< J. Bazeza, Luanda >
Mafioso sorri de felicidade. Ganhou a internacionalização. Agora escreve literatura de cordel e suspira: Ai quem me dera ser onda para afogar os colonialistas! Enquanto o pau bate e levanta, vou trabalhar para o regime fascista e receber os 30 dinheiros da ordem. O seu nome não foi citado no julgamento do Huambo, donde saíram condenados os terroristas da capoeira. Ninguém pode dizer que ele é mandante como foi o Adalbruto da Encosta Juvenil.
Grande Mafioso, tu és mesmo o
maior da República do Muceque! Ele andava tenso e nervoso porque temia ser
incluído na lista dos condecorados, ao lado do Luís Troca os Passos, assassino
do ministro Saidy Mingas, ou mesmo do coronel Sama Sukuama, que criou as bases
secretas da capoeira no Cuando Cubango, depois da assinatura do acordo de paz
Mafioso está mesmo muito feliz porque amanhã, o partido que é o povo e o povito é o partido, vai reunir com os empresários mais potentes do mundo. Boca Azul entrou nos bastidores da preparação e descobriu que a coisa mete crítica e autocrítica. Vai ser feio. Os 500 revolucionários do comité central vão mesmo xingar os industriais absentistas e golpistas.
Seriedade! Os dirigentes partidários e os cavalheiros da indústria querem encontrar soluções para alavancar o sector, que é a base do desenvolvimento, mas na República da Sanzala está adormecido. Boca Azul deu uma notícia em primeira mão muito gasta: O povito continua com fome e na dibinza. E depois a bomba: Os membros do comité central, os auxiliares do soba grande, com as mãos lambuzadas de dinheiro dos outros, mais o verdadeiro chefe do Executivo, vão reunir com os representantes vivos do sector da indústria.
Grande expectativa. Porque dos 500 membros do Comité Central, muitos são especialistas a sabotar empresas industriais. É um massacre pior do que as condecorações!Mano Boca Azul explica bem, faz favor.
Boca Azul não maiou e começou a explicar. Manguxi e Ngazuza lutaram para preservar o princípio “a agricultura é base e a indústria o factor decisivo”. A maka é que muitos dirigentes são sabotadores da própria indústria. Polos industriais e zonas económicas funcionavam bem quando estavam sob tutela do Estado. Começaram aprivatizar e o que aconteceu?
Fala mano Boca Azul, explica!
As empresas privatizadas fecharam pouco tempo depois. Trabalhadores foram mandados para casa sem salários e sem qualquer indemnização. Os que compraram as fábricas, com créditos garantidos pelo Estado, vão estar na reunião. São piratas industriais. Compram as empresas e depois encerram-nas com a desculpa de que não têm matérias-primas para transformar. Depois os sócios destes bandis importam os produtos.
Na Sanzala ninguém ganha dinheiro a fabricar, a produzir, a criar. Os bandis ganham fortuna a comprar. Importar. Com a respectiva comissão e a sobrefacturação. Assim os piratas industriais ficam sem responsabilidades com os trabalhadores e outros encargos. Ganham fortuna e ainda se riem de nós. Hoje a reunião deles com a direcção do partido vai mostrar quem apoia quem.
Mafioso pergunta: E assim mesmo está bom? Ninguém fala nada? O auxiliar da Indústria nada diz? Onde fica neste filme o capitão da equipa económica?
Boca Azul está sem resposta, mas como a esperança é a última a morrer, aguarda ansioso para conhecer as decisões da reunião. Justiça acima de tudo. Uma condecoração para os Media do Estado que não dão uma notícia, não fazem uma reportagem sobre as empresas industriais compradas, encerradas e os trabalhadores enganados. Vamos ver se já temos um governo à Mobutu ou ainda há decência entre os 500 dirigentes do partido.
Amanhã vão discutir o encerramento da fábrica Textang, inaugurada pelo soba com pompa. Os piratas compraram, encerraram e despediram os trabalhadores, que resistem. Todos os dias se manifestam em frente às instalações fabris, reclamando os seus salários.
Vamos aguardar pelo desfecho da reunião no partido. Aí vai ser possível co a mentira comparada. As comissões das compras são a alma do negócio. Comparem a verdade desses lucros com a mentira da base industrial angolana.
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