quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Caso da família portuguesa deportada nas mãos do primeiro-ministro canadiano



SIC NOTÍCIAS - LUSA

O advogado da família de dez portugueses com ordem de deportação do Canadá para os Açores disse hoje à Lusa que o caso ainda vai ser apreciado pelo primeiro-ministro canadiano, Stephen Harper.

A poucas horas do voo da Sata que vai transportar a família de Toronto para Ponta Delgada (às 21:45 locais, menos cinco do que em Lisboa), Tony Dutra disse à Lusa que contactou com o gabinete do chefe de Governo canadiano, numa derradeira tentativa de o sensibilizar para a situação da família de três gerações.

O advogado acrescentou que lhe foi comunicado que o assunto seria apresentado a Stephen Harper, e que qualquer decisão teria de ser tomada em concertação com o ministro da Cidadania e Imigração e com ministro da Segurança Pública (administração interna) do Canadá, responsáveis pelo caso. Contactado pela Lusa, o gabinete do primeiro-ministro canadiano não confirmou esta informação, remetendo explicações para mais tarde.

Os dez membros da família Sebastião têm as malas feitas e pouca vontade de partir, acreditando num "milagre" que garanta a sua permanência no Canadá.

A família é constituída por Paulo e Maria Irene de 46 e 44 anos respetivamente, os quatro filhos (Marília, 27, Vanessa, 23, Paulo Júnior, 19, e Beatriz, 13) e quatro netos, todos abaixo dos cinco anos e que já nasceram no Canadá.

Esgotadas as possibilidades de recurso legal, o Governo português dirigiu na segunda-feira cartas àqueles dois ministros canadianos pedindo um "ato de clemência", mas ainda não é conhecida nenhuma resposta.

No Canadá desde 2001, a família foi detetada pelas autoridades canadianas em 2007 por estar em situação ilegal no país. A família fez então um pedido de imigração para obter estatuto de refugiado e posteriormente fez um pedido de autorização de residência no Canadá por razões humanitárias, os quais foram indeferidos pelas autoridades canadianas.

Paulo Sebastião disse na segunda-feira à Lusa ter já os dez bilhetes de avião para Ponta Delgada, nos Açores, com vista a regressar à localidade de Rabo de Peixe, de onde é natural e onde a família "não tem nada".

Na terça---feira, o Governo Regional dos Açores anunciou um plano de intervenção, através da Direção Regional das Comunidades e do Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores (IDSA), que inclui a preparação de uma equipa técnica para a receção dos portugueses logo à sua chegada ao aeroporto de Ponta Delgada.

A equipa técnica está mobilizada para apoiar este caso de deportação e, após as tarefas de receção e alojamento, "desenvolverá todas as ações necessárias à integração na escola por parte dos quatro menores que integram a família, promovendo, ao mesmo tempo, o enquadramento dos seus restantes membros", adiantou o executivo. Contactada pela Lusa após este anúncio, a família manifestou-se comovida.

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