MSE - Lusa
Díli, 15 mar (Lusa) - O combate à pobreza, a unidade nacional e o desenvolvimento do país dominaram o discurso de todos os candidatos às presidenciais de sábado em Timor-Leste, durante os 15 dias de campanha eleitoral, que terminou na quarta-feira.
O cumprimento da Constituição e a garantia de que vão respeitar todos os órgãos de soberania do país e trabalhar com o governo eleito (Timor-Leste realiza legislativas em junho) foram outras das promessas comuns aos 12 candidatos a chefe de Estado.
Na substância, os candidatos não diferem nos discursos e raros foram os momentos que as suas propostas provocaram surpresa.
Enquanto José Ramos-Horta, atual Presidente do país e recandidato ao cargo, defendeu o fim das pensões vitalícias para membros do governo e parlamento, o ex-chefe das Forças Armadas, Taur Matan Ruak, lançou a proposta do regime militar obrigatório para jovens a partir dos 18 anos.
A proposta está inserida no âmbito dos seus objetivos para o desenvolvimento de Timor-Leste, mas foi atacada por outros candidatos como uma tentativa de "militarizar o país" e obrigou a esclarecimentos por parte da candidatura do general.
A corrupção, os setores da justiça e da economia também mereceram a atenção dos candidatos numa campanha considerada por todos como tranquila e democrática.
Para a eleição de sábado, mais do que as promessas feitas pelos candidatos, deve pesar o apoio que cada um recebeu dos partidos timorenses, que veem as presidenciais como uma forma de se posicionarem para as legislativas de junho.
A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) pôs toda a sua máquina a funcionar para apoiar Francisco Guterres Lu Olo, que perdeu em 2007 a segunda volta das presidenciais para José Ramos-Horta, e que nos últimos cinco anos tem trabalhado para um regresso ao poder executivo.
O Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), principal partido da coligação governamental, que inicialmente se tinha demarcado de apoiar qualquer candidato, acabou por anunciar, já após o início da campanha, o apoio a Taur Matan Ruak.
O CNRT, do primeiro-ministro Xanana Gusmão, que disse na sua mais recente visita à Austrália que se vai recandidatar ao cargo, tinha apoiado em 2007 a candidatura de José Ramos-Horta.
Outro candidato que também mobilizou a máquina partidária foi Fernando La Sama de Araújo, presidente do Parlamento Nacional e do Partido Democrático, para quem é essencial o cumprimento do artigo 6.º da Constituição, que define os objetivos fundamentais do Estado, e que dominou o seu discurso.
Após a morte no dia 06 de março de Francisco Xavier do Amaral, que era candidato presidencial com apoio da Associação Social Democrática Timorense, o partido agudizou as suas divisões internas e houve apoios declarados a Taur Matan Ruak, Rogério Lobato e Francisco Guterres Lu Olo.
O atual chefe de Estado do país optou por não fazer campanha, limitando-se à sua agenda de trabalho normal ou a comparecer em determinados eventos nos distritos para os quais, segundo disse à Lusa, não levava jornalistas.
No sábado, mais de 600.000 eleitores vão escolher entre 12 candidatos para o cargo de Presidente da República, nas terceiras presidenciais desde a restauração da independência em 2002.
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