Bom dia. A seguir vamos divulgar o Expresso Curto de hoje escrito por Christiana Martins, jornalista do Expresso. Pela parte do PG queremos ter pouco a adiantar relativamente ao Curto que dispomos mais em baixo. Dali ressalta o terrorismo do Estado de Israel que há quase quatro meses é flagrante prática da elite dos nazis criminosos que encabeçam o governo radical sionista chefiados por Netanyahu. Mas há mais no Curto. Na verdade o genocídio em curso já vem sendo prática do terrorismo/nazismo israelita, contra os palestinos, há muitas décadas. Adiante.
Sobre Portugal a fala tem por tema eleições e o escândalo da Madeira tendo por protagonistas os ocupantes do coio de malfeitores e 'donos' da ilha há 48 anos, PSD da ilha e Jardim/Albuquerque em destaque. Uma eternidade só igualada ao tempo no poder do nazi-fascista e ditador Salazar. Uma quase eternidade.
Muito mais é abordagem do Curto. Convidamos que o leiam e que bisbilhotem o jornal que é posse de Balsemão Bilderberg, tio simpático do tal Grupo Impresa, SIC e muito mais.
Pela nossa parte não vamos em grupos. Até deixámos de ser sócios do Benfica há vastas décadas. Já basta sabermos acerca dos grupos políticos e económicos ativos andarem-nos a roubar. A nós, milhões de portugueses.
Assim sendo, salte para o Curto aqui em baixo. Bom resto de semana, se conseguirem. Como tal conseguirão é que desconhecemos. Os amigos do alheio são imensos. Já não existem polícias e aves negras da chamada Justiça que cheguem para tais trastes.
Assobie para o lado e... faça tudo para sobreviver. Felicidades.
O Curto, a seguir. Vá nessa. Vale a atenção nas entrelinhas. Pois.
MM | Redação PG
Dias difíceis. De cólera e espanto
Christiana Martins, jornalista | Expresso (curto)
Antes de mais um convite: hoje,
às 14h00, Junte-se à Conversa com David Dinis e Eunice Lourenço. Desta vez
sobre "As eleições nos Açores e o caso da Madeira". Inscreva-se aqui
Bom dia,
Enquanto Portugal se entretém nas idas e vindas das campanhas políticas, com a aproximação das eleições
nos Açores este domingo e com a investigação dos casos de corrupção na Madeira, com os três detidos a, espera-se, começarem hoje a ser ouvidos. O ar em Lisboa anda pesado, cheira mal, embora a causa não seja clara e o vento é fraco.
Entretanto, lá fora, os ventos sopram bem mais agrestes.
Ontem foi divulgado um vídeo que mostra uma equipa israelita, vestida como
médicos e mulheres, a invadir um hospital em Gaza e a matar três militantes
palestinianos. Uma ação digna de um filme de ação, o problema é que se tratava
de algo muito real. O ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir ,
parabenizou nas redes sociais as forças que realizaram o ataque: “Que todos os
nossos inimigos saibam que nossas forças operarão em todos os lugares e por
todos os meios para proteger e proteger nossos cidadãos e o Estado de Israel.”
Já o porta-voz do hospital de Jenin, Tawfiq al-Shobaki, explicou que não houve
troca de tiros e que os três homens foram mortos pelas forças israelitas em
"um assassinato seletivo”, acrescentando que durante a operação, os
israelitas atacaram médicos, enfermeiras e seguranças hospitalares. “O que
aconteceu é um precedente”, alertou.
Mais duas sombras pairam sobre o Médio Oriente. Primeiro, a morte de três
soldados norte-americanos na Jordânia, fronteira com a Síria, que ameaçam
o mundo com um alargamento do conflito, através de um envolvimento ainda mais
direto dos Estados Unidos numa região já de si
A outra sombra decorre das acusações israelitas do envolvimento de alguns funcionários
das Nações Unidas nos terríveis atentados de 7 de outubro e que já
levaram que vários países cortassem o financiamento da estrutura da ONU que dá
apoio à população palestiniana. Enquanto o horizonte escurece, os palestinianos
dizem que já terão morrido mais de 26 mil pessoas, das quais, 11 mil eram
crianças. E a maioria dos reféns israelitas continua presa. Só dor.
E, apesar do espanto causado por notícias como esta, outras há que permitem-nos
respirar por um momento. Como aquela que traz expectativa de que um novo cessar fogo seja adotado na reunião. Algo tão frágil e
ténue que saberá sempre a pouco, mas há momentos em que o pouco faz-se imenso.
Como disse Antony Blinken, “uma vez mais, oferece alguma esperança”, disse o
secretário de Estado norte-americano, que se prepara para rumar pela sexta vez
a Israel, desde que o conflito se iniciou. A ver vamos.
Outras notícias
Quatro dias Sim, para já, a penalização a oito alunos da escola em
Vimioso por terem alegadamente sodomizado ou assistido à sodomização de um rapaz de 11 anos foi a suspensão por
96 horas. Perante a dimensão do que ocorreu, o que são 96 horas? O Ministério
Público instaurou inquéritos sobre o caso e, como disse a GNR ao Expresso,
“algo de grave se terá passado”. Pois, não há dúvidas de que foi grave.
Números maus Portugal ficou na pior posição da década no índice de percepção da corrupção: 34ª entre 180 países, com 61
pontos. Não é motivo de orgulho, sobretudo quando se acumulam as notícias sobre
situações pouco claras que nos falam de notas, relógios e diamantes a serem
descobertos em estantes, envelopes e colchões. Apesar de tudo isso,
Portugal ainda está à frente de Espanha, Itália ou Grécia.
Números assim-assim A nossa vida está presa por números que nos
ultrapassam. Divulgados esta terça-feira pelo FMI revelam que a Zona
Euro evitou por pouco entrar numa recessão técnica, ou seja, o que acontece
depois de dois trimestres negativos consecutivos. Foi poucochinho mas a
economia da UE cresceu 0,2% em comparação com o ano anterior. Por enquanto
bastou. O desempenho da Alemanha, contudo, foi especialmente fraco –
contraiu 0,3% em comparação com o trimestre anterior, mas o declínio foi
compensado pelo crescimento da Itália e da Espanha. Assim, dos males o menos,
até porque, Portugal portou-se bem: cresceu 2,3%, acima das previsões
do próprio Governo. Surpreendente é que, apesar da guerra e das sanções, a economia russa está a crescer.
ANA contesta A autoridade concessionária dos aeroportos de Portugal já
decidiu que vai contestar a decisão anunciada pela decisão da Agência
Portuguesa do Ambiente de que a validade da Declaração de Impacto
Ambiental do aeroporto do Montijo não será renovada.
França em suspenso Depois de sinalizar que é virando à direita que
Emmanuel Macron pretende combater a extrema direita de Marine Le Pe e de ter
escolhido Gabriel Attal, um jovem de 34 anos, para liderar o país, a França, em
ano de Jogos Olímpicos, vai tentar conter a cólera dos agricultores, que não
desarmam e mantêm o bloqueio das auto-estradas. Um protesto que parece prestes
a se alastrar para a Bélgica e quem sabe, Portugal. Os estilhaços já estão
garantidos nas negociações com o Mercosul e nas relações económicas com a Ucrânia.
Pressão húngara Amanhã as atenções devem estar focadas na cimeira
europeia, em que a tensão tem um nome: Viktor Órban. Enquanto este
Expresso Curto é escrito, as notícias prometem que os governos da UE vão
recusar as exigências húngaras, mas ainda não está claro se os 26 chefes de
Estado e de governo conseguirão convencer o primeiro-ministro da Hungria a
concordar com o envio pela UE de ajuda financeira a longo prazo para a Ucrânia.
E é preciso não esquecer ainda, que, com a França bloqueada pelos tratores,
aguardam-se que mudanças na PAC sejam também discutidas nesta quinta
feira. Uma cimeira e pêras.
Ucrânia em transe enquanto aguarda em aflição a decisão dos Estados Unidos
de manter, ou não, o apoio financeiro à guerra contra a Rússia, Volodymyr Zelensky vê-se a braços com a necessidade de
afastar o poderoso general Valerii Zaluzhnyi, acusado de ser o principal responsável
pelo fracasso da contra-ofensiva de Verão.
Os Bolsonaros No Brasil, a segunda-feira foi sacudida por uma ação da
Polícia Federal, que recolheu o telemóvel de Carlos, talvez o mais belicoso
filho do ex-Presidente Jair Bolsonaro. Em causa a eventual criação de um
sistema de informação paralelo ao oficial do Estado brasileiro. Segundo a
Polícia Federal, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de
dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de
comunicações telefónicas, de informática com objetivos não autorizados em lei.
Espanha suspensa A controversa lei da amnistia parou ontem no Congresso,
com um recuo dos catalães do partido Junts, que a classificou de “insuficiente” e obrigando o
presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, a reabrir negociações e a
ponderar cedências, uma prática inerente a governos de base fragmentada.
Alzheimer transmissível? Cientistas investigam a possibilidade de a doença
que nos assusta pela névoa que lança sobre a nossa humanidade ser passível de transmissão através
de tratamentos médicos com hormonas de crescimento.
Segredo de polichinelo Desde a década de 50 que a indústria dos
combustíveis fósseis sabia o mal que causava ao planeta. Sabia, mas não contou
e agora o rabo do gato escondido denuncia o que as alterações climáticas já
destaparam. Documentos agora divulgados mostram que a Air Pollution Foundation, apoiada pela indústria, sabia há
70 anos os graves danos que causariam.
Chip que não vem na vacina Assusta e inquieta, mas Elon Musk, o homem que paira sobre nós nos seus
satélites, anunciou que implantou um dispositivo num cérebro humano. No
Expresso, questionamos as consequências e os limites deste novo real.
A discórdia da beleza Aqui bem perto, a polémica estalou graças a uma
imagem de Cristo. Tão belo, que a indiferença não era possível.
Em Sevilha, os cartazes da Semana Santa deste ano inflamaram as opiniões, como
nos conta este texto do “El País”, que sublinha “a surpresa de um cartaz tão
heterodoxo e que não se conforma com estereótipos”. Um momento que dá, a quem
lê, a oportunidade de se questionar sobre a latitude da nossa capacidade de
aceitação do belo.
Outra coisa Algo completamente diferente, mas tão relevante quanto as
manchetes e as notícias que rasgam a atenção, podem ser aquelas que nos passam
desapercebidas. A vida que se faz todos os dias, de todos e de cada um de nós.
E de que, por exemplo, nos dá a ver este texto sobre um vizinho. Apenas e somente um vizinho, que age e ao
agir, provoca uma mudança. “A Mensagem”, que nos traz uma lufada de luz e cor.
Frases
“Ser Presidente da República é a
maior honra que um português pode ter a nível nacional”, José Manuel Durão Barroso no podcast “Os
Protagonistas”, de Sebastião Bugalho.
“Não houve fuga de informação”, o diretor da Polícia Judiciária, Luís Neves, sobre a operação contra a corrupção na Madeira.
“Deve haver uma exceção agrícola francesa”, declarou Gabriel Attal, primeiro-ministro francês na Assembleia
Nacional.
“A gente nunca está seguro”, Lula da Silva, Presidente do Brasil, sobre a crise da
Agência Brasileira de Inteligência.
Sugestões de podcasts
A política, que nos assedia os dias, contada pela equipa do
Expresso, que nos questiona sobre se o Governo regional tem os dias
contados, se Marcelo teria alternativa à dissolução, reflete sobre o que
Montenegro perdeu na crise do Funchal e sobre o que pode perder nas eleições de
domingo nos Açores.
E os problemas da saúde mental, abordados nessa voz que se faz ouvir e que
desta vez nos fala da dura escolha entre o tratamento e as contas da
sobrevivência.
O que estou a ler
Jornalismo, sempre jornalismo.
Não apenas, mas sobretudo jornalismo. E porque os dias dos jornalistas não
têm sido fáceis aqui em Portugal - e em muitas outras paragens, é certo - há
que não perder o norte das dificuldades que marcam esta profissão, um norte que
aponta, manchado de sangue, para Gaza, onde um texto desta terça-feira do “New York Times” põe a nu a morte literal e simbólica
do jornalismo.
No cumprimento da mais relevante das suas funções - dar a ver o que não se
quer que se veja -, o texto do “NYT” explica-nos a dificuldade de perceber
o que realmente se passa na zona de guerra, dizendo mesmo que para quem está
“fora de Gaza, a escala de mortes e destruição é impossível de compreender,
envolta em cortes de comunicação, restrições que proíbem repórteres
internacionais e em desafios extremos enfrentados pelos jornalistas locais”.
A questão é que, para nós, sentados nos nossos seguros sofás, como explicam os
autores do artigo, “a guerra passa como um rolo apocalíptico de manchetes,
número de vítimas e fotos de crianças aos gritos, os fragmentos sangrentos da
angústia de outra pessoa”. Um rolo compressor demasiado distante e que
certamente muito pouco ou quase nada significa perante “a verdadeira escala de
mortes e destruição [que] é impossível de compreender”.
Mas, sem o jornalismo, mesmo que condicionado, limitado, assassinado e
praticamente impossibilitado de cumprir a sua missão, ainda menos nos seria
dado a ver e nada, realmente nada seria compreensível sem os jornalistas que
resistem. Graças eles ainda “há pequenos buracos na escuridão, aberturas
como os feeds do Instagram dos fotógrafos de Gaza e um pequeno número
de testemunhos que escapam. A cada semana que passa, porém, a luz diminui à
medida que aqueles que documentam a guerra vão embora, desistem ou morrem.”
Por isso, e por que nos custa tanto, em estar e principalmente por não conseguir
estar, em saber e não poder contar, há que manter a atenção, porque, em dias
difíceis, de cólera e espanto, é que a atenção se faz mais urgente. E volto a
dizer: leiam, ouçam, vejam. E parem para pensar porque este, em muitos cantos
do mundo, é o ano de todas as escolhas e decisões. Também
Já agora, uma última mensagem antes de nos despedirmos: o Expresso faz 51 anos este mês e a prenda é para si. Subscreva-nos com desconto e vá por aqui. Nós continuaremos por aqui também.
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