PORTUGAL | Cristina Rodrigues vai a julgamento em maio, acusada de apagar ilegalmente e-mails do seu anterior partido, o PAN, com o objetivo de o “impedir” de “prosseguir a sua atividade política”.
Cristina Rodrigues, uma deputada do partido de extrema-direita Chega, foi acusada pelo Ministério Público de “prática de crime de dano relativo a programas ou outros dados informáticos”, nomeadamente acesso informático ilegítimo. Foi pedido o levantamento da sua imunidade parlamentar e o julgamento começará em maio.
De acordo com a acusação, citada pela revista Visão, “a ilicitude da conduta é muito elevada” mas indica-se que “não deve ser aplicada à arguida Cristina Rodrigues pena superior a cinco anos, atenta a ausência de antecedentes criminais”.
A deputada do Chega tinha sido deputada e militante do PAN e foi sua assessora jurídica até 25 de junho de 2021. Este partido apresentou uma queixa-crime acusando-a de, depois de se desvincular, invadir uma conta a que não estava autorizada a aceder e apagar os e-mails aí contidos. Para o Ministério Público, “a arguida Cristina Rodrigues agiu livre, deliberada e conscientemente, acedendo às mensagens do e-mail cristina.rodrigues@pan.com.pt – e apagando-as –, num momento em que já não detinha autorização para aceder ao referido e-mail”.
A acusação acrescenta que o seu objetivo era “impedir o Partido PAN de prosseguir a sua atividade política”. A jurista, para além do e-mail em seu nome, tinha ainda acesso à caixa de correio eletrónico dos serviços jurídicos do PAN, onde se encontravam milhares de denúncias. Junto com uma advogada que prestava serviços no secretariado jurídico do PAN, “de forma concertada, entre os dias 24 e 25 de junho de 2020 removeram um número não apurado de mensagens de correio eletrónico da pasta “Inbox” para a pasta “Lixo” e, posteriormente eliminaram o conteúdo desta última pasta”. O Jornal de Notícias informa que aquele partido só conseguiu recuperar 275 dos emails apagados nesta operação.
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