quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O imperialismo humanitário criou o pesadelo da Líbia – Chris Hedges

Chris Heddges* | em Mint Press News | # Traduzido em português do Brasil

Washington DC - (Scheerpost) - “Viemos, vimos, ele morreu”,  disse Hillary  Clinton quando Muammar Gaddafi, após sete meses de bombardeios dos EUA e da OTAN, foi deposto em 2011 e morto por uma multidão que o sodomizou com uma baioneta . Mas Gaddafi não seria o único a morrer. A Líbia, outrora o país mais próspero e um dos mais estáveis ​​de África, um país com cuidados de saúde e educação gratuitos, o direito de todos os cidadãos a uma casa, electricidade, água e gasolina subsidiadas, juntamente com a menor taxa de mortalidade infantil e a maior taxa de vida expectativa de vida no continente, juntamente com uma das mais altas taxas de alfabetização, rapidamente fragmentada em facções beligerantes. Existem actualmente dois regimes rivais que lutam pelo controlo da Líbia, juntamente com uma série de milícias desonestas.

O caos que se seguiu à intervenção ocidental fez com que as armas dos arsenais do país inundassem o mercado negro, sendo muitas delas arrebatadas por grupos como o Estado Islâmico. A sociedade civil deixou de funcionar. Jornalistas capturaram  imagens  de migrantes da  Nigéria ,  Senegal  e  Eritreia  sendo  espancados  e vendidos como escravos para trabalhar nos campos ou em canteiros de obras. As infra-estruturas da Líbia, incluindo as redes eléctricas, os aquíferos, os campos petrolíferos e as barragens, caíram em desuso. E quando as chuvas torrenciais da  Tempestade Daniel — sendo a crise climática mais uma dádiva do mundo industrializado para África — sobrecarregou duas barragens decrépitas, paredes de água com 6 metros de altura inundaram o porto de Derna e Benghazi, deixando até 20.000 mortos, segundo Abdulmenam Al-Gaiti, presidente da  Câmara  de Derna e cerca de 10.000 desaparecidos.

“A fragmentação dos mecanismos de gestão e resposta a catástrofes do país, bem como a deterioração das infra-estruturas, exacerbaram a enormidade dos desafios. A situação política é um fator de risco”,  afirmou  o professor Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial.

Taalas  disse aos  jornalistas na quinta-feira passada que “a maior parte das vítimas humanas” teria sido evitada se tivesse havido um “serviço meteorológico a funcionar normalmente” que “teria emitido os avisos [necessários] e também a gestão de emergência deste teria sido capaz de realizar evacuações das pessoas.”

Portugal | O limiar


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | O Governo, os professores e os alunos

Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião

O Governo não fez o suficiente para se aproximar das reivindicações dos professores. É isso que pensa uma clara maioria dos portugueses (62%), como se pode ler na sondagem que publicamos hoje no JN (ver página 10).

Há duas leituras políticas significativas neste resultado. Desde logo, que os portugueses estão sintonizados com os sucessivos apelos do presidente da República, que, antecipando um arranque de ano letivo tumultuoso, passou o verão a pressionar o Governo a não fechar a porta à negociação, no que diz respeito aos seis anos, seis meses e 23 dias de carreira “congelados”, mesmo quando admitiu que não seria possível dar, no curto prazo, tudo o que pedem os sindicatos.

A segunda leitura é que, ao contrário do que se foi escrevendo e dizendo, os professores não perderam o apoio da opinião pública. Há um outro dado da sondagem que o reforça, mesmo que os números sejam mais modestos. Quando confrontados com greves logo no arranque do ano letivo, são em maior número os que concordam com essa forma de luta (45%) do que aqueles que a rejeitam (36%).

Mas talvez seja precipitado concluir destes resultados que os professores e os sindicatos têm carta-branca. Porque as famílias cujas crianças frequentam a escola pública estão bem cientes dos efeitos de vários anos de turbulência, desde o fecho radical na pandemia e o seu catálogo de problemas para o futuro, a todo um ano letivo (o último) com greves sucessivas, escolas tantas vezes fechadas, programas por cumprir, aprendizagens por recuperar.

É verdade que a sondagem parece indicar que o chão foge mais depressa debaixo dos pés do Governo, mas também os professores caminham sobre gelo fino. Nenhuma sociedade aguenta uma guerra permanente nas escolas. Acabará por se virar contra todos. E o preço mais elevado será pago pelos alunos.

*Diretor-Adjunto

Portugueses trabalham mais duas horas do que a média da UE

Em 2022, a semana de trabalho das pessoas entre os 20 e os 64 anos na UE era, em média, de 37,5 horas. Em Portugal, são quase 40 horas semanais. Países Baixos, Alemanha e Dinamarca têm as semanas de trabalho mais curtas.

Portugal é o sexto país da Europa onde a semana de trabalho é mais longa, segundo o Eurostat. “Em 2022, a semana de trabalho normal entre as pessoas com 20 a 64 anos na União Europeia (UE) foi de 37,5 horas”, anunciou o gabinete europeu de Estatística, na quarta-feira, mas os trabalhadores portugueses enfrentam uma semana laboral mais elevada, de 39,9 horas – mais duas horas que a média europeia.

Tabalha-se mais horas na Sérvia (43,3 horas), na Grécia (41,0 horas), na Polónia (40,4), na Roménia e na Bulgária (40,2 ambas).

Por outro lado, são os Países Baixos (33,2 horas), a Alemanha (35,3) e a Dinamarca (35,4) a terem a semana de trabalho mais curta, apesar de serem conhecidos pelos elevados níveis de produtividade e competitividade.

Jornal de Notícias

Dia da habitação: quer tenha um crédito ou seja inquilino, vai ter notícias frescas


João Pedro Barros, editor online | Expresso (curto)

Bom dia,

Às vezes, o diabo está nos detalhes. O Governo vai aprovar e explicar hoje a espécie de moratória para os créditos à habitação que tem vindo a negociar nos últimos dias, e cujas linhas gerais explicámos há uma semana. O mecanismo é relativamente simples: quem optar por esta solução vai ver de imediato a taxa de juro associada ao crédito baixar, ficando o valor da prestação fixo durante dois anos, atenuando a tempestade da Euribor. Após este período, de forma gradual, a redução será compensada, altura em que se esperam marés mais tranquilas.

É uma medida com custo zero para o Orçamento do Estado e para os bancos – e por isso muitos consideram que é tardia –, mas na qual há vários detalhes que importa conhecer. Qual será a percentagem da taxa de juro a pagar mais tarde? Será para todos ou apenas para famílias com elevada taxa de esforço e/ou rendimentos baixos? Servirá apenas para habitação permanente? Como será faseado o pagamento da percentagem a pagar mais tarde?

De acordo com o “Público” e o “Correio da Manhã” de hoje, as prestações passarão a ter um indexante de 70% da Euribor e os 30% de “desconto” durante estes dois anos vão começar a ser pagos quatro anos após o final do período de fixação. A adesão ao mecanismo pode ser pedida até ao fim do primeiro trimestre de 2024 e os bancos vão ter até 15 dias para responder.

Outra medida que deve ser aprovada no Conselho de Ministros no Museu de Leiria – distrito ao qual o executivo leva agora o programa Governo Mais Próximo – é o alargamento da bonificação dos juros, o que pode ser feito através dos critérios de acesso e/ou pelo aumento do valor. Mais uma vez, a maneira como a medida vai ser calibrada (para usar um termo caro a António Costa) irá definir a forma como vai ser recebida pela opinião pública e pela oposição: o apoio atual, que funciona desde maio, materializa-se num máximo de 720 euros por ano e é limitado a empréstimos até 250 mil euros, sem incumprimento, para mutuários com uma taxa de esforço a partir de 35%, com rendimento até ao sexto escalão de IRS (38.632 euros) e património em depósitos ou produtos financeiros inferior a cerca de 30 mil euros. São muitas condicionantes e, por isso, o Governo já veio dizer que o impacto da medida ficou aquém do esperado, esperando-se agora uma simplificação.

Também no apoio às rendas – que atualmente pode ir até 200 euros mensais e chegou a 185 mil famílias – estão previstas medidas: o atual mecanismo, que vigora até ao final de 2028, é também limitado a pessoas com uma taxa de esforço acima dos 35% e rendimentos coletáveis até ao 6.º escalão de IRS. Espera-se um aumento do apoio e um alargamento deste crivo, para além de uma clarificação dos rendimentos que devem ser considerados no cálculo.

O travão às rendas é outra questão na ordem do dia, mas ainda não deve ser definido hoje, visto que a ministra da Habitação ainda vai ouvir várias associações do sector, as centrais sindicais e a Deco. De acordo com a inflação, o INE calculou em 6,94% o valor de referência para o aumento das rendas em 2024, sendo que, para este ano, o Governo definiu um limite de 2%. Costa já confirmou que o mecanismo vai voltar a existir, resta saber qual vai ser a fasquia.

O tema da habitação também vai estar em destaque no Parlamento, que volta a discutir o pacote Mais Habitação, depois do veto do Presidente da República, em agosto. No entanto, o desfecho é mais do que previsível: a maioria absoluta do PS vai aprovar o diploma, sem alterações, e obrigar Marcelo a promulgá-lo. As medidas mais polémicas são o arrendamento coercivo, a criação de uma contribuição especial sobre o alojamento local e a suspensão do registo de novos alojamentos fora dos territórios de baixa densidade.

A habitação vai dominar as manchetes e o debate político: conte com o Expresso para fazer todas as contas e perceber qual vai ser o efeito no seu bolso. E, já agora, se está no Porto, fique a saber que a digressão dos 50 anos do nosso jornal chega à cidade, com vários eventos ao longo do dia e uma conferência sobre sustentabilidade, na Universidade Católica, às 17h.

A Polónia e a Ucrânia mergulharam numa crise política total sem fim à vista

Ambas as partes estão num dilema em que cada uma acredita que tem mais a ganhar ao nível dos interesses nacionais e políticos aumentando as tensões do que sendo a primeira a abrandá-las. Está, portanto, em processo de formação um ciclo autossustentável, que corre o risco de conduzir a uma deterioração tão drástica dos seus laços que o actual estado sombrio dos mesmos poderá em breve ser encarado com carinho.

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A revelação do primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, aos meios de comunicação locais, na quarta-feira, de que o seu país tinha parado de fornecer armas à Ucrânia em favor de se armar, mostrou até que ponto os laços bilaterais afundaram na semana passada. Varsóvia prolongou unilateralmente as restrições às importações agrícolas do seu vizinho oriental após o termo do acordo da Comissão Europeia em 15 de Setembro, a fim de proteger os seus agricultores, o que levou Kiev a queixar-se à OMC sobre isso na segunda-feira.

Mais tarde, nesse mesmo dia, o porta-voz do governo polaco, Piotr Muller, sugeriu que Varsóvia poderia deixar expirar a sua ajuda aos refugiados ucranianos na próxima Primavera, em vez de a prolongar, sugerindo assim uma vontade de expandir a sua disputa comercial para outras dimensões. Se isso acontecer, então os mais de um milhão e meio de ucranianos que residem temporariamente na Polónia terão de regressar a casa ou ir para outro lugar, como a Alemanha, por exemplo. Tudo então se transformou em uma bola de neve que se transformou em uma crise política total na terça-feira.

O Ministro polaco dos Assuntos Europeus, Szymon Szynkowski vel Sek, advertiu ameaçadoramente que:

“ As ações da Ucrânia não nos impressionam... mas causam uma certa impressão na opinião pública polaca. Isto pode ser visto nas sondagens, no nível de apoio público ao apoio contínuo à Ucrânia. E isto prejudica a própria Ucrânia. Gostaríamos de continuar a apoiar a Ucrânia, mas, para que isso seja possível, temos de contar com o apoio dos polacos nesta matéria. Se não o tivermos, será difícil continuarmos a apoiar a Ucrânia da mesma forma que temos feito até agora.”

Nações Desunidas: Zelensky e Lavrov evitam frente a frente no Conselho de Segurança

Chefe da diplomacia da Rússia não esteve na sala durante a intervenção do presidente ucraniano, que depois saiu antes de o ministro russo chegar. Poder de veto em cima da mesa.

A coreografia diplomática impediu o frente a frente entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o chefe da diplomacia russo, Sergei Lavrov, na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Quando o primeiro fez a sua intervenção, criticando o poder de veto que Moscovo tem neste órgão e pedindo para que lhe seja retirado, o segundo estava fora da sala. E quando Lavrov entrou, para defender a legitimidade desta ferramenta ao abrigo da Carta da ONU, já Zelensky tinha saído.

O choque entre ambos - podia ter sido a primeira vez que o líder ucraniano se sentava à mesma mesa que um alto representante russo desde a invasão - ficou-se pelo registo das palavras. "O poder de veto nas mãos do agressor empurrou as Nações Unidas para um impasse", defendeu Zelensky. "É impossível parar a guerra porque todos os esforços são vetados pelo agressor e aqueles que desculpam o agressor", acrescentou, tendo defendido o seu plano de dez pontos para acabar com o conflito.

Mas esteve ao ataque precisamente por causa do poder de veto, de que a Rússia goza enquanto membro permanente do Conselho de Segurança - junto com EUA, China, França e Reino Unido. E que Kiev diz ter sido conseguido "ilegalmente através de manipulações de bastidores após o colapso da União Soviética", acabando nas mãos de "mentirosos cujo trabalho é encobrir a agressão e o genocídio".

Este poder de veto tem permitido a Moscovo travar qualquer resolução sobre a guerra, mesmo se na Assembleia Geral que reúne os 193 países se vote sucessivamente a condenar a invasão e a pedir que a Rússia retire as suas tropas. A Rússia atua "em detrimento de todos os outros Estados-membros", afirmou o líder ucraniano, defendendo também ele uma reforma nas Nações Unidas. "O uso do veto é o que precisa de reforma e esta podia ser uma reforma chave", defendeu.

Zelensky na ONU

Marian Kamensky, Áustria | Cartoon Movement

Zelensky fala na ONU

No G20, os países em vias de desenvolvimento viram-se contra os Ocidentais

Thierry Meyssan*

O G20, que havia sido criado pelo G7 para lhe obedecer, emancipou-se dele. Ele não pôs em causa, é claro, o sistema capitalista anglo-saxónico, baseado no anonimato de capitais, mas cessou de subscrever os ditados de Washington. Continua ainda a participar nos projectos ocidentais, mas já sem nenhuma ilusão quanto à sua aplicação.

m 1973 juntaram-se o pico petrolífero dos EUA, o fim da conversão do dólar em ouro e, no seguimento da guerra do Yom Kippur, o aumento dos preços da OPEP. Foi aquilo que se chama o « choque petrolífero ». O Secretário Tesouro dos EUA, George Shultz, decidiu coordenar as respostas ocidentais a esta mudança de situação. Ele reuniu informalmente na biblioteca da Casa Branca os ministros da Economia da Alemanha Ocidental, da França (Valéry Giscard d’Estaing) e do Reino Unido. Dois anos mais tarde, em 1975, Helmut Schmidt e Valéry Giscard d’Estaing, tornados respectivamente chanceler e presidente da República, propuseram elevar essas reuniões informais para o nível de reuniões de chefes de Estado e de governo. Foi assim que foram criados o G5, depois o G6, o G7, o G8 e de novo o G7.

O G7 não é, portanto, uma instituição. Não foi fundado por tratados internacionais, não tem estatutos, nem secretariado permanente. É apenas um fórum ; um lugar de debates, não de decisões. A sua única regra diz respeito à sua presidência rotativa. Durante 48 anos, não parou de se pronunciar, de prometer feitos e maravilhas, mas nada concretizou daquilo que dizia. Isto porque, por trás de alguns efeitos publicitários, realizava reuniões secretas de que só após as golpadas compreendíamos a importância.

O G7 coordenou as regras do jogo financeiro. Ele convenceu aqueles que não eram do grupo anglo-saxónico a anonimizar os capitais. Em meio século, os Estados ocidentais aceitaram deixar de saber quem é o proprietário seja do que for. O sistema dos “trusts” generalizou-se em todos os Estados-Membros, com, por exemplo, os “fiducies”(fundos fiduciários-ndT) em França. É ao G7 que se deve a forma actual do capitalismo, onde os detentores do capital podem tomar em segredo decisões que não ousariam assumir em público.

Em 1999, o G7 de Colónia decidiu convocar uma reunião de ministros da Economia e directores de Bancos Centrais dos seus membros e de 13 outros Estados a fim de coordenar as suas respostas às crises económicas. Uma crise sacudiu a Ásia, a qual culminou com a crise do “subprime” nos Estados Unidos. Estas reuniões foram dominadas pelo Ministro alemão, Hans Eichel, que estava em vias de reestruturar o seu país. Ele velou para que este grupo não seguisse o diktat anglo-saxónico, mas cumprisse as regras dos banqueiros que não eram anglo-saxões.

O que os chips cerebrais realmente podem fazer?

Fred Schwaller | Deutsche Welle | # Publicado em português do Brasil

Dono da Neuralink, Elon Musk, quer usar implantes cerebrais para ler mentes. Empresa recebeu aval para testes em humanos nos EUA. Tecnologia pode ter impactos transformadores na saúde.

"O futuro vai ser estranho", disse Elon Muskem 2020, ao explicar os potenciais usos dos implantes cerebrais desenvolvidos por sua empresa de neurotecnologia Neuralink.

Nos últimos sete anos, a empresa vem desenvolvendo um chip de computador projetado para ser implantado no cérebro, onde monitora a atividade de milhares de neurônios. O chip – oficialmente considerado uma Interface Cérebro-Computador (ICC) – consiste em uma pequena sonda contendo mais de 3.000 eletrodos ligados a fios flexíveis mais finos que um fio de cabelo humano.

Musk quer conectar o cérebro com computadores para permitir o download de informações e memórias das profundezas da mente, como no filme de ficção científica Matrix, de 1999.

Além de usar a tecnologia para tentar tratar condições como cegueira e paralisia, Musk expressou ambições de usar o Neuralink para alcançar a telepatia humana, que, segundo ele, ajudaria a humanidade a prevalecer em uma guerra contra a inteligência artificial. Musk também disse que quer que a tecnologia forneça às pessoas uma "supervisão".

A Neuralink anunciou nesta terça-feira (19/09) que recebeu a autorização da Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa, para iniciar os testes do chip cerebral em humanos.

Ficção científica ou realidade?

Isso é viável? Resposta curta: não.

"Não podemos ler a mente das pessoas. A quantidade de informação que podemos decodificar do cérebro é muito limitada", afirma Giacomo Valle, engenheiro neural da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Juan Alvaro Gallego, pesquisador de ICC no Imperial College London, no Reino Unido, concorda.

"O problema fundamental é que realmente não sabemos onde ou como os pensamentos são armazenados no cérebro. Não podemos ler pensamentos se não entendermos a neurociência por trás deles", disse à DW.

Criminoso poluidor Rishi Sunak anuncia reviravolta nas principais metas verdes

Primeiro-ministro do Reino Unido adia proibição da venda de novos carros a gasolina e diesel enquanto adia metas líquidas zero

Pippa Crerar Fiona Harvey Kiran Stacey | The Guardian | # Traduzido em português do Brasil

Rishi Sunak anunciou uma grande reviravolta nos compromissos climáticos do governo, ao prometer colocar seu partido em um caminho mais radical na tentativa de diminuir a distância com o Trabalhismo antes das próximas eleições gerais.

Numa das suas maiores mudanças políticas desde que assumiu o cargo, Sunak confirmou que o Reino Unido iria adiar o prazo para a venda de novos automóveis a gasolina e diesel e para a eliminação progressiva das caldeiras a gás, provocando uma condenação furiosa por parte das indústrias automóvel e energética.

Alguns conservadores seniores, liderados por Boris Johnson, criticaram a medida, com o antigo primeiro-ministro a alertar o seu sucessor que “não pode dar-se ao luxo de vacilar agora” porque o aumento da incerteza sobre as empresas poderia fazer subir os preços para as famílias britânicas.

A medida foi recebida com desespero por cientistas climáticos e especialistas ambientais , que disseram que custaria mais aos consumidores a longo prazo e ameaçaria a liderança global do Reino Unido nesta questão. O ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, disse que Sunak estava “fazendo a coisa errada”.

Numa conferência de imprensa em Downing Street, Sunak insistiu que a sua redução das políticas climáticas “não tinha a ver com política”, embora o slogan da conferência dos Conservadores adornasse o púlpito e os membros do partido afirmassem que a medida visava criar linhas divisórias com os Trabalhistas.

O primeiro-ministro disse que era “absolutamente inequívoco” sobre manter o compromisso de atingir zero emissões líquidas de carbono até 2050, mas que queria adotar uma “abordagem mais pragmática, proporcional e realista”. No entanto, ele apresentou poucos detalhes sobre quais medidas adotaria agora para ajudar a atingir essa meta.

Espera-se que os grupos ambientalistas contestem em tribunal a decisão de diluir os compromissos, uma vez que o governo tem a obrigação legal de definir detalhadamente como irá cumprir a sua meta para 2050 com orçamentos de carbono claros para diferentes sectores.

Revelado: um em cada três europeus vota agora contra o sistema -- gráficos

Exclusivo: a análise dos resultados em 31 países no ano passado revelou que 32% dos votos foram atribuídos a partidos populistas, de extrema-esquerda ou de extrema-direita

Jon Henley, correspondente europeu | The Guardian | # Traduzido em português do Brasil

Quase um terço dos europeus votam agora em partidos populistas, de extrema-direita ou de extrema-esquerda, mostram os estudos, com um amplo apoio à política anti-establishment a surgir em todo o continente, num desafio cada vez mais problemático para a corrente dominante.

Uma análise realizada por mais de 100 cientistas políticos em 31 países concluiu que nas eleições nacionais do ano passado um recorde de 32% dos eleitores europeus votaram em partidos anti-establishment, em comparação com 20% no início da década de 2000 e 12% no início da década de 1990.

A investigação, liderada por Matthijs Rooduijn, cientista político da Universidade de Amesterdão, e partilhada exclusivamente com o Guardian, também descobriu que cerca de metade dos eleitores anti-establishment apoiam partidos de extrema-direita – e esta é a percentagem de votos que mais está a aumentar. rapidamente.

“Há flutuações, mas a tendência subjacente é que os números continuem a aumentar”, disse Rooduijn. “Os partidos tradicionais estão perdendo votos; os partidos anti-establishment estão ganhando. É importante, porque muitos estudos mostram agora que quando os populistas asseguram o poder, ou influenciam sobre o poder, a qualidade da democracia liberal diminui.”

Num sinal de até que ponto a ascensão da extrema-direita nativista e autoritária deslocou a política da Europa para a direita, os investigadores consideraram classificar vários dos partidos de centro-direita mais conhecidos do continente como extrema-direita limítrofes.

“Conversamos muito sobre a reclassificação dos conservadores do Reino Unido, do VVD de Mark Rutte na Holanda, dos Les Républicains na França e do ÖVP na Áustria”, disse Rooduijn. “No final não o fizemos porque o nativismo não era o seu foco principal. Mas poderemos no futuro.”

A PopuList foi lançada há cinco anos em parceria com o Guardian . Este ano, identifica 234 partidos anti-establishment em toda a Europa, incluindo 165 partidos populistas (a maioria de extrema-esquerda ou de extrema-direita). Classifica 61 partidos como de extrema-esquerda e 112 como de extrema-direita (a maioria, mas não todos, populistas). (VER GRÁFICOS A SEGUIR)

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