domingo, 16 de outubro de 2011

Praia: Falta de energia eléctrica deixa comerciantes à beira de um ataque de nervos





A penúria de energia que assola a cidade da Praia está a deixar vendedeiras e pequenos comerciantes desolados. Ainda a fazer as contas aos prejuízos decorrentes da deterioração dos produtos postos à venda, a solução é comprar e/ou produzir menos e apenas produtos resistentes ao calor.

Há dez anos a fazer da sua vida a venda de sumos, doces, água, fresquinhas, bifanas, Dimingas é uma das vozes do desalento que tomou conta dos pequenos comerciantes e vendedeiras da cidade da Praia: “Além de as pessoas não comprarem os nossos produtos, os que já temos estão condenados a estragar porque ficam sem condições para serem vendidos. Por isso, no último mês os rendimentos foram baixíssimos”, diz Dimingas, adiantando ainda que já chegou a passar três dias sem vender nada.

Nesta mesma linha de desânimo, Naty Silva avança que antes tinha dois contos de lucro por dia com a venda de bifanas, mas hoje, com a falta de energia eléctrica, os ganhos não ultrapassam os 1500 escudos. É que agora compra pouca carne, para esta não estragar. Apesar de não precisar o valor do prejuízo, Naty já sente a quebra na venda.

Também Isilda “Zizi” Fortes tomou uma decisão: passou a produzir menos fresquinhas de calabaceira, leite, chocolate, tambarina e caramelo com receio de estragarem. Se há uns tempos atrás levava cerca de cinco mil escudos de fresquinhas para vender na praia de Quebra Canela ou no Gimnodesportivo Vavá Duarte, hoje, diz, leva apenas metade desse valor. “Vendo tudo e as pessoas pedem mais, mas digo-lhes que a falta de energia na Praia impede-me de produzir grande quantidade”. Por isso, garante, não tem muito prejuízo, já que não gasta muito para produzir as fresquinhas e o que faz consegue vender.

De resto, instalou-se tanto nos comerciantes como nos chefes de famílias da Praia o receio de comprar ou produzir bebidas e alimentos em abundância. “Se antes eu comprava dez caixas de galinha, hoje, por uma questão de precaução e segurança só compro cinco”, desabafa uma vendedora, enumerando também ela os prejuízos que tem tido com a fraca saída de águas, sumos, fresquinhas e outros produtos congelados, que, em más condições de conserva, não têm outro destino senão o contentor de lixo.

RP

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