FP - Lusa
Bissau, 14 abr (Lusa) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos e o Movimento Nacional da Sociedade Civil, duas organizações da Guiné-Bissau, condenaram hoje o "golpe de Estado" de quinta-feira feito pelos militares e exigiram a reposição da legalidade constitucional.
A Liga afirma, em comunicado, que "registou com muita apreensão a consumação de mais um golpe de Estado, reivindicado por um suposto Comando Militar", que independentemente do seu fundamento "coloca o país perante uma situação de crise sem precedentes, cujas consequências comprometerão, de forma incomensurável, os esforços da comunidade internacional e das autoridades nacionais para a estabilização do país".
Em comunicado, a Liga considera "imperioso" o regresso à normalidade constitucional, "condena sem reservas o golpe de Estado perpetrado pelas Forças Armadas" e responsabiliza o Estado-Maior General das Forças Armadas pela integridade física do Presidente da República interino, do primeiro-ministro e demais responsáveis políticos e cidadãos comuns que possam estar em risco.
A Liga condena também a "detenção arbitrária e o espancamento" do jornalista António Aly Silva.
O Movimento Nacional da Sociedade Civil condena também "quaisquer atitudes de insubordinação das Forças Armadas ao poder político" e denuncia "atitudes cobardes e intimidatórias traduzidas em ameaças de morte através de três SMS enviados por indivíduos não identificados a dirigentes da sociedade civil".
Também em comunicado, o Movimento diz apoiar os esforços dos parceiros internacionais, nomeadamente a CEDEAO, Angola, Nações Unidas e União Africana, "exortando-os a prosseguirem com as suas ações e cooperações" com a Guiné-Bissau.
No mesmo comunicado pede-se também às forças de Defesa e Segurança para que se mantenham neutros na luta política em curso no país.
E anuncia-se a intenção de organizar "uma gigantesca marcha política nos próximos dias como forma de defender os princípios democráticos, os valores da paz e da democracia, caso continuar a persistir o clima de medo e intimidação da população".
Sem comentários:
Enviar um comentário