quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Portugal | Ainda com dúvidas? O Setenta e Quatro e a extrema-direita

A manifestação neonazi deste sábado foi mais um sinal das ameaças à democracia que espreitam ao virar da esquina. Entre 100 a 150 neonazis, munidos com tatuagens assustadoras e muitos deles ligados a claques de futebol, marcharam por Lisboa com faixas e tochas.

O espetáculo cénico que montaram teve ampla repercussão na comunicação social, com diretos e diretos a serem feitos. Os neonazis adoraram a atenção que receberam, mas, sobretudo, o medo que despertaram entre a comunidade imigrante.

Mais uma linha vermelha foi ultrapassada este sábado: há muito que não víamos neonazis a perderem a vergonha em marchar pelas ruas gritando palavras de ódio. É uma consequência da normalização do ódio e da extrema-direita em amplos setores da sociedade portuguesa, mas há sempre quem resista.

Ao mesmo tempo, a pouco mais de um quilómetro, mais de duas mil pessoas juntavam-se no Intendente no combate ao ódio e ao fascismo, em solidariedade com a comunidade imigrante. O amor, o companheirismo e a solidariedade superaram o ódio.

O Setenta e Quatro tem feito da investigação à extrema-direita um pilar da sua linha editorial. Precisamos de um jornalismo que rejeite o discurso de ódio, que se recuse a promover a extrema-direita e se comprometa com os direitos e liberdades essenciais para a nossa vida democrática coletiva. Precisamos, acima de tudo, de um jornalismo consciente, comprometido com a democracia. É que a Democracia e o Jornalismo caminham juntos ou caem juntos.

Mas o jornalismo não o consegue fazer sozinho, precisa de ajuda. O Setenta e Quatro lançou uma campanha especial de subscrição. Quem o subscrever com valor de 50 euros ou mais receberá o livro Mulheres, Raça e Classe, de Angela Davis. Podes fazê-lo aqui.

Ainda estás com dúvidas sobre subscrever o Setenta e Quatro? Nós ajudamos. Vê abaixo alguns dos artigos que publicámos sobre a extrema-direita. 

Mais para ler e... pensar:

Anatomia de um homicídio: a noite do crime | Ricardo Cabral Fernandes e João Biscaia |

Polícias sem lei: o ódio de 591 agentes de autoridade -- Filipe Teles e Pedro Coelho

Licença para odiar: como nasce uma filial dos Proud Boys em Portugal -- Ricardo Cabral Fernandes |

Steven Forti: "A extrema-direita quer esvaziar a democracia radicalizando a direita tradicional e a opinião pública" -- João Biscaia

As organizações de extrema-direita em Portugal

Mapeámos pela primeira vez em Portugal o universo dos símbolos e das organizações de extrema-direita entre 1974 e 2021. Este wiki mostra como se organiza e organizou a extrema-direita em Portugal, quais as ligações entre as suas forças políticas, quem as liderava e como se financiava, quais as influências ideológicas e tendências. Mas também as suas rivalidades e atos de violência, de ameaça à democracia e a uma sociedade que se quer inclusiva e plural.

Setenta e Quatro 

Sem comentários:

Mais lidas da semana