ocidente, implícito ou formalizado em conversas a portas fechadas, consistia em empregar as armas ocidentais fornecidas para atingir as forças russas apenas "dentro das fronteiras da Ucrânia", já que as potências ocidentais consideram Donbass território ucraniano – mesmo depois de Kiev ter mais de 8 anos de conflito consistentemente visado e alienado a população local.

De qualquer forma, ao usar armas ocidentais para lançar ataques fora da disputada região de Donbass e dentro do território mundialmente reconhecido como sendo a Federação Russa, Zelensky estaria cruzando uma linha vermelha. De acordo com fontes da comunidade de inteligência dos EUA de Hersh, países como Hungria, Lituânia, Letônia, Estônia e República Tcheca, liderados pela Polônia, têm pressionado o presidente da Ucrânia "a encontrar uma maneira de acabar com a guerra, até mesmo renunciando se necessário, e permitir que o processo de reconstrução de sua nação seja iniciado". A Alemanha também desempenha um grande papel nisso. Hersh escreve que, de acordo com relatórios da CIA, Zelensky não está "mudando" e está perdendo o apoio dos vizinhos mencionados.

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